PORQUE A ELEIÇÃO NÃO PODE SER PLEBISCITÁRIA?

São muitos e ponderáveis os argumentos contrários ao desejo do Presidente Lula de tornar a eleição presidencial num plebiscito entre o sim e o não. Além de tais argumentos contrários à tese e aos propósitos do primeiro mandatário da Nação, os fatos políticos superam as vontades e o desejo de quem os quer conduzir e determinar. Agora mesmo, quando o PT resolveu “noivar” com o PMDB, o que ocorreu foi que  partidos aliados já apresentam a sua fatura no mesmo nível que o PMDB. E que fatura seria essa? Desestruturar candidaturas do PT aos governos estaduais para favorecer tais partidos como foi admitido que se faria em benefício do PMDB. O PMDB não quer que o PT lance candidatos a governador em Minas, no Rio e até mesmo no  Grande do Sul. Também o PMDB quer ser compreendido diante de defecções como as do Pará, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e, talvez também do Paraná. Se assim for, cada vez mais vão se reduzindo os palanques de Dilma ou ela os terá como palanques duplos nos vários estados, não só onde o PMDB é forte, como em Pernambuco, mas em outros estados como é o caso da Bahia. Talvez seja por esse processo de desestruturação da coligação que apóia Dilma que Serra, placidamente, adia a sua decisão para março ou, se for para atender Aécio, para o fim de dezembro.

É confusa e preocupante a situação da candidata Dilma, até mesmo na costura de suas alianças políticas, pois não tem o PMDB um comando nacional. O seu Presidente, Michel Temer, que se ensaia como possível candidato à vice na chapa de Dilma, sofre pesadas restrições e não tem nem mesmo o apoio do diretório regional de São Paulo, onde Orestes Quércia, de há muito, negociou o apoio do partido junto a Serra em troca do apoio do governador à sua postulação ao Senado Federal.