A CRISE DEU UMA TRÉGUA, MAS…

 

O longo feriado do fim de semana deu a chance de o País esquecer, momentaneamente, a grave crise em que está mergulhado e respirar um pouco um ar menos carregado com tantas notícias nada agradáveis. Mas, de volta para a realidade objetiva, a hora é de encarar o que esperam os brasileiros em face dos necessários e requeridos ajustes.

Mas o que mais inquieta e mais se pergunta é se, depois da crise, qual poderá vir a ser o saldo? Será ele positivo, pelo menos no médio e longo prazo?  Ou seja, será possível imaginar que se abram perspectivas para que os graves problemas e desafios encontrem um equacionamento capaz de criar possibilidades de um novo tempo para o País?

Ou será que, a plenária do PT Nacional, que pretende identificar novos caminhos e alternativas para a agremiação, gerará novos contratempos e dificuldades para o governo Dilma, diante da perspectiva de o ajuste fiscal venha a comprometer  os resultados desejados pelos petistas para as eleições municipais do próximo ano?

Já que se aguarda, mantido o ajuste nos termos estabelecidos por Levy, um desempenho nada satisfatório, notadamente em favor do partido, diante de uma inflação alta, de um crescimento negativo do PIB, de um aumento do desemprego, do amargo regresso para patamares mais baixos daqueles que “viraram”  classe média, da queda do salário real, além de outros efeitos colaterais do processo de rearrumação das contas públicas, tudo isto, acredita-se, conduzirá a cobranças difíceis de serem quitadas, segundo se imagina ou imaginam petistas graduados!

Apesár desse cenário nada otimista, as lições que se tem aprendido com a crise, como o por a nu as nefastas conseqüências derivadas do desrespeito a valores e a principios éticos observados pelos escândalos sucessivos e uma corrupção quase endêmica, são de uma importância fundamental para abrir novos horizontes para a sociedade brasileira. Sabe-se que o ideologismo, o partidarismo e a visão míope daqueles que acham possível “ter lanche de graça”, sem qualquer sacrifício, não prosperam mais e, felizmente ou infelizmente, a realidade é dura e os sacrificios para reorganizar o que se desarrumou são muito maiores do que se imaginava.

O Governo tenta montar uma agenda positiva e busca reestabelecer a confiança e o otimismo dos agentes econômicos, através de um programa de estímulos a investimentos no segmento que mais ineficiência transfere e gera para a atividade produtiva, que é a profunda precariedade da infra-estrutura física do País — estradas, ferrovias, portos, aeroportos, comunicações como um todo — além de possíveis aberturas para engajar investimentos externos no que concerne as obras de mobilidade urbana. Talvez o maior entrave ou a maior dificuldade para tornar exitosa tal empreitada seja a desconfiança nos marcos regulatórios e na seriedade e responsabilidade no cumprimento de compromisssos a serem assumidos pelo governo.

Mas, espera-se que os termos das concessões sejam atraentes para o investidor privado e o engajem nessa busca de retomada do cescimento do País. Além dessa ação destinada a abrir novas perspectivas para a atividade econômica nacional, é possível que Dilma consiga, com o apoio de Temer, alterar a postura da maioria do PT, contrário ao ajuste e a Levy, bem como obtenha um compromisso de Eduardo Cunha e de Renan de colaborar com as medidas destinadas a retirar o País da crise, no mais breve espaço de tempo possível.

Também é necessário que Dilma não apenas mantenha o Fator Previdenciário, até enquanto não se consiga alternativa mais adequada para substituí-lo, como fortaleça a posição de Joaquim Levy, desmontando todo o aparato criado por Lula e pelo PT objetivando desestabilizá-lo e fazê-lo abandonar a liderança do processo de reencontro do Brasil com os seus fundamentos econômicos e com a retomada da poupança e do investimento.

Como acreditam os brasileiros de que Deus é brasileiro, é momento de orar para que ele não esqueça de prover de lucidez, de equilíbrio e de bom senso aqueles que hoje tem a responsabilidade de conduzir o país para o destino que os brasileiros tem direito. Será com sacrifício, paciência e boa vontade e otimismo que a economia poderá encontrar os seus caminhos para o crescimento equilibrado, sustentável e socialmente justo.

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