Postado em 30 dez, 2014 Deixe um comentário
Há, como que, um generalizado desânimo, uma espécie de sem vontade a dominar mentes e corações dos chamados formadores de opinião do País. O quadro de problemas e desafios é enorme e não há compromisso político no sentido de, mesmo se sujeitando a duros sacrifícios, enfrentá-los, equaciona-los e resolvê-los! São medidas duras e austeras, são reformas institucionais inadiáveis e uma condução firme, sem concessões, da política econômica, não se curvando a pressões politicas e a inusitadas exigências ou cobranças da própria Presidente, que o Brasil está a exigir.
Alguém retrucaria dizendo “o que importa tal comportamento e atitude desse grupo, se pesquisas sobre os Indices de satisfação e de felicidade dos brasileiros, mantém-se elevados, consagrando-se o Brasil como um das mais felizes nações do mundo?” “O que importa discorrer sobre os descalabros, os desvios de conduta, a corrupção quase endêmica e a leniência, descaso, incompetência e quase alheamento total do governo diante das traquinagens de seus parceiros, companheiros e aliados, se a avaliação do desempenho do governo e da própria Presidente, aumentaram”?
O que há em questão é que, se de um lado o governo tem o amplo apoio dos filhos do bolsa-família, do Minha Casa, Minha Vida, do FIES e do PROUNI, além dos empresários beneficiados por tais ações e projetos e da ação politica dos 25 mil indicados para cargos comissionados, é certo e sabido, também, que a última eleição presidencial mostrou um país dividido. É também notório que empresários, os donos do agronegócio e os detentores do controle do sistema financeiro, ainda aguardam uma sinalização dos novos gestores da política econômica e dos nomes indicados por Dilma, para os cargos básicos, para assumirem uma postura menos pessimista diante de um 2015 que se espera muito difícil.
Mesmo que, até agora o Brasil não tenha sofrido restrições das agências de “”rating” Internacionais, embora o crédito tenha ficado mais curto e mais caro para as empresas brasileiras, os efeitos da desconfiança, da insegurança e de um câmbio que encarece os insumos importados e aumenta, dramaticamente, os encargos de dívidas contraídas anteriormente, pesarão nas decisões de investimentos. Também a redução dos investimentos públicos, a diminuição da disponibilidade de fundos nos bancos oficiais e nos fundos de pensão, a diminuição da renda disponível das famílias, estreitarão os limites de expansão dos investimentos públicos e privados.
Sendo assim, se os brasileiros não são de olhar para trás pois o que passou, passou e está na “casa do sem jeito”, o mirar o amanhã não pode contar com indícios e razões plausiveis e confiáveis de que será bem melhor que 2014 pois os dados, as tendências e as perspectivas, tanto para a economia mundial como para a brasileira, não são tão otimistas. Talvez a forte recuperação americana, caso o Brasil mude radicalmente a sua política externa, ajude o Pais a reencontrar os caminhos de recuperação dos fundamentos de sua economia e crie perspectivas de um 2016 mais promissor. Ah! Tem mais! Pode ser que o preço do petróleo melhore pois caso o aumento de reservas americanas continui a crescer nos níveis e no ritmo atuais, até o pré-sal e todas as suas promessas irão para o brejo.
Portanto, o que esperar e desejar para 2015? Acima de tudo que os brasileiros tenham paciência, sejam tolerantes e aceitem os sacrifícios que lhe serão impostos, tendo consciência que 2015 será apenas um rito de passagem pois as coisas começarão a melhorar, paulatinamente, em 2016. Mas, não será fácil obter essa paciência e essa tolerância dos brasileiros, muitas vezes, tão impacientes. É, de fato, tarefa quase hercúlea! Ademais se o Petrolão tiver o mesmo destino que teve o Mensalão, ou seja, levando a impunidade de seus principais autores, aí a desilusão e o desencanto tomarão conta do País. Ou não?
Merece uma reflexão critica o quadro atual e o que se esboça para o amanhã!
Postado em 26 dez, 2014 Deixe um comentário
Está todo mundo confuso, não apenas diante do quadro de crise em que se meteu o Brasil e não se tem idéias claras sobre as alternativas possíveis que o Pais tem, a sua disponibilidade, daqui para frente. Por outro lado, não se consegue fazer uma leitura clara e precisa a partir dos sinais emitidos, por exemplo, pela Presidente, sobre o que pode esperar para a nação. As declarações, as idéias e as propostas e até mesmo ações e caminhos buscados, mostram incoerências, inconsistências e contradições com a história do seu partido e de seus aliados e não conformam uma estratégia capaz de dar a certeza de que, pelo menos são encaminhados os problemas brasileiros.
Essa guinada à direita, por exemplo,nas escolhas ministeriais e na defesa de causas impossíveis de serem respaldadas em passado recente — privatização da Caixa — representam uma demonstração de que ela não se sente segura, amparada e apoiada pelo partido e pelos companheiros e, numa lógica elementar, simplória e pragmática, Dilma deve ter pensado mais em salvar a pele e tentar conseguir fazer um governo que chegue até o final sem correr o risco de um “impeachment”
Isto talvez derive do fato de que as esquerdas, sendo muitas e variadas dentro do PT, além de suas alas, mais diversas do que as das baianas nas escolas carnavalescas, não aceitem qualquer grupo que, originalmente, não lhes pertença ou não faça parte de sua história! E Dilma, diga-se de passagem, é uma espécie de uma “estranha no ninho” para o petismo de origem e o petismo dos movimentos sociais.
Sendo assim não é de se estranhar movimentos do tipo “Volta, Lula”, as atitudes de Gilberto Carvalho e de Martha Suplicy, na contramão do que pensa a Presidente, além das declarações de outros menos votados, militantes do partido ao demonstrar, claramente que, uma coisa era o PT de Lula e outra é o de Dilma. E, por conseguinte, aliados partidários que, até hoje, o PT não os engoliu! As declarações e atitudes do Presidente do PT, Ruy Falcão, são uma manifestação patente da distância entre Dilma e o PT.
Mas, no final, talvez algo se explique em face desse processo de descaracterização do Partido porquanto o PT, nos dias de hoje, não representa nada daquilo que idealizavam e idealizaram aqueles que, por razões ideológicas, imaginavam que o partido viesse a se tornar uma opção objetiva de transformação social e econômica do País.
Hoje, para muitos, o partido não passa de uma massa amorfa, muitas vezes dominada por espertos e por oportunistas e, ainda, por remanescentes do petismo de origem que, em nome de uma história que quase o partido construiu, e, por cima dos destroços do que sobrou, de uma militância frustrada e desencantada e de um sindicalismo que não difere do peleguismo de outras eras, e que busca se agarrar ao imposto sindical, aos favores e as sinecuras das tetas do poder público, e que ainda resiste em deixar o governo, é o retrato da desolação e do desencanto.
Diante desse quadro, com quem pode contar Dilma na sua solidão? Em quem e em que se agarrar? As ideologias se não morreram, não comovem e não sensibilizam ninguém. Sem parceiros, sem aliados confiáveis e sem amigos, Dilma se assemelha ao “General em seu labirinto”, e ao isolacionismo que viveu, os seus últimos dias, Simon Bolívar. Embora sem glórias mais a festejar, sem ânimo e exércitos para lutar, só com fantasmas do passado a perseguir, o Libertador viveu os seus últimos dias! Para os brasileiros fica o medo e o temor da perspectiva de um fim melancólico para a Previdente, isolada e discrente de tudo e de todos.
Pode até parecer para os mais crédulos e otimistas que, para não ficar só, Dilma busca o caminho do legar algo de bom para a sociedade, independentemente do que cobram os companheiros, dos resquícios dos sonhos ideológicos e das exigências de uma coerência com algo a quem ela sente não dever qualquer compromisso ou lealdade. E tal atitude leva a desabafos como um dos mais recentes em que ela disse que não era “representante do PT” ou ao escolher o mais conservador dos economistas para chefiar a sua política econômica ou ainda ao confiar a política agropecuária a mais legítima representante da bancada ruralista, Senadora Katia Abreu e a política de desenvolvimento e de indústria e comércio a um representante dos usineiros e filho de banqueiro, no caso o Senador Armando Monteiro!
Some-se a isso o fato de Dilma haver declarado que medidas amargas virão, que as concessões serão aceleradas e que, até mesmo, a abertura do capital da Caixa poderá ocorrer. Isto sem esquecer que a CIDE e a CPMF poderão voltar para que as contas públicas encontrem o seu ajuste completo, já em 2015!
Se isso não bastasse, na contramão do que o PT e a esquerda pensa, o que foi feito em favor dos mensaleiros não ocorrerá com os petroleiros na proporção em que Dilma afirmou que vai ouvir o Ministério Público antes de escolher os seus ministros. Talvez isto venha isolar, de vez, Lula como o alter ego ou como a sombra do poder.
E, ao fim e ao cabo, em que isto tudo vai dar? Numa desorganização maior do País? Num acordão indecente ou num circunstancias que abram espaço para as reformas institucionais e a garantia de um melhor ambiente econômica e de perspectivas mais promissoras de que um dia as coisas correrão? Será possível sonhar? Como já se disse num dos clássicos do cancioneiro popular: “sonhar não custa nada!”
Postado em 20 dez, 2014 Deixe um comentário
O Brasil é realmente o país da piada pronta. Os próprios criminosos se propõem a investigar e sugerir “punições severas aos que cometerem deslizes e atos considerados reprováveis pela sociedade”.
Isto faz lembrar um famoso filme italiano que tinha como atriz principal a brasileira-cearense Florinda Bolkan. Chamava-se, nessas infames traduções brasileiras, “Uma investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita”. O filme acabava levando a conclusão de que o criminoso terminaria sendo o homem que investigava o próprio crime!
Agora mesmo a Presidente Dilma, em discurso na cerimônia de diplomação dos eleitos, fez uma convocação, à sociedade, para uma cruzada contra a corrupção! Logo a Mandatária da Nação onde se registra, pelo que se comenta, o período de maiores abusos, excessos e desvios de conduta de agentes públicos, de todos os tempos!
Há bem pouco, diante de uma cobrança da sociedade de que era fundamental um duro combate às causas da inflação, notadamente no que respeita a chamada responsabilidade fiscal, quando ao confirmar o convite a Joaquim Levy, acabou frustrando o seu futuro Ministro da Fazenda, ao propor, logo a seguir, ao Congresso Nacional, um verdadeiro estupro da Lei de Responsabilidade Fiscal e ao autorizar a capitalização adicional do BNDES, em 30 bilhões de reais!
Tais decisões, além de desautorizar o seu futuro Ministro, representaram o comprometimento, de maneira bastante séria, daquilo que já estava nos planos do novo Ministro, em termos de austeridade fiscal, e, em conseqüência, prejudicam os próprios resultados fiscais de 2014!
E o mais grave de tudo, é que os grandes escândalos que estão sendo desnudados e expostos ao julgamento da sociedade, ocorreram exatamente, nos governos Lula e Dilma e envolveram e envolvem, particularmente, o partido dos trabalhadores e os seus mais proeminentes líderes, além de nomes, também os mais representativos, dos partidos aliados!
E ninguém aceita a esfarrapada desculpa de que nada era do conhecimento da ministra e da hoje Presidente. Aliás, há os que chegam a insinuar que o próprio mentor e condutor de algumas estripulias, escândalos ou mal feitos que ocorreram nos últimos anos, teria sido o próprio ex-presidente Lula!
Claro que são especulações e suposições mas elas ocorrem diante da leniência, do excesso de tolerância e de complacência, dos dois governantes, para com a “cumpanheirada” travessa e esperta!
Mas, também há que se considerar que muitos dos desmandos são fruto da cultura da esperteza disseminada por todo o País como também em função da impunidade que domina toda a nação brasileira! Mas, é também certo que essa verdadeira “Operações Mãos Limpas”, que vem sendo conduzida pelo Juiz Sérgio Moro, do Paraná, aliada ao fato de o Brasil ter participado de uma eleição que dividiu o País ao meio, são ingredientes a conferir as justas razões para que os brasileiros possam criar esperança de que as reformas política e da justiça poderão vir a prosperar e, portanto, melhorar o estado de caos em que está mergulhado o Brasil.
E, se a Presidente não atrapalhar as ações que os novos gestores da economia planejam realizar e se a Oposição não for apenas responsável mas que tenha visão estratégica das reformas institucionais exigidas, urgentemente, para adequar o País às novas circunstâncias que a economia mundial estabelece e as antigas e novas demandas cobradas pela sociedade brasileira, então é possível acreditar que as coisas poderão melhorar e que nem tudo está perdido!
Postado em 17 dez, 2014 Deixe um comentário
2014 pode ser considerado o ano mais tumultuado da vida dos brasileiros. Não apenas pela enorme quantidade de problemas acumulados mas, pior que tudo, pela descrença nas instituições e nos homens públicos que tomou conta dos cidadãos desse belo e enorme país.
O pessimismo é generalizado. Os escândalos pipocam a toda hora, em todos os dias e, não é apenas em qualquer lugar mas, em todos os lugares. A cada momento são anunciados mais réus e mais denunciados nesse momentoso Petrolão, o maior escândalo, sem dúvida, da história do Brasil e que, pelo andar da carruagem, vai ter mais e mais desdobramentos.
Por enquanto, dizem os mais pessimistas, as investigações cingiram-se apenas a uma Diretoria da Petrobras e, quando chegar a vez das outras diretorias, algumas até mais estratégicas, aí, dizem, o bicho vai pegar. E, na periferia dos escândalos, vão surgindo outros como é o caso dos navios comprados pela Transpetro, a recente denúncia de quatro projetos assinados entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras, recentemente denunciado pelos procuradores do Rio, além das denúncias de Venina Veloso da Fonseca, que estão assustando a todos.
Como se isto não bastasse a classe política e o próprio Poder Central encontram-se em terrível estado de nervos e numa espécie de paralisia porquanto insinua-se que são setenta o número dos políticos favorecidos por tais negócios espúrios.
Por outro lado, agora mesmo os acionistas minoritários da Eletrobrás reagiram contra a tentativa da Presidente Dilma de conceder financiamento de 100 milhões de dólares a Nicarágua, recursos esses cujo futuro se sabe que é o seu não pagamento como vai ocorrer com os empréstimos a Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina e alguns países africanos.
E a Oposição ainda está a prometer abrir a “Caixa Preta” dos empréstimos concedidos pelo BNDES, tanto a empresários brasileiros — Eike Batista, Friboi, Odebretch, etc — além de problemas já tradicionais nos Dnits da vida que, diante das dimensoes do Petrolão, representam ação de punguistas ou de meros batedores de carteira!
Além de tais desafios e problemas, ainda vem de fora notícias ruins como a ação que se move, nos EUA, contra os gestores da Petrobras, a não entrega de seu balanço nos prazos estabelecidos, as ações da empresa derretendo na bolsa e, apesar do sopro de esperança com a nova equipe econômica, as decisões da Presidqente Dilma de conceder empréstimo do Tesouro para capitalizar o BNDES e o “rasgar” a Lei de Reponsabilidade Fiscal com a vergonhosa anuência do Congresso, tornam o quadro ainda mais complicado e a confiança mais reduzida.
Duas coisas estão a intrigar nesse quadro todo. A primeira, até que ponto Renan e Eduardo Cunha não estão com os nomes envolvidos nesse processo, o que simplesmente embaralhará todo o quadro pois, ou, se todos estiverem envolvidos, a única solução para o imbróglio é um grande acórdão ou rememorando a velha tese de Millor Fernandes “ou nos locupletamos a todos ou restauremos a moralidade”!
Ou seja, ou se aceita que está todo mundo envolvido e, a única maneira será o “entendimento visando a pacificação nacional” ou o “impeachment” da Presidente Dilma. Mas, há quem diga, que a Presidente pode ter sido leniente e até irresponsável, diante de todos os crimes de seus amigos, parceiros e cúmplices mas, ela mesma, não teria se beneficiado do processo.
Mas há também quem diga que o grande mentor, condutor e gestor de todo o processo teria sido Lula cujo silêncio, no momento, chama deveras a atenção. Se for verdadeiro e se o escândalo ou os escândalos de toda ordem chegarem a ele, como hoje todos insinuam, então pode ser que a Presidente Dilma não venha a ser “impinchada” mas que, pelo jqeitão, o PT será impinchado, por certo.
Finalmente, a pergunta que paira é, até que ponto Michel Temer não espreita a chance de assumir a Presidência num possível afastamento de Dilma e qual estratégia estará na sua cabeça e dos peemedebistas vendo a chance de assumir o poder sem ter que ir a luta para ganhá-lo?
Postado em 14 dez, 2014 Deixe um comentário
O que pode ser chamado e caracterizado como espírito de corpo, de compromisso institucional ou de corporativismo ou o que o valha, representou, sempre, nas instituições, um escudo ou um instrumento de defesa de valores, de princípios e de primados garantidores da manutenção da história e dos compromissos de determinados órgãos ou instituições.
Muitas foram as circunstâncias em que empresas tradicionais e símbolos da história republicana do Brasil reagiram aos ataques a sua integridade material e aos valores que professavam, através do seu corpo de funcionários e de seus profissionais, ciosos de suas responsabilidades político-sociais e que viviam, sempre em grande estilo, a ideologia que construiram no seu itinerário histórico.
E, a reação do corpo de técnicos e de funcionários de instituições vem ocorrendo, sistematicamente, toda vez que os seus critérios, valores e simbolos são questionados, e sempre foi muito explícita e reconhecida pela sociedade como um todo.
E tal tem ocorrido recentemente, quando dos eventos envolvendo o corpo de funcionários da Embrapa, do IBGE e do IPEA, todos eles reagindo diante das tentativas de estupro dos valores mais caros de tais instituições por pressões de inusitados e inconfessos interesses políticos.
Durante o ano da graça de 2014, o IBGE sofreu pressões para não divulgação dos dados de desemprego, que sempre foram levantados, anualmente, a partir de metodologia mais restrita que só levava em conta, os dados das cinco maiores regiões metropolitanas do País. Porém, ciosos de levantarem dados mais precisos sobre esse importante indicador, os técnicos do órgão alteraram a metodologia, tornando-a mais abrangente o que incorporava mais áreas metropolitanas, além das cinco tradicionalmente incluídas. E, em decorrência dessa nova e mais fidedigna metodologia, verificou-se uma elevação no índice de desemprego que subiu de 5,1% para 7,1%!
E tal fato provocou grave irritação no governo a ponto do órgão ter sido proibido de divulgar o novo indice gerando uma indignação e quase revolta nos seus quadros técnicos.
Mas se o IBGE viu serem demitidos alguns de seus dIrigentes quando da conclusão dos levantamentos sobre desemprego, o IPEA também assistia petplexo, diante da reação dos governantes e, face dos resultados dos novos levantamentos da PNAD que, contrariamente ao que o governo pretendia divulgar, mostravam que a desigualdade de renda no País, sempre cantada em prosa e verso como uma das grandes conquistas dos governos petistas havia sofrido um pequeno aumento, quebrando a tendência de redução verificada nos últimos anos. É isto provocou a fúria dos donos do poder que se voltou contra a instituição e levou a que dois de seus técnicos se demitissem de suas funções para não verem conspurcados os seus compromissos e os seus valores éticos.
Se isto ocorreu no IBGE, também, uma espécie de rebuliço ocorreu nos Correios, com o uso de seus funcionários para fazer proselitismo político em favor de uma das candidaturas à Presidência. Também reproduzia-se algo estranho como, por exemplo, a determinação de que os dados de desmatamento levantados esse ano no País só pudessem ser divulgados após o pleito.
Se tal ocorria nessas áreas de governo, estranhamente, a mais respeitável empresa brasileira, símbolo maior do nacionalismo pátrio, não mostrou qualquer reação, nem exteriorizou qualquer indignação diante do processo de destruição e desmoralização de sua empresa.
O que aconteceu com os técnicos e com os profissionais da empresa Petrobras que emudeceram diante de tal descalabro? O que houve, já que, embora a corrupção tenha assumido um caráter quase endêmico e sistêmico, dificilmente tal caótica situação não poderia ter se generalizado de tal forma que isso levasse a calar todas as vozes de indignação!
É de assustar a atitude dos funcionários e técnicos, outrora vaidosos e orgulhosos de seu papel na transformação econômica do País, silenciarem diante da desmontagem e da desconstrução da maior empresa brasileira! Como interpretar tal silêncio que tanto incomoda os brasileiros?
Fica a indagação no ar!
Postado em 11 dez, 2014 Deixe um comentário
É deveras intrigante como o poder instalado, para justificar as suas diatribes, procura demonstrar que, o que está a ocorrer, por mais absurdo e inusitado que possa acontecer, é da mesma dimensão do que ocorria no passado. Ou seja, procuram os atuais detentores do poder demonstrar que tudo que hoje ocorre de desvios de conduta, de desmandos e de crimes contra o patrimônio público, nada mais são do que uma repetição do que já ocorria num passado não muito longíquo.
Todo mundo recorda quando do momentoso escândalo do Mensalão o próprio Presidente Lula, para minimizar as dimensões da agressão a valores e princípios perpetrados por seus companheiros, dizia que o que ocorrera fora apenas algo que era prática comum na política ou, nada mais e nada menos do que o tão conhecidochamado “Caixa Dois”! Reduzia-se os desvios de recursos públicos, os achaques promovidos contra empresários para buscar o apoio partidário ao governo e a vergonhosa maneira como se usou a máquina estatal para tais escusos processos de garantia de respaldo parlamentar, a prática, também ilegal, diga-se de passagem, da já tão conhecida sonegação fiscal!
Tal atitude, buscando justificar tais atos ilícitos e imorais, tornou-se prática corriqueira a ponto de se discutir se agora, nessa quadra da vida nacional, há mais ou menos corrupção do que no tempo do regime autoritário! Ou seja, até bem pouco, por exemplo, tudo que ocorria de errado ou de inaceitável nas atitudes do poder dizia-se que ou era fruto da herança maldita do tempo de FHC ou, agora, remonta-se e remete-se ao período do regime autoritário.
Então se afirma, em alto e bom som que “a corrupção de agora é igual ou inferior a que ocorria à época do regime militar só que, agora, a transparência, a liberdade de imprensa e a ação dos órgaos de controle, tornam mais visíveis os desvios de conduta”.
O próprio “Mensalão”, até bem pouco considerado um dos mais execráveis esquemas de corrupção do País, além dos membros do governo procurarem mostrar que era uma prática sem maiores senões pois exercida por todos os partidos, foi objeto de tentativas de minimização de seu dolo e da sua imoralidade, inclusive pelo próprio Presidente Lula.
Quando se fala em impunidade, como um dos piores pecados da operação da sociedade brasileira, a tendência dos petistas é de buscarem demonstrar que sempre houve tal comportamento e tal atitude, E a leniência dos que deveriam impedir e não permitir que tal atitude se mantivesse e fizessem com que os culpados por erros e desvios de conduta não fossem estimulados a tais práticas, por saberem que não seria alcançados pela lei, deixou de existir.
Também, se as pessoas se exasperam diante do excesso de burocracia que permeia todo o funcionamento da sociedade brasileira, a tendencia é buscar demonstrar que não há mais burocracia e excesso de tramites e instancias decisórias, do que havia no passado!
Consideram os atuais detentores do poder de que, quando se acusa a classe política de hoje de se encontrar no mais baixo nível cultural e ético, o que se diz é que não é em nada diferente do que ela era no passado e, apenas, o poder parlamentar está mais visível nos seus erros e desvios de comportamento porquanto há mais exposição e transparência, bem como há mais cobrança por parte da sociedade!
Finalmente, duas observações conclusivas. A justiça hoje é mais parcial, mais lerda, menos justa e menos confiável que no passado, vivendo de conluios e conchavos, de toda ordem. No passado, provavelmente, não era tão mais marcada por vícios e desconfianças do que é agora. Também, no passado, operava muito mais a chamada “Lei de murici”, ou seja, cada um por sí. Hoje a corrupção é sistêmica, organizada e dispondo de uma distribuição de papéis e funções de tal forma que o profissionalismo se mostra hoje bem definido.
Os que buscam mostrar que a situação hoje não difere do passado, argumentam que tudo está de acordo com as dimensões. Se o Pais é maior, se sua população é maior e se seus problemas são maiores, portanto explica-se as dimensões bem mais avantajadas dos defeitos,a dos vicios, dos desmandos e dos desvios de conduta atuais.
Pouco gente se satisfaria com tal explicação para a corrupção endêmica, o cinismo e o descaramento dos responsáveis por tais diatribes. É agressivo e até ofensivo e, quando ocorre um sopro de seriedade, de dignidade e de decência como ocorreu com o vendaval Joaquim Barbosa, o país começa a achar que talvez as coisas agora possam vir a ter jeito.
O que se espera é que a tese do “ou nos locupletemos a todos ou restaure-se a moralidade” seja apenas uma frase de advertência para que tempos tão sofridos passem, se não de vez e de todo, pelo menos nos limites em que não se afogue a sociedade e seus valores em tal lamaçal de indecência!
Postado em 4 dez, 2014 Deixe um comentário
Os brasileiros buscam recuperar a esperança em dias melhores e a confiança de que os homens públicos e os governos não venham a fazer o povo de “besta”, como se acostumaram a fazê-lo, nos últimos anos.
Quando o cenarista, diante da escolha da equipe econômica, da estruturação de uma oposição competente e responsável, da atitude republicana da mídia e do efeito mobilizador, fiscalizador e denunciador das redes sociais, acreditou que, ainda, apesar dos pesares, as coisas positivas poderiam vir a acontecer, não representava ou um otimismo exagerado ou uma ingenuidade inaceitável para a experiência vivêncial do autor deste site.
Isto porque, a vergonhosa aprovação da maquiagem da LDO e da agressão cometida contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, além de, nas caladas da noite, apresentar-se uma medida provisória autorizando o aporte de 30 bilhões do Tesouro Nacional para capitalizar o BNDES, além de firulas contábeis, todas essas medidas na contramão do que propõe o novo Ministro da Fazenda, especialmente em termos de austeridade e transparência, o otimismo arrefece um pouco e acaba estimulando os realistas a achar que o Brasil não tem jeito mesmo!
Mas, para que não se fique só nas notícias pessimistas, a chamada “Operação Mãos Limpas” tupiniquim, ao aumentar o enrosco de partidos, de políticos e a revelação de novas fontes de expropriações, negociatas e corrupções, a olhos vistos, em outros segmentos de atuação do governo — Eletrobrás, Infraero, obras rodoviárias, ferroviárias, aeroviárias, portuárias e de mobilidade urbana ou de infraestrutura do Nordeste — onde já foram levantadas suspeições e insinuados casos patentes de desvios de conduta, mostra, por outro lado, que a sociedade brasileira está vendo respondida e, até mesmo, respeitada, a sua indignação!
Se assim ocorre, embora os parlamentares saintes tenham sido, segundo o Senador Aécio Neves, “comprados” por 748 mil reais de emendas liberadas para aprovar a violência cometida contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, a expectativa é a de que um novo tempo surja no horizonte para que se observe um comportamento menos vergonhoso dos integrantes do Parlamento Nacional.
Ao lado de medidas mais alvissareiras há uma tendência de uma alteração na política externa brasileira, diante do desastroso desempenho da Balança Comercial, a quase quebra dos dois principais compradores latinos — Argentina e Venezuela — além da redução das encomendas e compras chinesas e européias e , é claro, a quase falência da experiência do famigerado Mercosul. Aliás, só o complexo de macaquitos explica essa opção preferencial pela Argentina, sempre quebrada e institucionalmente confusa.
Dessa forma, a reaproximação possível com os Estados Unidos parece estar em marcha, demonstrando que, talvez, quem sabe, o Itamaraty abandone o bolivarianismo e o terceiromundismo que dominou suas ações nos últimos anos e assuma o pragmatismo responsável e a visão perspectiva é prospectiva das melhores possibilidades comerciais brasileiras.
Adicionalmente, os novos governadores de estados, manter-se-ão embuidos do compromisso de respeitar, intransigentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas cobrarão, pelo menos, três coisas do Governo Central. A primeira é que o mesmo apóie a decisão do Congresso de rever os índices de correção da dívida de estados e municípios que hoje estão a quase inviabilizar o cumprimento da própria Lei de Responsabilidade Fiscal pelos referidos entes federativos.Em segundo, que venha a ser aprovada a ressureição da CPMF, além da CIDE, dois instrumentos que equacionam, em parte, o problema de financiamento da saúde pública e de realização dos investimentos de infra-estrutura, notadamente os relativos a ferrovias, rodovias e obras de mobilidade urbana. O terceiro, é que, se porventura o Governo Federal pretender discutir a inapropriadamente chamada “guerra fiscal”, que se coloque, em seu lugar, a aprovação da reforma do ICMS e um programa especial de apoio às obras de infra estrutura das regiões menos favorecidas.
É claro que, diante de tantos vícios de comportamento e de atitudes, conservar a esperança de que os chamados fatores virtuais virão a se sobrepor a tais posturas delituosas, frutos, até agora, da impunidade que domina a cena brasileira, é ato de fé e da crença de que Deus é, de fato, brasileiro!
Isto porque, agora mesmo o Prefeito de São Paulo propõe a concessão de bolsa-família pa cerca de 50 mil imigrantes vindos de países pobre da América Central e da África, numa demonstração de que, mesmo em crise e enfrentando enormes dificuldades, o Brasil deverá assumir essa responsabilidade humanitária! É patético!
Postado em 3 dez, 2014 Deixe um comentário
Quando se tem boa-fé, quando se quer acreditar e se pretende pensar o melhor para o País, independentemente de ideologia, de doutrina política ou de vertente partidária que o cidadão adota, a tendência é manter a crença no sonho de que as coisas poderão vir a ser melhores, mesmo que haja uma justificada descrença na competência, no espírito público e nos compromissos dos ocupantes de posições de relevo, ou seja, dos dirigentes nacionais.
E é esse o sentimento que domina o cenarista. E, para não mostrar uma certa ingenuidade que o momento não comporta, os argumentos aqui apresentados e, a seguir, elencados, demonstram o “porquê”, baseado na racionalidade, desse pensamento otimista em relação ao amanhã dessa nação verde-amarela.
E os argumentos são justificáveis e mostram um grande grau de confiabilidade, na verdade, significativo mesmo que, embora muitos deles, talvez, para alguns analistas, possam apresentar até mesmo, um elevado grau de subjetividade. O fato objetivo é que, por exemplo, somente o anúncio de uma nova equipe econômica, sustentada pelo seu ” background” acadêmico e pela experiência no campo da formulação e da gestão de políticas públicas, além do respeito do mercado e das agências internacionais de “rating”, pelos nomes apresentados, isto acalmou os agentes econômicos e começou a restaurar a confiança nas instituições e nos homens públicos.
Por outro lado, no campo político-parlamentar, ao arma-se uma competente e experiente frente de Oposição no Senado, onde nomes proeminentes, de espírito público e de grande compromisso com os valores republicanos, isto, com certeza, muda os paradigmas da cena política. E, isto permitirá mostrar ao País como se pode restaurar o papel, a relevância, a independência e a autonomia do Congresso Nacional, permitindo que se respire um ambiente mais democrático, onde o confronto de idéias e de propostas supere o atual “balcão de negócios” e a vergonhosa submissão das duas Casas, diante das migalhas de favores e benesses distribuídas pelo Poder.
Na verdade, o Senado, capitaneado por Aécio Neves, com o apoio de Alvaro Dias, Aluísio Nunes Ferreira, Ronaldo Caiado, Cristóvão Buarque, Tasso Jereissati, José Agripino Maia, Cássio Cunha Lima, Magno Malta, Reguffe, Mario Couto, e outros recém chegados ou, aqueles que já faziam uma dura oposição ao poder até agora, poderão juntar-se aos que não tem para onde ir como é o caso do Senador pelo Pará, Flexa de Lima ou aqueles que fazem o grupo dos “magoados e ressentidos” como Jáder Barbalho, Eunicio Oliveira, Eduardo Braga, entre outros, que porventura decidam reescrever sua biografia, a partir de agora!
Se no Senado o quadro é auspicioso para que se faça algo de sério, a situação da Câmara, tão desgastada perante a opinião publica, será um “osso durissimo de roer” por parte do governo. O desafeto maior de Dilma, segundo dizem, o Deputado Eduardo Cunha, candidatíssimo à Presidência da Câmara, parece já contar com 300 votos, o que já lhe garante a vitória e coloca o Executivo em situação não mais de mandar no Congresso mas, de ser monitorado pelo mesmo! O que é um bom sinal para as práticas democráticas.
Para fazer com que o quadro possa vir a ser conduzido com vistas a melhores e mais promissoras perspectivas para o País, a atitude da mídia, vigilante, fiscalizante e sem excessos mas cumprindo o seu papel na democracia, deve ajudar a mobilizar a sociedade para cobrar o cumprimento de compromissos, de projetos em andamento ou prometidos e da palavra empenhada pelos detentores do poder. Alguém pode arguir que a conta de publicidade do governo federal que “sensibiliza” o mais revoltado e indignado dos corações, mesmo os ameaçados com chantagens, controles, lei da mordaça e outros instrumentos de cerceamento da liberdade de imprensa. Mas pelo que a mídia apanhou, nos últimos meses, o mai desfibrados dos donos de jornais, revistas, radiais e tvs se subordinará a tal aviltamento!
Também, nesse processo de redefinição dos caminhos para o Pais, pesará muito a atitude do empresariado, cobrando transparência, orçamento real e até mandatório, bem como a redução do poder de pressão e coerção do governo federal sobre os mesmos, o que permitirá uma discussão bem mais séria sobre os instrumentos de política econômica a serem adotados e usados pelo poder bem como os novos mecanismos capazes de garantir competitividade e eficiência as atividades produtivas.
Ademais, poderão ser extremamente proveitosos os encontros dos investidores e empreendedores com o governo, notadamente com o novo Ministro do Planejamento a quem caberá fazer andar os projetos do PAC, os metrôs parados, as obras das refinarias, do Nordeste, o Minha Cada, Minha Vida e as obras de mobilidade urbana. O governo, agindo como facilitador e abrindo perspectivas para explorar todo o potencial das PPP’s além da atração de investimentos, de tecnologia e de gestão internacionais, será algo que poderá mostrar ao povo e ao país que o Brasil tem projeto e vai andar!
Também a classe média brasileira, vivendo no desconforto de perda de vantagens e de privilégios e ainda, sendo frontalmente acusada de ser a chamada “elite branca e de olhos azuis que não se conforma que os pobres vivam melhor”, segundo apregoa Lula, parece que resolveu assumir o seu papel e apoiar esse processo de transformação e mudança no País.
Finalmente o papel mobilizador e de democratização da informação exercida pela Ágora dos tempos atuais, as redes sociais, poderá fazer com que manifestações sociais contra erros, desmandos e desvios de conduta sejam prontamente denunciados é cobrada uma atitude severa por parte de quem de direito.
Assim, Saravá e que todos os santos ajudem a esse país a caminhar pelas trilhas do crescimento, da correção de desiguadades, da paz entre irmãos e sempre experimentando a alegria de viver e a felicidade merecida!
Postado em 29 nov, 2014 Deixe um comentário
As medidas a serem adotadas pelo novo comando da economia nacional buscam, em primeiro lugar, restaurar, de maneira ponderada e, sem pressa, a confiança do mercado, dos agentes produtivos, das várias instituições e da mídia, nos novos gestores das políticas públicas nacionais. Espera-se que as sinalizações a serem externadas nas várias manifestações de Levy, de Nelson Barbosa e de Tombini, caminhem de forma coordenada e conducente a recuperar a credibilidade dos formuladores das políticas econômicas e dos próprios governantes, perdida nos últimos anos.
Se a preocupação primeira é no restaurar tal confiança, a segunda será mostrar aos empresários e aos investidores que as regras do jogo serão transparentes e confiáveis e que a atitude do governo será muito mais de um facilitador dos investimentos e do ir e vir dos agentes econômicos, do que um gerador de complicações, como sói ocorrer nos últimos quatro anos.
Uma outra atitude a ser esperada da nova equipe é aquela de aproveitar as oportunidades para ir corrigindo distorções, como é o caso do reestabelecimento da CIDE, que permitirá resolver a grave crise que envolve o etanol. Se a recriação da tributação sobre o consumo de diesel e de gasolina, ao ajustar e adequar os preços do produto de tal forma a recuperar a capacidade competitiva perdida, e se, ao lado de tal medida, o governo autorizar o aumento da percentagem de mistura do etanol à gasolina para os 27,5% pleiteados pelo setor, então o etanol tomará um novo e saudável alento.
Da mesma forma, ao estabelecer um reajuste automático dos preços de energia elétrica da mesma forma do que já está decidido, pela nova equipe economica, de que o Tesouro não capitalizará mais os bancos oficiais, são duas medidas de notável impacto que realinhamento precis e políticas de governo. Pela proposta, o governo abolirá a nefasta atitude de alterar os preços relativos de certos insumos e de alguns preços administrados, com inegáveis danos e prejuizos às empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica.
Assim, os ajustes poderao ir ocorrendo no bojo dos arrochos fiscais requeridos, garantindo-se certos ganhos e benefícios a certos segmentos da sociedade, na proporção em que são feitas correções em erros de políticas cometidos nos últimos anos! Por exemplo, para uma classe média tão massacrada pelas políticas de governo, por que não fazer um “trade off” com o Congresso, apoiando o adequado reajuste das tabelas do imposto de renda em troca de não se mexer no fator previdenciário e apoiar o governo no fazer alterações nas pensões por morte, no abono família e em outros problemas que afetam, gravemente, o “deficit” previdenciário?
Se, também, nessa busca de alcançar uma maior aceitação, notadamente dos trabalhadores, poderia ser de bom alvitre cuidar para que os recursos do FGTS fossem corrigidos, pelo menos, no mínimo, à metade da taxa SELIC ou em valores muito próximos dos encargos cobrados pelo BNDES aos financiamentos feitos aos investidores privados. É isto feito mostraria boa vontade do governo e o credenciaria a pleitear medidas contencionistas de gastos, notadamente os da área social, sem una imoderada reação dos trabalhadores.
Nesse processo de rearrumação da casa, até mesmo as generosidades com os amigos e companheiros de paises vizinhos — Cuba, com o Porto de Mariel; Venezuela, com o seu metrô e suas obras de infraestrutura; Bolivia, com os apoios e as expropriações de patrimônio da Petrobrás, por parte de Evo Morales, sem qualquer reação do governo brasileiro; agora a Nicarágua pleiteando 100 milhões de dólares de ajuda, além dos favorecimentos a países africanos, na forma de anistia de dívidas — provavelmente tal “farra do boi” venha se encerrar, porquanto o escândalo da Petrobrás e o protesto dos acionistas minoritários da Eletrobrás, contestando tal empréstimo, mudem o tom da atitude e do comportamento do governo brasileiro.
Pelo que se pode imaginar, num processo político de hábil negociação com a classe política seja possível, ao mesmo tempo em que se reorganiza a economia, haver espaço para garantir maiores graus de liberdade para que certos desajustes e descompassos na gestão de políticas públicas, hoje tão manifestos, possam encontrar guarida e fácil encaminhamento.
imagine o que se pode fazer para acelerar as obras do PAC e as inacabáveis obras de interesse do Nordeste — Transposição, Transnordestina, Refinarias de Pernambuco, do Ceará e do Maranhão — além das obras de mobilidade urbana, aproveitando o vácuo criado pelo Petrolão o que acaba de abrir espaços para o ingresso de investimentos, tecnologia e gestão internacionais, notadamente quando a poupança externa caiu para 14% e a externa bate nos 4%,quando o País precisa de, 22 ou no mínimo 25%, para garantir o crescimento do PIB necessario e desejado pelo pais? Talvez seja o caminho mais simples para equacionar as questões pendentes do Brasil.
Assim, é possível aguardar tempos mais favoráveis para uma sofrida economia nacional. Talvez pequenas notīcias que já começam a surgir possam melhorar o “mood” dos brasileiros e, com a severa punição dos responsáveis pelo escândalo do Petrolão, a sociedade comece a acreditar que novos tempos possam estar se iniciando.
É interessante como um País como o Brasil, com tão pouco — a indicação de um homem para o Ministério da Fazenda, com uma justiça que aja como no caso do escândalo da Petrobrás e uma nova Oposição, mais séria e afirmativa, além de uma mídia mais atenta e responsável — possa recuperar um pouco de seu natural e atē quase crônico otimismo e volte acreditar que tempos melhores virão para os seus cidadãos!
Postado em 27 nov, 2014 Deixe um comentário
O “tsunami” provocado pelo “Petrolão” que, embora venha a ter ainda desdobramentos envolvendo importantes nomes da classe política, já abre perspectivas para significativas e oportunas mudanças para o País.
Isto porque poderá criar reais possibilidades para que se promova uma ampla reforma do estado brasileiro. Isto porque, os problemas e desafios ora enfrentados só poderão ser superados através de duas maneiras. A primeira e, mais urgente, é por a casa em ordem, notadamente no que respeita à economia. Assim, em primeiro lugar, se Dilma não atrapalhar, a equipe econômica irá proceder a “um choque de austeridade” destinado a repor e recuperar as bases da estabilidade, quais sejam, a responsabilidade fiscal, as metas de inflação, o câmbio flutuante e o superávit primário.
Claro está que, para tanto, a equipe precisará de tempo, paciência dos agentes econômicos confiança e liberdade para por em prática medidas duras conducentes à austeridade fiscal necessária para por a atividade economica nos trilhos, outra vez. E isto implicará em medidas para aumento da receita tributária talvez, até mesmo, através do retorno ou recriação da CIDE e da CPMF, além de um novo REFIS e a cobrança do pagamento sistemático dos dividendos por parte das estatais. Além das medidas destinadas ao aumento da receita, duros cortes de despesas deverão ocorrer.
Estima-se que tais cortes irão alcançar entre 50 a 100 bilhões de reais para o orçamento do próximo ano, envolvendo medidas como o fim da capitalizalão dos bancos oficiais via recursos do Tesouro; a suspensão das renúncias fiscais e redução de despesas na área do auxílio desemprego, abono salarial e pensão por morte. Ademais, deverá ser fixado um compromisso de que as despesas só poderão crescer a uma taxa inferior ao crescimento das receitas mesmo que isto implique em corte nos investimentos em curso.
Assim, buscar-se-á a redução da dívida bruta dde 63% do PIB para, pelo menos 61%, inflação rigidamente situada em torno da meta de 4,5%, superávit primário de 1,5 a 1,9%, juros básicos de 12% e um crescimento beirando os 2%! É fundamental lembrar que as medidas a serem tomadas estarão atreladas à solução de de outras questões como é o caso da recriação da CIDE que permitirá recuperar a competitividade perdida do etanol da mesma forma que, diante da suspensão de investimentos diretos, buscar-se-á financiar tais obras com parcerias público-privadas, com a atração de investidores externos e com aberturas da economia para uma maior presença da iniciativa privada no processo.
Mas, o que mais se espera é que o Mensalão e o Petrolão deixem de saldo algo que procurará resgatar, pelo menos, uma parte da credibilidade perdida pela classe politica, qual seja, a reforma, nem que seja, parcial, do sistema político-eleitoral brasileiro. É possível que se consiga promover uma reforma parcial envolvendo quatro itens básicos. O primeiro deles seria o fim das coligações proporcionais que tantos males provoca ao processo. O segundo seria o término do principio da reeleição. O terceiro seria a instituição do financiamento público de campanha e, por fim, o estabelecimento do voto distrital misto.
Se tais mudanças ocorrerem é bem provável que outras poderão inclusive vir na sua esteira como o fim da figura do suplente de senador sem voto, dos partidos nanicos ou siglas de aluguel e o fim do voto obrigatório! Se tal ocorrer, o próprio funcionamento do Congresso poderá ser alterado na proporção em que, partidos inexpressivos não tumultuarão mais o processo decisório hoje tão prejudicado pelas quase quarenta agremiações existentes no País.
Em assim ocorrendo, poder-se-á pensar em uma reforma do próprio estado brasileiro como as que ocorreram na década de 30, na década de 60 e o que se iniciou na década de 90, porém sem a compreensão e a abrangência das duas primeiras. Elas se fizeram após o esgotamento de um modelo econômico e em face do envelhecimento das instituições, como sói ocorrer, agora.
E, como será mostrado em outro comentário, as reformas do Executivo e as do Judiciário, necessariamente, dependerão de um Congresso mais representativo, mais legítimo e mais independente, o que não ocorre agora. Mas esse é um tema para uma análise mais exaustivo e em outra oportunidade.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!