ALHOS COM BUGALHOS E NENHUM COMPROMISSO COM A LÓGICA, COM A RAZOABILIDADE E COM A COERÊNCIA!
Zé Limeira, o mais brilhante poeta do absurdo, surgido e produzido no quadro de agruras do sertão nordestino, se por acaso vivo fosse e pudesse assistir ao espetáculo da melancólica e quase ridícula sessão do Senado Federal, destinada a ouvir a Presidente Dilma, ficaria assustado e enciumado diante de uma concorrente que seria capaz de produzir peças iguais a sua mas que, embora parecido no confuso e no absurdo, não rivalizassem com as suas primorosas frases e raciocínios.
Para que se tenha uma idéia da criatividade e non-sense do poeta popular, veja essa passagem sobre o Novo Testamento:
“Getulio foi homem bom, Fazia carnificina e gostava de comer fava, misturada com resina. Sofreu, mas ainda foi Delegado de Campina. Pedro Álvares Cabral, inventô do telefone, começou a tocar trombone, na volta de Zé Leal, Mas, como tocava mal, arranjou dois instrumento, daí chegou um sargente querendo enrabar os três. Quem tem razão é o freguês, diz o Novo Testamento”.
Ou ainda, “Quando Dom Pedro Segundo Governava a Palestina e Dona Leopoldina devia a Deus e ao mundo, o poeta Zé Raimundo, começou a castrar jumento. Teve um dia um pensamento. Aquilo tudo é boato. Oito noves fora quatro, diz o Novo Testamento”!
O discurso da Presidente, que se esperava emotivo, humilde e conciliador, acabou sendo uma catilinária, atirando para todo lado, responsabilizando Eduardo Cunha, a mídia e Temer pela trama que levaria ao “golpe” de afastá-la do poder. Aliás, enfatizou a idéia de golpe constitucional, estranhamente, quando o rito do processo foi definido pelo Supremo e, ironicamente, conduzido, o processo final, pelo Presidente do Supremo, Ministro Ricardo Levandoswky! Ademais, as cinco votações nas duas casas legislativas sobre o afastamento da Presidente, mostram que o rito processual também negaria a hipótese levantada pelos defnsores de Dilma, de golpe!
O pior é que, se o discurso de Dilma jå foi algo frustrante diante do esperado e do imaginado, as respostas às perguntas dos senadores foram de uma pobreza inominável na proporção em que, não se sabe se orientada por algum marqueteiro ou por alguém ensandecido, a Presidente não respondia a qualquer indagação, não deu qualquer resposta as acusações e nem sequer contestou aquilo que o TCU a responsabilizou. Foi tudo um verdadeiro samba do crioulo doido, sem orientação alguma, sem eira e nem beira, incapaz de convencer aos seus próprios pares de qualquer verdade. A Presidente falou por 15 horas ou mais! Ao invés de conseguir votos adicionais, o que, efetivamente. parece que ocorreu, foi que ela perdeu alguns possíveis apoios diante das inconsequências e das inconsistências da sua argumentação.
O cenarista acha que, se tivesse Dilma agido com alguma humildade, mesmo que essa atitude pudesse mostrar-se, até mesmo, caricatural, talvez pudesse ter suscitado algum sentimento de compaixão ou um sentimento, até mesmo de pena, por parte de alguns senadores.
Aliás, mesmo que o discurso fosse destinado para aqueles que não seriam votantes no processo, no caso destinado a sensibilizar o próprio povo brasileiro, a fala não foi capaz de gerar alguma comoção ou pena por parte da mídia ou dos próprios movimentos sociais. E o cenarista termina esse comentário discordando da única frase de algum conteúdo da Presidente que foi aquela onde ela afirma que “aquilo que alí estava ocorrendo seria “a morte da democracia”!
Data vênia, depois de um processo tão longo, com amplo direito de defesa e na garantia do total exercício do contraditório, ouvindo as duas Casas do Congresso, cumprindo o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Fderal, respeitando as decisões do Tribunal de Contas da União e respondendo ao anseio dos brasileiros, manifesto nas várias concentrações populares, realizadas em todos os pontos do País, o desfecho desse drama que já dura quase um ano, era o esperado! Tudo legal e constitucionalmente respeitado!
E para uma manifestação final do que foi o depoimento confuso, contraditório, vazio e pobre de qualquer virtude, termina o cenarista buscando o concurso, mais uma vez, de ZéLimeira que assim se manifestou:
“A virgem Maria estava brigando com São José. “Você vendeu a jumenta e me deixou andando a pé”.Desta maneira eu termino voltando para Nazaré! Nisso gritou São José: “Maria deixa de asneira! Vou comprar outra jumenta, do jeitinho da primeira”. Quando ouviram uma zuada, no descer de uma ladeira, era um caminhão de feira, que vinha da Galiléia! São José disse: eu vou ver se tem canto na boléia que possa levar nós três, até perto da Judéia”!
A poesia absurda, de “conteúdo aparentemente histórico”, de características e conotações quase humorísticas de ZéLimeira, se se assemelha ao que se assistiu na sessão do Senado destinada a permitir que a Presidente se defendesse das imputações dos crimes de responsabilidade. Mas, o que ali se presenciou foram as contradições, as confusões e os absurdos. O que difere Dilma de ZéLimeira é que o primeiro tem o gosto e o sabor da poesia cabocla, ao contrário do segundo, que foi o canto triste, confuso e inconsequente de Dilma Roussef.
Dilma sai pelo maior de seus crimes que foi desorganizar as finanças públicas, desestruturar a economia e criar um clima de pessimismo, de desencanto e de frustração nos brasileiros. O que ela não entendeu que o seu Fiat Elba foram as pedaladas fiscais que garantiriam uma base jurídica para defenestrá-la!
O tormento chega ao fim! Espera-se que surja rum novo começo e um novo momento para o País!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!