A HORA É DE PROPOSTAS OU DE DESCONSTRUÇÃO?
Todos estão cobrando propostas dos candidatos a Presidente. Nenhum deles, até agora, sugeriu um projeto nacional coerente, consistente e convincente. Para onde vai o Brasil? Quais são os seus maiores desafios? Quais são as suas maiores dificuldades e que reformas serão necessárias para atingir tais objetivos? Essas são as indagações dos segmentos mais elitistas do país.
Os pequenos assalariados aguardam alguma coisa que reduzam os seus medos — a violência e a truculência da própria polícia; a pobreza e a precariedade da saúde pública que afligem os clientes do SUS; a expectativa de garantia de emprego e a melhoria da qualidade do ensino capaz de permitir a melhora dos seus rendimentos no seu emprego -. Os filhos do bolsa-família esperam a continuidade e a melhoria do valor do bolsa-família, além dos outros programas de compensação social.
Por outro lado, para atender a orientação dos seus marqueteiros, os candidatos têm sido pródigos em promessas que, para muitos, são improváveis de serem cumpridas. Marina promete desmatamento zero em todos os biomas; mobilização de 350 mil agentes sociais e de saúde para capacitar os beneficiários do bolsa-família; aumento de 80% do investimento em cada estudante brasileiro.
Já Serra promete bolsa-extra para alunos de escolas técnicas; dobrar o bolsa-família e aumentar o seu volume de recursos; entrega de remédios para pobres e aidéticos, em casa, pelo correio.
Dilma propõe o aumento dos salários dos professores; dobrar o bolsa família; incluir a reforma da casa no programa Minha Casa, Minha Vida; PAC 2 no valor de 958,9 bilhões em obras.
A crítica que os comentaristas fazem é que as propostas são demagógicas e difíceis de serem viabilizadas. Mas, o que agora entra na pauta dos debates entre os candidatos, tem sido a chamada “desconstrução” dos pretendentes ao cargo de mandatário maior do País. O povo desaprova tais caminhos, dizem alguns marqueteiros.
Na verdade, se o PT diz que o bolsa-família é seu, esqueceu que quem o criou, inicialmente, foi o Prefeito de Campinas, Magalhães Teixeira, já falecido, que era do PSDB. Quem deu dimensão maior e o tornou conhecido dos brasileiros, foi o ex-governador do Distrito Federal, Cristóvão Buarque, que hoje cobra a parternidade do programa.
Quando Serra diz que criou os genéricos, o PT rejeita a paternidade dizendo que o projeto foi criado pelo Ministro Jamil Haddad e teve a iniciativa legislativa do deputado Eduardo Jorge, do PT de São Paulo. Até o programa de apoio aos aidéticos, os petistas dizem que Serra não o criou, mas sim o governador Franco Montoro, de São Paulo. Também alegam os adeptos de Dilma que Serra mente quando diz que o programa saúde da família foi criado por ele, quando, segundo alegam foi, na verdade, criado por Collor.
Mas, cada vez mais, os candidatos acabam tendo que esquecer o mantra de Lula “nunca na história desse país…” ou, praticamente, nada aconteceu antes de Lula e, aos poucos, começar a entender que tudo é processo. Aí Dilma deu o “start” nessa nova fase quando, no encontro patrocinado pela BM&F/BOVESPA, em Nova York, reconheceu que “as grandes conquistas da economia ocorreram nos últimos dezesseis anos”!
Da mesma forma, quando se fala nos elementos fundamentais para garantir a estabilidade da economia, todos eles foram criados no governo Fernando Henrique – Lei de Responsabilidade Fiscal, superávit fiscal, câmbio flutuante, metas de inflação -, mas que foram “maturados” ao longo das várias crises que a economia brasileira enfrentou e os experimentos que foram processados pelos economistas, na tentativa de controlar o processo inflacionário nacional.
Até mesmo Marina Silva sofre do processo de desconstrução feito pelas esquerdas mais radicais — PSOL, PSTU e PCB — que dizem, entre outras coisas, que Marina é governista, tem um discurso contraditório — não há como conciliar crescimento econômico com preservação do meio ambiente — apoia o governo Lula e tem medo de enfrentar temas polêmicas.
Então, os brasileiros acham que está na hora de “baixar a bola”, parar com a desconstrução, limitar as propostas irrealizáveis e discutir que país os brasileiros querem e têm direito, examinando as restrições, os desafios, os problemas a enfrentar e estabelecer uma hierarquização de prioridades para atingir os objetivos desejados.
Pacelli,
Eu deveria, de há muito, ter respondido ao seu amável e-mail. Os comentários que faço a seu respeito é por admiração pelo seu caráter e atitude e a sua capacidade de não ser tão excessivamente lustosiano. Pedí ao pessoal do escritório do Paulo Henrique para mandar material para você. Caso não tenha chegado, a partir de segunda à tarde, estarei em Fortaleza para ajudar na campanha do PHL. Ver-nos-emos.
Estive lendo seus artigos. A Rosa falou da suas boas referência a meu nome, obrigado! Paulo nosso endereço é
Rua Osvaldo Cruz, 3020, 101, (Esquina com Pontes Viera), estamos esperando os cartazes do Paulo Henrique. Como dizem os italianos Bono Auguri ao Paulo Henrique.