AS COISAS JÁ ESTAO FICANDO MENOS RUINS E… ALGO DE DIFERENTE COMEÇA A ANUNCIAR-SE!

Nesse ambiente politico-institucional tão confuso e tumultuado que mais parece uma espécie de “guerra do fim do mundo”,  quando as delações cada vez mais aprofundam o  descrédito das elites, de um modo geral, é dificil antever tempos menos dramáticos e desesperadores como os atuais. E isto porque nada de efetivo ainda se abriu da desastrosa gestão petista do BNDES, notadamente diante dos nebulosos empréstimos a países da América Latina e da Africa nem tampouco do que houve com os fundos de pensão onde,  operações as mais suspeitosas, foram realizadas! Ainda nào é possível  se descortinar tempos  de paz e de tranquilidade onde valores éticos e morais voltariam a prevalecer! Por enquanto, tudo é deveras assustador e não se sabe ou não se tem a capacidade de vislumbrar até quando e no que tudo isto vai dar.

O fato objetivo é que, nem tão cedo a Operação Lava Jato vai terminar e o STF, mesmo com as dificuldades inerentes a excessiva carga de processos a avaliar e a votar, não se deixará, como que, se desmoralizar por gestos de  incúria, de incompetência ou de outras suspeitosas razões. O certo é que, mesmo que as consequências não sejam aquelas idealizadas de um país passado a limpo e com novos paradigmas ëtico-morais, tem-se a convicção de que será um país menos corrupto, menos conivente com deslizes e comportamentos aéticos e, talvez, mais comprometido com os valores republicanos.

Quem sabe, após toda essa angústia e essa ressaca moral, venha o Brasil retomar a sua caminhada tendo como destino um futuro promissor e um papel estratégico no concerto das nações.  Mas isto deverá passar por todo um processo de revisão e de ajuste do estado brasileiro e de sua adequação às exigências de um mundo globalizado, mais complexo e, por certo, mais interdependente e integrado. Ou seja, há que ocorrer uma  atualização e uma modernização do estado brasileiro como se viu acontecer nos anos trinta e, depois, nos anos sessenta, diante de um processo de esgotamento do modelo de expansão, no primeiro caso, baseado no modelo primário-exportador e no segundo, na substituição de exportações.

Agora, jā a partir de meados dos anos noventa, esgotadas as fontes tradicionais de expansão da economia e, ainda não havendo todo um processo de dinamismo da economia mundial provocado, fundamentalmente, pelo efeito China e, um pouco, pela dinâmica dos BRICS, até 2008/2010, o Brasil conseguiu aproveitar-se da dinâmica do seu setor externo e do ingresso de capitais estrangeiros e cresceu, a um bom ritmo, até esbarrar nessa nova crise. De 2009 até 2016, viveu o País sob o signo da gastança irresponsável, do desequilíbrio das suas contas internas e externas, do esbanjamento em programas sociais e em renúncias fiscais, a par de um completo desregramento da política de gestão de empresas estatais e dos bancos de desenvolvimento governamentais, particularmente do BNDES, da Caixa, do BNB. do BASA, além de uma desastrosa e irresponsável gestão da Petrobras.

O processo de deterioração das condições das finanças públicas além do imoderado aumento do gasto público, abrindo espaço para um acelerado incremento da dívida pública interna e externa, culminou num processo aberto de crise da economia com a sua desaceleração a ponto de, já em 2015 a economia haver encolhido 3,5% e 3,8% em 2016 inclusive com uma aceleração da inflação que atingia dois dígitos em 2015 e iria atingir mais de 15% em 2016 se não fora a intervenção dura da área economica,  a partir do meio do ano de 2016.

Agora algumas promissoras noticias estão a surgir tanto quanto ao andamento das reformas institucionais cujos andamentos estao segundo o esperado e desejado, apesar de todas as pressões da Oposição e de segmentos da sociedade civil, cujas apreensões quanto a perda de direito se confunde mais com a perda de privilégios do que comqualquer justo e efetivo temor de restricào de direitos. Também no campo das ações para a retomada de investimentos, a compra a Odebretch por um grupo chinês de parte do Galeão com certeza abre espaços para a retomada de investimentos externos como o que já ocorreu com a licitação das concessões de aeroportos regionais.

Ademais, uma nova rodada de licitações de rodovias ocorrida agora mostra que o empenho do governo tem se mostrado bastante efetivo e consequente, aguardando-se, para breve, cerca de 45 bilhões de dólares de novas inversões em obras e serviços de infra-estrutura. É fundamental chamar a atenção para o fato de que os dados de recuperação da economia, tanto o dinamismo do setor externo como a própria retomada da expansão do setor manufatureiro e o supreendente crescimento do PIB no primeiro bimestre do ano, mostra que as expectativas do Ministro Meirelles estão se  concretizando apesar dos dados mais que pessimista do desempenho da economia em 2015 e 2016 que se mostrou uma queda superior a 4 % nos dois anos.

Mesmo com todas as dificuldades, as coisas marcham e podem abrir perspectivas realmente mais promissoras para o País apesar do abatimento e do pessimismo que domina a maioria dos brasileiros. Claro que tais possibilidades serão sempre pontuadas por noticias desagradáveis oriundas dos desdobramentos da Lava-Jato além de outros contratempos advindos dessa crise politico-institucional que vive o Brasil.

PS: Daqui do desenvolvido Piemonte, na regiâo do Barolo, na belissima Itália, onde o cenarista veio celebrar cincoenta anos de casamento com dois filhos, dois netos, uma nora e uma cunhada, busca contemplar o cenário brasileiro e compará-lo com os desafios do Brexit, da recuperação econômica  da Europa, com o drama dos imigrantes e com a simbólica eleição francesa, para concluir que, com todos os dramas, desafios e problemas do Brasil parece que poderão ser superadas tais dificuldades de dimensões menores que os europeus bastando, apenas, um mínimo de compromisso politico-institucional de suas elites para com o País.

 

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