O QUE SE PODE ESPERAR DO AMANHÃ?
É uma quase tautologia afirmar que a economia funciona à base de expectativas e de credibilidade. Ou seja, se as expectativas dos agentes econômicos apontam para um horizonte mais favorável e indicam que as coisas estão mudando na direção desejada, então tais circunstâncias conduzem a um cenário de um otimismo, mesmo que contido. Parece ser este o caso do Brasil, pois há no ar a sensação de que as coisas estâo caminhando no rumo admitido pela maioria, como certo.
Referidas expectativas consubstanciam um quadro de maior esperança quando, por exemplo, o câmbio que, antes do novo governo assumir, beirava os 4,00 reais e hoje fica girando ao redor dos 3,25, mantendo-se nesse patamar, já faz mais de três meses e, isto, diga-se, sem intervenções maciças do Banco Central. Por outro lado, quando a inflação desacelera e os preços dos alimentos deixam de crescer; quando uma PEC é aprovada, limitando os gastos públicos e a sua expansão, além de estabelecer um teto para a dívida pública; quando a Bolsa mostra um movimento ascendente e firme, hoje ultrapassando os 62,6 mil pontos; quando a Petrobrás anuncia uma redução nos preços dos combustíveis e a fixação de uma política previsível de reajuste desses mesmos preços; quando o Banco Central antecipa a possibilidade de baixar a taxa básica de juros fazendo-a a cair dos 14,25% para 13,75%. Diante dessas alvissareiras notícias a sensação é a de que as coisas estão melhorando.
Agregue-se a tais informações as medidas de austeridade e de recuperação financeira da Petrobrás; o ingresso de mais de 5 bilhões de reais de tributos derivados da regularização de recursos repatriados, de brasileiros no exterior; além dos ganhos derivados da desmontagem de vários esquemas de corrupção, desvios e até mesmo, de “roubo” nos programas sociais. Se isto não bastasse, o lançamento do programas de concessões na área de infra-estrutura, retomados em bases mais atraentes para os investidores do qu no passado recente, segundo estimativas preliminares das áreas anunciadas, poderão agregar cerca de 250 bilhões de reais em investimentos novos, nos próximos anos.
Junte-se a tal, o excelente desempenho do ingresso de recursos externos, que deve alcançar, até o final do ano algo ao redor de 100 bilhões de dólares, cifra bem superior a qualquer outro ano de desempenho da economia nacional. Se a Reforma da Previdência vier a ocorrer como esperado, além do desengessamento do Orçamento da União, não só com o limite aumentado da DRU e com os efeitos da PEC 241, aí a expectativa de reversão dos “rombos” nas contas públicas abre espaços altamente favoráveis à retomada dos investimentos públicos.
Aliado ao clima que se vai criando no País, o trabalho de promoção de investimentos que o próprio Presidente Michel Temer vem fazendo, buscando atrair negócios para o país, com a China, com a Indía e com o Japão, entre outros investidores, bem demonstra que o País resolveu afastar o espectro da crise e do quase desespero que tomava conta dos brasileiros, até bem pouco.
Se as expectativas que se criam são bastante favoráveis e a credibilidade das instituições começa a ser recuperada e a se recompor, mesmo com as desconfianças dos agentes em face da insegurança jurídica e da imprevisibilidade judicial que tem dominado o “chamado contrato social brasileiro”, as perspectivas econômicas são as mais favoráveis possíveis.
Como alguém já declarou que a chamada ‘mãe de todas as reformas”, no caso a reforma política ela, por sinal, já começou, não pelas mãos dos congressistas ou dos membros do judiciário mas, fundamentalmente, pelo estímulo a um processo de “limpeza ética” que a Operação Lava-Jato, o Ministério Público, a Polícia Federal e, o Juiz Sérgio Moro vem promovendo. E, a mesma desejada reforma ganhou momento com as eleições municipais e diante da atitude do Presidente do TSE, propondo e cobrando o estabelecimento da chamada “cláusula de barreira” e o fim das chamadas coligações proporcionais. Aliás, o próprio Presidente do Congresso Nacional parece querer coroar o final de seu mandato, na Presidência do Senado, aprovando essas duas medidas, capazes de melhorar, em muito, o processo político-eleitoral brasileiro.
Aliás, é bom que se diga a bem da verdade que a decisão do Congresso, que acabou com as contribuições de empresas às campanhas eleitorais já ajudou, em muito, a melhorar a representatividade e a qualidade das escolhas. Assim, com paciência e com boa vontade e com a crença e o estímulo da sociedade, ações começam a ocorrer que, de fato, estão a mudar a face do país, melhorando a ética e a moral da sociedade e recuperando um pouco de otimismo no seu amanhã.
Se as coisas continuarem nesse diapasão, mesmo que as denúncias da Lava-Jato venham a atingir alguns membros da cúpula do governo, as coisas não deixarão de ocorrer pois que, sendo um processo que envolve toda a sociedade, decisões que foram tomadas sempre buscarão preservar a reconstrução do País, sem concessões à ética e sem perdoar malfeitos e malfeitores, quem quer que sejam.
Os próximos dias virão trazendo a volta da discussão da proposta de repatrição de recursos de brasileiros no exterior, ação essa que poderia ter beneficiado os cofres dos combalidos estados da Federação Brasileira pois que, na distribuição do bolo, algo iria para os estados brasileiros hoje quase falidos. Aliás, a votação da renegociação da dívida de estados e municípios poderá vir a por ordem na tal da ” zorra fiscal” onde, pelo menos, sete ou oito estados ou estão a parcelar os pagamentos dos salários de seus funcionários ou deixarão de pagar o 13o. que lhes é devido.
Se tais ações seguirem nos “conformes” e se houver um esforço didátivo-pedagógico fundamental sobre a urgência da reforma da previdência, notadamente buscando convencer o público jovem de que a reforma é para garantir que eles venham a ser beneficiários e não apenas otários que estão a pagar hoje e amanhã a pagar a conta dos já aposentados e dos prestes a se aposentar. Aí com tais reformas começarå a surgir um novo país e 2017 jå serå um ano diferente. Isto porque, já para este ano, a inflação não será igual a do ano anterior que ficou em 11,5% mas em torno de 6,5 a 7% e, a queda do PIB, anteriormente prevista em 3,7%, poderá “fechar” em 2,9%!
Não é nada, não é nada mas é um bom começo com uma inflação em 2017 no centro da meta e um crescimento do PIB acima de 1,7%!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!