O BRASIL NÃO É PARA PRINCIPIANTES!
As coisas já andam tumultuadas e, se se pretende estabelecer o nivel de complexidade desse processo, há ora em jogo um confronto, de prestigio e de queda de braço entre poderes da república. Se não houver uma pausa ou um surto de sensatez nesse entrevero, as coisas tendem a gerar um ambiente que cria temeridades quanto ao futuro das instituições e a estabilidade do poder constituído.
Uma nova leva de denunciados, fundamentalmente todos oriundos da classe política, deve ser tornada pública neste mesmo dia 25. É a antecipação de um fim de semana de tumulto não só para a cabeça de políticos mas para os seus amigos e para os seus correligionários.
Se a lista negra da Odebretch sai nesta sexta, a próxima semana promete pois, somar-se-á a tais angústias existenciais outros novos fatos como a possível aceitação, por parte do Supremo, de denúncia contra Renan Calheiros, transformando-o em réu. E isto pode criar enormes embaraços para sua excelência. Isto porque, tal fato o afetaria, pelo menos, moralmente.
Pois que, como se sabe, tal fato já permitiria enquadrá-lo na decisão, já tomada pelo Colegiado e, se não fora o pedido de vistas do Ministro Dias Toffolli, já seria norma a ser cumprida, Renan já estaria, portanto, fora da linha sucessória. E, por consequência , seria pedido o seu afastamento da Presidência do Congresso Nacional.
Tudo se complica ainda mais com o “affair” Gedel Vieira Lima que, aparentemente menor, nesses tempos bicudos, já assume proporções magnificadas pela atitude deplorável do ministro defenestrado, fazendo gravações escusas e da própria mídia, ansiosa por escândalos! Não se sabe em que tal episódio vai desembocar, afora numa atitude deveras ponderada e equilibrada do ministro Gedel que encaminhou pedido demissão e, com isso, procurou fazer com que o fim de semana tire a inexplicável dramaticidade que é dada ao caso. Aliås, a irresponsabilidade de alguns partidos de esquerda já estariam encaminhando um pedido de impeachment de Temer, sem qualquer base jurídico-constitucional e política,
Provavelmente no pedido de demissão de Gedel e, habilmente, para não sair como perdedor, ele poderia ter, sem que fosse uma condicional para a sua saída, uma compensação igual a que foi dada a Romero Jucá, a quem, no fim das contas, coube a prerrogativa de indicar o seu sucessor, no Planejamento.
Mas aqui o que se quer pontuar como mais preocupante é o chamado confronto de interesses entre o Legislativo e o Judiciário que vai se aprofundando e, a cada ação de um, ocorre uma retaliação do outro. Os últimos embates começaram quando divulgou-se, amplamente, na mídia, os elevadíssimos salários e os destoantes privilégios dos magistrados, onde 3/4 dos juízes auferiam salários acima do teto ou, mais precisamente, em torno de 39.000 reais e que alguns desembargadores recebiam entre 120 e 180 mil, entre remunerações, auxílios de toda ordem e outros penduricalhos. A magistratura reagiu mal a tais revelações e começou a fazer um pesadissimo lobby contra a idéia do Presidente do Senado.
E, é claro que, em breve, viria o troco. A atitude da classe política em repercutir tal matéria era já um troco diante de tantos políticos denunciados nas várias operações e uma clara reação à atitude da República de Curitiba. E, a tendência é que, numa clara atitude corporativista, juizes e procuradores, em vários pontos do País, ampliaram a ação de Curitiba e promoveram mais denúncias e levaram a mais prisões e conduções coercitivas.
O que se aguarda, a partir de agora, é que excessos como a pressão dos magistrados pela retirada do artigo que estabelecia punição para juízes e procuradores, nas chamadas “dez regras anti-corrupção”, além de medidas para reduzir a morosidade da justiça e suas outras limitações. E se espera que os poderes não se degladiem e não respondam com atitudes como pautar o julgamento do processo de Renan Calheiros no Supremo na próxima segunda-feira além de mais uma denúncia contra Romero Jucá e outras questões que chegam ao ponto de levar a membros da Oposição a pedir o impeachment do Presidente pelo crime de responsabilidade.
As dificuldades são enormes. As soluções para os problemas econômicos não encontram respostas mais objetivas para que perspectivas se abram em termos de melhores alternativas para o País. Se empresários, políticos, justiça e sociedade civil não derem as mãos vai ser difícil atravessar o “Rubicão” ou, como diz FHC, atravessar essa pinguela frágil que é essa transição penosa que o Brasil tem que enfrentar. E o tempo é curto pois a paciência da população começa a se esgotar.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!