AS COISAS PODEM ATÉ DAR CERTO!

As medidas a serem adotadas pelo novo comando da economia nacional buscam, em primeiro lugar, restaurar, de maneira ponderada e, sem pressa, a confiança do mercado, dos agentes produtivos, das várias instituições e da mídia, nos novos gestores das políticas públicas nacionais. Espera-se que as sinalizações a serem externadas nas várias manifestações de Levy, de Nelson Barbosa e de Tombini, caminhem de forma coordenada e conducente a recuperar a credibilidade dos formuladores das políticas econômicas e dos próprios governantes, perdida nos últimos anos.

Se a preocupação primeira é no restaurar tal confiança, a segunda será mostrar aos empresários e aos investidores que as regras do jogo serão transparentes e confiáveis e que a atitude do governo será muito mais de um facilitador dos investimentos e do ir e vir dos agentes econômicos, do que um gerador de complicações, como sói ocorrer nos últimos quatro anos.

Uma outra atitude a ser esperada da nova equipe é aquela de aproveitar as oportunidades para ir corrigindo distorções, como é o caso do reestabelecimento da CIDE, que permitirá resolver a grave crise que envolve o etanol. Se a recriação da tributação sobre o consumo de diesel e de gasolina, ao ajustar e adequar os preços do produto de tal forma a recuperar a capacidade competitiva perdida, e se, ao lado de tal medida, o governo autorizar o aumento da percentagem de mistura do etanol à gasolina para os 27,5% pleiteados  pelo setor, então o etanol tomará um novo e saudável alento.

Da mesma forma, ao estabelecer um reajuste automático dos preços de energia elétrica da mesma forma do que já está decidido, pela nova equipe economica, de que o Tesouro não capitalizará mais os bancos oficiais, são duas medidas de notável impacto que realinhamento precis e políticas de governo. Pela proposta, o governo abolirá a nefasta atitude de alterar os preços relativos de certos insumos e de alguns preços administrados, com inegáveis danos e prejuizos às empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica.

Assim, os ajustes poderao ir ocorrendo no bojo dos arrochos fiscais requeridos, garantindo-se certos ganhos e benefícios a certos segmentos da sociedade, na proporção em que são feitas correções em erros de políticas cometidos nos últimos anos! Por exemplo, para uma classe média tão massacrada pelas políticas de governo, por que não fazer um “trade off” com o Congresso, apoiando o adequado reajuste das tabelas do imposto de renda em troca de não se mexer no fator previdenciário e apoiar o governo no fazer alterações nas pensões por morte, no abono família e em outros problemas que afetam, gravemente, o “deficit” previdenciário?

Se, também, nessa busca de alcançar uma maior aceitação, notadamente dos trabalhadores, poderia ser de bom alvitre cuidar para que os recursos do FGTS fossem corrigidos, pelo menos, no mínimo, à metade da taxa SELIC ou em valores muito próximos dos encargos cobrados pelo BNDES aos financiamentos feitos aos investidores privados. É isto feito mostraria boa vontade do governo e o credenciaria a pleitear medidas contencionistas de gastos, notadamente os da área social, sem una imoderada reação dos trabalhadores.

Nesse processo de rearrumação da casa, até mesmo as generosidades com os amigos e companheiros de paises vizinhos — Cuba, com o Porto de Mariel; Venezuela, com o seu metrô e suas obras de infraestrutura; Bolivia, com os apoios e as expropriações de patrimônio da Petrobrás, por parte de Evo Morales, sem qualquer reação do governo brasileiro; agora a Nicarágua pleiteando 100 milhões de dólares de ajuda, além dos favorecimentos a países africanos, na forma de anistia de dívidas — provavelmente tal “farra do boi” venha se encerrar, porquanto o escândalo da Petrobrás e o protesto dos acionistas minoritários da Eletrobrás, contestando tal empréstimo, mudem o tom da atitude e do comportamento do governo brasileiro.

Pelo que se pode imaginar, num processo político de hábil negociação com a classe política seja possível, ao mesmo tempo em que se reorganiza  a economia, haver  espaço para garantir maiores graus de liberdade para que certos desajustes e descompassos na gestão de políticas públicas, hoje tão manifestos, possam encontrar guarida e fácil encaminhamento.

imagine o que se pode fazer para acelerar as obras do PAC e as inacabáveis obras de interesse do Nordeste — Transposição, Transnordestina, Refinarias de Pernambuco, do Ceará e do Maranhão — além das obras de mobilidade urbana, aproveitando o vácuo criado pelo Petrolão o que acaba de abrir espaços para  o ingresso de investimentos, tecnologia e gestão internacionais, notadamente quando a poupança externa caiu para 14% e a externa bate nos 4%,quando o País precisa de, 22 ou no mínimo 25%, para garantir o crescimento do PIB necessario e desejado pelo pais? Talvez seja o caminho mais simples para equacionar as questões pendentes do Brasil.

Assim, é possível aguardar tempos mais favoráveis para uma sofrida economia nacional. Talvez pequenas notīcias  que já começam a surgir possam melhorar o “mood” dos brasileiros e, com a severa punição dos responsáveis pelo escândalo do Petrolão, a sociedade comece a acreditar que novos tempos possam estar se iniciando.

É interessante como um País como o Brasil, com tão pouco — a indicação de um homem para o Ministério da Fazenda, com uma justiça que aja como no caso do escândalo da Petrobrás e uma nova Oposição, mais séria e afirmativa,  além de uma mídia mais atenta e responsável — possa recuperar um pouco de seu natural e atē quase crônico otimismo e volte acreditar que tempos melhores virão para os seus cidadãos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *