A COPA (DEVAGAR NÃO SE VAI LONGE!)!

Ao ler notícia veiculada em periódicos de hoje de que, para concluir detalhes das obra do Maracanã, seriam necessários 200 milhões de reais  adicionais — sem se reportar quais são os detalhes e sem dizer se aí se incluem os valores relativos as obras de acesso ao estádio! — este scenarista resolveu fazer algumas ponderações que angustiam e cercam os pensamentos da maioria dos brasileiros em relação a esse evento que mexe com a alma nacional.   É impressionante como os países, ditos emergentes, à excepção do Brasil, levam a sério os seus objetivos e as tarefas destinadas a superar as suas limitações e restrições ao seu crescimento ou aos seus objetivos buscados, como sociedades, no seu todo. Até mesmo um país como os Estados Unidos que, não faz muito tempo, estava mergulhado numa Segunda Grande Depressão e, diga-se de passagem, ainda não saiu e busca, a todo custo, superar tal tenebroso evento, só agora começa a dar sinais vitais de retomada da economia e, mostra, nas obras em andamento, um dinamismo e uma preocupação com a concretização de resultados. Foi o que este scenarium constatou, recentemente, em Miami. Pelo que alí  se sente e vislumbra, a crise parece começar a dar uma trégua ao País apesár da retomada, segundo alguns economistas, está se processando  mais lentamente do que se imaginava diante das intervenções do Federal Reserve Bank. A construção civil retoma, ao que parece,em ritmo relativamente forte e, ao que parece, apresenta sinais de que a economia ganha um certo dinamismo, pelo menos, por estas plagas meio latinas, dos EUA, que é a Flórida ou mais precisamente, Miami.   Também fazendo escala áerea em Bogotá, já  prevista no vôo, este scenarium viu um aeroporto de proporções maiores que as do próprio Galeão só que, funcional, orgânico, operativo e, pasmem, sem que eles tenham, no seu calendário, um encontro  da juventude mundial católica; a realização dos  jogos mundiais das forças armadas; a  copa das confederações; a copa do mundo de futebol e os  jogos olímpicos universais!  O que ali se assiste nada tem a ver com a lerdeza, a pasmaceira e a total ausência de compromisso observado pelos brasileiros, em todas as capitais, onde tais eventos ocorrerão. Na verdade, o total descompromissamento das elites, dos governantes e da própria mídia com a leniência, o descaso e a irresponsabilidade dos organizadores dos eventos, chama a atenção de todos.   E o fato mais grave é que não há nada que garanta ou que apresente uma perspectiva objetiva de que, tais construções e ações estarão prontas, em tempo hábil.   Isso inclui, particularmente, a própria seleção brasileira de futebol que,  diante do péssímo desempenho dos últimos anos, deixa poucas perspectivas de um resultado favorável. Aliás, sendo a 18a. ranqueada no mundo, as suas perspectivas, a partir da expectativa do mundo lá fora, são as  piores  possíveis. Mas, como  milagres são passíveis de ocorrer,  como se verificou em 1994, esperam os brasileiros, pelo melhor ou pelo impossível de ocorrer ou que o Sobrenatural de Almeida, de Nelson Rodrigues, venha a nos socorrer.   Por outro lado, as informações sobre  as obras de mobilidade urbana destinadas a atender os compromissos com tais eventos,  são as mais frustrantes e inquietantes possíveis. Se se fala sôbre a cobertura de banda larga e o acesso a internet, de forma universalizada, pelo menos nos estádios, os dados são os mais aterradores. Aliás, os próprios testes com 4g no Rio foram um desastre.  Se se quer um diagnóstico sobre o quadro de saúde pública no País ou sobre a segurança púbica, então as circunstâncias são deveras pessimistas. Ou seja, como um país emergente, estamos despreparados para atender quaisquer das exigências e circunstâncias que tais eventos requerem e cobram da nação! Ou seja, como o Brasil se habilitou, como País, a tais eventos? Quem aceitou as propostas e compromissos do Brasil, diante de tantos desafios? Na verdade deveria ser cobrado ao País-sede de eventos como a Copa do Mundo de Futebol ou os jogos olímpicos universais, que  se estabelecesse, prèviamente, um adequado e consistente planejamento estratégico, compreendendo  todas as etapas dos eventos, incorporando ao final, até mesmo a definição  do uso ou dos usos alternativos,  pós eventos, que se  daria a toda a infra-estrutura montada, de tal forma que se garantisse a utilização  alternativa e socialmente aceitável para tais edificações. Se tal planejamento foi apresentado e, se não foram falsas as informações faltou, aqueles que decidiram pela realização do evento no Brasil, aquilatar a competência gerencial do País para tal desideratum!   Já se sabe que as chamadas arenas multiuso não tem sequer um estudo de viabilidade que lhes viabilize e  garanta a sua mera manutenção e conservação, através de vários tipos de destinações e propósitos. Lamentávelmente, não se sabe, não se ouve e não se tem qualquer orientação ou definição do que o governo pretende definir como estratégia para tanto.   Ou seja, não se sabe para onde vai, por que se vai e, só se sabe, para os mais lúcidos, como diria o poeta português, que não será por aí. O que se admite é que, tais estádios,parques aquáticos, vilas olímpicas, centros olímpicos, arenas multiuso, etc, se não tiverem definição  objetiva bem como o plano de negócios para a sua exploração, talvez venham a ter o destino que tiveram as edificações na África do Sul, após a Copa do Mundo: a implosão! É uma tragédia tanto desperdício para um País de tantas e urgentes carências!