A CIDADE PARTIDA.

Em 1948, o grande diplomata, político, empresário e poeta Augusto Frederico Schmidt, escreveu notável artigo sobre o drama da cidade do Rio, dividida, de um lado, pelas favelas marcadas pela pobreza e pela exclusão social e, de outro, pelos elegantes bairros da classe média alta e alta, da cidade maravilhosa.

E, a cada dia que passa, o fosso aumenta. Se os dados não mentem, as favelas já somam mais de 600 áreas com uma população crescente, apinhada e pendurada nos morros cariocas. E, a cada dia que passa, novas edificações vão sendo construídas, de maneira irregular, com todos os riscos possíveis, sendo, hoje, tais morros, objeto de uma dramática especulação imobiliária.

E o que fazem os políticos, os governantes e a chamada elite brasileira? Lamentavelmente, ou culpam “razões estruturais” ou a impiedosa natureza ou os governos passados que nada previram e nada planejaram para impedir que tais desastres viessem ocorrer.

E, em nada se fazendo, o fosso entre as duas cidades irá crescendo e superando os limites do controlável e do saneável. “That’s a pity”!