UMA SEMANA QUE PROMETE…

O país tem vivido uma quase sofreguidão permanente. Nem nos fins de semana ou feriados há uma trégua. E, de imediato, surgem novas e seguidas emoções. Não são só as permanentes e sucessivas descobertas e achados da Lava Jato e de outras operações assemelhadas, bem como a natural busca de protagonismo de vários atores da justiça, da polícia e da mídia que, em várias frentes da vida nacional, tem permitido esse teatro encenado quase que, diariamente!

A semana se inicia com mais denúncias de mal feitos como a sustação do benefício do bolsa- família de 1,1 milhão de famílias pilhadas na irregularidade! Ademais, entre pecadilhos, o já falado uso irregular de passagens por agentes públicos e a utilização, talvez abusiva, por autoridades, dos voos em aviões da FAB, fazem parte desse repertório de denúncias e deirregularidades.

Também, na semana que principia, o Senador Renan Calheiros reapresenta proposta de reabertura  de prazo para a regularização de recursos repatriáveis. Também deverá ser votada na CCJ e no Plenário do Senado, a PEC 241, agora sob a numeração 55 que abre espaços para que outras matérias de relevância fundamental para a reorganização das finanças do País. Não só para a renegociação da dívida dos estados,  como para a definição dos critérios de distribuição dos recursos oriundos da repatriação além de outras decisões como, por exemplo,  o início da discussão da reforma da previdência social.

E por falar em finanças, começa também hoje a discussão do pacotão de ajustes do Governo do Rio, mais polêmico do que nunca, a la Grécia, com a idéia extremamente difícil de ser engolida, de abocanhar, por cerca de 20 anos, 30% das remunerações, das aposentadorias e das pensões dos cariocas que servem ou serviram  ao governo estadual. A discussão  não será nada fácil e os resultados são imprevisíveis. Mas como o Rio é um estado de espírito … Talvez haja um jeito de autoridades e povo chegarem a um entendimento.

E se o tom é discutir quebradeira, os estados pedem a União que os socorra pois não tem como pagar o 13o. Salário dos seus servidores. E, na esteira desse “miserê e chôrôrô geral e irrestrito”, deve também ser retomada a discussão da renegociação da dívida de estados e municípios pois, na maioria dos estados da federação e dos grandes municípios, a situação é de calamidade pública.

Quarta-feira próxima estarão aqui todos os prefeitos reeleitos e eleitos do Brasil com uma pauta farta de reclamações, queixas e reivindicações propondo que a “Viúva” banque a conta não só das suas ineficiências mas, também, em decorrência do excesso de centralismo orçamentário que, não só tem o vezo de levar a União acontrolar as finanças públicas nacionais bem como decorrentes dos impactos da recente crise econômica, que, com certeza,  provocaram tais descalabros.

Para “balançar o coreto da estudantada”,  a União resolve cobrar, na Justiça, dos supostos responsáveis pelo estímulo e apoio às ocupações das escolas, no caso a UNE, a UBES, entre outras, os prejuízos  que, com certeza, alcançam a casa dos 15 a 18 milhões de reais. Isto se deve ao fato de que tais ocupações impediram que mais de 200 mil estudantes pudessem fazer as provas do ENEM, o que obrigou ao MEC a gastar com o adiamento de parte do evento.

No Senado começa a discussão sobre o fim do foro privilegiado com importantes ingredientes como, por exemplo, a posição declarada de Sergio Moro e de importantes membros da magistratura defensores intransigentes que são do fim de tal aberração. O Senador Randolphe Rodrigues deve ler o seu parecer e começar a discussão e, podendo chegar até a aprovação da matéria na Comissão.

Afora tais fatos, a reforma política começa a andar e as chances de serem aprovadas a cláusula de barreira para conter a explosão de siglas de aluguel e as chamadas coligações proporcionais, a imoralidade que acaba com a legitimidade das escolhas e prostitiui o processo político no País.

Finalmente, as eleições americanas a serem decididas hoje, dia 08 de novembro, são esperadas e aguardadas, com uma certa ansiedade, pois há um risco de Donald Trump, com as suas idéias e radicalismos esdrúxulos, sair vitorioso embora, diga-se de passagem, a democracia americana é tão sólida e consistente que mesmo um homem controverso e imprevisível eleito para a Casa Branca, não poria em risco a estabilidade da maior nação do mundo.

Duas outras preocupações tomarão conta da semana. Uma diz respeito às expectativas com as revelações das delações dos 75 executivos da Odebretch que, segundo alguns, inclusive o Juiz Sérgio Moro, devem “balançar o País” e “descabelar” os políticos embora, há uma dúvida que toma conta de muitos que é o fato de que tudo que envolve gente demais tende a se esvair ou se perder no seu objetivo e nos seus propósitos.

E, para não dizer que o cenarista não falou de flores, faz bem a alma e aos sonhos dos brasileiros chamar a atenção para as descobertas dos aquíferos Guarany, Alter do Chão e, o mais recente, de Junia, em Mato Grosso. É tanta água que podem levar o Brasil a estabelecer uma espécie de novo pré-sal que representa dispor da maior reserva mundial do bem mais relevante para a humanidade que é a água. O País tem água para sustentar todo o mundo por mais de cem anos! E, pasmem,  apesár disso não consegue colocoar água no ressequido e sofrido Nordeste! Incompetência ou falta de vontade política?

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