AS LIÇÕES QUE JAMAIS SERÃO ESQUECIDAS!
Francisco deixou marcas indeléveis no coração e nas mentes dos brasileiros. Nunca se imaginava que um argentino fizesse tantas transformações nos patrícios de todas as religiões, ideologias e credos. Foi um momento inebriante a passagem de Francisco por estas plagas principalmente pelo que ele deixou de sabedoria e de lições de humildade e grandeza.
Mas, como disse Francisco, na sua quase irresponsabilidade de não querer um papamóvel com vidros blindados e fechado dos lados; como fez, criando as maiores dificuldades para a segurança, diante da “lambança” que ele mesmo confessou ter promovido; o que ele declarou “que não temia a violência das ruas do Rio mas, muito mais, os corredores do Vaticano”, faz com que todos os que acreditam nesse revolucionário do bem, fossem motivados a fazer o que ele pediu em todas as oportunidades: “rezem por mim”!
Essa quase súplica tem muita razão de ser. Isto porque Francisco mexeu em muitos vespeiros. A sua humildade pura e sem indústria já era e é uma provocação ao tradicionalismo da Cúria; seu populismo sem demagogia e, sem querer ser pop, criou, nos seus adversários, a sensação de que, pouco espaço o cara deixa para que se tente a sua desestabilização ou explorar as suas fragilidades. É um humano mais para divino do que para um igual!
Num rasgo de coragem e de universalidade, de acordo com o que se exige de compreensão dos novos tempos, a sua declaração sobre os gays, mostrou atualidade, compreensão e coragem de dizer que todos, sem discriminação, devem ser acolhidos no reino de Deus.
O ecumenismo de Francisco não é para inglês ver. Um dos seus maiores amigos é o Rabino de Buenos Aires que, recentemente, foi visitá-lo no Vaticano, para atualizar as discussões que sempre mantiveram sobre a Igreja universal, cristão e humana. Se isto não bastasse, na tradicional cerimônia do Lava Pés, ao invés de fazê-la na quinta, realizou na quarta-feira e, para escândalo dos conservadores e tradicionalistas, permitiu que um muçulmano presenciasse a solenidade e, pasmem, duas mulheres!
Agora mesmo, Francisco define um amplo esforço de combate à corrupção, não apenas no Banco da Santa Sé mas em todos os órgãos e entidadess da Igreja, como forma de dar um bom exemplo.
Finalmente, a insistência em sempre falar do bom samaritano foi um recado para aqueles que esquecem que a bondade deve ser a essência da vida e da convivência entre pessoas, não interessando se elas são católicas, evangélicas, muçulmanas, judias ou pertencentes a quaisquer outros credos e religiões.
Instado a falar sobre as manifestações de rua, Francisco disse que não gosta de jovens que não ajam assim com a rebeldia que lhes é peculiar, porquanto a juventude é o tempo da utopia e do sonho, ingredientes fundamentais para manter acesa a chama da esperança. Claro, sem que se cometam leviandades e violências!
Ao optar por morar na Casa de Santa Marta, com outros prelados, abandonando o apartamento papal, Francisco, espartana e dizem alguns, espertamente, afirmou que iria viver alí pois temia os riscos do isolamento e do distanciamento das realidades que ele gostaria de conhecer, ou para manter tal realidade ou, se necessário, para mudá-la! E isto tem irritado muito a Cúria Romana.
Claro que tal atitude afasta os riscos de que ele venha a sofrer algum tipo de atentado ou de ficar subordinar às vontades de interesses insuspeitos.
Quando Francisco declarou que o Vaticano não deve homiziar aqueles que cometeram crimes e tem dívidas com a justiça e com a lei, gerou uma espécie de comoção entre os conservadores.
Recentemente, quando declarou que se o Banco do Vaticano continuar a ser um segmento de geração de problemas para o Vaticano e para a Igreja, não hesitará em fechá-lo.
Finalmente, quando Francisco resolveu estabelecer uma opção pela Igreja dos pobres, para os pobres e com os pobres e, como exemplo, abriu mão de privilégios, de luxos, de suntuosidade, etc. Francisco gerou mais um problema entre o que pensam os conservadores da Igreja.
São tantas as frentes abertas por Francisco, são tantos interesses contrariados, são tantos problemas levantados e, com idéias definitivas para enfrentá-los, é por isso que Francisco insiste em pedir que rezem por ele. Ele teme que todos aqueles que querem manter tudo como está, venham a, daqui a pouco, a estar conspirando contra ele.
O próprio Bento XVI, segundo dizem as más línguas, havia confessado a Francisco que, eram tantas as pressões, eram tantos os interesses que ele achou que, renunciando, corria menos risco de uma morte trágica. Será que, no íntimo, Francisco não imagina que corre tal risco?
Esperam todos os homens e mulheres de boa vontade e de boa fé que, se Deus quiser uma igreja menos pretensiosa, menos arrogante, mais humilde e mais voltada para quem mais dela precisa, ele protegerá esse homem que veio para mudar o curso da história da humanidade.
E como na última estrofe do poema de Augusto dos Anjos “que o homem universal do amanhã vença o homem particular que ontem fui” parece ser a mensagem maior de Francisco para todos os cristãos!
Um bom domingo e bom dia do Pai!
Rosa,
Grato pelas suas apreciações marcadas pelo carinho e a admiração imerecidas. Concordo com as suas ponderações e, eu mesmo, sou muito mais marcado pela espiritualidade do que pela religiosidade. Ademais, creio muito mais na generosidade, na doação e na capacidade de respeitar o próximo que você chama a atenção de maneira tão objetiva. Um abraço e contnue fazendo as suas críticas, sugestões e recomendações. Elas serão sempre bemvindas.
Dr. Paulo, seu artigo, muito bem escrito, só confirma o que penso há muito tempo! Não só em relação a qualquer religião como outras áreas, sejam pessoais, políticas, etc. Mas agora, com o Papa Francisco, acho que algo possa ser feito para que a Igreja retorne à sua verdadeira missão, desde que Jesus veio ao mundo e até o fim da sua vida de forma humilde e tão generosa com os que se desviavam do caminho do bem, independente de qual credo eles tinham! Para mim Deus sempre foi Amor, Compreensão, Perdão, Generosidade! Conheço muitos não católicos que fazem de sua vida um mar de generosidade, de doação aos necessitados de todo tipo. Por não ir à missa todos os fins de semana, alguns católicos do tipo radicais dizem que eu não sou católica, mas eu nem discuto mais pois sei que com ações seremos julgados.
Parabéns Paulo, pelo dia dos pais, transcorrido ontem! E, parabéns por tão instrutiva análise sobre o nosso Sumo Pontífice o Papa Francisco, este ser humano revestido de tanta sabedoria e de um sentimento profundo do carisma religioso. Vc Paulo, não surpreende, o fácil linguaja e a maneira com que redige, é impar, quando emana do seu sentimento expontâneo, Parabéns. Não esqueça vc é ÍDOLO!!!