E AGORA, PARA ONDE AS MALAS VÃO BATER?
Passada a refrega, onde os grupos antagônicos procuraram demonstrar que ganharam ou não perderam com o episódio, inclusive a Rede Globo, cujas verbas de publicidade do governo veem caindo, continuamente, desde 2015, é hora de avaliar que caminhos seguirá o País e quais projetos e medidas serão necessários para que se retome o crescimento, de forma contínua e segura.
Temer, fortalecido, insiste em acelerar as reformas institucionais, inclusive a tributária e a política além da previdenciária buscando adotar também uma série de outras medidas capazes de demonstrar o seu empenho em adotar práticas e atitudes que mostrariam empenho no objetivo de melhorar a qualidade da gestão pública, reduzindo-lhe desvios de conduta e melhorando a sua eficiência.
Temer mostra-se orgulhoso e acredita que agora promoverá as reformas, fará a economia apresentar resultados além da estabilidade e do controle da inflação e tem convicção de que, com tais providências, fará história.
Dentro dessa perspectiva buscará ele demonstrar que foi capaz de tirar o país da maior crise da história e procurou, em dois anos, corrigir distorções e vícios acumulados pelo populismo eleiçoeiro do PT e promover reformas institucionais fundamentais a modernizar a estrutura e o aparato do estado para alterar o curso da histórica econômico-social e política do Brasil!
Além das reformas, cuja aprovação é considerada prioritária e fundamental para o País, o governo central já busca rever suas previsões para o déficit orçamentário que, segundo os “policy makers”, deverá ser ampliado para 159 bilhões de reais, representando um aumento de 20 bilhões de reais acima do déficit inicial previsto. Tal fato decorreu em face de receitas previstas não se realizarem e de gastos totalmente rígidos e impossíveis de serem reduzidos. A ideia de não incorrer no mesmo que incorreu com o Governo Dilma que as revisões da previsão de déficit acabaram se caracterizando nas chamadas pedaladas fiscais e representaram uma atitude inaceitável de esconder do público, erros ou equívocos.
Poucos pessoas afeitas às lides do poder e da negociação com o Parlamento não dimensionam as dificuldades de convencimento dos senhores parlamentares, daquilo que é bom para o País. Ali a regra ē primeiro o resguardar interesses pessoais e particulares e, cobrar caro pelo apoio as medidas e propostas de governo. O Presidente há que sempre buscar entender que será obrigado a promover um verdadeiro balcão de negócios onde cada parlamentar tem um preço traduzido em liberação de emendas, cargos de segundo escalão e solução de pendências junto a órgãos de controle e de gestão de negócios do governo.
Se assim não proceder, reformas não serão aprovadas e medidas de aperfeiçoamento do setor público serão adiadas com enorme comprometimento dos objetivos de retomada do crescimento, da geração de emprego e da superação dos atrasos provocados pela estagnação e pela recessão de mais de dois anos que experimentou o Paìs.
Agora mesmo o chamado Centrão — grupo de partidos pequenos e mais o PP –exige cargos e posições a serem subtraídos dos chamados votantes “infiéis” isto como contrapartida para atender às demandas do governo com vistas a formação da base para a aprovação das reformas. Por outro lado, o governo precisando do apoio de 308 deputados para aprovar a principal das reformas, no caso, a da Previdência, sabe Temer que tais votos só poderão ser conquistados se os infiéis dos partidos de apoio ao governo decidirem votar com fidelidade. E, neste caso, incluem-se aí os deputados do PSDB!
A arte de governar envolve ingredientes os mais variados em termos de negociação, de transigências e de concessões cujo preço é discutível dentro do que se caracterizaria como uma atitude ética. Ademais, a imprensa, marcada por uma posição bastante crítica e, às vezes injusta e impiedosa, requer ser administrada e remunerada para que não estimule e, pelo patrulhamento que sabe impor, leve a mudança de votos nas reformas, por parte de deputados mais inseguros.
Assim, se Temer mostrar habilidade, paciência e compreensão, a possibilidade de o País ver concretizado tais reformas não é remota mas, relativamente, plausível. E se tal ocorrer, como a economia depende de expectativas e de credibilidade, o ambiente econômico alcançará melhoras sensíveis muito mais significativas do as que já se observa de tal forma como já se pronunciam as agências de “rating” internacionais, quando anuncia que o País já volta a alcançar os índices de credibilidade registrados em 2013. Também o emprego já mostra uma reversão tendência e já são criados os bons empregos — empregos com carteira assinada — atingindo cerca de 103 mil vagas, criadas a partir de janeiro de 2017!
A proporção em que o ambiente muda, as expectativas são mais favoráveis e a própria credibilidade das instituições aumenta, fazendo com que ocorra um conjunto de atitudes e consequências favoráveis. Entre essas, a entrada de novos investimentos internacionais, a adesão à licitações de concessões de serviços públicos e o estímulo a empreendedores nacionais a adotarem posição proativa em relação à exploração das novas frentes de investimentos como as obras de infraestrutura urbana, de implantação de projetos na área de energias alternativas e das riquíssimas oportunidades nas áreas de plataforma de serviços e de turismo.
Finalmente, mesmo com as pontuais crises políticas e a convicção de adeptos e adversários considerando que, se Temer cometeu crimes, só poderá ser julgado depois de afastado do poder, então o País alcança a trégua necessária para que as ações da equipe econômica sejam implementadas a tempo e a hora requeridos para que a sua eficácia não seja comprometida.
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PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!