ATÉ A ARGENTINA, QUEM DIRIA!
O cenarista, numa longa viagem de volta ao Brasil, lia as matérias do jornal El Pais, da Espanha. Além do impasse do processo de encaminhamento do problema ucraniano que ainda prende as atenções de todo o mundo, o qual, não se sabe no que vai dar, deparava-se o cenarista com duas matérias que produziam uma reflexão de significativas consequências para o Brasil.
A primeira dizia respeito ao último relatório do FMI que, entre outros juízos de valor informava que “a economia americana estava livre de freios para crescer” e que aquelas da chamada Zona do Euro “estavam sólidas e em boa forma”. No mesmo Relatório do FMI há a sugestão-recomendação de que “o Brasil precisa por ordem na casa”. E, numa outra matéria publicado pelo Financial Times concluía, após criticar os desencontros da política economica brasileira dizia que o País precisa “gastar menos, poupar mais e investir muito mais, especialmente o governo”.
É claro que as vozes que vem do exterior nunca são bem vindas no país pois elas expressam um sentimento dos chamados globalizados, e que, segundo a esquerda, favorecem as idéias do capitalismo internacional e dos dominadores do quadro de referëncias da economia mundial. Tudo isto, bem como as notas das agencias de rating e analises da mídia internacional, para os detentores do poder, é “bullshit”.
Mas enquanto emergentes como o Brasil estão perdidos na condução da política economica, as economias mais fragilizadas da Zona do Euro, resolveram adotar as medidas amargas propostas pela União Européia e, por incrível que pareça, após uma infinidade de protestos, conseguiram resultados, altamente compensatórios e estimulantes, para por a casa em ordem. E isto ocorreu com a Grécia, com Portugal e, para exemplo maior para a Europa, com a sisuda Inglaterra.
Todos esses países concluíram que os anos de esbórnia, quais sejam, aqueles anos onde se gastou, à larga e, onde se garantiu um generoso estado de bem estar social, diga-se de passagem, além das posses dos países europeus, a coisa começou a se complicar. E, também poucos atentos para os problemas já gerados com a generosidade do estado, já que se vivia momentos de permissividade, aproveitaram, tais paises, do excesso de liquidez e de oferta de fundos financeiros, a baixo custo, a nível internacional, para ampliarem, deveras, o seu endividamento, justificando-o para ampliar e melhorar a infra-estrutura de cada um dos países!
Depois da farra e da festa, vem a hora de pagar a conta. E, quando chegou a fatura, os estados europeus, de um modo geral, estavam tão obeso, os gastos tão elevados e os orçamentos tão apertados que não havia uma sobra considerável e adequada para pagar a conta devida.
E aí, para complicar tudo, veio a crise de 2008 que, não só afetou a maior economia do mundo, no caso a americana, como gerou reflexos muito significativos nas economias da Europa. Aí a coisa se complicou, deveras.
Só agora os países europeus, lentamente, começam a respirar e a acreditar que pode haver uma luz no fundo do poço que não seja um trem desgovernado.
Mas, no Brasil nem o exemplo europeu, nem os exemplos de Costa Rica, Colombia, Chile, Peru, Uruguai e, agora, da propria Argentina, conseguem sensibilizar Dilma que o país está no caminho errado. Ou, segundo a maioria dos economistas acha, ou volta o País para a adoção de politicas ortodoxas e conservadoras ou a vaca vai pro brejo, sem jeito de retirá-la. Também, ou se desamarra o país do Mercosul e acaba essa besteira de opção pelo terceiromundismo, ou vai ficar preta a coisa. Não dá mais para imaginar o país optando por Cuba, Venezuela, Equador, Bolivia, Angola, etc. quando os seus parceiros latinos já se adiantaram nos seus acordos de livre comércio com que pode dar perspectivas de um saudável comércio externo para o País.
Cristina só mudou o tom e o roteiro da politica economica argentina quando sentiu que não teria respaldo para que o Congresso aprovasse a possibilidade, via uma emenda constitucional, que ela pudesse concorrer a mais um mandato de presidente. Será que, se a próxima pesquisa indicar que o Brasil terá, pelo menos, segundo turno, os humores, as expectativas e as perspectivas econômicas mudarão e propiciarão novos caminhos para o País?
Enviada do meu iPad
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!