A SAÚDE EM CRISE OU A ETERNA CRISE DA SAÚDE?

Há dois temas que o país  não aguenta mais ouvir e nem discutir. Um, é a questão da educação e, o outro, é a saúde no Brasil. Os dois temas foram inseridos no texto constitucional como dever e obrigação do Estado e, pasmem, com recursos orçamentários cativos. E o que se verifica nestas duas áreas é que melhoramos muito pouco.  A educação  básica continua em situação deplorável. O ensino médio é um dos piores do mundo e o ensino superior, onde se gasta 70% das verbas públicas, não é lá uma Brastemp. E, com um detalhe, só atende aos ricos!

No caso da saúde, a questão é mais grave, pois os problemas ali são de hierarquização de prioridades, de redução de desperdícios e de melhoria da gestão. A grande crítica que se faz ao Ministério da Saúde e também a Bancada da Saúde na Câmara, é que eles são hospitalocêntricos e não têm nenhuma preocupação com a prevenção. Basta ver, por exemplo como são tratadas as questões de saneamento ambiental e de doenças tropicais – hoje voltando a toda a carga –. Nem sequer o programa de maior êxito do Ministério, que é o PSF, escapa.

 Por outro lado, não estaria na hora de consultar a sociedade se ela está de acordo em se gastar uma soma extraordinária de recursos públicos com medicamentos de alta complexidade e, ao mesmo tempo, assistir desvios de toda ordem, tanto na sua distribuição como na sua utilização? Não valeria à pena discutir a gestão dos hospitais onde os desperdícios são extraordinários? O sistema de saúde no Brasil é uma mentira e uma fraude. Merece uma grande discussão na hora em que são abertos os debates para a sucessão presidencial.