AS PESQUISAS NÃO MENTEM JAMAIS!
Os dados das pesquisas de opinião sobre a marcha dessas “insípidas, inodoras e incolores” eleições nos municípios brasileiros, mostram a oportunidade e a importância da decisão que impediu a participação de empresas no financiamento de campanhas. E isto, ajudado pela crise econômica nacional e pela “quebradeira” que atinge todas as máquinas governamentais, está permitindo a maior igualdade de oportunidades aos candidatos. É por tal razão que, quando a máquina governamental e a “força da grana” não estão tão perversamente presentes para influenciar o pleito, num primeiro momento, a festa da democracia apresente-se tão insossa e tão sem graça, como agora.
Ademais, o desinteresse e a descrença nos políticos, a falta de mensagem dos candidatos e a incapacidade de despertar as aspirações e os sonhos dos eleitores, fazem com que as eleições se mostrem de quase total desinteresse por parte do povo.
Mas, nao sendo tao pessimista, o cenarista espera que, na proporção em que os novos pleitos venham a ocorrer, a depuração do processo fará com que, devidamente fiscalizado, as eleições mostrem-se mais confiáveis como escolhas legítimas da população, porquanto os políticos por vocação, talvez voltem a ter voz e ter vez!
Se tal circunstância está bastante patente em todas as disputas eleitorais e estabelecem uma nova configuração para os embates municipais, um outro dado mostra uma radical mudança nas preferências da população. O fato mais objetivo diz respeito à perda de prestígio e de apoio popular do PT, em quase todas as capitais e grandes cidades do País. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Florianópolis, entre outas, pelo que se constata, em nenhuma delas as pesquisas eleitorais mostram o PT na liderança ou ameaçando a liderança de um candidato de qualquer outro partido. Aliás, talvez os casos mais emblemáticos sejam os de Porto Alegre e de Recife, onde o PT parece que não terá quaisquer chances objetivas.
O peso do desgaste do partido, o envolvimento de seus principais líderes e figuras mais proeminentes além da transformação de Lula em réu em dois processos, a par da prisão de inúmeros nomes do PT e, é óbvio, o impeachment da ex-Presidente Dilma, criaram ou geraram dificuldades enormes aos planos eleitorais dos petistas.
Mas, o mais complicado para os planos eleitorais do partido, foram as perdas e danos derivados da redução substancial dos fundos partidários em função do desaparelhamento do estado. Tal desaparelhamento conduziu a diminuição dos dízimos pagos pelos filiados, desarticulando o esquema financeiro do partido.
O círculo vicioso do processo de aprofundamento da crise do PT se potencializa com a perda do discurso baseado em valores éticos e morais o qual, diante de tantos transtornos e escândalos envolvendo o governo, líderes proeminentes do partido e, ao final, o próprio Presidente Lula e seus familiares, foram objeto de uma saraivada de denúncias de toda ordem!
Como nada dessas insinuações encontrou respostas convincentes e objetivas capazes de freiar a avalanche de denúncias e acusações, aliadas à profunda crise que mergulhou o País, a tendência foi o aprofundamento dos desgastas e a perda de prestígio, de espaço e, provavelmente, de militância que ora enfrenta o partido.
Assim o que se vai assistir será uma eleição, sem surpresas e, com nomes poucos conhecidos e que não usaram o poder econômico e nem tiveram a força da máquina a ajudá-los. Será que isto produzirá uma mudança positivo no processo de escolha e da legitimação das opções feitas pelo eleitorado? Quais serão as consequências para as eleições de 2018? Se João Dória for eleito em Sao Paulo, Joao Leite em Belo Horizonte, ACNetto em Salvador, Bispo Crivella no Rio, parece que crescerão as chances de Alkimim ser o próximo presidente do Brasil. Ou não?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!