BARBOSA RIDES AGAIN (II)

O Presidente do Supremo, Ministro Joaquim Barbosa, já teve os seus arranca rabos com os seus colegas, com a magistratura (é maiúscula ou minúscula?), com o PT, com o Congresso e com a própria OAB.

Acham, quase todos, pelas mais variadas razões, que o ministro é presunçoso, arrogante e se sente o detentor da moral e da decência. Os juízos de valor emitidos pelos vários segmentos, foram frutos de declarações verdadeiras mas, para um crítico da cena brasileira, inoportunas ou inábeis.

Também, pela sua intransigente posição de buscar resguardar o STF que, caso seja condescendente com os mensaleiros, reduzindo-lhes as penas impostas ou fazendo com que ninguém seja preso, gerará uma enorme frustração no povo brasileiro e reduzirá a confiança na instituição. E aí, o que as ruas vão dizer? Como vão reagir os jovens diante da frustração de uma decisão contra o sentimento da sociedade? É os rque acham que, se o STF não for duro, rejeitando os embargos de declaração e os embargos infringentes, ele cairá em desgraça junto aos manifestantes que cobraram combate à corrupção e se diziam não representados quer pela classe política e quer pelo Executivo, em todos os seus níveis.

Esse cenarista já ensaiou uma peça de ficção ao imaginar o plenário do Supremo praticamente, rejeitando o Relatório de Barbosa ou o substituindo como Relator e, com isso, dando quase que, ganho de causa aqueles que o País marcou como tendo traído os compromissos com a ética do desempenho político. E, para o cenarista, a cena que se assistiria seria Barbosa, sabendo e acompanhando a rejeição de seu parecer, vai ao centro do Plenário e, solicita a um auxiliar que lhe traga a lata do lixo. Alí, solenemente, deposita o seu relatório na lixeira e, comunica, em alto e bom som que, a partir daquele momento, não será mais presidente de uma Casa que se deixou contaminar por interesses espúrios e inaceitáveis, repetindo o gesto já tomado por um ex-presidente, no caso Adaucto Lucio Cardoso.

A partir dalí será ele buscado por várias legendas partidárias para que se coloque como um novo Jânio, com sua vassoura, para varrer a imoralidade, a indecência, a leviandade, a irresponsabilidade e a impunidade que dominam o Brasil e os brasileiros. Contra a falta de ética, a falta de compromisso e a corrupção de valores, o cavaleiro da esperança, síntese da brasilidade que deu certo: pobre, preto e discriminado mas que chegou ao mais alto ponto de uma carreira não subordinada a acordos imorais e espúrios para ascender ao poder.

Mas, se Barbosa acha que seus inimigos deram-lhe uma trégua, está deveras enganado. A acusação de que Barbosa recebeu benefícios relativos a auxílio alimentação, atrasados, é considerado uma atitude aética, embora legal. Os magistrados encaminhando consulta ao CNJ sobre se, é ético e moral, um membro do Supremo ser dono de uma empresa off-shore, em Miami, criada e destinada a, exclusivamente, comprar um apartamento já que, comprando como pessoa física, na hipótese de seu passamento, 70% do valor do imóvel vai para o estado. No caso da empresa, não. Os herdeiros receberão o que lhes é de direito.
Mas não fica só nisso. O ataque promovido por filiados do PT, lulista, dilmistas e dirceusistas, nas redes sociais, é do mais baixo nível e gerador de grandes constrangimentos.
Não bastasse tais ataques, a ameaça feita por alguns ministros de vir a acatar os embargos a serem oferecidos pelos mensaleiros, já condenados, busca gerar um constrangimento e forçar a uma reação virulenta de Barbosa.

A pressão que, em nome do Parlamento, as redes sociais e a mídia, fazem sobre o Presidente do Supremo, está sendo feita no sentido de forçar a que o Presidente do STF não continue a não autorizar a criação e funcionamento dos novos tribunais.

O pior é quando a magistratura souber que Joaquim Barbosa prepara um novo round que deve afetar os sonhos e destinos da magistratura, dificilmente esse Bolsonaro da cidadania, sobreviverá a tão impiedoso tiroteio!

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