A FARRA ACABOU!
Desanima e desestimula a qualquer cidadão que se acredite com um mínimo de vocação para a especulação, as tentativas de desenhar cenários ou montar possiveis situações que possam vir a ocorrer, a partir dos desdobramentos dos fatos políticos que ora se apresentam diante dos brasileiros. Se de um lado, esses fatos se fazem numa velocidade inesperada, não se tem idéia precisa como se comportarão as decisões ou os rumos que tomarão as instituições a quem cabe reagir diante das circunstâncias. Nesse tsunami de acontecimentos que agridem a ética e comprometem os valores materiais e morais do País, como os tribunas superiores e o próprio Parlamento reagirão para que o impasse institucional que se vive, seja superado? Quais serão seus tempos e movimentos com vistas a se sincronizarem com o que ocorre e com as demandas e aspirações nacionais?
Ou seja, o chamado tempo social, se assim se poderia chamar aquele relativa às angústias, as ânsias e os desejos da sociedade civil, dentro da sua visão de que não se pode mais ser leniente e tolerante com a dificílima situação por que passa o País, esse tempo é diferente do tempo, por exemplo, da justiça ou dos tribunais ou das instâncias judiciárias com seus prazos, chicanas, recursos e outras manobras. Na verdade o tempo da justiça tem se mostrado sempre descasado do “timing” da vontade popular, ou pela sua lentidão, ou pelo excesso de trâmites ou pelas inúmeras instâncias recursos. Ou seja, o tempo da justiça marca-se por aqueles momentos demandados pela sobriedade, pelo equilíbrio e pelo respeito à letra da lei, além dos vícios e burocratização do processo que, se poderia afirmar, são próprios da cultura e da atitude dos magistrados.
Por outro lado, se o tempo da justiça mostra-se extremamente distinto do tempo do povo, já o adequar o “timing” das ruas, com suas inquietações e angústias, com o “timing” da classe política, é bem mais fácil pois os políticos têm o chamado “feeling” da sobrevivência, ou seja, sabem ou buscam conhecer os limites da paciência de seus eleitores e, de um modo geral, com muita agilidade e proficiência, começam a falar ou fazer repercutir ou reverberar, no Parlamento, a voz das ruas. Assim foi, por exemplo, a atitude do povo que, indignado, transformou o chamamento de Collor, de vestir-se de verde e amarelo, em seu apoio e, o que ocorreu foram às ruas, diante da indignação com os seus desvios de conduta, vestidas de luto.
Então a pergunta que fica no ar é se a precipitação dos acontecimentos que ora se processa, não abreviaria os prazos e superaria as limitações de regras, de exigências e de ritos e, num grande lance republicano de pacificação nacional? Será que não se encontrará uma saída capaz de permitir que o País viva um novo tempo?
Três eventos podem sugerir que esse momento estaria chegando. O primeiro fato político relevante foi o jantar dos senadores peemedebistas e do PSDB, ocorrido na noite desta quarta-feira última, onde os participantes definiram que os dois partidos marcharão juntos na busca de uma saída conciliatória para o impasse institucional. Essa foi uma enorme guinada no jogo político.
O segundo episódio de alcance e relevância política será a convenção nacional do PMDB que deverá ocorrer no próximo sábado, em Brasília. A tendência da maioria dos convencionais é propor o afastamento do partido do governo como já explicitou o próprio vice-presidente Michel Temer, candidato à reeleição à reeleição à Presidência da agremiação! Aliás Michel declarou, esta semana, que o PMDB “se distanciará do governo”, forma elegante de dizer que “estamos deixando a base do partido”!
Essa decisão do PMDB, que deverá ocorrer neste sábado, funcionará como uma espécie de operação dominó pois, a partir da sua decisão, os demais partidos que integram a base do governo, certamente deverão anunciar que estarão saindo da base de sustentação parlamentar de Dilma. E, aí, a Ingovernabilidade, hoje já patente, consumar-se-à e, consequentemente, exigirá ou a cassação de seu mandato ou se proporá uma renúncia negociada.
Assim, depois do dia 13 de março o Brasil provavelmente será outro pois as forças republicanas, sem ódios, sem ressentimentos e sem buscar o confronto e rejeitando todas as tentativas de estimular a divisão, a cizânia , marcharão, uníssonas, na construção daquilo que talvez venha a ser chamado de Pacto de Março, pacto esse que definirá os contornos da transição de um poder que esgotou as suas possibilidades, perdeu toda a sua credibilidade e não tem qualquer legitimidade e nem criatividade para propor saídas para a dura crise que ora se vive. E a transição, não interessa para quem, abrirá uma nova perspectiva para o País.
Ademais, outros fatos estão prestes a ocorrer como, por exemplo, a homologação da delação do Senador Delcidio Amaral, a possível delação de Marcelo Odebretch, além dos desdobramentos das infelizes e impensadas observações de Lula, abrindo frentes de confronto e de conflitos com a Justiça, com o Ministério Público e com os principais veículos da mídia. Adicionalmente o possível tiro no pé que seria a possível indicação de Lula para um Ministério, completaria o ambiente para a ruptura institucional necessário a busca de um novo caminho.
O desenho que ora se vislumbra leva a crer que as negociações para esse Pacto de Março, não iria esperar muito por um desenlace, negociado ou não, ou algo definido por algum dos tribunais superiores ou, numa medida autoritária do Congresso, que forçaria a saída de Dilma. Pelo que se sente, ninguém mais raciocina com a hipótese de uma solução negociará tendo Dilma à frente como condutora do processo, mas sim, uma ruptura com a saída da atual ocupante do Pakavio do Planalto.
Assim, a alternativa para a superação do imbroglio, a esperada e a mais plausível será a saída de Dilma e a construção de um governo de conciliação nacional sob o comando de Michel Temer, com o compromisso de que o mesmo não venha a concorrer a um outro termo, em 2018! Também, embutido no projeto, haveria o compromisso de realização de quarto medidas fundamentais a fazer o país respira um pouco mais aliviado: uma reforma da previdência, a reforma trabalhista, o severo corte de gastos públicos e a substancial melhoria do ambiente econômico para que se retomem os investimentos, quer internos, quer externos, fundamentais a retomada do crescimento do País.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!