AGORA A COISA ESTÁ FICANDO PRETA!
Em meio à crise profunda que vive o País a sensação que se experimenta é de um sentimento de algo deveras, se não confuso, pelo menos, contraditório. Isto porque, nos dias que correm, faz-se uma força enorme para querer acreditar que as coisas estão mudando, que a economia, embora muito timidamente, estaria dando sinais de que, se não vai melhorar de imediato, já parou de piorar e a política, embora esteja passando por uma revisão crítica e por algumas reformas conducentes a mudar conceitos, atitudes e comportamentos, ainda sofre a mais impiedosa descrença e o descrédito, por parte da população, quando são avaliadas as principais instituições do País.
Por outro lado, com o concurso e respaldo de uma mídia que se sustenta no tripé sangue, novela e tragédia, amparada num sensacionalismo sem igual e estimulada por uma Oposição magrinha, mas que se regra pelo princípio “do quanto pior, melhor” , a profundidade da crise é subsidiada ou alimentada por um governo que, sem respaldo popular, ao se valer apenas da sustentação parlamentar, se subordina a desgastes constantes pois que se apoia em representantes de uma classe política que vive mergulhada em questionamentos éticos e morais.
E, quando as coisas estão nesse pé, às vezes o irrelevante transforma-se em fato maior — é o caso do atrito entre Calero e Geddel, provocado por questionamento sobre uma licença ambiental — chegando ao extremo de, a oposição, de forma inconsequente, pedir o impedimento do Presidente!
Diante de uma agenda tão urgente e relevante, destinada a encontrar uma saída para a crise econômica, perde-se o país, muitas vezes, em questões menos relevantes e projetos específicos de partidos, de grupos, de interesses ou de pessoas, o que impede avanços maiores no encaminhamento das questões mais relevantes para o País. Dessa forma, vive-se um momento estranho e, o futuro do País se equilibra numa espécie de corda bamba, porquanto falta a base de sustentação popular para apoiar as medidas governamentais; falta o comprometimento das elites com as medidas destinadas a superar os estrangulamentos e desafios acumulados e, consequentemente, falta aos brasileiros um norte, um azimuth ou algo a que se agarrar, como um fio de esperança, para motivá-los a enfrentar os sacrifícios que o por em ordem à casa estão a cobrar.
A par dos solavancos das operações Lava-Jato. Acrônimo, Zelotes e outras assemelhadas, tem faltado a área econômica do governo a agilidade para propor medidas para renegociar as dívidas dos estados; para fazer um amplo REFIS nacional, para que as empresas possam voltar ao mercado; para adotar políticas anti-cíclicas capazes de ir retomando a atividade econômica; para acelerar os acordos de leniência capazes de favorecer o reingresso das grandes empresas e empreiteiras no mercado e garantir a urgência necessária a ser dada as privatizações, as concessões e a exploração do pré-sal e de outros segmentos na área mineral.
Falta ao governo ser mais agressivo no marketing de gestão capaz de explorar os resultados jå alcançados na redução de desperdícios e desvios de recursos de programas de governo; no processo de enxugamento da máquina do estado; nos acertos com os governos estaduais e os níveis dos governos municipais na aplicação de duros programas de austeridade fiscal, na busca de eficiência dos programas e políticas públicas e na criatividade no sentido de buscar melhore resultados nas específicas políticas de educação, saúde, segurança e de emprego e renda.
As ações de governo, em situações como as que ora se experimenta, quando são inúmeros os desafios e as urgências, devem ocorrer de forma simultânea, para que não se perca o bonde da história. Não há tempo para esperar que o governo alcance o mínimo de respaldo popular para fazer reformas duras e difíceis como a da Previdência. Não se sabe por que as iniciativas relacionadas a legislação trabalhista já não foram apresentadas, discutidas e, em regime de urgência, aprovadas, pois a realidade do mercado já as está praticando. Por que também não há uma ação emergencial para o enfrentamento da questão da água no Nordeste, via reativação de poços, dessalinização dos mesmos, integração de bacias, pequenas adutoras além de estímulos ao desenvolvimento de tecnologias e práticas agropecuárias otimizadoras do uso d’água?
O cenarista insiste em afirmar que o maior problema do país é de pobreza de gestores, da falta de líderes com iniciativa e criatividade e de políticos com compromisso com a história e com a sua própria vaidade. Que andem as operações que irão e deverão passar o País a limpo; que mudanças de ministros devem ter a dimensão do que são, ou seja, uma mera mudança de quadros; que o País deve ter a tem uma única ponte de passagem para o amanhã e que é essa pinguela chama-se governo Temer; que, ou se enfrentam às reformas urgentes e necessárias e se garante a estabilidade fiscal exigida pelo momento ou não se chegará a nada a não ser a frustração e ao desencanto.
Finalmente não se espere do Brasil um Parlamento do nível escocês; um estado enxuto, como o suíço; a sobriedade e a frugalidade de homens públicos como os da Alemanha pois isto aínda representa um sonho de uma noite de verão. Experimente a sociedade brasileira muito mais a idéia de enfrentar as suas realidades e problemas e sonhar com o possível e o viável e volte a tentar construir caminhos de desenvolvimento com o uso de todas as suas potencialidades e com a criatividade, ousadia e determinação de sua gente.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!