SEM MEDO DO GRITO, DO TUMULTO E DO VANDALISMO OPOSICIONAL!

Foi recebida como uma prova de autoridade e de firmeza, a decisão do Presidente Michel Temer de enviar ao Congresso a proposta do governo de reforma da previdência, mesmo que, alguns assessores e auxiliares, achassem que seria mais conveniente e mais oportuno fugir da reação e das pressões populares contra a matéria e a sua possível repercussão negativa nos resultados dos pleitos municipais.

Michel Temer, pela sua experiência vivencial, sabia que iria enfrentar reações e sofrer com manifestações populares conduzidas e estimuladas por aqueles defenestrados do poder. A perda para eles foi monumental, não só a curto prazo mas, principalmente, em termos de perspectivas.

Se a perda de poder, foi deveras sentida, não apenas pela perda da possíbilidade de  continuar aparelhando o estado, onde foram acomodados, regiamente, em mais de cem mil cargos federais, seus militantes e aliados, o futuro agora ficou totalmente obscuro. Ademais, o que se ressentem os líderes  do PT, é diante da enorme perda de receita para o partido e seus líderes, do dízimo perdido desses empregos que já estão a desaparecer e da perda do controle de benesses que estatais garantiam a eles.

Era mais que natural que isto viesse a ocorrer como está ocorrendo duras manifestações contrárias a Temer e aos que o cercam. Também, tinha consciência o Presidente de que, não sendo conhecido nacionalmente e, portanto, não sendo indicado favoravelmente quando de pesquisas de opinião, como um político de popularidade e de prestígio no País, teria e terá que “ralar” para conquistar tal espaço. E isto só virá com resultados visíveis e palpáveis de sua ação como governante.

É certo que o ambiente econômico já se mostra mais favorável. É certo que a indústria manufatureira já vem apresentando desempenho positivo por cinco meses. É também verdadeiro que o setor externo surpreende pelos bons resultados e pela entrada recorde de recursos externos. Também é constatado que a inflação agora já estimada em pouco mais de sete por cento para esse ano, já dá mostra de que a economia está sob controle. É também positivo o fato de que o câmbio se mantém num nível adequado e com flutuações dentro da normalidade.

Mas a população quer ver os primeiros resultados revertidos no emprego, na redução dos preços dos produtos alimentares e no anúncio de medidas que dão a quase certeza de que a economia vai crescer nos próximos meses, com todas as consequências positivas para os brasileiros. Também é preciso advertir que o governo deve, já e já, anunciar os acordos de investimentos feitos com a China; o processo de lançamento de novas licitações para concessões de exploração de infra-estrutura física; do conjunto de medidas facilitadoras para a atração de investimentos destinados a melhorar a mobilidade urbana com a aceleração de obras de metrôs, vlts, brts e trens urbanos além do lançamento de um agressivo programa de privatização do saneamento ambiental nas principais cidades brasileiras.

Ademais, a liberação de marcos regulatórios para a exploração do pré-sal e para a exploração mineral; para a melhoria da infra-estrutura de apoio ao agronegócio; além de um programa de retomada de obras de maior relevância ora paradas nos estados e em grande municípios, serão algo que, com um básico bom e competente marketing de gestão, pode mudar o ânimo e gerar o entusiasmo necessário junto aos brasileiros como um todo. Por exemplo, por que não acelerar, com efetiva prioridade, a conclusão das obras da Transposição das Ãguas do Rio São Francisco e a aceleração das obras da Transnordestina?

É de maior relevância demonstrar para a opinião pública que, primeiro a obrigação, depois a devoção. Ou seja, não importa se as medidas a serem tomadas — teto da dívida, renegociação da dívida dos estados, reforma da previdência, flexibilização da legislação trabalhista e simplificação de regras de privatizações e de concessões — sejam polêmicas e questionadas pela ruidosa oposição. Se tem que ser feito, vai ser feito porque o país precisa “e estamos conversados”!

Deve-se advertir que seria bom chamar a atenção para o fato de o governo central mostrar um mínimo de competência na comunicação porquanto essa guerra é crucial para levar adiante o processo de revisão crítica dos graves problemas nacionais e a necessária imposição de mudanças capazes de abrir perspectivas mais favoráveis ao desenvolvimento nacional. Essa é uma questão e uma prioridade urgente do governo para que, aos poucos, as manifestações contrárias ao governo venham a ser minimizadas.

Sem medo de cara feia, sem o temor da grita da oposição e com competência para  negociar com os congressistas, as coisas poderão e deverão ser feitas ao mesmo tempo que se apoie e estimule o que pretende Gilmar Mendes em termos de reforma política pois que, mesmo não sendo uma reforma ampla, o que ele anunciou que seria possível fazer, já melhorará, deveras, o ambiente e as perspectivas de legitimação e de garantia de maior representatividade das escolhas feitas pelos eleitores.

É isto Michel Temer! Ainda bem que você era o vice e a substituição de Dilma se deu por alguém com sobriedade, equilíbrio, ponderação e capacidade de negociar politicamente. Ainda bem!  Imagine se o vice tivesse sido o Jacques Wagner, o Aloisio Mercadante, ou outro petista desse quilate, aí sim, o Brasil teria a certeza que nada mudaria e a crise mais se aprofundaria pois o “chamado estado do bem estar social” e o bolivarianismo, continuariam a prevalecer destruindo as instituições e o estado brasileiro.

E, finalmente, é bom lembrar que os ajustes não podem se restringir as grandes coisas mas a todos os desvios, os mal feitos, os privilégios injustamente concedidos a apaniguados, devem ser, também, objeto de exame crítico. Não se  deve esquecer de examinar, seriamente, todos os programas sociais alem dos abusos,  não apenas no aparelhamento do estado, na gestão dos fundos de pensão, na dadivosa ação do BNDES e na desestruturação e descaracterização das agências reguladoras nacionais. Tudo isto e mais deve ser objeto de avaliação crítica e de busca de correção de rumos.

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