SERÁ POSSÍVEL REPAGINAR DILMA?
Em um determinado encontro partidário, supostamente destinado a, antecipadamente, definir o apoio e a aliança com o PT com vistas à sucessão presidencial, a Ministra Dilma Roussef, estimulada pelo marqueteiro de plantão, fez uma verdadeira catilinária em cima da oposição. Assim se expressou Dona Dilma: “Forças do passado que mais uma vez tentam se reorganizar e que usam velhas táticas…, pensam ser astutos, mas são patéticos ao tentar confundir as pessoas”. E mais adiante acrescentou: “Esqueceram-se do povo, dilapidaram o patrimônio público. Não têm moral para falar de nós”. “Olhe minha filha!”, foi a expressão que incomodou e chateou uma jornalista que indagava algo que não agradou a ministra.
Tal atitude, segundo alguns analistas, denota ou um temperamento extremamente difícil ou a falta de história política para entender que governar é conciliar ou ainda que não lhe avisaram que a campanha ainda não começou e o caminho até o pleito é deveras longo e o momento não é oportuno para mostrar tanta agressividade.
Aliás, a lição que Lula tem ensinado a muitos, aprendida nos longos e frutíferos períodos de liderança sindical, onde se mostrou um exímio negociador, foi sempre da temperança, da conciliação, do entendimento e da capacidade de conviver com os contrários. Dilma, mostrando-se mais gaúcha do que mineira, deveria lembrar a famosa frase de Juscelino quando dizia: “Deus me poupou do sentimento do ódio”.
Na política não se fazem inimigos e nem adversários irreconciliáveis. Sempre as circunstâncias podem conduzir a que o político aceite dois pensamentos que os radicais não admitem. O primeiro é aquele que diz que “se você não pode com o diabo, faça o diabo por compadre”. E o outro é aquele que ensina que não se rejeita apoios quando da disputa de um pleito, qual seja, “o que enche rio é água suja”.
Portanto, para se tornar Dilminha paz e amor; para não se tornar caricatural; para vencer a desconfiança quando começar a vestir a nova indumentária de uma Dilma revista, repaginada e ajustada aos novos tempos, Dilma terá que vencer muitos problemas, notadamente os que fazem parte de seu perfil, de sua atitude e de seu comportamento.
Se analizarmos profundamente o comportamento da Ministra Dilma, verificaremos que ela segue fielmente o estilo Paz e Amor do Lula, pois nosso “querido” Presidente, apesar de ser um grande conciliador quando é de seu interesse consegue ser duro e direto.
A Ministra é grossa? sim
A Ministra é mandona? sim
A Ministra é dissimulada? sim, sim, sim.
Mas qual politico não o é, quando diz respeito aos seus interesses politicos?
Para refletir.
Talvez o maior problema da Ministra Roussef seja o de definir seu real posicionamento na campanha. Até aqui a candidata exercita a dubiedade ao alternar entre o radicalismo virulento, característico de sua personalidade e o tipo “paz e amor”, tão querido do Presidente Lula. Chegará a hora em que uma definição deverá acontecer, considerando que a atual indefinição não a levará nem ao segundo turno, pois o eleitorado já revelou diversas vezes o que pensa sobre candidatos a cargos no executivo que não tem cara. Qual, então, será a cara da Ministra?