AS MALAS MARCAM O PAÍS!
O Brasil se tornou o País das malas. Foi a mala do ex-deputado Rocha Loures que, diante de outras malas com robustez enormemente superior a de Loures, a do ex-deputado está sendo considerado uma espécie de “necessaire”. E a mala de Loures é objeto de insinuação de que essa mala seria uma mala inicial de uma série que se repetiria em favor e, provavelmente, não seria específica do recebedor! E a mala atribuída ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, pelas suas dimensões e pelo seu conteúdo, é algo único na história do País. Ninguém conhece caso dessa ordem pois os valores são muito elevados e levantam até dúvidas sobre o por que os recursos não estavam sendo aplicados ou não foram “lavados” através da compra de brilhantes, de jóias, em geral ou na compra de obras de arte ou ainda nas compras ou vendas de bens superfaturados ou subfaturados!
Para ampliar o universo das malas, surgem agora aquelas apreendidas no aeroporto do Rio de Janeiro, que continham um total de 280 quilos de cocaįna! Aliás, é a maior apreensão nessas circunstâncias pois nos aeroportos a tendência é que os “mulas” conduzam sempre quantidades muito pequenas! Mas essa ousadia representa algo inédito pois nunca a Policia Federal se defrontou com tamanha arrogância e petulância. No universo dessas espertezas e traquinagens, a corrupção no Brasil tem ousadias que foram mostradas das formas as mais inusitadas como dinheiro na cueca, dinheiro na meia e dinheiro em partes íntimas que se transformaram em alojamentos indiscretos e excêntricos dos dinheiros sujos da corrupção.
O fim de semana de celebração do dia da Pátria ainda näo terminou de por adrenalina no comportamento de lideranças políticas. Depois da declaração bombástica de Janot; das quatro horas de conversa altamente explosiva dos presumidos e confessos bêbados Joesley e Saud; a descoberta de escândalos já suspeitados na escolha do Rio de Janeiro para os jogos olímpicos mundiais além da apreensão de mais de 51 milhões de reais na Bahia, .além dessas ações que já abalavam a República, o depoimento de Palocci ao Juiz Sergio Moro foi pior que o furacão Irma para Lula, Dilma e o próprio PT.
Se isto já não é pouco, não se sabe ainda do conteúdo das revelações de Lucio Funaro e também o que ainda vazará dos depoimentos dos dirigentes da JBS na sexta-feira à Procuradoria Geral da República. Adicione-se a tal o que virá de revelações do depoimento do ex-procurador Marcelo Miller que pode promover pelo menos angústias existenciais em muita gente. Insista-se também em indagar qual será a reação de Geddel e o que ele fará ou dirá para não ser punido tão severamente pela justiça. Ou seja, a sua defesa poderá respingar e, com graves consequências, em determinadas figuras da República.
Claro que tudo foi um fim de semana cheio de emoções e, por certo,muito mais “thrilling” do que tantos outros embora, por serem episódios que tem se repetido tanto e com tanta frequência nos últimos tempos que, de certa forma, não surpreendem nem chocam mais que o mercado não mostrou qualquer reação. Ou seja, nenhum abalo se verificou e, por sinal, os indicadores e fatos econômicos não se mostraram tão ruins no saldo dessa tão atribulada semana.
Os dados de recuperação da economia continuam apresentando números interessantes; a inflação continua caindo; os juros básicos da economia continuam sendo reduzidos pela Banco Central. Além disso, uma pesquisa realizada com 43 mil famílias brasileiras revelou que, nos últimos meses, houve uma recuperação da renda das familias, aliada a algo surpreendente, qual seja, como as famílias usaram FGTS, os ganhos reais de renda e outros benefícios auferidos nos últimos meses. Entre pagar dívida, aumentar o consumo e poupar, a grande surpresa foi que as famílias mostraram uma excepcional racionalidade na alocação de tais recursos, distribuindo-os pelas três opções.E isto tem permitido uma retomada do crescimento do comércio e dos serviços, o que garante uma recuperação da economia como um todo.
Todas as avaliações que ora são feitas indicam que, apesar de todas as dificuldades e todas as limitações impostas pelas restrições, interesses e demandas da classe política, a equipe econômica tem se mostrado madura, equilibrada e com uma demonstração de espirito público que merece o respeito e admiração dos brasileiros. E, talvez por isso os resultados vão sendo alcançados, as medidas estão sendo propostas e implementadas, dentro da perspectiva do possível ao invés do ideal, numa visão abrangente que envolve a reorganização das contas públicas, o reequilíbrio das finances dos estados, a reconquista da confiança do mercado e dos organismos internacionais além das medidas macro e microeconomica destinadas a ir retomando, com equilíbrio e visão de médio e longo prazo, do que se deseja em termos de recuperação da economia.
Ē claro que se, recuperada a base de sustentação parlamentar de Temer e com a garantia, aos parlamentares, do “aguardado e esperado lubrificante cívico” , é bem possível que alguma coisa das chamadas reformas institucionais sejam aprovadas; que as concessões comecem a serem licitadas; além dos investimentos externos, principalmente os chineses, venham a se fazer aí então as previsões de crescimento do PIB podem superar os 1% esperados para 2017 e talvez, os 3% propostos para 2018!
Mas, é bom pontuar que se o Brasil pretender um crescimento mais dinâmico e continuado, capaz de permitir as bases de agregação das políticas de distribuição de renda e de saltos nos seus indicadores sociais, então isto exigirá, com certeza, uma revisão crítica do estado brasileiro como a que foi feita nos anos 30 e depois também nos anos sessenta e que criaram as pré-condições para um crescimento significativo da renda nacional. Ou seja, depois do esgotamento do modelo de expansão da economia nacional, é necessário readequar, reaparelhar e ajustar o aparelho de estado para que ele responda aos desafios que as condições internas e as imposições externas estarão a exigir.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!