SUPERANDO O COMPLEXO DE VIRA-LATA!

O Senado Federal deverá, no mais tardar até terça-feira próxima, decidir se Dilma é afastada, definitivamente, da Presidência da República ou se reassume o processo de condução da coisa pública nacional. As avaliações preliminares dão conta de que a probabilidade maior é que, segunda-feira, quando falará aos senadores, Dilma deverá fazer a sua despedida da vida pública.

Isto porque, não aceitou a proposta de seus pares de renunciar ao mandato para não perder os direitos políticos por oito anos, diante de seu iminente afastamento/impedimento!

Se tivesse aceito tal proposta, teria minimizado os desgastes ao seu partidos e aos seus companheiros e poderia  retomar a vida pública como candidato ao Senado, Mas, ao contrario,  preferiu tentar sensibilizar alguns senadores que, na sua conta, ainda estariam indecisos para tornar sem efeito a decisão que parece,  já tomada, pelo colegiado.

Aí, o governo Temer sai da interinidade e vai ter que dar respostas mais afirmativas e mais convincentes sobre o controle e a limitação do gasto público, as medidas de descentralização e fortalecimento da Federação e da autonomia municipal e as providências destinadas a estimular a economia. Providências  como o apoio a aceleração das privatizações, a intensificação dos processos de concessão de exploração da infra-estrutura física e os incentivos a realização de investimentos tanto em saneamento ambiental como em mobilidade urbana.

Por outro lado, a sociedade civil brasileira dverá se dedicar a uma avaliação crítica de questões básicas como a da segurança pública que representa uma das maiores angústias dos brasileiros!

Mas preocupações vão desde  como tornar possível a integração das várias instituições, a  amplliação dos contingentes policiais, a revisão do tratamento da questão dos presídios, o encaminhamento do problema dos menores infratores, além da revisão do código penal e do código de processo penal. Também, mereceria uma atenção especial a análise criteriosa da experíência com as UPP que, segundo o Secretário Beltrame,  representou não apenas a “anestesia”, fundamental e necessária para coneçar a proceder o controle inicial da situação dos morros e favelas dominados pelo crime organizado. O estado voltou ao controle do espaço público com a implantação das UPPs. A partir daí, caberia então as autoridades constituídas a iniciativa de promover  a cirurgia geral — investimentos e garantia de acesso a direitos sociais -, a provisão da aeguranca primária e segurança secundaria além da provisão de todos os serviços públicos e sociais outrora ofertados pelo crime organizado.

O trabalho de ocupação do estado em substituição ao tráfico, não se consolidaria  se  a mudança inicial, com a chegada da UPP não fosse secundada com tais medidas  e a experiência poderá se frustrar.caso  todas essas providências e ações não forem tomadas!

É hora de fazer o pós-operatório pois nada foi feito em termos de segurança primária e secundária, de melhor qualificação do contingente de pessoal; da questão dos menores infratores — só no Rio, 11 mil jovens apreendidos em 2015! — !

Apesar de todas as omissões, os esprcialistas em segurança pública admitem que ela, com certeza, representa a mais exitosa experiência em curso  da América Latina..

Se as UPP’s representam uma promissora inovação no trato da segurança pública, o papel desempenhado pela previdência rural e pelo bolsa-família, mesmo com todas as distorções, disfunções e desvios, sem a agregação do compromisso de deixar, em um prazo pré-determinado, a dependência dos recursos doados às familias pelo governo. Para que se tenha uma idéia  da relevância e do papel que os dois programas tiveram, por exemplo, nas regiões assoladas por secas periódicas nordestinas, a procissão de miséria quase todos os anos e o aumento enorme da mendicância, deixaram de ocorrer na região. Se nos últimos 64 anos, 32 anos foram de secas impiedosas, por exemplo, no Ceará, esses dois programas permitiram que o estado enfrentasse tais duros problemas e dramas e, ao mesmo tempo, fosse buscar novas fontes de expansão e crescimento da economia, o que mudou, enormemente, o seu perfil.

Outras questões da maior importância para a sociedade deverão ser enfrentadas com lições aprendidas com experiências vivenciadas como a possibilidade de oferta de educação básica de qualidade, como as das escolas militares; a atenção hospitalar como a da Fundação Sarah Kubistchek além de outras que poderiam ser universalizadas.

Hoje, dia 30, é o startup de um novo tempo. Ou tempo de mudança ou de, definitivamente, o Brasil fazer a opção preferencial pelo bolivarianismo e pelo processo de desorganização completa da dividida e frustrada sociedade brasileira.

As apostas são que um novo tempo comece. As circunstâncias internacionais não são desfavoráveis; o Brasil continua atraindo um volume significativo de capitais externos, em volume bem maiores que os anos anteriores; o agronegócio vai muito bem e ampliando os seus espaços ; a indústria manufstureira dá sinais de recuperação e o ambiente econômico melhora.

Se o novo governo fizer a parte dele será  possível superar o crescimento previsto de 1,7 % para o Pib e alcançar uma inflação de 4,5%, ou seja, o centro da meta.

ADMINISTRAR O FRACASSO É FÁCIL … DIFÍCIL É ADMINISTRAR O SUCESSO!

A bombástica notícia dos ultimos dias foi aquela que Lula se tornou réu em processo movido pelo Ministério Público Federal, acusado de obstrução da justiça. E o mais irônico de tal fato é  que tal decisão não ocorreu pelas mãos e nem por decisão do Juiz Sérgio Moro,  visto pelos petistas e pelo ex-presidente, como desafeto. Mas se fez por um juiz de Brasilia!

Para piorar o quadro de problemas, num verdadeiro tiro no pé, Lula foi  até a ONU e a outros organismos internacionais, denunciar a parcialidade do Juiz Sergio Moro. Tal atitude ao que, parece, gerou indignação, mal estar e quase revolta das associações de magistrados  e dos juizes brasileiros.

Isto porque, pela proposta de recorrer a organismos internacionais como se as instituições democráticas não estivessem operando normal e regularmente, caracterizando o País como se fora uma republiqueta de bananas a buscar a interferência externa na operação  e no funcionamento das instituições brasileiras, isto feriu os brios e os sentimentos da própria justiça brasileira!

E, se para os partidos,  a denúncia contra Lula “balançou as estruturas políticas em Brasilia”,  o que ocorreu de mais irônico foi que ela foi determinada, não pelo juiz  que, segundo os aliados e defensores do ex-presidente, exorbita do seu múnus e politiza as denúncias contra ele, no caso o juiz Sérgio Moro!

Mas, diferente do foco de Lula,  a decisão ocorreu pelas mãos e pela cabeça de um juiz de Brasília que, embora questionado quanto à sua isenção bem como sua especialização, pois ele estaria mais vinculado a crimes de lavagem de dinheiro do que ao crime de obstrução da justiça, acabou sendo o escolhido.

E o azar maior de Lula foi que os processos, pelo critério da justiça,  são distribuídos por sorteio e, não é que o Juiz Ricardo de Brasilia, foi sorteado uma vez e, tendo sido questionada a sua isenção, houve um novo sorteio e,  pasmem, caiu no colo do mesmo juiz Ricardo esse processo de obstrução da justiça o qual tornou réus Lula e mais seis cidadãos!

Diante desse inferno austral em que vive Lula eis que surge, donde menos que se esperava que era de Brasilia, tal inusitada decisão! E, ai, a reação de Lula,  ocorre de maneira singular, subordinada a mesma falta de humildade que tem caracterizado as suas reações. Qual seja, dentro do mesmo princípio de que, ele, Lula,  estaria acima do bem e do mal e, portanto, imune ao julgamento e a avaliação dos aqui cá de baixo. Assim, descobriu, tardiamente, Lula que o Olimpo não é aqui e Zeus agora  deu farta demonstração que não o conhece e nem tem com ele intimidades maiores!

Ou seja! O que dominou o espirito de Lula é que ele, a partir do momento em que o acaso lhe conferiu o poder, agraciado com o manifesto apoio, admiração e aplauso popular, se sentiu um privilegiado habitante do Olimpo, ao lado de Zeus e outros deuses. Alguém há de achar  tal avaliação um exagero mas imagine quem, surgido do onde surgiu, de repente passa a ser a mais representativa figura  do sentimento popular do País, necessariamente faz crescer, além dos limites, a sua auto-estima.

E ai, para sentir que Deus é uma etapa relativamente simples nas vidas dos bens aquinhoados e protegidos, o humilde menino do interior nordestino, transforma-se na aposta da esquerda e do próprio sistema, como alternativa para a transição politico-institucional do País. De repente, Luis Inacio Lula da Silva, nascido no longínquo Caruaru, filho de Dona Lidu, inventado no Sindicato dos Trabalhadores de  São Bernardo do Campo,  sob os olhares complacentes e aprovadores de Golbery do Couto e Silva, estratego e homem forte do governo militar, começa a se transformar na bola da vez do sistema.

Lula ergueu-se como símbolo maior dos trabalhadores, dos sem vez e dos sem voz no Pais. De repente, embora tenha tentado representar  esse contraponto à sociedade elitista de então, Lula começa a representar, não mais uma ameaça ao “status quo”, mas a certeza de que as instituições, amadurecidas como estavam, já que teriam sido capazes de enfrentar, sem desestabilização, o “impeachment” de Collor e, portanto, um governo do PT não provocaria  maiores dissabores e nem geraria crises difíceis de serem digeridas pelo sistema.

A arrogância, a presunção e a prepotência sempre explicaram a “debacle” de muitos lideres políticos.  E, são muitos os exemplos recentes no Brasil, desde Collor, do ex-senador Luiz Estêvão, de José Dirceu, de José Roberto Arruda e, mais recentemente, de Eduardo Cunha. Todos não souberam administrar o êxito e, o próprio ego os consumiu. Não se inclui nesse rol ou nesse grupo, a já quase ex-presidente Dilma Roussef, por não representar  uma efetiva liderança politica, não ter qualquer carisma e, na verdade, não ter sequer seguidores mas, apenas aproveitadores de ocasião e de plantão.

.Quando se ouvia de Lula dizer que ” nunca na história desse pais houve alguém mais sério e respeitador das leis e das instituições como ele ou alguém mais honesto do que ele” aí a coisa começou a se complicar. De repente, ao faltar grandeza para administrar o merecido sucesso que alcançou, o que ocorreu é que ele se perdeu no caminho de volta. Quem o queria fora do poder foi a fundo averiguar o crescimento de seu patrimônio e dos seus e outros pecadilhos que vão muito além da Fiat Elba de Collor.

Agora é tarde e Inês é morta. Sérgio Moro tem três denúncias que podem transformá-lo em réu, de imediato. Mas, não o fará já pois não se pretende assumir no papel de executor da sentença definitiva do fim do caminho para Lula.

Não quer para si o papel de algoz de Lula e permitir que se gere uma comoção popular capaz de transformar Lula de réu em vítima!

Quer contribuir para criar uma nova cultura no País, capaz de fazer valer os valores da ética, da moral e da decência e fazer com que as pessoas humildes voltem a crer que a justiça, tão discriminatória e injusta com os menos aquinhoados, venha a ser mais democrática e que a impunidade não seja a marca maior desse País!

Diante desse quadro o que parece é que o grande sonho de Moro é alimentar o processo de revisão crítica do País, acabando com o mito petista e abrindo caminho para uma reforma política que dê mais representatividade e legitimidade a tudo que se faça para garantir uma nova era política no  País.

TERMINADA A FESTA DOS ESPORTES, COMEÇA A FESTA DA DEMOCRACIA!


A engrenagem da vida é isto. Mal terminou uma batalha, surge outra, diferente e distinta, embora não empolgando tanto quanto a recém terminada mas que, pela sua relevância para a vida das pessoas e das comunidades, deveria ser até bem mais envolvente, mais determinante e mais marcada pelo embate cívico que ela deveria promover. Aí vem o mais importante dos pleitos eleitorais que é a escolha do poder local. E, lamentavelmente, pelas deformações da estrutura político-administrativa brasileira, numa verdadeira agressão ao exercício da cidadania, o município não merece o respeito e a caracterização de sua relevância no contexto nacional.

Caber-lhe-ia, como é esperado e legítimo, todas as mais relevantes responsabilidades e compromissos para facilitar o ir e vir do cidadão e o atendimento de suas necessidades fundamentais e aspirações mais legítimas.

Mas, ao contrário! Sobram-lhe encargos, responsabilidades e compromissos! Faltam-lhe meios, recursos e a necessária autonomia orçamentária e financeira para cumprir o seu papel. E aí se geram os impasses, a precariedade dos serviços públicos, além da falta de legitimidade, presteza e diligência necessárias que as questões locais requerem  — e quase todas são locais ! — porquanto muitas delas são decididas a nivel estadual e federal. Como a cultura do país é centralizadora, ainda herdada do período monárquico, as distorções e disfunções abundam!

Ainda  não há uma compreensão de que a  vida das pessoas  se faz ali pois é no município onde as relações de solidariedade, de fraternidade, de amizade e a vida em sociedade se constroem e tais relações  interpessoais e grupais se processam, pois ele é, com certeza, o núcleo central do exercício da cidadania.

Ninguém vive na União, nem no estado.  Mas, na comunidade, onde tudo se dá, tudo se processa e tudo ocorre. É por isto que em países de democracia menos imperfeita, todas as decisões ocorrem no âmbito da comunidade, reduzindo-se ao mínimo a interferência do estado e do poder público central no exercício da cidadania. As normas de convivência se criam e se estabelecem no seio da comunidade que faz as suas escolhas,  estabelece os seus caminhos e define o modelo de prêmios e sanções para que a sociedade civil organizada cumpra o papel para a qual os cidadãos estabeleceram o pacto social que os abriga e garanta as bases para o respeito aos deveres e direitos concebidos, concertados e pactuados!

Ademais, para que tudo seja legitimado, os detentores de mandatos para exercitar ou exercer as funções e as responsabilidades que lhe foram conferidas, são eleitos, sistematicamente! Assim, é possível concluir-se que, um dos mais graves problemas brasileiros é o excesso de centralização que traz consigo, num país de dimensões territoriais como o Brasil, muitas vezes, a ilegitimidade da intervenção do poder público; a demora na tomada de decisões, o excesso de burocracia e a corrupção, quase endêmica e sistêmica.

Cada vez mais se clama e se pede “mais Brasil e menos Brasilia”, da mesma forma que se cobra maior protagonismo da sociedade civil na construção de seus destinos. A isto não se  chama de privatização mas devolver o cidadão a sua competência e o seu direito de estabelecer as suas  prioridades diante de seus sonhos, de seus anseios e de seus problemas. Cada vez mais o mundo estabelece que não quer mais a ditadura das aspirações pessoais estabelecida pelas ideologias e pelo estado. O que se quer é que o estado seja sério, ágil, legītimo e atue na correção de distorções, disfunções e na correção de desigualdades e injustiças.

É isto que se espera que o pleito municipal, menos marcado pelo aviltamento da presença do poder econômico, embora reduzido prlas mudancas na legislação, no estrago provocado pela Lava-jato, da máquina do estado, marcado pelas lições da crise que vivem as empresas e as máquinas governamentais comecem a permitir uma melhora nos quadros de dirigentes e de representantes a serem eleitos no próximo dia  2 de outubro, após uma reflexão critica por parte dos cidadãos, acreditando que a melhora da política ocorre com a melhora de suas escolhas.

A FESTA ACABOU! MÚSICOS A PÉ!

E tudo acabou em festa! E, para os brasileiros, festa maior ainda quando a última prova de esportes coletivos das Olimpíadas, findou com uma vitória,  consagradora do volley brasileiro!

E se tal não bastasse a  festa de encerramento  dos Jogos foi emocionante e apoteótica! Não é  superlatividade  do estilo grandiloquente tupiniquim mas, da efetiva monumentalidade que foi  esse “grand finale” brasileiro! A festa foi  evolvente, apaixonante e emocionante! Deixou e vai deixar saudades nos daqui e nos de fora.

E, com certeza, por estas plagas os brasileiros, tem o direito de dizer que, efetivsmente, Deus é daqui e por aqui. A sua naturalidade é brasileira e, provavelmente, carioca. Ele está sempre a perdoar os erros, os desacertos e os equívocos cometidos pelos seus “compatriotas”. E, nessa toada, até os graves problemas nacionais, encontrarão o encaminhamento que os brasileiros querem e tem direito!

Nesta semana começa o desfecho  da novela institucional que envolve o julgamento do crime de responsabilidade da Presidente Dilma Roussef. E no embalo do ambiente e do clima criado pelas Olimpíadas,  a tendência é que o processo de votação  do  ” impeachment” seja bem mais curto do que se esperava. Provavelmete antes do findar do mês de agosto o caso esteja encerrado, a presidente afastada e Michel  Temer efetivado no poder.

Tambem  se espera que várias medidas no campo econômico estejam no forno prontas para  serem apresentadas à opinião pública e  encaminhadas ao Congresso Nacional para a sua  apreciação  e  votação. É claro que algumas medidas polêmicas exigirão engenho, arte e habilidosa competência de Temer para convencer os congressistas mas nada que uma gorda liberação de emendas parlamentares  não venha a facilitar a sua aprovação, máxime na antevéspera  de um pleito municipal pobre  de meios e recursos materiais.

Diante de tal quadro, mesmo questões como  a renegociação da dívida dos estados, a fixação de um teto para os gastos públicos, algumas medidas na área da previdência  e, até mesmo,  na área trabalhista, terão vez e amplas possibilidades de aprovação.  É provavel, também. que medidas  no que concerne a mudanças  na área político-eleitoral, venham a prosperar ,haja vista o clima favorável a mudancas nesse aspecto que, diga-se de passagem, é fundamental para a vida nacional.

Além de tais medidas a serem discutidas e votadas no Congresso Nacional, uma série de  providências, no âmbito de iniciativas do Executivo poderão ser já apresentadas,  à sociedade, de maneira a buscar a sua aprovação e a sua aceitação, com vistas a gerar o clima propício ao seu  encaminhamento e, com isto, criar mecanismos para enfrentar os graves problemas econômicos nacionais. É bom lembrar que questões relacionadas as concessões de serviços públicos, a retomada das concorrências destinadas a realização de obras de infra-estrutura física, não apenas a nível dos grandes vetores da área como também no âmbito das obras vinculadas a mobilidade urbana, a implantação de redes de águas e  de esgoto, além de propostas vinculadas à privatização  de serviços de saúde, de educação e de destino final de lixo, são áreas passíveis de serem colocadas à disposiçãoo da iniciativa privada.

Assim, abrem-se, a partir dessa semana, perspectivas as mais promissoras no que respeita ao encaminhamento de vários problemas e desafios nacionais bem como parece que, com os Jogos Olímpicos, criou-se um ambiente propício e dos mais favoráveis à geração de expectativas econômicas bastante positivas e ampliou-se a crédibilidade das instituições brasileiras. Claro que ainda viverá o Brasil momentos de dificuldades  e desafios além de algumas dúvidas e incertezas  em face do processo político-institucional  e do curso das  ações relativas as eleições municipais.

Também é prováel que o  TSE resolva abrir uma boa e ampla discussão com a sociedade e com o Congresso Nacional no sentido de iniciar  um processo de votação de mudanças no quadro político-eleitoral  brasileiro como a volta da discussão da chamada cláusula de barreira,  o fim das coligações proporcionais, a revisão dos critérios do financiamento público de campanha além de outros tópicos que podem melhorar a legitimidade e a representatividade da  política do país.

Está na hora de voltar a acreditar no Páis na proporção em que fatos como o Mensalão, a Lava-Jato, o impeachmet, mostram a construção de uma nova ética de responsabilidade e comoromisso que começa a vigorar no País e há como que, nos relacionamentos, uma espécie de mudançasa de paradigmas. Até mesmo a prática de pequenos crimes e contravenções começa a não ser mais universalizada e, a própria idéia da prevalência impunidade começa a ser revertida. A famosa frase “o crime não compensa” parece que, aos poucos, vai sendo transformada em um princípio e menos uma expressão retórica. É claro que sem uma revisão crítica profunda do sistema judiciário brasileiro, sem uma reestruturação da segurança pública de fundo, sem uma nova politica para o menor carente e sem uma  modernização do Códgo Penal Brasileiro, o processo estancará em poucos ganhos.

E os resultados  exuberantes das Olimpíadas mostraram que, mesmo quando se tem um prazo relativamente curto para realizar obras de interesse do povo, nada impede de realizá-las. Mas, para tanto, é preciso que haja vontade e determinação em fazer. Tanto é verdade que, em menos de 7 anos, metrôs, brts, vlts, linhas de ônibus e uma Cidade Olímpica,  se implantaram mostrando que quando se quer fazer acontecer as coisas e melhorar a qualidade dos serviços públicos, tudo é possível!

EMOÇÕES, SENTIMENTOS E, O QUE FICA?

Nunca se viu tanta vibração, tanto  sentimento, tanta alegria e uma total capacidade de esquecer dramas e problemas e viver a alegria do momento, incorporando o verdadeiro espírito olímpico, como ora se mostra a sociedade brasileira. A simbiose entre platéia e protagonistas dos jogos, experimentando o verdadeiro espírito da competição, mostrou como o Brasil, aos poucos, abandona o complexo de vira-lata. A euforia das platéias dos Jogos Olímpicos não tem nada a ver com a alegria e o entusiasmo do Carnaval.

Aqui, neste caso, é a alma nacional, desprendida, aberta, universal e buscando distribuir afetos e alegrias a todos e a todas. Sem ressentimentos, sem ódios, sem culpas, sem dusputas regionais, religiosas e étnicas, esquecendo os traumas, as agruras e as vicissitudes do momento de crise e desesperança experimentadas pelo Brasil, apenas acreditando no País que é, que faz, o que tem a mostrar, esse espírito de alegria que contagia  e que toca à alma de quem estar por perto, marcou essa bendita trégua nos dramas e problemas nacionais.

Não interessa as medalhas que  irá conquistar a pátria de chuteiras. Não prevalecerá a frustração e o desencanto por não ter conquistadas medalhas quase certas.  Ou lamentações pelo descaso, em termos de interesse e dedicação além da falta de disponibilidade orçamentária, por parte das autoridades, para patrocinar potenciais atletas olímpicos. Parece que aquela síndrome de só aceitar ou só aplaudir quem conquista primeiro lugar, o País passou e vive um estågio acima sendo agora capaz de amar ou, pelo menos, respeitar os segundos, terceiros, quartos e até lugares  conquistados, extravagantemente distantes das primeiras pontuações.

O que os brasileiros parece que queriam efetivamente, era sentir as emoções de disputar lutas e contendas olímpicas, sonhar com resultados que se mostrassem, aos olhos dos outros, muitas vezes, quase inalcançáveis e ver confirmados aqueles em que os atletas nacionais tivessem apresentados desempenho de alto nível, nas últimas competições internacionais. Também, deixando de lado o complexo de vira lata, ficava patente no comportamento dos brasileiros, que eles gostariam de se sentir altamente gratificados não só pela alegria vivida, mas também  pela alegria despertada, por contágio, em visitantes de quase todo o mundo. Os brasileiros esperavam  melhores índices em algumas categorias que, tradicionalmente, conquistaram  medalhas em edições anteriores dos jogos como o judô, o taekwondo, o volley, a vela e o atletismo.

Logo que os jogos começaram, os brasileiros criaram expectativas altamente favoráveis quanto ao handebol e, a quase certeza de que teriam boas surpresas com o voley de quadra, o futebol e o hipismo.

Todos lamentaram a desclassificação das valentes e talentosas meninas do handebol; ou o branco que deu nas brilhantes  e agradáveis  meninas do voleybol ou a despedida antecipada de Martha. E isto sem pensar na frustração de uma campeoníssima,   Fabiana Meurer ou de uma valente Yane Marques ou na decepção de um Robenilson do box. Tudo isto faz parte da disputa.

Surpresas dignas de nota foram as propiciadas pelo fenomenal Izaquias, como o único atoeta brasileiro a conquistar três medalhas em um único evento olímpico; ou das meninas da esgrima ou ainda, dos atletas do polo aquático, que mostraram um desempenho de gigantes. Foi uma epopéia marcante para os corações brasileiros.

O que ficou de saldo desse evento que começou com uma enorme descrença, num país mergulhado em uma impiedosa crise política, econômica,  ética  e, sem recursos além de sujeito a um governo interino, o que se conseguiu, para ser justo e honesto, foi extraordinário. Tanto na transformação profunda do Rio de Janeiro, mais bela do que nunca, tanto pelas belezas naturais, pelos monumentos maravilhosos como o Cristo Redentor, o Pão de Açucar, a Pedra da Gávea, além de muitos outros, como pelas obras urbanísticas que a embelezaram mais ainda.

Finalmente, o legado que fica das obras de mobilidade urbana, de  infra.de transportes, de resgate de espaços públicos como o Centro, notadamente a Praça Mauá e a Praça XV.

Mas, se isso não bastasse, quem visitou o Rio viu que o País não é uma republiqueta de bananas, tem dimensão e organização para bancar grandes eventos, mostrou uma hospitalidade e alegria contagiantea e, a partir de agora, o que os estrangeiros saberão sobre o Brasil será o que eles viram e sentiram e não a propaganda raivosa de frustrado jornalistas à serviço de não sei a quem!

Os brasileiros poderão, doravante,  repetir a famosa frase, tão rejeitada pelos adeptos do complexo de vira lata do Brasil, que foi a proferida pelo Conde Afonso Celso, para estimular nos jovens o amor à pátria, aos seus valores e seus símbolos, no seu livro “Por que me ufano do meu país”!

UM DIA PARA ESQUECER! SERÁ OU CONCEIÇÃO SALVOU O DIA?

O cenarista, nesta infausta terça-feira, dia 15, apostou todas as suas fichas, na competência, na determinação e no poder de fogo das equipes femininas.  Nunca se esperava, com todo o bom senso e racionalidade, que o handebol feminino, tão competente, tão capaz e tão determinado, fosse enfrentar uma Holanda, embora a vice campeã do mundo, porém muito inferior a Noruega, pudesse desestruturar, desmontar e desorientar a equipe tão bem montada e estruturada do Brasil. Mas, infelizmente foi o que se assistiu. A Holanda passeou e mandou para casa uma das maiores e mais seguras esperanças do Brasil.

A seguir, depois da inesperada glória da medalha de ouro do salto com vara do jovem Thiago, vencendo o campeão do mundo e campeão olímpico francês, com direito a bater o recorde olímpico, assiste, frustrado e desencantado,  a nossa esperança feminina, aquela que já nos tinha dado tantas alegrias em diversos campeonatos mundiais, ser eliminada logo nas primeiras rodasas de disputa. Fabiana Muerer, ex- campeã do mundo, sofreu muto com a derrota e fez os brasileiros sofrerem mais ainda.

E, se não bastasse, depois de testemunhar a luta, a competência e a falta de sorte da equipe brasileira de basketbol feminino para não ser despachada dos jogos, ocorreu de maneira triste pois sem uma vitória sequer. Mas, o mais triste e desencantador, depois de um desempenho especial e maravilhoso do time de futebol feminino, assiste-se e presencia-se a despedida melancólica de Martha, num inesperado empate, dando adeus aquilo com que ela sempre sonhou que seria o ouro olímpico.

E, finalmente, o que menos se esperava, a melhor dupla feminina de voley de praia, Talita e Larissa, ninguém sabe porque e nem o que deu na cabeça delas, fizeram uma das piores exibições de suas vidas e frustraram os brasileiros que nunca esperaram um desempenho tão pífio e a sua desclassificação e não ida às semi finais.

O dia 15 era todo para as mulheres e para as mulheres brasileiras que vinham fazendo sucesso e não para aquilo que acontecia com. várias modalidades esportivas exibidas pelos homens.. As mulheres do handbol passsearam diante das maiores equipes do mundo dando a sensação para todos brasileiros de que o ouro não era um sonho de uma noite de verão mas uma possibilidade real e objetiva.

Só falta o último jogo do volley de praia do fechar a noite com a segunda dupla brasileira ser também uma frustração e um desencanto. Tomara que o acaso nos proteja e a sorte seja a nossa companheira. Pois, diante de toda a história do volley de praia, o dia foi mais que cinzento e para ser, de vez, esquecido. Talvez a medalha de prata do bahiano Iaquias na canaoagem, que garantiu uma medalha de prata hoje pela manhã, o dia poderia ter tudo para ser esquecido.

Mas, como Deus é brasileiro, pois não é que Robson Conceição, numa campanha excepcional, sagra-se o primeiro medalhista de ouro do box brasileiro em toda a sua história. Com isto os brasileiros lavam o peito e terminam a noite mais alegres e menos frustrados. Com isso os brasileiros ficam na esperança que as nossas meninas do volley ainda venham dar aos brasileiros as medalhas que são tão aguardadas.                       ,

AGUENTA CORAÇÃO!

Se o torcedor brasileiro vivesse apenas as emoções de frustrações derivadas dos sonhos de medalhas que, embora aguardados, não ocorreram, como foram os casos de judocas consagrados ou de ginastas sobre os quais eram depositadas esperanças em função de momentos brilhantes que se teve em passado recente, até que aí era passível de aceitação de um pouco de decepção e de sofrimento.

Mas, sofrer, desesperadamente, com a epopéia que foi o jogo contra as australianas das meninas do futebol, ai então é, como se diz na linguagem popular, “dose”. Não apenas por que não ganharam no tempo regulamentar ou  até mesmo na prorrogação. Mas porque levaram todos os brasileiros ao sofrimento diante das cobranças de penalidades, inclusive, com uma Martha extenuada perdendo a sua cobrança! A circunstância foi impiedosa para corações mais frágeis  de torcedores apaixonados como o cenarista!

Ganharam as meninas mas criaram situações constrangedoras e, tal-qualmente os meninos, comandados por Neymar, deixaram uma dúvida efetiva no ar se o Brasil conseguirá arrancar um ouro olímpico em uma — masculina — ou na feminina, mormente em se tratando do  esporte mais popular e difundido no País. Parece  que nesses jogos olímpicos as esperanças vão estar com o voley, tanto masculino como feminino, bem como de quadra ou de praia; com a familia Grael, com as três medalhas do judô; e, pasmem, no handebol feminino e, talvez, também, no masculino.

Claro que medalhas poderão vir do remo, da vela e de outros esportes não muito tradicionais no País, como foi o caso da medalha de prata no tiro. Surpreende a todos, positivamente, o que se vem fazendo no polo aquático e o que se fez na esgrima, mesmo com as derrotas sofridas. Tal surpresa poderá representar, quem sabe, pelo que se viu, que o País poderá assistir nesses dois esportes de pouca tradição no País, uma evolução assemelhada ao que ocorreu no handebol!

Por outro lado, talvez venha a representar uma enorme frustração o que ocorre com o atletismo, diante de resultados alcançados em jogos passados. É bem possível que o boxe nos traga algumas boas  surpresas, como ocorreu na Olimpiada passada com Esquiva Falcão. Mas, por enquanto, as expectativas são muito favoráveis, com o bom desmpenho de Robson Conceição, Robenilson e Michel Borges.

Os Jogos tem representado um evento excepcional para divulgar o  país, as suas belezas naturais, a sua diversidade cultural, a hospitalidade e cordialidade de seu povo e o seu enorme potencial de expansão e de crescimento econômico, cultural e politico.  Isto porque, tentando sair da sua maior crise histórica, as suas instituições tem operado plena e estàvelmente e o povo tem se mostrado capaz de superar adversidades, recuperar o otimismo e acreditar que é possível recriar a esperança. Ademais, a atitude da sociedade brasileira nos dias que correm, deixa a quase certeza de que os anos de expansão com redução de desigualdades sociais,  experimentados em período recente, poderão criar a expectativa de que o Brasil voltará aos anos dourados de crescimento continuado e equilibrado.

O próprio governo interino de Temer, mesmo enfrentando problemas e dificuldades, nesses três meses, vai superando desafios de várias ordens desde a negociação complicada com uma base parlamentar fragmentada e sem lideranças  até as chantagens naturais que os tempos de delação estão a propiciar. E, apesár de todas as limitações que a interinidade impõe, mesmo assim, vai apresentando propostas de reformas e de mudanças institucionais. Da mesma forma, o Congresso Nacional leva avante o processo de impeachment, respeitando o rito e as exigências constitucionais. Tudo isto mostra um paìs mais maduro e cioso de que o “passar a limpo” propiciado pela “Operação Lava-Jato” gerará, provavelmente, uma nova ética de convivência e de compromisso para a sociedade brasileira.

E é por isso que esse bom clima, esse agradável ambiente e a imagem que vai ficar para brasileiros e estrangeiros desses Jogos favorecerá e, em muito, a superação dos desafios e das dificuldades, ora enfrentados pelo Brasil.

 

SURPRESAS, SEGURANÇA E A OMILIA DO DOMINGO!

O cenarista ficou deveras empolgado com a apresentação brasileira quando da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, 2016. Não apenas com a criatividade e a beleza da apresentação bem como diante da sua oportuna simplicidade, face as naturais restrições orçamentárias. Também, chamou a atenção de todas e todos, as mensagens de defesa do ambiente, da sustentabilidade e do desenvolvimento econômico-social.

Foi bela, emocionante e não fugiu a esperada apresentação da história brasileira, sem part-pris e sem ideologismos, bem como foi primoriosa na exteriorização dos valores, da  beleza e do que a miscigenação racial e o sincretismo religioso tem produzido para o caldeamento da cultura nacional além de mostrar, também sem exaltações superlativas,  a riqueza de sua arte e de sua música.

A aberrtura das Olimpíadas sensibilizou, tocou e emocionou a todos, gregos e troianos, daqui e dalhures. Mostrou a cara do Pais, sem superlativos que exaltassem características que não correspondem à realidade e a verdade histórica e factual da sociedade; sem as costumeiras dramatizações e exageros, extremamente pessimistas, tão comuns quando são discutidos os problemas e agruras da Nação e sem aquela tentativa de justificar os seus vícios, os seus erros e os seus equívocos.

Problemas estruturais, institucionais, políticos, éticos e morais, que expuseram as vísceras de uma sociedade e que promoveram um pessimismo que se alastrou por todo o País, diante da caótica situação do Brasil, não foram omitidos nem tampouco foram alardeados e dramatizados como sói costumeiramente ocorrer.

Também, diferentemente dos temores quanto à segurança do Rio de Janeiro, diante da desorganização e da improvisação que sempre substitui neste país o planejamento estratégico, o que, surprendementemente se assistiu foi uma tranquilidade inquestionável o que, diga-se de passagem, esteve sempre presente nos grandes eventos realizados no País. Até um episódio de tentativa de assalto de um bandido a um diplomata russo culminou com a morte do meliante pela própria vítima e com o russo são e salvo.

Tudo tem sido surpresas as mais agradáveis e interessantes porquanto, até o problema de mobilidade urbana, tão explorado pela mídia de que não tenderia a operar diante das exigências das Olimpíadas, pelo menos na avaliação do cenarista, não muito habituado ao uso de transportes públicos, impressionou com a qualidade, a precisão e a limpeza de metrôs, brt’s, trens, vlts e ônibus, nas vezes que fez uso dos mesmos ou para ir a Vila Olímpica ou para o estádio olímpico —  o chamado Engenhão — além da arena dos jogos de voleibol de praia.

E isto leva a uma reflexão das mais necessárias sobre o que pensam os brasileiros de si mesmos, do que a mídia avalia o País, a sua infra-estrutura, os seus serviços e, até do que esquecem de exaltar quanto a beleza natural de seus vários sítios. O que se conclui é que não tem sido justos os críticos, ou melhor, tem sido deveras impiedosos na sua avaliação e no seu julgamento das coisas, dos eventos e dos desempenhos do próprio País. E isto tem gerado, no exterior,  uma imagem altamente negativa do Brasil.

Talvez marcados por esse complexo de inferioridade que é a chamada síndrome de primeiro lugar — até mesmo um segundo lugar, um vice ou uma  prata, não vale e não conta! — a avaliação é sempre muito pessimista ou negativa, mormente a propiciada pelas elites e pela mídia!

Aparentemente, como o título desse comentário sugere ou incorpora, a idéia de que a omilia  da missa da igreja católica do último domingo, dia 7 de agosto, teria a ver com o evento, não Requer algumas explicações. Nas leituras e no evangelho, três características exaltadas por Cristo  e por seus discípulos, são deveras oportunas serem mencionadas. A primeira é a de que, como bem chama a atenção a parábola mencionado por Cristo sobre a atitude do empregado ao ser atribuído a ele o cuidar da casa durante a ausência do patrão.Ali Cristo exalta aquele que o faz da melhor forma possível e tudo cuida para que, no retorno, o patrão fique feliz e satisfeito com o tratamento recebido por ele por parte do empregado.

É uma exaltação à capacidade de gestão das coisas e dos negócios onde merece ser exaltado quem a faz da melhor forma possível. Diz o evangelho:  “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.

Nas leituras duas características chamam a atenção, a primeira a fé, notadamente aquela que não precisa de provas e nem demonstrações para que se acredite na palavra de Deus. E a segunda, diz respeito ao desprendimento, porquanto um homem cresce no conceito de Deus e cresce para a vida quando ele deixa de ser refém do dinheiro, do poder e das glórias e luta o bem combate voltando-se a fazer o bem e patrocinar a generosidade.

Apesár de serem, aparentemente, aspectos mais ligados à religiosidade, tais caracteristcas, a doação, a generosidade, a fé e a capacidade de cuidar e de gerir, é que aproxima o espírito olímpico, o que ocorre no Rio e o décimo nono domingo do tempo comum.

 

O ESPÍRITO OLÍMPICO, A FESTA BRASILEIRA E AS ESPERANÇAS PARA O AMANHÃ!

O Rio de Janeiro continua lindo! Continua alegre, cheio de beleza e cheio de descontração. De repente, o Rio, com suas curvas sinuosas e sensuais, muda o “mood” dos brasileiros como um todo, apesár dos dramas, das tragédias, da violência de toda ordem, como o quase controle sobre a sociedade por parte do crime organizado, como está sendo demonstrado pelos episódios ora verificados, no Rio Grande do Norte!

Esse fantástico clima de festa que domina o Rio, tão belo e esplenderoso, conquista os corações de brasileiros de todos os quadrantes e mexe com a imaginação dos que vem de fora, admirar, não apenas as belezas da plasticidade dessa cidade maravilhosa, mas da alegria contagiante do carioca, apesar do quase folclore de uma possível ameaça terrorista, da violência das ruas e dos assaltos e sequestros tão decantados em prosa e verso pela mídia sensacionalista daqui e dalhures.

E essa apoteótica confraternização universal ou da fraternidade universal, promovida pelos Jogos Olímpicos nesse ambiente tão festivo e tão alegre, desperta, nos brasileiros, os sentimentos de euforia, de alegria e garante uma pausa diante das dificuldades existenciais enfrentadas pelos brasileiros em decorrência da crise economica, social e política nacionais. E isto é bom porquanto tal sentimento se integra a uma onda de notícias que começam a dar a sensação de que o Brasil, talvez até mais rápido do que se espera, possa vir a sair do imenso atoleiro em que foi colocado.

De fora, pelo menos duas notícias deram novo alento aos brasileiros que acompanham, com preocupação e interesse, os rumos da economia nacional. De um lado, a justiça americana resolveu suspender, por tempo indeterminado, todas as ações movidas contra a Petrobrás. Só em uma delas poderia ou ainda poderá levar a uma conta superior a dez bilhões de dólares! Se isto não bastasse, a venda de 66% do campo de petróleo de Carcará na área do pré-sal de Santos, renderá 4,6 bilhoes de dólares a combalida empresa e a anunciada venda da Liquigás por 2,5 bilhões de reais, abrem perspectivas não apenas para a recuperação da empresa como para a revalorização de suas ações em bolsa.

O crescimento da indústria manufatureira de 1,1% no último mês e os resultados positivos dos últimos quatro meses, dão a sensação que a recessão interna e o cambio favoreceram a dois movimentos no segmento quais sejam, uma retomada do processo de substituição de importações e o barateamento dos produtos brasileiros que ficaram mais competitivos, externamente.

Por outro lado, a quase certeza da votação favorável do impeachment de Dilma Roussef, tem ampliado o otimismo dos agentes econômicos que, embora não tenha chegado próximo dos 100, indice que mostra perspectivas mais otismistas esperadas para a atividade econômica — as informações é que o índice já chegou a 75 pontos — e, o primeiro semestre de desempenho da balança comercial, que foi o melhor dos últimos 28 anos!

As informações sobre as negociações relacionadas a reforma da previdência parecem indicar que o governo federal terá munição para negociar com o Congresso, pelo menos, uma regra para as pessoas com menos de 50 anos e regras de transição mais adequadas para o equacionamento da questão do buraco da previdência que, este ano, deve ficar no entorno de 150 bilhões de reais! Também as medidas de revisão do auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, pelas avaliações preliminares, deverão render uma economia de, até, 6,3 bilhões/ano.

Por outro lado, o próprio mercado de produção, de venda de veículos novos e o aquecimento da venda de veículos usados e o as vendas para fora, , deram um alento de tal ordem a Fenabrave que o seu Presidente comunicou, em alto e bom som, que o setor já saiu do buraco e já tem boas perspectivas de um recomeço.

Dessa forma, as próprias estimativas da queda do PIB para este ano, já mudaram de 3,8% para uma taxa negativa de 3,2%, podendo ainda ocorrer uma reestimativa e que, talvez,  se estabeleça uma redução do PIB de menos de 3%. Também, as projeções de inflação que já chegaram a ser estimadas em dois dígitos para 2016, hoje já ficam em torno de 7% ou, até mesmo, abaixo de 7% e, para 2017,  a previsão é que fique em torno da meta, que é de 4,5%!

Diante desses dados e das perspectivas de aceleração dos projetos de repatriação de recursos de brasileiros no exterior; de facilitação das licitações de concessões de obras e serviços ; da abertura de espaços para privatizações de vários serviços e obras de infra-estrutura e, talvez,  das possibilidades de interessar a investidores quer nacionais quer internacionais, nas obras de mobilidade urbana.

Sendo assim, todos esses movimentos  tendem a ampliar os espaços para a dinamização da economia, que parece tendem a ser e, por certo,  serão encontrados..

Claro está que, como bem disse o Governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, o problema do país não é econômico., nem social e nem politico. O que se conclui é que, no momento em que a sociedade tiver a certeza que as contas públicas serão  postas em ordem, a responsabilidade fiscal respeitada e o superávit fiscal alcançado, para que a dívida pública e as suas consequências não prejudiquem o ambiente econômico e as expectativas dos seus agentes. Praticamente isto seria suficiente para  resolver a crise brasileira  e abrir caminhos para a expansão dos negócios.

HÁ DEMOCRACIA E … DEMOCRACIA!

A democracia, não sua concepção idealística, não é algo que se possa qualificar, porquanto  ou se vive e se experimentam as caracteristicas básicas da democracia — exercício dos direitos civis e políticos de forma plena; acesso aos direitos sociais fundamentais e sobrevivência econômica condigna — ou o que se chama de democracia, notadamente nos países emergentes, talvez seria apenas uma espécie de arremedo.

Qualitativamente não pode haver diferença entre as várias práticas  de   democracia, com as caracteristicas específicias e cores locais no exercício dessa  forma de governo. Dificilmente, como bem afirmou Winston Churchill, “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeitos. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que tem sido experimentadas de tempos em tempos”.

Na verdade, as disfunções ocorridas no processo democrático são mais fruto de uma pobre disseminação do conceito de cidadania e da pouco compreensão da relevância de seu exercício, por parte dos indivíduos de uma determinada sociedade civil, bem como pelo pouco amadurecimento das instituições que compõem a base da  organização de tais sociedades.

É claro que democracia, estado e cidadania, são conceitos que, juntos, formam uma tríade de valores que permitem, com relativo êxito, construir uma sociedade livre, progressista e tendente a reduzir as desigualdades que o processo econômico produz. Os grandes homens e pensadores políticos, debruçaram-se sobre o tema das limitações de operação da democracia representativa já que, em função da notável revolução onde mais de 70% da população vivem hoje em aglomerados urbanos, a tendência seria que a chamada democracia direta mostraria uma total impossibilidade de juntar os cidadãos na chamada “ágora” e estabelecer o mais legítimo processo de decisão que afeta os interesses dos cidadãos.

Ocorre que, como bem lembrou Norberto Bobbio, o grande filósofo e pensador político, em notável texto sobre democracia direta versus democracia representativa, que, para superar a perda de legitimidade das decisões tomadas pelos representantes do povo, foram criados dois mecanismos cujo intento seria garantir tal legitimidade. São eles o “referendum”e o “plebiscito” que, embora muito relevantes, eram demorados na sua articulação, na sua execução e na produção de resultados e mostraram-se, no correr do tempo, pouco eficazes para cumprir tal “desideratum”.

Assim, em 1996, Bobbio mostrava que a democracia tinha uma enorme capacidade de se recriar e de se reinventar pois que, a internet seria o instrumento capaz de substituir esses dois mecanismos para legitimar as decisões dos representantes, de forma mais ágil, democrática, eficiente e capaz de promover uma integração e articulação, via redes sociais, facilitando a possibilidade de ampla consulta popular.

Otto Von Bismarck, dizia que “se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e as leis, não comiam as primeiras e não obedeciam as últimas”. O Chanceler alemão do século XIX mostrava, com essa descrença nas leis, que a democracia tem as suas fragilidades e limitações e devem estar sempre subordinadas a uma busca de melhoria de desempenho. Mas nada como a consagrada liberdade de ir e vir; de, livremente, expressar as suas opiniões; da busca de igualdade de oportunidades e de imaginar e sonhar com a própria de construção de seu destino o que faz perene essa forma de governo.

Todos esses comentários veem a propósito do como se processa essa áravore tênue que é a democracia nos chamados países emergentes. As suas elites creem, por exemplo, que leis, decretos, regulamentos, portarias e outras formas de regular a vida e o ir e vir das pessoas, em abundância, proverão o ambiente propício para o respeito aos direitos fundamentais do homem. E o pior é que os textos constitucionais dessas novas nações, com um número excessivo de artigos, parágrafos e itens, muitas vezes confusos, contraditórios ou pendentes de regulamentação, criam enormes obstáculos ao funcionamento das jovens democracias.

E, tais paises emergentes, marcados pelo modismo, tendem a copiar tudo que são inovações legais e marcos regulatórios dos países avançados, sem ter a visão perspectiva da sociedade que sonhariam ou se propunham a construir. Simplesmente, vão atulhando a sociedade de normas, regulamentos e diplomas legais, tendo, como que, intentados a virem a ser mais aperfeiçoados e mais completos que os originais donde foram copiados. Foram tentados serem inovadores construindo um modelito institucional sem que se tenham intentado desenhar o tipo de perfil que suas sociedades poderiam vir a ter e a ser.

Assim, a democracia não depende, para sua operação, apenas de leis. Três pré-condiçôes adicionais precisam ser atentidas. A primeira é que a população, tendo acesso a tais leis, tenha clara noção de seus direitos e deveres e se sintam responsável pela sociedade que se está construindo. A segunda questão é que as leis sejam boas, bem feitas e não invadam competências e privacidade pessoais ou grupais. A terceira pré-condição é que existam instituições que garantam o “enforcement” de tais leis e não permitam que prevaleçam as impunidades e os privilégios.

Será que esses pensamentos desencontrados permitirão ao compreensivo leitor fazer algumas ilações capazes de ajudar a compreender como a democracia brasileira ainda está tão limitada e não se pode comparar com as democracias consolidadas como agumas européias ou a democracia americana? Na verdade são apenas reflexões destinadas a aproveitar a trégua dos problemas institucionais proporcionada pelas Olimpíadas, para avaliar até que ponto os brasileiros poderão acreditar que o País possa construir o país merecido e desejado pelos cidadãos dessa terra!