AGORA É QUE O BICHO VAI PEGAR!

Depois da última pesquisa sobre as preferências do eleitorado quanto aos candidatos à Presidência da República, o quadro político mudou por completo. O empate de Dilma e Marina e a queda de cinco pontos percentuais de Aécio, promoveram uma reviravolta geral nas hostes das campanhas dos candidatos.

A primeira pesquisa revelou algo que assustou bastante Dilma e o PT: Marina ganharia por mais de dez pontos percentuais da Presidente, em um possível segundo turno! E os temores dos governistas é de que, não apenas Marina venha a ser o adversária de Dilma mas, pasmem, poderia ganhar logo no primeiro turno! Nos pesadelos de Dilma, uma outra hipótese indesejável e totalmente fora de cogitação, seria aquela em que a Presidente se veria fora do segundo turno, tendo que apoiar Marina ou Aécio!

A hipótese de Marina ganhar no primeiro turno é uma hipótese possível mas muito pouco provável. A segunda hipótese, seria aquela em que Dilma teria que assistir uma disputa entre Aécio e Marina, parece não assustar as hostes petistas, considerada uma hipótese absurda!

Hoje os brasileiros terão acesso a uma nova rodada de pesquisas. E, como se presume e espera, a tendência é a de que não se altere, em muito, os dados da sondagem anterior, embora sejam reveladas mudanças nas disputas estaduais, já repercutindo a disputa nacional! E as tendências de mudança nas preferencias do eleitorado em cada ponto do território começam a ser influenciadas pelas alterações ocorridas no cenário nacional.

É claro que se as coisas piorarem para Dilma e para Aécio, então a campanha vai “pegar fogo” pois, no salve-se quem puder, quem talvez seja alvo de maiores críticas e seja aquele candidato a sofrer as maiores críticas será, com certeza, Marina Silva.

Aliás, já no fim de semana que passou, Marina foi acusada de superficial nas propostas; inconsistente nas idéias e insegura nas afirmações, como foi o caso das declarações sobre o casamento homossexual. Também, procuram os adversários de Marina advertir para o fato de que essa sua idéia de “uma nova política” leva a que ela tenha dificuldades de construir a necessária governabilidade e a exigida sustentação parlamentar, caso venha a ser ungida Presidente.

Também a crítica ao que Marina declarou que iria buscar os melhores nomes e competências em quaisquer partidos ou quadros, mostrou, para os seus adversários, algo muito ingênuo e sem base objetiva.

Em resumo, Marina terá que manter o equilíbrio emocional diante de acusações relacionadas ao avião usado na campanha até agora; a amizade com Teca, uma socialite dona do Itaú; as críticas relacionadas ao seu xiitismo; as posições políticas do marido, entre outras, são coisas menores mas que, não bem conduzidas na forma de explicá-las, podem mudar opiniões dos menos precavidos. Intrigas politico-eleitorais são naturais quando o desespero bate à porta de quem se sente ameaçado.

A acusação que pode criar maiores embaraços à Marina, é que ela é “farinha do mesmo saco”! Ou seja “trocá-la por Dilma é trocar seis por meia dúzia” ou ainda que “Marina é uma petista que, se eleita, será monitorada por Lula e companhia”. Ora, tudo são hipóteses ou jogo de interesses que, ao que se imagina, em outras circunstâncias, poderia alterar o curso do processo.

Ademais, a experiência histórica demonstra que, quando alguém se alça ao poder, não importa se foi conduzido até lá pelo seu presumido criador, cessa a sua dependência e lealdade ao mesmo e, colocado o traseiro na cadeira presidencial, o eleito acha que ali chegou apenas pelos seus méritos ou, no máximo, “por uma concessão de Deus a alguém tão especial”.

Apenas sabe-se que, por exemplo, Aécio deverá mudar o tom de suas críticas, acentuá-las
em relação à Dilma e continuar considerando que Marina é apenas uma espécie de ilusão de ótica, rasa, rasteira e sem projeto para o País. Quanto ao discurso de Marina será sempre a da conciliação nacional, do entendimento e fazer com que a política seja um instrumento a serviço do povo e não esse espetáculo deprimente que tem sido o exercício de tão nobre atividade e missão!

Marina parece pronta a revelar e a discorrer sobre as inconsistências de propostas — mudança com Dilma é como “raposa tomando conta de galinheiro” — de declarações do tipo “os 14 mil médicos cubanos estão atendendo a cerca de 50 milhões de brasileiros” o que, fazendo uma pequena conta, revelaria que, os 400 mil médicos brasileiros estariam, como que, sobrando. Isto porque, esses médicos estrangeiros, estariam atendendo, cerca de 4000 pacientes, cada um deles! Nessa estatística os 400 mil brasileiros estariam subutilizados ou sobrando médico país afora.

Mas, pelo andar da carruagem, o cenarista ousa fazer uma afirmação perigosa e de risco: hoje é muito difícil alterar a tendência de comportamento da população em relação as suas escolhas. A rejeição ao PT e a Dilma, só tem tendido a crescer, em todas as regiões do País. Aécio ainda não disse a que veio e simplesmente é o mesmo do mesmo! Os brasileiros estão começando a sentir os efeitos do baixo crescimento e a da resistência da inflação e ceder o seu ímpeto. Ademais, a desconfiança na política econômica, nas instituições e o pessimismo que já alcança a população como um todo, são fatores que não permitem antever uma reversão de tendência e, com isto, uma mudança substancial de quadro.

Pela avaliação do cenarista, só mesmo um grave acidente de percurso poderá mudar o curso dos acontecimentos e tirar Marina da disputa final do pleito.

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