Postado em 21 dez, 2015 Deixe um comentário
Marcha célere o Brasil para o fundo do buraco. E não é dramatização ou uma apelação barata. Está o país sem rumo e sem prumo e sem ter onde se segurar ou onde buscar qualquer esperança de que um caminho crítico possa ser encontrado para superar um quadro tão difícil. Não há idéias, nem homens e nem nomes. Não há a que e a quem recorrer! E o mais grave de tudo, é que não existe sequer um Dom Corleone, por essas plagas, líder maior das contravenções e de crimes de toda ordem, para sugerir aos concorrentes e também aos possíveis parceiros de que, se não se alinhassem e se aliassem, independentemente das diferenças e dos interesses, nenhum caminho surgiria para superar os impasses, os conflitos de interesses e as diferenças dos vários grupos do chamado crime organizado!
A coisa enlouqueceu de tal forma que, o embate mais sério e que mais atrai atenções tem sido o combate intenso, sem tréguas e sem qualquer possibilidade de um entendimento, entre os contentores que sustentam o governo e aqueles que fazem o exército de Eduardo Cunha! O processo tem culminado com atos e gestos que mostram uma total falta de compromisso com qualquer coisa séria e é de uma insensatez e do predomínio da mediocridade que clama aos céus. A decisão do STF não encontra paralelo e não se justifica a não ser pelo jogo de interesses em conflito na proporção em que invade a competência de outro poder, substitui-lhe as regras estabelecidas nos seus regimentos internos e confere interpretação contrária a que a legitimidade do voto popular conferiu aos parlamentares para o exercício de seu múnus!
“Nunca antes na história desse país” assistiu-se a tantas e reiteradas demonstrações, não apenas de total descompromisso para com o País e para com a sua história, por parte de suas elites, como nunca se observou uma marcha tão célere no caminho da insensatez! A decisão do Supremo é desastrada, inopinada, injustificada e inconsequente pois desrespeitou a independência dos poderes, invadiu a competência do Legislativo, judicializou o Regimento Interno da Câmara e, interpretando a seu bel prazer, quando e onde era desnecessário, o que a letra da Constituição, cristalinamente, definia e expressava!
A atitude do Supremo, questionada, incisivamente, por ex-dirigentes daquela Corte, pela mídia e por muitos formadores de opinião, teve o desplante de tirar da representação popular a sua legitimidade e a sua competência, conferindo superpoderes ao Senado e ao seu Presidente, esvaziando qualquer papel da Câmara dos Deputados. Até os mais incautos ficaram, tal qual Rosamundo, o distraído, personagem impagável da crônica brasileira, se perguntando por que aqueles que eram, figadalmente os mais leais ao governo, defenderam, intransigentemente, o parecer do Relator, que ia na direção oposta aos interesses do Executivo, enquanto os que se esperava votassem a favor do relator, votaram contra! Isto, necessariamente, desorientou Rosamundo!
Se a violência do STF nao bastasse, o Procurador Geral da República, assentado numa argumentação marcada pela subjetividade e pelas suas diferenças com o Presidente da Câmara, propôs ao Supremo o seu afastamento do mandato e a sua consequente destituição da Presidência da Câmara dos Deputados, sem qualquer fundamentação objetiva e, necessàriamente, perdendo uma excelente oportunidade de não se permitir manifestação tão inconsequente e tão pouco atenta ao quadro de problemas institucionais do País. Não esperou, sequer, pelas conclusões do processo que corre no Conselho de Ética da Câmara e, num inconsequente propósito de “queimar etapas”, já se buscou credenciar a ser o responsável pela defenestração de Cunha!
No Executivo, a saída de Levy, que desde o início de suas funções à frente do Minifaz vinha sendo, sistematicamente, boicotado pelo PT, pelo Ministro do Planejamento e, depois pelo próprio Lula e por Dilma, mostra que a falida proposta da nova matriz econômica de Mantega, cujo executor era o seu Secretário Executivo, no caso o novo Ministro da Fazenda, não deixa a ninguém qualquer convicção ou certeza de que o ajuste fiscal prosperará! O império da mediocridade e da incompetência, foi reestabelecido e, com toda a sua imponência!
Se a ópera bufa necessitava de uma pitada de intriga, o que faz Renan com Michel e a guerra que se trava na bancada do PMDB na Câmara, tem caráter quase circense! Um dia um Líder. No dia seguinte, um outro e,quem sabe, amanhã um terceiro, além das propostas contra a Câmara e Eduardo Cunha e, agora, engrossando o coro de petistas, Renan, para assumir maior protagonismo, estimula denúncias contra o próprio presidente do seu partido!
Se tais desencontros já não bastassem, a chamada Operação Catilinária pareceu uma proposta que objetivava tirar o foco da Lava Jato, além de desmoralizar o processo tão bem conduzido pelo Juiz Sérgio Moro e, ao abrir uma frente ampla, perder-se em questões aparentemente menores. MIsturar crimes do Petrolão com crimes tipo falta de decoro não ajuda, em nada, a Operação Mãos Limpas brasileira.
E o Congresso, para fazer jus a sua fama, vive a sua tradicional falta de seriedade e de propósito quando destitui líderes, negocia interesses com o Executivo, confronta a Câmara e o Senado, e, os 26 partidos que lá atuam, não tem ideologia, não seguem qualquer doutrina, carecem de linhas programáticas e, acima de tudo, são comandados pela esperteza e pelo oportunismo.
E Dona Dilma, continua a passear a sua incompetência e irresponsabilidade pelas avenidas de Brasília, pedalando, de fato, enquanto se busca uma base fiscal adequada para honrar as pedaladas que exigirão mais de 60 bilhões do Orçamento de 2016 para cobrí-las. Orçamento este que, além de um superávit chifrin, incorpora o que não existe, como as receitas derivadas do aumento do PIS/COFINS, da CPMF e talvez até de um possível ressuscitar da CIDE! Além da desastrada gestão das finanças públicas e de uma incompetente, incoerente e inconsistente política econômica, o país tem a sua frente uma governanta sem qualquer visão de planejamento estratégico que lhe desse e dê credibilidade interna e externa.
É esse o triste balanço que se faz desse desmantelamento do estado brasileiro e da desconstrução de sua economia e de seu amanhã. Do jeito que a coisa ficou, talvez nem reza resolva mais!
para que pudessem sobreviver e manter seus negócios.
Postado em 15 dez, 2015 Deixe um comentário
Michel Temer, que sempre pautou a sua caminhada pela elegância, pela reconhecida habilidade política e pela enorme capacidade democrática de conviver com os contrários e com as adversidades, acabou cometendo, para muitos, um ato falho pois que, tendo tido a oportunidade ímpar de se mostrar um estadista e o único homem público efetivamente preocupado com os destinos do país, deixou fugir a oportunidade, por entre os dedos. O gesto foi visto como de uma pobreza de espírito inaceitavel para um homem da sua estatura.
A sua chorosa carta, cheia de mágoas e ressentimentos, não comoveu os formadores de opinião nem a classe política porquanto, para alguns, apequenou o homem público, o constitucionalista e o líder partidário que, até hoje, tem tido enorme sucesso, em todos os seus embates. Pena que o Vice-Presidente tenha perdido uma raríssima oportunidade de chamar uma Presidente, totalmente perdida, às falas e ter anunciado, à Nação, a dramaticidade do quadro e a sua sugestão de uma agenda para que o País saisse do impasse em que ora se encontra e pudesse vir a gerar, no povo, a confiança ele precisa.
Embora muitos apoiem e assumam essa avaliação, uma parcela significativa do PMDB e dos filtrados da legenda aplaudiram e gostaram da demonstração de queixa, de mágoa e de ressentimento de Michel achando que ele deu a senha para o rompimento da sigla com o governo no momento o mais adequado possível. E mais, muitos acharam que ele demonstrou um efetivo controle sobre o partido pois os episódios subsequentes — a demissão de Eliseu Padilha e a destituição do Líder do PMDB, aliado de Dilma — fundamentam e avalizam tal avaliação!
Se o quadro estava tumultuado, sem rumo e sem prumo, agora é que a sociedade e o povo, em particular, se sentem órfãos diante da constatação de que os seus destinos estão nas mãos desses quatro cavaleiros do Apocalipse: Dilma, Michel, Eduardo Cunha e Renan Calheiros! E estando nas mãos deles parece que, o que fica para os brasileiros seria aquilo que estava inscrito na porta do inferno, do livro Divina Comédia, de Dante Alighieri: “Lasciate ogni speranza voi que entrate”! Ou seja, “deixai qualquer esperança vós que entrais”!
Tais protagonistas da cena, ao invés de despertarem a esperança de que alguma coisa possa surgir de bom no horizonte, ao contrário, dão a certeza e a convicção de que, deles, no máximo o que poderá vir, será o desconforto de perceber que os mesmos, com argumentos falaciosos, incorram na tentação de armarem um acordo que a todos salva e a pátria continuará esquecida, sem eira, nem beira e Indo para um mergulho num abismo de problemas e dificuldades!
Pois, pelo que se sente, a Câmara continuará, dentro que se tem assistido, a ser essa triste casa de tolerância, com os deprimentes embates de interesses de parlamentares,sem qualquer compromisso republicano e sem qualquer ética d comportamento e de responsabilidade.
Também o outrora Vestuto Senado, hoje dominado por um fisiologismo pragmático, está alheio à crise do País e, mostra, claramente que, se a Câmara aprovar o afastamento de Dilma, a Casa Revisora será uma espécie de Casa de Correição e atuará, com certeza, através do voto dos nobres senadores, no sentido de garantir a permanência de Dilma como Presidente e, portanto, rejeitará a decisão da Casa do Povo! As únicas coisas que poderão mudar o curso da história serão as delações premiadas que poderão ocorrer ainda por essa semana, de Delcidio Amaral, de Cerveró e de outros como o Presidente do Pactual, o Presidente saíste da Odebretch, Marcelo, delações essas que poderão abalar as entranhas do poder.
Mas, pelos desdobramentos das inúmeras operações, investigações e delações, envolvendo a todos e a tudo, lámentavelmente ha qu se concluir, como Hamlet, de que “há algo de podre no reino da Dinamarca”! E a coisa está fedendo e vai feder ainda mais!
Aliás, as buscas e apreensões da Polícia Federal, ocorridas hoje pela manhã nos escritórios e residências do Presidente da Câmara, dos ministros Henrique Eduardo Alves, do Deputado Celso Pansera, Ministro da Ciência e Tecnologia, do ex-ministro das Minas e Energia, Senador Edson Lobão, do ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado e do deputado federal Anibal Gomes, levarão, necessariamente, a três consequências: um enorme tumulto nas hostes do PMDB pois todos os presumidos suspeitos pertencem a agremiação; ao consequente rompimento imediato do partido com o governo; a uma tomada de posição de Temer e ao descontrole total do que passará a ocorrer, não apenas na Câmara bem como no Senado, pois Henrique Alves, Sérgio Machado, Edson Lobão e Anibal Gomes mantém estreitíssimas ligações com o Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros.
Alguém perguntará, diante de todos esses episódios que só denigrem a imagem de um já desgastado Congresso Nacional e que aviltam mais e mais a classe política e os dirigentes do setor público nacional, como as ruas se comportarão? Será que mostrarão a força da sua indignação ou jogarão a toalha do cansaço, da impotência e da indiferença? As dúvidas crescem porquanto já acham alguns que a reação do povo está em processo de arrefecimento e, acabará desembocando numa atitude de indiferença, como até bem pouco encontrava-se a Argentina. Ou será, como imaginam os mais otimistas que, como a chamada visita da saúde, demonstrando ainda um pouco de fôlego e de esperança, propiciará o espetáculo que agora ocorreu com o País vizinho?
É difícil antecipar o que virá nos próximos dias pois os atores não sensibilizam a ninguém por não disporem de qualquer atributo, competência ou qualidade de que deles se possa esperar como que uma idéia, um gesto ou um movimento que levante a esperança de que alguma coisa de bom, de sério e de confiável venha a acontecer.
Isto porque a Presidente Dilma, além de não dispor de atributos de inteligência e de competência técnica, outrora tão alardeados, no capítulo político, tem demonstrado uma habilidade de uma espécie de macaco em casa de louça e, os que a cercam ou os que assessoram no Planalto e no Congresso, são de uma pobreza, de uma mediocridade e, pela prática recente do partido, não dispõem de um mínimo de credibilidade para a construção de pontes de entendimento!
Se Dilma se mostra essa nulidade ambulante para gerir políticas públicas, liderar processos de mudança estrutural da economia e estimular a sociedade a aceitar sacrifícios hoje por um amanhã, o seu atual desafeto, Eduardo Cunha, é o senhor esperteza, com um invejável talento de estrategista, sem maiores escrúpulos e voltado, exclusivamente, para suas ambições e sonhos de poder. Já Renan, já tendo sido pego pelo gongo uma vez, usa a sua sagacidade e a assessoria de raposas como o velho Sarney, Romero Jucá e Jáder Barbalho para construir pontes de sobrevivência diante do bombardeio que ora enfrenta!
Já Michel agora ou se torna o protagonista maior desse processo ou se amesquinha, de vez, diante do quão enredados estão os seus aliados e parceiros de empreitada !
Postado em 7 dez, 2015 2 Comments
O cenarista pretendeu comentar o que ele chamou de os “dois dias que abalaram Brasilia”. O primeiro desses ditos trágicos dias foi aquele que se caracterizou pela recusa dos deputados petistas de, segundo a orientação da direção partidária e do próprio Lula, apoiar o Presidente Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Ou seja, ao não garantir os votos necessários a uma retirada de respaldo para rejeitar a autorização de encaminhar o processo de cassação do Presidente, o PT declarou guerra ao PMDB de Cunha e abriu espaço para a a esperada retaliação do próprio Cunha.
O segundo dia de cão foi quando, Eduardo Cunha, sentindo-se traído pelo Planalto que, segundo dizem as más línguas, o confidenciara que garantiria os votos a salvá-lo no Conselho de Ética, refugou o presumido acordo e não manteve os termos barganhados de apoiar a sua pretensão de ver extinto tal processo. Aí Cunha decide acolher o mais completo, denso e acreditado processo de impeachment contra a Presidente Dilma. A guerra então começou!
A partir daí, como se observou, a coisa azedou alimentada por agressões de parte a parte e pela determinação do Governo, após ter garantido a vitória na votação do PLN 5, com mais de 270 votos, acreditar que seria mais válido partir para o confronto do que aceitar as chamadas chantagens de Cunha. Ao invés da aceitar a chamada chantagem de Cunha, decidiu os sábios do Planalto, partir para o confronto e para o embate na certeza de que não seria ao Governo dificil angariar os 171 votos necessários para frear o processo de impedimento da Presidente!
Apesár desse cenário tão favorável a uma análise de suas conseqüências, o escriba responsável por esse blog ou site, embora já tivesse escrito o comentário, guardou-o e resolveu não publicar as suas opiniões.
Passados os dois pesados eventos, a coisa não aclarou e, pelos seus desdobramentos, piorou!
Então, uma vez mais o cenarista se interessou em produzir algo do tipo “E agora, José?” ou “O céu não pode esperar” mostrando como o país estava no limite do seu sangramento, a sociedade civil não teria mais fôlego para esperar e a classe política não teria a credibilidade para propor a estensão do prazo para a apreciação e julgamento da matéria, bem como definir-se, politicamente, por não permitir o recesso institucional das duas Casas. Apesár de tudo, o cenarista não publicou o seu comentário mais uma vez!
No entanto, as coisas foram se precipitando. Eliseu Padilha, o deputado-ministro, contador de votos no Congresso e fiel aliado e escudeiro de Michel Temer, pede as contas e vai imaginar o que fazer pelo PMDB, por Temer e pelo seu futuro, lá no recôndito das coxilhas gaúchas.
Michel Temer, por seu turno, após apenas sugerir a Dilma que não vá para o confronto e sem se definir de que lado se encontra, não entra nesse jogo perigoso da disputa com Cunha e, agora, com o PMDB, arregimenta o empresariado, afina o discurso partidário e se prepara para estimular e alimentar o processo de impeachment de Dilma.
Diante desse quadro dramático, é que o acaso e as circunstâncias vieram a voltar a alimentar a chamada “triste sina” desse país, ora sem destino e sem amanhã!
Mas, embora o pessimismo seja a tônica dos dias que correm, os eventos Macri, na Argentina, o pedido de impeachment de Dilma e a fragorosa derrota de Maduro, na Venezuela, são episódios que revelam, à exaustão, que os modelos de governo populista, leviano e irresponsável, notadamente com as finanças públicas, não mais prosperará. O pseudo socialismo bolivariano, mostrou toda a dimensão de sua capacidade de promover o desastre econômico, de desorganizar o estado, via aparelhamento com sindicalistas, além de estabelecer a antecipação de um inviável estado provedor bem como propiciou a desconfiança irrestrita da população nas instituições e nos seus agentes.
Ademais, para Dilma, as coisas ficaram deveras complicadas porquanto o PMDB, o seu parceiro maior, que, como se sabe e se conhece, nunca fez opção preferencial pela lealdade, até mesmo para com os seus próprios líderes e até para com ícones como foi Ulysses Guimarães, sente-se no seu clima e no seu ambiente. O governo atual, esgotado, exausto, falido e desacreditado, não tem mais como bancar as aspirações e demandas utilitárias de membros da agremiação ulissista e, não tem sequer argumentos convincentes para pedir fidelidade a um partido que nunca a demonstrou e nunca sequer teve comando nacional. E, mais ainda, por ter tratado o parceiro com desrespeito e com arrogância, em inúmeras oportunidades, a credibilidade do PT junto aos peemedebistas é quase nenhuma.
O PMDB, velho de guerra. parece que já está pronto, faz algum tempo, para desembarcar do velho poder e assumir o poder não só caracterizado pela movimentação de Michel Temer, pela apresentação antecipada de um programa de governo, diga-se, já sancionado pelo PSDB, e, mostrando-se afinado com as ruas, sentindo que o povo quer o fim do sangramento do País.
Por outro lado, o PT, zonzo feito cego em tiroteio e, sem o comando de seu líder maior, hoje vivendo as angústas de acusações pesadas contra ele, seus familiares e seus amigos, experimenta o desencontros de posições e de opiniões. Some-se a tal, a queda de popularidade do partido, de Dilma e do próprio Lula. Isto leva a crer que o partido não parece ter mais condições de mobilizar o povo para ir as ruas para defender o mandato de Dilma porquanto, mesmo que houvesse razão plausível e convincente para tanto,não tem mais o governo como vender “esperança consequente” de que dias melhores poderão vir.
A temperatura das ruas tende a subir nos próximos dias. Dia 13 pode ser o dia D e, dependo da ação do PT, pode ser algo igual o que foi a convocação de Collor para apoiá-lo,vestido de verde e amarelo. Ai, o povo, em represália, vestiu luto.
Do jeito que a coisa vai as redes sociais vão bombar na convocação a favor do impeachment. Por outro lado, a semana promete no Congresso pois o “PMDB, depois de orquestrado o desembarque de Elizeu Padilha do governo”, deverá ir esvaziando e minguando o seu apoio a Presidente, numa sinalização, para a sociedade civil, de que segue o sentimento das ruas e que, a qualquer custo, o impasse atual terá que ser superado.
E, finalmente, se fora pela opinião pública, ela gostaria que não apenas Dilma fosse defenestrada do poder mas que houvesse uma grande limpeza e todos aqueles arrolados no Lava Jato e nas várias outras operações, fossem também defenestrados de suas funções e posições, e, portanto, fosse completa a assepsia.
Alguns temem que conflito nas ruas entre os grupos em posições opostas venham a ocorrer. Mas, diante do comportamento conciliador e pacífico dos brasileiros, a própria Venezuela acaba de dar lições de civilidade pois que, até mesmo naquele país, sem lei e sem ordem, a ordem foi mantida, as escaramuças entre os grupos em confronto inexistiram e Maduro aceitou o resultado das urnas.
Talvez o que de mais sério deverá surgir depois da queda provável deses três governos, será a abolição da irresponsável política econômica bolivariana; a supressão da idéia absurda de um estado provedor; o fim da política externa terceiromundista e a abertura das relações para novos parceiros além da substituição da presença perniciosa de um compadrio nas funções governamentais, ao invés da cobrada e necessária meritocracia.
Se isto ocorrer, aparentemtne, novos caminhos surgirão para o enfrentamento da dura crise que vive os três países.
Talvez, a ascenção desses novos dirigentes, no caso brasileiro, represente o inicio do inferno astral para Lula pois os “arreglos” poucos éticos feitos de Lula com Cristina e com Maduro, virão à tona e, talvez, com repercussões e conseqüências piores do que já se antecipa dos entendimentos de Lula com o ex-Primeiro Ministro de Portugal, Sócrates, ora preso e que ora estuda uma possível delação premiada.
Postado em 26 nov, 2015 Deixe um comentário
A festa acabou! A decisão do Senado de respaldar o que havia definido o STF, reflete, pelo menos, duas coisas. A primeira, o medo dos políticos da reação de uma sociedade, à beira de um ataque de nervos e, a total descrença e desconfiança, manifestado por essa mesma sociedade, nas instituições, particularmente no Congresso. A segunda é que, a maioria dos membros da Casa como que, talvez por ter que dar explicações à Justiça, por delitos maiores ou menores, assume uma postura cautelosa para não querer demonstrar que estaria propensa a confrontar o Supremo. E isto parece ser tudo que a classe política não quer!
O próprio Supremo, temeroso da reação da turba, decidiu agir, não apenas respeitando a letra da lei mas, de uma certa forma, buscando ouvir a voz rouca das ruas, para não ser por elas atropelado! O próprio Supremo, temeroso da reação da turba, decidiu agir, não apenas respeitando a letra da lei mas, de uma certa forma, buscando ouvir a voz rouca das ruas, para não ser por elas atropelado!
Por outro lado, a prisão de Bunlai, o homem do “passe livre”, na segunda, agora aliada ao evento da prisão do Senador Delcidio Amaral ao lado de um dos pilares do sistema financeiro, o dono e dirigente maior do Banco Pactual, André Esteves, revelam que o cerco estreitou e já chegou aqueles que detém a maior soma de poder.
Aliás, nas delações de Cerveró e de Fernando Baiano, além das já conhecidas insinuações do possível conhecimento de Lula sobre tudo o que ocorria, agora fica também patente que Dilma sabia do que ocorria na Petrobras bem como, no caso específico da aquisição de Passadena, pelos depoimentos recentes, foi partícipe efetiva, com cobranças diretas, ao próprio Cerveró, sobre o “cumprimento” dos compromissos partidários assumidos quando da concertação do entendimento.
Assim, seria difícil, inclusive diante da decisão do Senado, até mesmo à própria sociedade, deixar de amparar e apoiar, a decisão do STF, de manter preso o Senador da República, em pleno exercício do mandato, fato este, primeiro e único na história republicana. E, as razões apresentadas pelos ministros mostram-se gravíssimas. Mas, o mais serio de tudo é que o processo, pelos seus desdobramentos e envolvimentos, parece agora, definitivamente, encaminhar-se para um desfecho!
Isto porque todos, quase sem exceção, os líderes e dirigentes maiores do partido dos trabalhadores — inclua-se aí Lula, amigos e familiares e, agora, a Presidente Dilma — e muitos que fazem a base de sustentação do governo, além das grandes empreiteiras e, expressivos nomes ligados ao sistema financeiro do País, estão envolvidos nesse processo de desmantelamento, desestruturação e destruição moral e ética do sistema político-administrativo nacional. Com isto, a única alternativa que resta é interromper o sangrar do País e abrir espaço para que, pelo menos, os problemas mais urgentes possam vir a ser enfrentados.
Não dá mais para esperar e não falta mais nada a investigar para que se defina os novos caminhos a serem trilhados pelo País pois ao demorar a ocorrer um desfecho, até a possibilidade do chamado acordão ficará comprometida e, praticamente, inviável. Se a posição de Eduardo Cunha é quase insustentável, a de Dilma agora está por um fio. E, Delcidio e André Esteves são dois homens-bomba, ao lado de outros — Bumlais, Marcelo Odebretch e outros menos cotados — que chegaram ao limite e não pretendem mais pagar o preço por ninguém.
A tendência é que as revelações, a partir de agora, virão como a maré de lama do desastre ambiental de Mariana, onde não há mais como estabelecer elementos de contenção e proteção! Agora parece que é chegado o fim do caminho!
Postado em 24 nov, 2015 Deixe um comentário
Acaba de “desocupar a moita” na Argentina, o kirchnerismo! Terminam os doze anos de um populismo que remonta ao peronismo dos velhos tempos. Na sua esteira, parece que só deixou como saldo a indiferença, o descaso e o desinteresse das classes média alta e rica, para com os destinos do País! Ao que parece o que sobrou foi a frustração de uma imensa população de trabalhadores que ainda vive os ideais dos tempos imemoriais de um populismo respaldado em um grande estado provedor.
Não há ganhos e, para dizer a verdade, a constatação que se estabelece é que há muito mais perdas econômico-sociais mesmo quando a conjuntura internacional favoreceu o País, do que ganhos efetivos derivada de tal circunstância!
Seria provável que, tais circunstâncias poderiam ter suavizado os problemas econômicos e sociais bem como poderiam ter reduzido os custos sobre a economia e sobre a sociedade argentina dos erros é equívocos da gestão pública argentina! O que se percebe hoje é uma espécie de “Argentina cansada de guerra”, sem muito ânimo para lutar ou esperar grandes transformações e sem desejos de enfrentar grandes mudanças!
O populismo lulista tem parecenças com o modelo argentino e, como ele, esgotou as suas possibilidades de continuar explorando a boa fé de uma população que apostou as suas fichas no discurso do desenvolvimentismo, da opção preferencial pelos pobres e do respeito aos princípios e valores morais sonhados pela sociedade! Por isto é que a muitos surpreendeu a vitória da Oposição fruto menos de uma agenda alternativa para o País é muito mais de uma espécie de “fadiga do material”.
O caso argentino remete a qualquer analista a refletir sobre o atual quadro de problemas do Brasil onde o desmantelo não ficou apenas por conta da gestão das finanças públicas mas da desorganização de toda a administração das coisas do estado, pelo aparelhamento da máquina, pelo desrespeito aos mínimos princípios da moral e da decência e por uma irresponsabilidade e uma leviandade tamanhas na gestão da coisa pública, por sinal, nunca imaginadas!
O que se intenta, a partir dessa inflexão na política do país vizinho, é antecipar qual será o impacto do que ocorreu ali no quadro brasileiro e como tal poderá proporcionar a aceleração do desfecho da situação de crise que ora se desenha no Brasil! Aliás é bom lembrar que, como já antecipado pelo cenarista, o próximo desfecho político que poderia surpreender será a queda de Maduro na Venezuela acabando de vez com a desastrada tese do bolivarianismo.
Lá o kIrchnerismo foi defenestrado por eleições democráticas. Aqui, lamentavelmente, não havendo eleições a curto prazo e diante da urgência que a situação impõe, parece que só a renúncia ou o impeachment criará a ambientação propícia para a estruturação de um novo caminho e uma nova estratégia de ação política.
Aqui as pré-condições para um desfecho do processo de transição, de forma relativamente tranquila, vem passando por uma longa negociação, onde a transigência, a composição e a aceitação da tese de que é “melhor perder os anéis do que perder os dedos”, deverá prevalecer e, ao final, entre mortos e feridos, escaparão todos.
Para frustração de parte da sociedade não haverá derramamentos de sangue, justiçamentos, execuções e, cabeças coroadas serão salvas. As escaramuças que já estão a ocorrer, ao que se conhece da índole nacional, não comprometerão o processo de transição, que, mais uma vez, será “lenta, gradual e segura”.
O que se espera para a semana que se inicia? Muito pouco! O caso Eduardo Cunha no Conselho de Ética, dentro da estratégia previamente traçada pelo próprio Eduardo Cunha, teve adiada a leitura e apreciação do parecer do Relator que estaria decidido a recomendar a continuidade das investigações sobre o caso!
Assim, como se imaginava que as coisas iriam transcorrer, até agora nada fugiu ao script desde a posse do suplente Paulinho da Força no Conselho que, por sinal, já prestou serviço a causa pois foi ele o autor inicial do pedido de vistas que levou ao adiamento da apreciação do parecer do relator do processo, no referido Conselho de Ética!
Embora cresça o cerco em cima de Lula e de seu entorno, agora com a prisão de José Carlos Bumlai, um dos empresários de total intimidade com o Presidente Lula, os arranjos e entendimentos talvez preservem sua cabeça pois apesar de parecer concluso o cerco a Lula pois, após a declaração do próprio de que recebeu 29 milhões a Odebretch a título de pagamento de palestras, as denúncias da COAF e outros achados comprometedores, é provável que, para frustração de muitos, uma possível renúncia de Dilma seja a moeda de troca para preservar a sua cabeça!
Faz sentido a especulação do cenarista?
Postado em 21 nov, 2015 Deixe um comentário
Cada dia são r mais e mais diatribes cometidas por aqueles que aparelharam a máquina pública nos últimos quase quinze anos! A coisa é escabrosa não só no que é revelado pelas operações tipo LavaJato, Zelotes e outras tantas, que se assemelham a, como bem afirmou o Ministro Teori Zavaski, um novelo de linha que não se sabe onde vai parar, mas, também, das descobertas de rombos, de “generosidades inaceitáveis” ao compadrio e a opções de políticas públicas equivocadas.
Se não bastasse a enxurrada de denúncias tornando expostas as feridas abertas por uma podridão que toma conta de toda a cena nacional, toda hora surgem novos escândalos e versões de malfeitos que demonstram uma impetuosa e gulosa desonestidade, como também mostram uma pobreza e uma incompetência gritante e ululante na condução da coisa pública, em todas as áreas do governo.
Agora a opinião pública conhece os detalhes sórdidos da operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, onde não havia um só argumento respeitável que justificasse a aquisição da chamada “Ruivinha”, assim denominada a refinaria por estar bastante deteriorada e dominada pela ferrugem, nas suas instalações!
Afora a ânsia de gerar oportunidade adicional de alimentar o propinoduto hoje desbaratado da Petrobras, alguém, em uma das delações premiadas, informava que a aquisição também tinha como propósito atender a “objetivos políticos” do Presidente José Sergio Gabrielli! E que propósitos e que objetivos políticos seriam esses que, por acaso, nunca foram do conhecimento e nem revelados a Presidente do Conselho de Administração, na época, a Ministra Dilma Rousseff?
Por outro lado na hora em que, porventura, se configurar a derrota de Cristina Kirschner e do Partido Justicialista na Argentina, é bem provável que o processo de “Passar a Limpo” o País, típico daquela nação, quando da alternância de poder, outras revelações de negociatas entre a Petrobras e aquele governo poderão aparecer, desvendando mais problemas e mais dificuldades para a Petrobras e para o Brasil.
Na verdade, mesmo com as declarações relativamente otimistas de Levy de que o Brasil não está quebrado, “mas só um pouquinho desorganizado”, ainda vai levar algum tempo para que a confiança dos agentes econômicos se restabeleça, o ambiente econômico se torne mais confiável e o quadro político-social mais respirável.
Isto porque, como o cenarista já havia “cantado a pedra”, o clima para o acordão continua “melhorando” e os sinais ficam cada vez mais claros. Primeiro, pelas articulações do Planalto para que os seus votos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados favoreçam a Eduardo Cunha e, quando houver dúvidas sobre a “lealdade do companheiro”, substitua-se, como ocorreu, agora, com a assunção do suplente do Solidariedade, Paulinho da Força, diante de um titular “renitente” e pouco compreensivo.
Adicionalmente, os jornais mostraram, claramente, neste fim de semana, que anda intensa a movimentação do Planalto nesse sentido como forma de afastar o temor da abertura do processo de impeachment de Dilma. Também, a temerosa, cautelosa e até medrosa atitude da Oposição tira qualquer esperança de que algum sério movimento possa ocorrer pois a confiança do povo na mesma Oposição caiu, bastante!
E caiu desde o momento em que claudicou em relação a Cunha quando, num primeiro instante, acenou com apoio ao Presidente da Câmara para garantir reciprocidade da ação dele contra Dilma e, depois, mostrou fraqueza, diante da reação da opinião pública e, como era esperado, puxou o tapete do mesmo Eduardo Cunha!
Também, para respaldar a tese do acordão mostram-se claras as tentativas de toda ordem de buscarem mecanismos de proteção à Lula e familiares, a Renan, a famílília Sarney e, a mais de cem parlamentares, ex-parlamentares e outras figuras públicas diante da “dita fúria” de Sérgio Moro e de seus jovens e intrépidos procuradores, além da “briga de poder” de grupos na Polícia Federal que, às vezes, tornam os policiais incontroláveis e “pouco infensos e insensíveis aos compromissos republicanos que, de modo sincero, objetivariam parar o sangramento do País e evitar um processo de confronto institucional e político, conducente a uma ruptura de consequências imprevisíveis”.
Claro que o leitor interpreta esse suposto “compromisso republicano” como um deboche e um achincalhe expresso pelo cenarista porquanto todos sabem que espírito público e seriedade de propósitos não prevalecerá em tal entendimento, pois será muito mais a busca de um pacto de conveniência e de sobrevivência daqueles que “gestaram” essa situação e que foram denunciamos pelos mal feitos que buscam uma estratégia salvadora, do que qualquer atitude séria e honesta.
E, lamentavelmente, pouco de bom e de transformador poderá, ocorrer, pelo menos no campo ético-moral e, as possibilidades objetivas de que as medidas fundamentais para mudar a face do estado brasileiro, dificilmente encontrarão espaço e ambiente para ocorrerem.
Talvez a manutenção do dinamismo do agronegócio, uma trégua na desorganização interna da economia nacional, a criatividade na lógica de sobrevivência dos agentes econômicos e uma nova onda de expansão da economia mundial, sejam elementos que adiem, mais uma vez, a chance de rever e atualizar o estado brasileiro e acabar com o ideologismo nas relações internacionais, substituindo-o por um pragmatismo de resultados; o aparelhamento da máquina de governo pelo profissionalismo administrativo; e o experimentalismo na política econômica pelo respeito ao receituário comum indicado pelos verdadeiros conhecedores e, porque não dizer, criadores da lógica econômica vigente.
É diante de um Domingo chuvoso e cinzento, preso ao espaço de um apartamento, na mais bela cidade talvez do mundo mas, com certeza, do Brasil, que o cenarista destila um pessimismo que não lhe é comum mas que, as circunstâncias experimentadas pelo Brasil, conduzem-no a assim ver o hoje e o amanhã desse País.
Talvez o cenarista esteja influenciado “pelos astros” pois estando na véspera de mais uma etapa de envelhecimento, comece a sentir que se distancia mais e mais, a perspectiva de ver concretizado o sonho de construção, aqui, da primeira civilização dos trópicos por tantas boas características histórico-culturais desse imenso País!
Postado em 18 nov, 2015 Deixe um comentário
Tramitam no Congresso cerca de quatro medidas propostas pelo Governo que podem indicar caminhos para a superação dos atuais impasses experimentados pelo País, pelo menos, a curto prazo!
Diga-se, a bem da verdade, que tais medidas garantem as bases para o ajuste fiscal de curto prazo pois que, um déficit de mais de 100 bilhões nas contas públicas, para este ano — para ser mais preciso, por sinal de cerca de 119,8 bilhões, já admitidos e autorizados pela Comissão de Orçamento do Congresso! — e o acumulado de distorções, de disfunções, de desequilíbrios e de equívocos a serem revistos, representam um cardápio fundamental e de difícil digestão e de discutível ou, pelo menos, complexa viabilidade política, mas que é necessário e fundamental para apoiar a retomada do crescimento econômico nacional.
O reestabelecimento da CPMF, tão emblematicamente marcada como “a proposta que representaria um aumento de uma já explosiva carga tributária”; os aumentos de alíquotas do PIS/COFINS; a possível recriação da CIDE; a internalização de recursos de brasileiros hoje no exterior, além da folga no Orçamento, propiciada pela prorrogação da DRU — Desvinculação de Receitas da União — representam elementos de viabilização do ajuste.
Por outro lado, a manutenção dos vetos impostos pela Presidente Dilma a matérias que desequilibrariam ainda mais, dramaticamente, as contas da União, são parte do penoso caminho trilhado por Joaquim Levy, ministro sujeito a todos os tipos de pressões e até de chantagens, o que tem transformado a empreitada a realizar em algo de dimensões quase ciclópicas!
Adicionalmente a tal tarefa, o tentar estancar o processo de sangramento do País, como o derivado da recente divulgação de um rombo nas contas dos fundos de pensão dos funcionários da Petrobras, que já alcança cerca de 60 bilhões; da previsão de estouro no orçamento dos Correios que atingirá, neste ano, um déficit de mais de um bilhão de reais; do monumental prejuízo anunciado pela Petrobras no último trimestre, são vazamentos e desequilíbrios, entre outros, oriundos de incompetência gerencial e de desvios na condução da coisa pública. Tudo isto mostra porque as coisas são muito mais complicadas do que se imagina.
Assim, quando se Junta a isto a desestruturação das empresas de energia elétrica; a “farra do boi” na concessão de empréstimos, generosíssimos, por parte do BNDES, onde a conta para a viúva vai a mais de 400 bilhões; o déficit estrutural da Previdência, além de outros furos e distorções, aí qualquer analista passa a entender porque a tarefa de Levy tem sido quase hercúlea.
E a situação não se torna mais complexa e dramática porque não se está discutindo ainda a agenda fundamental para o Brasil que exigirá correções de erros estruturais e de distorções como as derivadas dos processos de indexação não apenas de contratos, salários e aposentadorias ao salário mínimo mas de outras como a que estabelece uma vinculação das remuneração de magistrados, de Parlamentares e de governantes de tal ordem que tudo acaba operando em cascata, com graves efeitos deletérios para a economia nacional. Também as terríveis vinculações de receitas que engessam o orçamento e limitam não só as iniciativas, mas também a hierarquização de prioridades e a eficiência da gestão.
Por outro lado, o estabelecimento dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal de limites de expansão dos gastos em função da evolução das receitas tributárias bem como uma restrição à evolução da dívida líquida nacional vinculando-a à expansão do PIB, criaria freios a abusiva ampliação de dispêndios bem como do déficit público. Um regresso ao postuladoda geração de superávit primário, nos limites necessários ao pagamento dos encargos da dívida, tornaria mais saudável a gestão das finanças públicas do País.
Por outro lado, a ampliação das parcerias público-privadas, a aceleração do regime de concessões tanto para toda infra-estrutura física como um todo como para as obras de mobilidade urbana como também para exploração de fontes de energia alternativas e o estímulo ao ingresso de recursos externos, são elementos adicionais de tal agenda. É claro que a revisão do pacto federativo, o fortalecimento do poder local e um rreexame crítico da estrutura do estado brasileiro, de forma a garantir-lhe não apenas maior transparência, mais maior leveza e maior eficiência, representam enormes desafios políticos.
Assim, está na hora de esperar que o espírito republicano, a força da brasilidade, o compromisso com o hoje e o amanhã do País prevaleçam e os políticos assumam o papel que a sociedade deles espera e promovam as mudanças estratégicas fundamentais a fazer com que o Brasil retome o caminho que a destinação histórica lhe reservou. Se Deus quiser as mudanças virão, as responsabilidades políticas serão assumidas, interesse pelo país e pelo seu povo serão reafirmados e voltará este amado País a assumir a sua leveza e encarar a sua grandeza!
Postado em 16 nov, 2015 Deixe um comentário
Uma tragédia de enormes proporções, vitimando pessoas que não sabiam porque estavam sendo mortas, por causas e razoes presumidamente religiosas, provocou enorme comoção e gerou significativa repercussão em todo o mundo. As vítimas foram tantas e a estupefação dos que foram vitimados foi de proporções tais que, até agora, a perplexidade domina corações e mentes. A tragédia francesa foi deveras chocante e impactante embora crimes ambientais como o de Minas Gerais tão brutais e de consequências sobre o hoje e o amanhã de gerações que pagam o preço da incúria, incompetência e irresponsabilidades dos gestores públicos, tenham repercussão de maior relevo no pensamento e na atitude dos brasileiros!
Isto sem falar na violência que domina todos os rincões e classes sociais do País, marcada por chacinas, pela ação de grupos comandados pelo crime organizado e pelo que agora faz a droga com parcela considerável da população nacional, o que estabelece dimensões deveras assustadoras e não há indícios e sinalizações que os estragos possam ser contidos e minimizados pela ação de políticas públicas consequentes.
Há povos que, avaliados à distância, presumidamente, estariam habituados com tragédias. Máxime aquelas derivadas da imponderabilidade da natureza e de seus fenômenos — tsunamis, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, etc — ou aquelas fruto da incapacidade do homem de prevení-las ou minimizá-las. Se isto não bastasse, vive-se agora um pipocar de atentados, atos terroristas, confrontos sangrentos tudo fruto de questões e problemas de desentendimentos sedimentados por históricos e seculares conflitos tribais ou oriundos de conflitos étnicos.
Mais recentemente, os conflitos oriundos da intransigência religiosa tem ganho enorme espaço e, em nome de um Deus, não se sabe por quais desígnios, mata-se, na forma de chacinas, nas dimensões desse tenebroso e tragedíaco desastre ocorrido em Paris. Ao lado de chacinas dessa natureza assiste-se a homens e mulheres que se matam por alguma causa ou em nome da fé e da religião, à vista de todos, num espetáculo de babárie que assusta e mostra que mais e mais irracional e desumano é o habitante desse planeta.
Aqui, entre brasileiros, o fundamentalismo religioso até agora ainda não conseguiu sensibilizar a muitos e não deu margem para conflitos de monta. Nem tampouco, questões étnico-raciais, regionais ou políticas, conduziram os brasileiros ao desforço físico e ao pegar, literalmente, em armas, defendendo tais idéias ou tais presumidos ideais.
Embora aqui grasse a violência e surjam situações de verdadeira barbárie como linchamentos, chacinas planejadas, estatísticas crescente de homicídios, entre outros, até hoje parece que o sincretismo religioso, a miscigenação racial e a própria cultura tupiniquim tem impedido situações como essa que agora experimentou a França.
E, o que ocorreu em Paris, patrocinado pelo Estado Islâmico, em nome de Alá, e, isto é o mais grave, ocorre exatamente no momento em que os europeus começavam a se sensibilizar com o drama dos imigrantes do mundo árabe, da África e de alguns áreas asiáticas conflitadas e abriam caminho para o acolhimento nas suas sociedades e em seus territórios, de tantos cidadãos desesperados pelas situações de guerra civil, de conflitos de toda ordem e em função da fome e da falta de perspectivas de vida. E agora? Qual será a reação das populações européias?
As tragédias daqui, do Brasil e, até mesmo as americanas, estão na violência das ruas, na ação do crime organizado, na destruição de vidas provocado pelas drogas ou pela e, em muitos casos, em função do descaso, da negligência e da irresponsabilidade dos governos. É isto fica muito claro diante da TRAGEDIA de Minas Gerais onde a falta de planejamento, de ações preventivas e a falta de fiscalização mais pronta e séria levou ao desastre ambiental que comprometerá a vida das pessoas de uma enorme área de Minas como o futuro de geracoes!
Assim, o fim de semana que, ao dar uma trégua na crise que envolve o País, assistiu esses dois episódios que comoveram e deixaram uma enorme inquietação é uma grande incerteza do que será o mundo com a ameaça permanente de tresloucados gestos de kamikases modernos que se autoexplodem destruindo vidas, história, património cultura e esperança de um mundo melhor. E as pessoas se perguntam qual a diferença entre a barbárie do passado ou das tribos culturalmente atrasadas da África e o que esses grupos terroristas praticam?
Parece que se está a regredir e, a globalização, a convivência entre povos, os valores tão relevantes da revolução francesa — liberte, egalite e fraternite — foram esquecidos e a brutalidade passou a ser a regra para a superação de conflitos e de diferenças.
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Postado em 12 nov, 2015 Deixe um comentário
Três movimentos ensaiam se transformar em uma possível mudança no atual estado das coisas e das artes, mas, a bem da verdade são muito de encenação, de jogo de marketing e de movimentação dos grupos de interesse que compõem o núcleo básico do poder. O primeiro desses movimento é a tentativa insistente, continuada e sem qualquer razão de ser de próceres do PT, capitaneados pelo seu morubixaba, Luís Lula da Silva, de buscar mudar todo o eixo e todos os conceitos da política econômica ora posta em prática, promovendo a saída de Joaquim Levy!
Tal movimento é tão explícito e descarado que, embora não surpreenda a Dilma e não conte com seu apoio e nem respaldou, não obstante as suas antipatias pessoais para com Levy, da mesma forma que as alimenta, também, em relação a Meirelles mas também, por ver sinais explícitos de que Lula quer conduzir todo processo.
E, através de tal gesto, Lula pretende sinalizar para os petistas e para a sociedade como um todo, que as coisas agora serão diferentes e terão a cara do Pt pois ele “assumiu”, de maneira informal, o controle da política econômica nacional.
A segunda decisão tomada pelo comando geral do partido, com certeza, com o nihil obstat de Lula, foi a elaboração e a edição de uma cartilha, destinada ao que sobrou da militância, tentando convencê-lá de que as ações da justiça, inclusive de Sérgio Moro, do Ministro Gilmar Mendes, dos próprios tribunais superiores como STF, TSE, TCU e de outros segmentos e personalidades menos votados, inclusive da mídia “capitalista e golpista” o que tentam ē desmoralizar Lula, desmontar o Pt e promover o desmantelamento dos programas e ações sociais que tiraram 30 ou 40 milhões de brasileiros da miséria.
E, por outro lado, tentar demonstrar que tudo de ruim que irá ocorrer no Pais não é decorrente dos erros de gestão e incompetência do governo mas, reafirmar que a crise, tem como causa única os problemas econômicos internacionais!
Se estes já seriam dois grandes problemas para um governo deveras confuso e desestruturado, a articulação política tem sido um tanto desastrosa pois muitos estão a interferir no processo e poucos estão a cumprir os compromissos assumidos, notadamente para com a classe política.
Ademais, a proximidade do pleito municipal, tenderá, ao lado das manifestações de rua e nas redes sociais, a piorar, cada vez mais, o cenário com dificuldades cada vez maiores para o Governo Central.
Alguns admitem que, medidas pontuais como o endurecimento para com a greve dos caminhoneiros e as tentativas de um acenar com a possível suavização de medidas amargas do ajuste fiscal, poderiam ajudar a desanuviar o quadro e a melhorar as perspectivas para Dilma e os petistas.
Parece que, ao contrário do que se imagina, o iminente “abraço de afogados” que é como se caracterizaria o acordão entre governo e Eduardo Cunha, parece que marcha célere para se concretizar desde a ida de Paulinho da Força Sindical para o Conselho de Ètica bem como diante da decisão do PSDB, como que querendo não se contaminar, perante a opinião pública, com a convivência com o PMDB e, particularmente, com o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está tendo efeito adverso do que esperavam os doutos representantes da chamada “elite branca”, como assim os chama Lula.
Na verdade, engrossar o coro dos que querem ver Eduardo Cunha fora da Presidência é fortalecê-lo ainda mais e, ao deixá-lo sem o apoio do PSDB, é forçar a adesão total do PT a sua causa, haja visto que a ele caberá colocar em discussão e em votação o impeachment de Dilma. Sendo assim, num toma lá, dá cá, os deputados de Dilma se comprometerão a salvar Eduardo na Comissão de Ética e, em contrapartida, forçarão Eduardo a seguir todos os trâmites necessários para que não se coloque em votação, em plenário, qualquer proposta para defenestrar Dilma do poder.
Assim, põe confusão em tudo isto pois que, a inócua insistência de Lula em trocar Levy por Meirelles, considerando que são banqueiros os dois, que professam as mesmas crenças liberais e que pensam da mesma forma no que diz respeito ao controle de contas públicas e as formas de ajustar a economia, é, como se diz na linguagem popular, “trocar seis por meia duzia”!
Finalmente, pelo menos para alívio de todos, chega o feriado e, os brasileiros, já tão ressabiados, olham para o horizonte e só veem nuvens carregadas e nem sinal de sol e céu limpo e nem de perspectivas estimuladoras de que uma benfazeja chuva estivesse se anunciando, mas, se sentem parcialmente reconfortados pois, pelo menos, terão três dias de trégua em termos de más notícias. Será?
Postado em 2 nov, 2015 Deixe um comentário
O cenarista costuma usar a expressão que nesta “bela porém ora maltratada nação”, as crises ou viajam ou tiram férias e, talvez por isso, não se mantém acesos, pelo menos, os sinais de insatisfação ou de indignação frequentemente manifestos pela população! O longo e generoso fim de semana que culmina hoje com a homenagem a todos os santos, notadamente aos que não tiveram um dia a eles exclusivamente consagrado e difundido, estabelecerá o recomeço das preocupações e voltará a reacender as insatisfações!
Mas, pelas ponderações dos protagonistas principais da crise, as revoltas populares vão reduzir o entusiasmo pois tudo parece marchar para o chamado “Grande Entendimento Nacional” ou seja, o pacto das conveniências e dos interesses particulares dos grandes protagonistas da cena política nacional. E, pelo que muitos admitem e acreditam, será este Pacto de Muricy que permitirá, pelo menos, dar um basta no processo de crise político-institucional e, com isto, ajudar no encaminhamento do ajuste fiscal e na superação dos desequilíbrios e dos desajustes econômicos!
As declarações de Eduardo Cunha sobre “as injustas acusações” e a “quase decretação de culpa dele, de Lula e de Dilma, julgando-os por antecipação”, revelam que, os três, caso não cheguem a um entendimento de buscar salvarem-se uns aos outros, acabarão numa espécie de “abraço de afogados”. Este desenlace do “imbróglio” que ora experimenta o País pode até não vir a ocorrer caso MP e a Polícia Federal decidam levar adiante as investigações e apurações dos malfeitos de Lula e entorno; de Eduardo Cunha, de Renan e de um grupo de parlamentares arrolados nos processos do Mensalão, Petrolão e nas outras operações ora em curso!
Mas tal hipótese é difícil de ocorrer porquanto não existem elites e instituições comprometidas com o espírito republicano e democrático capazes de concluir o processo, a exemplo do que ocorreu com as chamadas “Operação Mãos Limpas” italiana, que prendeu muitos figurões — mais de 800, inclusive ex-primeiros ministros! — embora tenha culminado, após todo esse esforço, para tristeza dos que sonhavam com um novo tempo para a Itália e para os italianos, na escolha e na eleição de Berlusconi para Primeiro Ministro!
Assim, a partir de amanhã o Congresso Nacional retoma os trabalhos mostrando, por exemplo, que só 45% dos parlamentares estariam propensos a defenestrar Eduardo Cunha da Presidência da Casa, o que mostra que, dificilmente, o político carioca terá dificuldades em garantir os onze votos necessários para cessar o processo de caracterização do crime de decoro parlamentar, ora em apreciação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados! Se tal prognóstico se concretizar, isto gerará, possivelmente, um esvaziamento das tentativas de afastar do exercício da Presidência da Câmara, Eduardo Cunha!
Dessa forma, como o cenarista já antecipou, o acórdão já estaria acertado bastando detalhes como a aceleração dos acordos de leniência com as empresas cujos dirigentes estão envolvidos com a Lava-Jato e as tentativas, ora em curso, de buscar desmoralizar e desacreditar o instituto da delação premiada. Feito isto faltaria, apenas, aos mentores e líderes do tal “entendimento”, encontrar fórmulas de acalmar uma parte do MP e da PF, além de encontrar um destino digno a ser dado ao Juiz Sérgio Moro que, segundo alguns, bem poderia ser o STF!
Será que o cenarista estaria por demais pessimista? Será que o Brasil que acredita tanto no acaso, não será protegido pela deusa Fortuna e, com isto, a impunidade diminua, o compromisso de melhorar a gestão pública prospere e as condições econômicas internacionais viva um momento de desempenho mais favorável? Se isso ocorrer então ficará provado que Deus, com certeza, é brasileiro!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!