AS ALTERNATIVAS DE SERRA!

Enquanto a euforia toma conta do arraial petista, tucanos e aliados vivem um certo momento de perplexidade em face das várias interpretações várias dos resultados das últimas pesquisas de opinião em torno da sucessão presidencial. Fica claro e patente que Lula, até agora, parece “vender a idéia” de que Dilma é o terceiro mandato que ele não ousou assumir como seu real desejo e pretensão.

Se, mesmo após os embates, Lula continuar a inculcar no seu eleitorado de que Dilma é a encarnação do seu terceiro mandato, então as coisas começam a ficar complicadas para Serra. Ou seja, na base do Luis XV, para o eleitorado de Lula, o “Nosso Guia” vende a idéia de que “depois de mim, o dilúvio”.

Os correligionários mais açodados de Serra dizem que a salvação, a panacéia para tal problema, é a aceitação, por parte de Aécio, em assumir a candidatura de vice-presidente. A isto, o próprio Aécio retruca dizendo que, até agora, não lhe foram apresentados argumentos substantivos para que ele incorpore a idéia de que ajudará, em muito, a candidatura de Serra. O que ele acha que pode agregar, agora, de votos, seriam dois pontos percentuais a mais, o que não garantiria a vitória a Serra. Outros acham que uma forte exposição de Serra, em termos de mídia e de contato com os vários segmentos da sociedade, em várias regiões do País, poderia reverter o quadro. Outros ainda acham que não bater em Lula, não agrega votos à Serra, embora alguns também achem que poderia tirar votos. Outros ainda admitem que a questão seja quanto a forma de “bater”. Por exemplo, começar a mostrar que Dilma reconheceu que o que de bom ocorreu no Brasil, foi fruto dos últimos vinte anos de governo e, ao mesmo tempo, mostrar que Lula é um homem bom e o que não presta é o seu entorno, na base do discurso de Marco Antonio quando do assassinato de Júlio César, pode até agregar algum tipo de apoio popular.

O importante para Serra é explorar os conflitos político-partidários na difícil aliança PT/PMDB onde, agora mesmo, Michel Temer informa que dos 27 diretórios regionais do partido, 14 deles estariam apoiando Dilma. Os demais estão ou definidos pró-Serra ou em conflitos, quase insuperáveis.

E, diante da disposição de Lula de não participar da campanha onde haja dois palanques para Dilma, aí já tem problemas a valer no Maranhão, no Ceará, na Bahia, no Mato Grosso, no Rio com Garotinho, entre outros. Estimular a cizânia e “chegar perto” das lideranças peemedebistas em desacordo com o PT deverá ser a estratégia mais adequada para Serra.

Por outro lado, Serra deve ser mais incisivo no discurso quando assumir compromissos, notadamente, naquilo que o governo Lula falhou. Vide a situação das rodovias. Vide os problemas na área de saúde, os poucos êxitos na área de educação e o enorme gargalo em termos de mão de obra para as atividades econômicas, entre outros.

Fora isto, comparar currículos parece que não vai operar, pois a opinião do eleitorado que pesa, quantitativamente, que é o povão, não se impressiona com títulos e trabalhos realizados. O que vai valer serão os resultados dos debates públicos.