A INCERTEZA E A INSEGURANÇA DOMINARÃO O PAÍS?
Há três tendências que ora se forjam na sociedade brasileira e que assustam quando se pensa no amanhã do Brasil. A primeira, e a que está mais visível, diz respeito a um processo crescente de acirramento dos ânimos, dividindo a nação, estimulando ressentimentos e, até mesmo o ódio entre irmãos, circunstâncias essas jamais vistas em toda a história contemporânea do Brasil. E, a demonstrar a procedência de tal preocupação, ai estão as escaramuças de rua entre grupos pró e contra o impeachment, chegando, até mesmo, ao desforço fisico; o agressivo e desrespeitoso assédio a figuras públicas em aeroportos, restaurantes e espaços públicos, os mais diversos; os episódios deploráveis envolvendo o deputado Jean Willys e a sua cusparada no deputado Jair Bolsonaro e a do ator José de Abreu, também cuspindo num casal em um restaurante no Rio; o tresloucado gesto do presidente do PT do DF, conclamando os seus pretensos seguidores a irem armados na próxima manifestação na Esplanada dos Ministérios pois o confronto deverá ser inevitável e, “levem cordas pois vamos enforcar os deputados golpistas”, mostram a irresponsabilidade, a ousadia, a petulância intimidatória de alguém que se acha no direito de “por fogo no circo”.
E, mostram, à larga que, os grupos antagônicos crescem e, estimulados por gestos e declarações levianas, do tipo “vou convocar o Exército do Stedile”, feitas pelo Presidente Lula; ou a convocação feita pelo Presidente da Contag, conclamando os sem terra à luta armada, em pleno Palácio do Planalto e na frente a própria Presidente Dilma, que, lamentavelmente, não esboçou qualquer sinal de reprovação a esse crime de incitação pública.
Por outro lado, alguns desafios históricos hoje já representam focos de tensão especiais como os graves problemas de segurança pública, de desemprego crescente e de perda de poder de compra das famílias além de um empeioramento da qualidade e da proficiência dos serviços públicos essenciais. Tudo isto tem aumentado o nível de irritabilidade da população, e, tais fatos e circunstâncias tem levado a excessos de grupos nas manifestações contra as instituições, notadamente as que fazem o governo.
Além disso, um outro elemento que provoca esse processo de incerteza, de insegurança e de crise é a frustração e o desencanto com os ídolos e os líderes, com as promessas e com as idéias que estimulavam os sonhos e as esperanças. Talvez tais fatos sejam o codimento da irritabilidade e dos nervos à flor da pele que todos os brasileiros têm assistido e presenciado nas redes sociais, nas manifestações públicas e em todos os confrontos de idéias, em qualquer fórum!
E todo esse quadro cria um ambiente de desorientação e desânimo, além de indignação e de revolta daqueles que se sentem sem respaldo das instituições e, no caso dos cidadãos mais simples, que hoje se sentem órfãos da vida, da sociedade e dos governos.
E, o mais grave é que, sendo um país de características sebastianistas, quais sejam, uma sociedade que sempre está em busca de um salvador da pátria, a tendência que se observa neste momento é que, mesmo com todo o pessimismo que domina espíritos e mentes, por incrível que pareça, os brasileiros estão acreditando que o governo provisório de Michel Temer deverá se constituir numa espécie de governo de salvação nacional onde estarão sendo, como que, recuperadas as esperanças nacionais.
É por isso que paira o temor com características de advertências de que a cara do governo não consiga ser, como desejado, muito diferente do que se tem visto até agora e que a necessidade de composição politico-partidária tenderá a exigir, de Temer, fazer concessões e subordinar-se a ética da conveniência do Parlamento que, convenham todos, notadamente os que entendem do riscado, levaria a apenas trocar seis por meia dúzia.
E a opção que se coloca a Temer é fazer mais o que a sociedade espera e menos o que os políticos querem ou, agindo habilmente , adotar a postura que assumiu quando da indicação do Ministro da Agricultura. Atender a política mas levando-a a aceitar una opção de quem é do ramo, tem qualificações técnicas, credibilidade e tem respaldo do agronegócio, como é o caso do Senador Blairo Maggi.
Ou numa outra alternativa, resolver chamar Tasso Jereissati para Ministro do Desenvolvimento, mesmo que talvez isto ajude muito mais a uma acomodação adicional com o difícil futuro Ministro José Serra, do que, agregar um excelente politico e gestor além de ser um nome de peso do Psdb no seu governo. Talvez, de sobra, tal presença de Tasso no gabinete de Temer, ajude politicamente a novo Presidente e o ajude a confrontar os difíceis Ferreira Gomes, no Ceará e, ao mesmo tempo, estará se justificando com os nordestinos ao dar uma pasta de peso para o Nordeste.
Todas as ponderações ora expendidas mostram os temores do que virá com o governo provisório de Michel Temer que, embora conte com alguém muito mais hábil do que era Itamar Franco, enfrenta uma situação muito mais complexa diante da dimensão ampla e variada da crise e dos seus reduzidos graus de liberdade para agir. Mas, é bom lembrar que Itamar acabou, no seu mandato, implantando o mais importante projeto de estabilização da economia que o Brasil conheceu, em toda a sua história, que foi o Plano Real.
Então por que não acreditar que Michel possa fazer o governo de salvação nacional que o Brasil precisa? Vale a peba acreditar!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!