ALENTOS, ENTRE MUITOS DESALENTOS!

Os desalentos com o possível desfecho da votação do Mensalão, o fracasso do primeiro leilão de concessão de rodovias, o escândalo do Ministério do Trabalho, a perspectiva de Marina Silva não conseguir registro para o seu partido, além da “venda” de passes de parlamentares, na “dança das cadeiras”, com a “janela” ora aberta para a troca de partidos políticos, são alguns dos desalentos que enfrenta a sociedade brasileira.

É claro que se poderia esperar, no caso do voto do Ministro Celso de Mello, uma espécie de “cavalo de pau” jurídico onde o mesmo, ao defender a procedência dos embargos infringentes mas, sem que isso implicasse em redução de pena dos acusados e postergação dos prazos de julgamento! Tal encaminhamento, pelo que se depreende das opiniões de doutos juristas, mostra-se deveras difícil e complicado! Na verdade, o STF vai entrar num labirinto jurídico que nem sequer o know-how em termos de esperteza do Congresso, não seria capaz de lhe agregar valor para sair do “imbroglio”em que se meteu!

Mas, se no campo institucional e da ética “os desalentos vão conosco à frente e as esperanças vão ficando atrás” como diz o poeta, no campo da economia surgem algumas notícias, não bombásticas, mas que abrem frestas de esperança de que as coisas possam melhorar.

Os dados divulgados pelo PNUD, revelam uma queda de 77% na mortalidade infantil até 5 anos, em 22 anos, ou seja, de 1990 até 2012, que representa um ganho relevante e quase extraordinário, em termos de conquistas sociais! A mortalidade infantil, no Brasil, caiu de 29,7 em 2000 para 15,6 em 2010 e, no Nordeste, caiu de 44,7 para 18,5!

Quando se analisa a esperança de vida ao nascer dos brasileiros, ela subiu, em 2001, de 70,7 anos para 74,1 anos e a, do Nordeste, aumentou de 67,5 para 71,1 anos!

Ainda quanto a mortalidade infantil até um ano de idade, essa atingiu, em 2012, 12,9 anos!

Analisando a série histórica do Nordeste, a mortalidade infantil, até 5 anos, que era de 193,2 por mil nascidos vivos em 1930, cai, continuamente, até atingir, em 2010, 34,4!

Imagine se o esforço de garantir saneamento ambiental tivesse sido maior e mais eficiente durante esses anos, os números ainda seriam bem mais interessantes. Também, se os programas de vacinação já estivessem todos universalizados e, aliado a isso, o Programa de Telemedicina e Telesaúde, que este cenarista começou na FUNASA, em 2006, destinado, em primeiro momento, só para a população indígena, mas, depois, a ser estendido à população como um todo, não tivesse sido boicotado, chantageado e desmontado, face a interesses espúrios de determinados políticos, hoje os indicadores seriam muito mais relevantes e não se estaria discutindo, inclusive, a importação de médicos do exterior!

Se essa é uma boa notícia, a matéria de hoje dos jornais, mostrando que os negros conquistam mais empregos e mais renda no País, demonstra que o País ingressa numa fase de maior respeito aos direitos humanos e gera expectativas, cada dia mais favoráveis, a uma amplo processo de integração e de inclusão social.

Por outro lado, as informações que vêem de fora, mostra uma economia americando reaquecendo, a zona do euro se recuperando e a China, retomando a suas perspectiva de crescimento de exportações e da economia como um todo, o que gera ambiente mais propício ao desempenho da economia nacional.

Ademais, os dados de previsão de crescimento do PIB foram revistas um pouco para cima e da inflação, um pouco para baixo, pelo Relatório FOCUS do BACEN, embora que, se não se criar ambiente favorável para os investidores, “irão para o sal” o leilão das concessões de rodovias, do pré-sal, de aeroportos, de portos, de ferrovias e, até mesmo as perspectivas de amplos investimentos na mineração estarão comprometidas.

É sempre bom lembrar que enquanto o país, através do Executivo, da Justiça e do Parlamento, não garantirem que não haverá risco de insegurança jurídica e de imprevisibilidade judicial, os investidores continuarão demonstrando desconfiança na seriedade de propósito dos brasileiros!

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