A VAIA É O APLAUSO DOS QUE NÃO GOSTARAM!
Analistas desocupados, pretensos avaliadores do amanhã e “enxeridos profetas das atividades politicas”, já se debruçam na tentativa de antecipar nomes e composições possíveis para a futura sucessão presidencial. Em primeiro lugar, as pessoas acham que, se Lula mantiver os seus direitos politicos até outubro de 2018, dificilmente encontrará adversário competitivo pela frente. E, caso ele não consiga “ultrapassar o seu Rubicâo”, ou seja, conseguir impedir que seus direitos políticos nao sejam cassados, dificilmente se vislumbra um nome, no PT ou junto aos aliados, capaz de expressar o que o partido deveria representar nesse processo.
Por outro lado, os atuais nomes do PSDB e do DEM — Alkimin, Aécio, Acm Netto, Ronaldo Caiado, Arthur Virgilio, entre outros — formam as opçōes possíveis dos partidos que se opõem ao PT. No entanto, até agora tais nomes nao conseguem empolgar a quem quer que seja. Afora isto, os chamados candidatos, cujo propósito maior seria o de marcar uma posição e muito menos com o objetivo de, efetivamente, disputar o poder, não parecem sensibilizar o eleitorado. Além dos candidatos ditos exóticos que se apropriam do clima de desespero, de desencanto e de descrença da população nas instituições, na classe política e no próprio país e no seu amanhã, surgem, no espectro de opções, aqueles que apenas se apropriam do momento de crise existencial da população, para venderem ilusões e sonhos impossíveis.
Assim, não surpreende assistir o crescimento assustador de líderes exóticos, exploradores de um populismo oportunista, surgindo com significativa expressão de apoio nas pesquisas de opinião popular relacionadas aos possíveis pretendentes ao cargo de Presidente da República! Os índices alcançados, por exemplo, por Jair Bolsonaro, atingindo a segunda posição e uma taxa entre 16 a 19% das preferências dos eleitores, refletem essa desesperada busca dos brasileiros por um salvador da pátria. Existem também, outros possíveis candidatos que prometem disputar o pleito como Marina Silva, Álvaro Dias, Cristóvão Buarque, Ciro Gomes junto aos já tradicionais representantes dos pequenos partidos, opções estas que, dificilmente, teriam possibilidades de surpreender como nomes que sensibilizariam o eleitorado embora sempre marcam posição com sua presença na disputa.
A pergunta que não quer calar é se Temer, entusiasmado com um possível êxito com a viabilização das reformas ora em discussão, não viria a mudar de opinião e, caso alcance sucesso na rearrumação das finanças publicas e da economia do País no próximo ano, se empolgaria e o levaria a rever a sua posição e, picado pela mosca azul, decidisse buscar um segundo mandato! Tal possibilidade parece muito remota porquanto há um conjunto de circunstâncias e de ingredientes que não favorecem tal tese. A primeira é que Temer aos 78 anos em 2018, não tenderia a acreditar que deveria buscar um outro mandato. Mas mesmo que os “amigos do poder” insistam com ele para tanto, com vistas a tal propósito, Temer tem consciência critica de que nunca foi um lider politico capaz de sensibilizar e entusiasmar a opinião publica e, portanto, os seus míseros 9% de aprovação popular, não são suficientes para estimular qualquer tentativa de aventurar-se a tal empreitada.
Assim, mesmo tendo tido, em toda a sua “carreira artística”, um sucesso extraordinário como um homem da negociação, da transigência, e da conciliação, prova é que foi deputado federal por vários mandatos, lider do PMDB por oito anos, três vezes presidente da Camara de Deputados e, desde de 2002, Presidente do PMDB nacional, embora mostrasse tanto talento nesse campo do exercício politico, não teria o estofo e o carisma para encarar uma eleição pelo voto popular. Ninguém que mostrou tanta competência e tanto êxito nesse itinerário politico, deixaria de ter consciência de que ele, Temer, bem sucedido na recuperação do Pais, poderá atē fazer o seu sucessor, mas, com certeza, não conseguirá ser reeleito.
E quem pode vir a ser ou quais seriam os nomes que podem despontar no cenário para empolgar a sociedade brasileira? Com certeza Aécio passou, Alkimim cansou, Eduardo Paes se esvaziou, José Serra envelheceu e, o que sobrou? O cenarista acha que para enfrentar Lula, talvez só um nome novo, com um bom discurso e uma boa comunicação, possa vir a sensibilizar e a recriar a esperança dos brasileiros. Nesse caso Joào Dória, talvez com um vice tipo Cássio Cunha Lima ou um ACMNetto, representando o Nordeste, geraria uma nova expectativa. Quem sabe!
E, esses novos ventos que sopram, notadamente na Europa, onde a França mostra ao mundo que os valores que definiram as bases da Revolução Francesa e construiram os princípios de implantação do estado democrático de direito em várias partes do mundo, se reestabelecem e se recriam com a eleição do jovem Macron, Presidente da França, mudando paradigmas e retomando o caminho da presença da França na construção de um mundo novo para as relacoes internacionais.
E tais circunstâncias geram uma expectativa de que, por essas plagas, novos ventos e novas esperanças comecem a ser recriadas e que o Brasil respire paz e retome a busca da prosperidade merecida.
E, para Temer, como para o que se diz que ocorreu com Washington Luis, ao ser deposto em 1930, quando um indiscreto jornalista o perguntou o que ele achava da vaia recebida na sua despedida, ele respondeu que “a vaia era o aplauso dos que não gostaram”. A frase vale e se encaixa como uma luva. Temer sabe que o aplauso popular é algo inalcançável e inatingível para ele. Portanto, buscar a consagração da história e o respeito dos pósteros parece que será o grande sonho de Temer que caminha para, em apenas um ano e meio, subordinado a pressões, oposições e descrenças de toda ordem, rearrumar o Pais e retomar a sua saga de expansão e crescimento.
E isto para sua história e biografia, será o sonho e a consagração. Ou não?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!