LULA DIZ QUE É PRECISO QUEBRAR O MONOPÓLIO DAS COMUNICAÇÕES. SERÁ MAIS UM RECADO PARA A GLOBO?

O cenário foi em evento da  Rede TV. Mas Lula já havia tomado partido da Record quando do “affair” que envolveu a Globo e a Record. A insistência de Lula tem a ver com aquilo que faz parte da estratégia de Franklin Martins, qual seja, o governo não quer ter condestáveis que reduzam os graus de liberdade na sua forma de conduzir o País. Ou seja, uma “limpeza” de quadros, que poderiam ser capazes de complicar o  itinerário de Lula, foi realizada não só dentro do Palácio do Planalto e, também, de certa forma, dentro do PT, bem como, estendeu-se até mesmo, junto aos seus aliados.

Lula pôs a andar, sem brigar, apenas deixando que se “queimassem” na frigideira de suas ambições e vaidades, José Dirceu, Antonio Palocci, Frei Beto, Luis Gushiken, entre outros e, no seu próprio partido, José Genuíno, João Paulo Cunha, Virgílio Guimarães, Delúbio Soares, entre outros, além de ter propiciado um quase solene enterro para Renan e Sarney, que hoje vivem à sua sombra e sob a sua custódia.

Por outro, a estratégia de ocupação de todos os espaços políticos, valendo-se dos sindicatos, dos movimentos sociais, da existência hoje, de cerca de dez milhões de funcionários públicos no País e de um competente aparelhamento do Estado, tem conduzido a que, o comissariado que assessora Lula, busque, pasmem, até mesmo  eleger o Presidente da FEBRABAN! É o mesmo povo que foi exitoso em  tornar o Banco do Brasil o maior banco da América Latina; em fazer da Petrobrás não só a quinta maior empresa do mundo mas um feudo dos companheiros; de ser capaz de criar mecanismos para controlar os fundos de pensão e as agências reguladoras;  de intentar estatizar a Vale, a Embraer e a exploração mineral do País; de assumir, via verbas de publicidade, o controle dos meios de comunicação de massas do País, representa a cartada de Lula de ser um Chávez sem o bolivarianismo, confuso, do caudilho da Venezuela.

E, se o Brasil não tivesse instituições razoavelmente sólidas, o terceiro mandato teria vindo de maneira muito fácil, para a alegria de Lula e de Dona Marisa.

A onda anti-imprensa,  que já faz parte das queixas dos veículos e jornalistas não alinhados ao poder, está, provavelmente, inspirando-se nos exemplos da Venezuela, do Equador e, agora, da própria Argentina. E isto é reforçado por declarações do próprio Presidente Lula quando diz que “o papel da imprensa não é fiscalizar, mas apenas de informar”. Aliás, tal atitude, somada a tentativa de criação da ACINAVE, da COFECOM, do CFJ, siglas que escondem, no seu bojo e nos seus intentos, o desejo de controlar a mídia, inclusive até com censura à propaganda de medicamentos e outros produtos, representa cerceamento da liberdade de expressão. Aliás, todos sabem que uma imprensa livre, por mais leviana e mal comportada que ela seja, é um obstáculo aos planos de poder, permanentes, da casta de autocratas, oriunda do sindicalismo, dos ditos partidos de esquerda e das suas respectivas adjacências fisiológicas.

Foi por essas e outras razões que o artigo de FHC, sugerindo que se engendrava uma espécie de subperonismo no País, mereceu um tiroteio dos petistas, uma reação irritadíssima de Lula e, um questionamento um tanto caricato, da “aprendiz de feiticeira”, no caso a candidata Dilma Roussef. Não obstante tais reações, essa tentativa de tomar de assalto o poder,  merece uma reflexão crítica de quem, acima de parcialismos, partidarismos, ideologismos e preconceitos e prevenções de toda ordem, pensa na manutenção de instituições democráticas, sólidas e confiáveis, e num futuro de progresso, bem estar e paz entre os brasileiros.