Postado em 21 nov, 2014 Deixe um comentário
Papai Noel ou Papai do Céu ou cansou, ou enfastiou ou simplesmente “jogou a toalha” diante de um país que teima em não aproveitar as oportunidades e não ter o “timing” necessário de montar o cavalo que passa selado a sua frente. Está vivendo o povo brasileiros dias angustiantes porquanto não se sabe para onde vai, nem como vai e o que vai acontecer ao escolher qualquer hipótese de ação ou de equação de suas dificuldades!
São tantos os problemas, os desafios e os impasses que vai ser difícil encontrar engenho e arte para enfrentá-los. Seria da maior valia poder agendar, com prazos respeitados e cronogramas confiáveis, o que fazer, por onde começar e que meios utilizar para tanto. Será que a questão mais urgente e premente é escolher o Ministro da Fazenda objetivando acalmar o mercado, abrir perspectivas no sentido de restaurar a confiança dos agentes econômicos e definir os passos ou a estratégia de reorganização da economia nacional?
Mas, quem, com credibilidade e respeito junto à comunidade nacional e internacional, aceita tão árdua missão sem a garantia de que terá os necessários graus de liberdade para a condução da política econômica diante de uma Presidente centralizadora, intervencionista e, até mesmo, grosseira no relacionamento? Os nomes postos na mídia são ótimos mas parece que, um a um, irão desistindo do convite para enfrentar tamanho desafio.
Ademais, um ministro da Fazenda que não tenha um Banco Central afinado no projeto de política econômica e na estratégia de sua condução, enfrentará já sérios desafios. Se aliar-se à isso os possíveis constrangimentos que a Presidente poderá causar-lhe, então o “turn over” de condutores da economia será maior do que de técnicos do Brasileirão!
Assim, o primeiro desafio a vencer nesse Rosário de problemas que enfrenta o Brasil é essa escolha porquanto diante de atitudes como do atual governo de interferir em relatórios técnicos –como no caso dos cálculos do desemprego pelo IBGE; na análise dos dados de redução da miséria pelo IPEA e a dados de desmatamento — e na alteração de critério sobre déficit fiscal como mandado ao Congresso, agora, mostra as dificuldades a serem enfrentadas pelo novo Ministro da Fazenda!
Alvíssaras! Ao ser anunciadas as escolhas de Joaquim Levy para Ministro da Fazenda e Nelson Barbosa para Ministro do Planejamento, mesmo com o temperamento da Presidente, o núcleo duro se estrutura com o burocrata Tombini no Banco Central e um mercado e uma mídia profundamento atentos às atitudes que tomarem os petistas e a própria Presidente Dilma que possam cercear a liberdade dos gestores da política economica.
Os brasileiros então poderão ter um fim de semana mais tranquilos e com expectativas mais favoráveis em relação ao futuro mais imediato, caso as possíveis indicações venham a ser confirmadas. Isto porque, num jogo político previsível e sem muita possibilidade de sucesso, os Mercadantes da vida, propõem esperar a votação do superávit fiscal nesta semana para confirmar os nomes!
Aliás, diga-se de passagem que, Levy, além de ter que conviver com o padrão Dilma de governar, enfrentará a ciumeira de Mercadante — eterno candidato a Ministro da Fazenda — e das viúvas de Mantega com quem Levy teve alguns arranca-rabos no passado!
Postado em 19 nov, 2014 Deixe um comentário
Se o mensalão já assustou a maioria dos brasileiros pelo tamanho da corrupção, de seus protagonistas e executores mais diretos e mais imediatos, bem como pelo grave envolvimento da base de sustentação politica do governo, o “Petrolão” é muito mais que isto. Assemelha-se mais a um “tsunami” pois, pelo tamanho, pela extensão, pelo número inicial de envolvidos, chama a atenção de toda a sociedade e pode ter muito mais desdobramentos que a vã filosofia possa imaginar.
A chamada “delação premiada” e o também chamado conluio entre empreiteiras e governo, abriu as vísceras do poder e pôs à mostra todo um deplorável processo de corrupção, quase endêmica, envolvendo, até o momento, não apenas a estatal símbolo das lutas nacionalistas brasileiras — a PETROBRAS — mas uma outra estatal surgida nos heróicos tempos varguistas — a ELETROBRÁS — e, pelo menos, cerca de mais de quatro dezenas de parlamentares, alguns governadores, ministros e ex-governadores e ex-ministros.
Admite-se que, na esteira desse amplo processo de desmontagem desse quebra cabeças de espertezas, órgãos, projetos, ações e serviços de governo venham a estar envolvidos, ampliando-se o universo de escândalos e de contravenções e delitos de toda ordem. Agora mesmo, os Correios mostram algumas nuances de corrupção quando funcionários da instituição recebiam 100 mil reais de mesada de um plano de saúde! É isto parece ser uma pontinha do iceberg de vícios e erros dessa centenária instituição!
A coisa está parecendo o desenrolar de um novelo de linha que, pelo andar da carruagem, não se sabe ao certo onde vai parar. O que conduz a conclusão de que, se o processo tomou a dimensão de desorganizar as instituições, de desmoralizar o Parlamento e os partidos e o de promover um enorme desgaste do empresariado de obras e serviços, as consequências serão bastante graves , notadamente no campo não só da estabilidade e econômica mas da retomada do crescimento, bem como da manutenção do chamado estado de bem estar, social e da própria estabilidade política.
A tendência esperada é que haja uma paralisia de atitudes, de comportamentos e de iniciativas, notadamente do empresariado, levando a que, com a suspensão das inversões, com a perda do grau de investimentos e com a deterioração da balança comercial e das contas externas, se o quadro econômico era muito complicado, a coisa pode piorar ainda mais, a depender da evolução das investigação dessa verdadeira “Operação Mãos Limpas”, à moda tupiniquim.
Poucas vezes o país experimentou quadro tão complexo e de difícil equacionamento e superação como este de agora! E, faltam interlocutores e negociadores que, desprovido de interesses particulares ou partidários, da excessiva presunção e arrogancia da classe política e do sentido de missão e de responsabilidade politico-social com o país, proceda a esse processo de construção de saídas para os graves problemas do país. Que não se enverede para o complicado caminho do impasse, caso não se encontrem soluções de compromisso que se superponha à mesquinhez dos interesses político-partidários.
Esse é o grande desafio para o Brasil e para os brasileiros!
Postado em 16 nov, 2014 Deixe um comentário
As últimas eleições geraram preocupações especiais porquanto as distorções do processo político-eleitoral levaram a uma questionável legitimação das escolhas e das opções do eleitorado. O desencontro de dados e informações, a propaganda enganosa, as promessas que não passariam numa espécie de teste de ácido e, a manipulação da realidade pelos marqueteiros, além do processo de indução propiciado pelas pesquisas, mostraram, à larga, toda a desproteção e o desalento do cidadão-eleitor.
E esse, acabou, em alguns casos sendo usado, manipulado e abusado por promessas inviáveis, pelas chantagens inaceitáveis e pelas pressões eticamente questionáveis a escolher caminhos e alternativas que, em condições normais, provavelmente não seguiriam. Mas, lamentavelmente, o quadro político-partidário nacional permite esses desvios. O sistema politico-eleitoral estå eivado de vícios e de disfunções que geram um quadro que limita a legitimidade, a representatividade e a qualidade das escolhas feitas.
Se tal ocorre no campo político-eleitoral, por outro lado hoje o Brasil já conta com um aparato razoável de instrumentos de respeito, de defesa e de resgate de direitos usurpados ao cidadão, no campo econômico. Não que seja um sistema completo e eficiente mas que conta hoje com um aparato legal sistematizado e consistentemente estruturado, onde releva o Código de Defesa do Consumidor e as instituições que configuram um sistema que opera no resguardo e no resgate de direitos.
Adicionalmente, diante de tantos descalabros e desrespeitos ao cidadão, no caso da defesa do consumidor, não apenas já existe um adequado marco legal, como também o brasileiro conta com um conjunto de instituições que permitem uma mobilização adequada da sociedade para proteger o consumidor contra as armadilhas impostas por comerciantes e prestadores de serviços, inescrupulosos.
Também já conta com delegacias de polícia e juizados especiais, não só para conter e reprimir abusos mas também para resgatar e recuperar direitos usurpados. Nos dias de hoje, o cidadão comum já brada, gerando cautelas e temores aos delinquentes dos negócios, “Olha que eu vou ao PROCON!” e, com isso, tem minimizados os seus prejuízos e problemas.
Embora isso já ocorra nas relações entre os comerciantes e prestadores de serviço e o cidadão, no caso das relações entre o contribuinte e a máquina estatal, a situação, lamentavelmente, é de um desrespeito gritante e ululante. E isto não se refere apenas aos serviços públicos essenciais como os relativos à educação, à saúde, à segurança pública mas, até mesmo no atendimento de demandas relacionadas a busca de documentos ou de certidões ou de outros requeridos pelo cidadão.
A forma, por exemplo, como a policia, despreparada, desorganizada e sem dispor dos instrumentos mínimos para a sua operação, trata demandas legitimas do cidadão, é deveras ofensiva aos seus direitos. Se o cidadão vai registrar um furto, não importa o seu nível de renda, seu status educacional e sua posição social, os problemas enfrentados são os mesmos. A leniência, a irresponsabilidade, o desinteresse e o descaso, são gritantes.
Se o relacionamento for com a Receita Federal, então, usando a expressão nordestina, “dessarreda” pois, além de não ter o seu pleito atendido, mesmo que legítimo e legal, ainda constata que os prazos, a que ele tem direito, são desrespeitados pois o estado pode tudo e o cidadão pode nada. Se o cidadão insistir em, por exemplo, buscar uma restituição de impostos, o que ele ouvirá do agente publico é que, “você tem direito mas, não vamos atendê-lo. Recorra à justiça”!
Se falta um codigo de defesa do contribuinte, está na hora de se pensar, também, diante de todos os descalabros, os desvios de conduta e a falta de representatividade e legitimidade do processo politico-eleitoral, em um verdadeiro código de defesa do eleitor.
Não é possível tanta propaganda enganosa, tanta divulgação de informações mentirosas, tanta falácia, tanta enganação e, sem qualquer proteção, o cidadão é subordinado ao bombardeio de mentiras, de agressões, de ofensas e de desvirtuamento da verdade. E, o que fazer? Apenas lamentar e, o cidadão acaba sendo induzido, por tais dados e informações deturpados e, ser levado a votar, redondamente enganado.
Agora mesmo, um dos mais respeitáveis institutos de pesquisa de opinião, mostrou um resultado de avaliação das preferências eleitorais onde a soma do todo não correspondia a soma das partes. Ou seja, o instituto deu um resultado final em que um candidato superava o outro por quatro pontos mas quando se dissecava a informação do mesmo instituto, usando os seus dados regionalizados, pasmem, o resultado é o inverso do que foi apresentado. Farsa? Erro? Má fé ou uma espécie de sofisma da composição ou, o que?
Os dados e estatísticas apresentados, as presumidas obras concluídas, o questionável número de beneficiários de programas governamentais, os indicadores crescentes de violência, entre outros, não passavam no teste da coerência, da verdade e da responsabilidade. E, diante de tantas desvios da verdade, não há a quem reclamar pois o próprio Poder Judiciário, tendo os seus membros indicados pelo Executivo, de princípio, é colocado sob suspeição.
Diga-se de passagem que o responsável pelas eleições desse ano foi o Ministro Dias Toffoli que, petista de carteirinha, Advogado Geral da União que foi do Governo Lula, mesmo com todos os seus envolvimentos com o partido, com seus membros mais proeminentes e com Lula e Dilma, particularmente, não se sentiu constrangido em não solicitar o seu afastamento do julgamento do mensalão! E, é verdade, ele estava, eticamente, impedido!
É urgente a necessidade de se criar, a partir de iniciativa da sociedade civil, um sistema de defesa do cidadão eleitor contra todos esses desvios de comportamento, essa propaganda enganosa, a pesquisa encomendada e maquiada e, até mesmo, o uso abusivo da máquina de governo no processo eleitoral.
Pois, do contrário, continuarão os brasileiros a enfrentar essa mistificação, esse engodo em forma de governo e essa pantomima que representou a mais baixa disputa eleitoral do período pós-redemocratização do País. Uma eleição que partiu ao meio os brasileiros, semeou a discórdia e, até mesmo o ódio entre irmãos tudo porque, os pretensos democratas, detentores do poder, não admitem a alternância de poder e não se conformam com a hipótese de perder o poder!
É triste e melancólica a quadra em que vive o país. Reeleita Dilma, a carga de ressentimentos e rancores que ela traz consigo, numa verdadeira caça às bruxas, intentando dar o troco por todas as ofensas e críticas sofridas parece ser enorme, principalmente porque ela não terá que tratar bem ninguém, pois não poderá ser reeleita e, como afirmou, “eu não represento o PT, eu represento a Presidência da República”!
São graves os problemas econômicos, a sua base parlamentar está mais fragmentada, o descrédito das instituições e, principalmente do governo junto a todos os segmentos é muito grande e, a própria inabilidade política de Dilma complica todo o processo diante dessa equação com muitas incógnitas! Os ingredientes que ora estão a se forjar são capazes de gerar um um ambiente propício a crises institucionais constantes para esses próximos quatro anos!
Postado em 12 nov, 2014 Deixe um comentário
Uma democracia só se caracteriza como presente num processo politico de uma sociedade quando o contraditório pode ser exercido em sua plenitude. Sem a divergência, sem a contradição e sem a controvérsia, tudo nao passa de um arremedo onde, aparentemente, o confronto de idéias , de opiniões e de propostas nao ocorrem no calor das esperadas paixões e das disputas.
No quadro que se vive atualmente no País, existem muitas dúvidas e inseguranças se esse processo se fará presente, na sua inteireza, diante do que se vislumbra em face das atitudes, das idéias e do tipo de comportamento adotado pelos governantes de plantãoeu .
Há muitos temores dos rumos que poderá tomar esse segundo termo do governo Dilma. Isto em razão de decisões que já foram tomadas e, indícios muito fortes, sobre tendências de um governo de caráter populista e que se auto classifica como bolivariano, estatizante e terceiro mundista!
Segundo avaliação e análise do conteúdo das decisões da Executiva do PT que vieram à público, recentemente, a postura da dita esquerda do partido remonta a teses e linhas programáticas dos anos sessenta, na velha lógica do capitalismo de estado e da construção de uma democracia popular.
Ademais, as medidas relacionadas ao controle da sociedade, desde os conselhos sociais propostos por Dilma, a ânsia de pôr limites à mídia, a estilo da Venezuela, os acordos de cooperação entre o MST e os movimentos revolucionários bolivarianos, a proposta de solução de impasses em termos de ocupação de terras e edificações por meio da mediação a ser exercitada por parte de movimentos sociais, pondo em risco direitos adquiridos, são marcas que assustam os brasileiros!
Se o estado autoritário durou 21 anos, temem muitos que, completados doze anos, os petistas continuem a buscar os caminhos do atraso a estilo de Cuba e Venezuela para tornar, “a sua revolução”, permanente. E alternância de poder, esqueça-se, pois o modelo socialista bolivariano não permite espaços para sonhos e para tais veleidades!
E, para entornar mais ainda o caldo, as perspectivas econômicas do país assustam aos até pouco familiarizados com os meandros da formulação de políticas econômicas e as exigências de aplicação de medidas amargas a serem postas em prática!
Mas esse cenário, se Deus for mesmo brasileiro e os ocupantes do poder tiverem a perspectiva de que, se não mudarem de postura, poderão até mesmo correrem o risco de vir a ser defenestrados de seus postos, isto poderá ajudar a começar a mudar o quadro e as perspectivas econômicas, sociais e políticas do País!
O governo começa a descer do palanque, parece querer esquecer que instrumentos de política econômica não tem ideologia e nem cor partidária e, necessariamente, são aplicados com uma certa inclemência quando a situação se torna tão séria quanto a que ora experimenta o Brasil.
Aí estão sendo propostas e aplicadas medidas austeras que, independentemente das preferências eleitorais ou partidárias, fazem parte do cardápio fundamental para por a casa em ordem e reestabelecer o respeito aos chamados fundamentos da economia.
Também os ventos que sopraram no País nas manifestações de Junho de 2013, continuaram fermentando um sentimento mudancista que foi, num crescendo, até alcançar os 51 milhões de votos dados a Aecio Neves agora, não mais representando uma mera opção eleitoral circunstancial mas, a cristalização de uma proposta oposicionista.
A eleição de um grupo de senadores e a integração de outros já eleitos no pleito de 2010, sem negócios, sem busca de emprego ou de afirmação pessoal, com nome na praça e mais,em busca de história do que de oportunismos ocasionais, vai se constituir na primeira experiência de oposição não conveniente e, o que é mais importante, com cheiro de povo.
E há um sentimento de que esses senadores representam o espírito mudancista de uma população que quase explicitou que estava cansada do jeito petista de ser, de fazer política e de governar.
Se no Senado já se consolida uma posição clara de uma Oposição consistente, competente e coerente e com compromissos com a história, a Câmara promete aprontar com uma Oposição chefiada por um figadal adversário de Dilma, no caso o Deputado Eduardo Cunha.
Independentemente do julgamento que se faça sobre a história e o comportamento da forma de processar a negociação política, eivada de oportunismos, de esperteza e de todo tipo de negociata, os parlamentares da Câmara, forçado ou espelhados talvez pelo que venha a ocorrer no Senado, o que se espera é que o país evolua, política e institucionalmente e novos tempos venham se abrir para o Brasil.
Se nessa nova reunião do G-20, diferente da última em que o Brasil era saudado como um fenômeno de expansão, de estabilidade e de correção de desigualdades sociais, volta, a Presidente Dilma, quatro anos depois, com um país que conseguiu piorar todos os seus indicadores econômicos e sociais e mostrar agora insegurança, incerteza e falta de perspectivas, talvez ela calce as sandálias da humildade e a ajude a esse verdadeiro processo de reconstrução nacional.
Pelo andar da carruagem, as coisas poderão caminhar no sentido de retomar a estabilidade, o crescimento econômico e o aproveitar as potencialidades de expansão e de garantia de instituições democráticas voltando o Brasil a operar nos limites do que seria aceitável para os sonhos brasileiros.
Será que dá para apostar em tal perspectiva mais otimista?
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Postado em 7 nov, 2014 Deixe um comentário
As atitudes dos governistas, máxime dos petistas, já que os seus aliados não são ouvidos e não participam das decisões estratégicas maiores do poder, são de, não apenas subestimar o peso dos 51 milhões de votos dados a Aécio, mas de não considerar outros dados que estão subjacentes a todo esse processo de mobilização da sociedade, começado que foi, em junho de 2013!
Fatos e circunstâncias como o grau de insatisfação explicitado nas urnas e a indignação da maioria da população com a forma como se processou o pleito, eivado de leviandades, mentiras, propaganda enganosa e desrespeito a números e informações fundamentais à avaliação das propostas dos candidatos, tudo isto gerou um ambiente de tensão e de conflitos, permanentes.
Pelos nomes da Oposição, máxime os já atuando e os récem-eleitos para o Senado, os oposicionistas desse novo tempo, diferirão daqueles que, no passado, assumiam a inaceitável e vergonhosa atitude de uma oposição, fácilmente manipulável e dobrável, a partir da oferta de algumas migalhas de favores e cargos simbólicos.
Agora, dispondo de um líder específico, enfeixando uma história antiga e uma história recente que o credenciam para assumir tal papel, no caso Aécio Neves, aqueles que se credenciaram a fazer Oposição no Congresso, começam a mostrar a opinião pública o que eles consideram o que representou um verdadeiro “estelionato eleitoral”.
E, diferentemente de um passado recente, não aceitam o chamamento à conciliação e ao entendimento por parte da Presidente, desde que tal aceno não venha lastreado em idéias, propostas e medidas viáveis e confiáveis, para que não represente mais um engodo de quem acha que tudo é permitido, que tudo pode e que nenhuma satisfação terá que dar a sociedade brasileira.
Aécio e os seus aliados de causa e de compromisso, já acusam Dilma de um verdadeiro estelionato eleitoral porquanto dizia ela, em campanha, que seria o seu adversário quem iria aumentar juros básicos tirando a comida da mesa do pobre, para fazer a alegria dos banqueiros; quem iria aumentar as tarifas de energia elétrica; quem iria reajustar os preços dos combustíveis e quem iria suspender programas de investimentos do Governo Federal, provocando uma notável recessão no País. E, mas rápido que os brasileiros esperavam, é o governo petista que adota todas as medidas chamadas por eles de direitistas, elitistas e antipáticas, capazes de promover um dos maiores arrochos de todos os tempos.
O Congresso irá votar matérias que, sabidamente, irão aumentar o rombo das contas públicas e isto, certamente, exigirá mais aperto fiscal tendente a comprometer as obras de infra-estrutura, de mobilidade urbana e os projetos estruturantes que, já atrasados, sofrerão atrasos adicionais. Pelo tamanho do rombo, programas sociais poderão vir a ser comprometidos, bem como os investimentos da Petrobras poderão sofrer redução de tamanho e de ritmo.
Porém o grande imbróglio estará caracterizado pelos impasses negociais entre o Congresso e o Executivo e entre o Congresso e o Judiciário, este último subordinado a uma desconfiança generalizada porquanto quase todos os seus membros ou, a maioria deles, teve as suas indicações feitas pelos governos petistas e, as suas posturas recentes, máxime diante do julgamento dos mensaleiros, levantou suspeições quanto a sua isenção.
Também, os problemas a serem enfrentados por organizações da sociedade civil, da mídia, do empresariado e a insatisfação dos funcionários públicos diante do contínuo aparelhamento do estado, engrossarão o caldo dos conflitos entre poder e sociedade. Aí, a pergunta que fica no ar é se a Presidente terá humildade, habilidade, competência, capacidade de transigir e negociar que até hoje nunca demonstrou?
Se não e, contando com uma companheirada sem visão estratégica, sem estar afeita a princípios e valores democráticos e sem os compromissos arraigados de convivência com os contrários, aí a tendência de enfrentamentos será crescente. Ademais, “last but not last” , se a Comissão da Verdade, as restrições orçamentária à modernização de equipamentos e as ingerências nos problemas da Forças Armadas continuarem a ocorrer, aí são agregados novos ingredientes para fomentar distúrbios institucionais.
E, já agora, o governo petista vai enfrentar algo de enorme complexidade que é a sucessão nas duas Casas do Congresso onde Eduardo Cunha, inimigo figadal de Dilma e do PT, por um lado e, no Senado, Luiz Henrique, serão pedras no sapato para Dilma manter o seu fiel aliado Renan no comando do Senado e eleger alguém confiável na Presidência da Câmara. A tendência é que a turma nova do Senado, de Oposição, vai, necessariamente, abrir espaços à renovação no Senado.
Que Deus dê lucidez e bom senso aos petistas e aliados e equilíbrio e ponderação aos opositores para que o enfrentamento do atual quadro de crise possa ser superado sem ameaças sérias as instituições democráticas!
Postado em 6 nov, 2014 Deixe um comentário
Os ânimos ainda continuam acirrados e a tensão ainda está presente por todos os lugares. E isto não é porque há gente clamando por “impeachment” da Presidente ou alguns mais radicais pedindo intervenção militar além de outros maximizando problemas, desafios e insatisfações.
Parece ser senso comum que, precisa, urgentemente o País, ter definidos os nomes que conduzirão a política econômica, os graus de liberdade que eles terão e a explicitação, o mais rápido possível, das medidas a serem tomadas para pôr a casa em ordem. Bàsicamente é preciso definir e, já, o processo de reestabelecimento dos fundamentos da economia, desde a retomada das bases da responsabilidade fiscal, a dura austeridade a ser imposta sobre as contas públicas federais, o aumento dos juros básicos, a volta do respeito às metas de inflação e a diminuição, significativa, da intervenção no cambio.
Isto porque as notícias sobre a economia são as piores possíveis. As pessoas já sentem que o salário não consegue chegar ao fim do mês, os encargos sobre os empréstimos consignados começam a pesar sobre os orçamentos familiares, além daquilo que seria previsível e aceitável e, o supermercado sente o peso do aumento dos preços em face da aceleração da inflação. Agora vem a conta de luz com aumento substancial, os combustíveis que irão ser reajustados além dos cinco por cento e, para tornar mais amarga a vida, como o salário mínimo é reajustado segundo o aumento do PIB per capita dos últimos dois anos, 2015 terá um salário minimo praticamente sem ganho real!
Adicionalmente, o déficit do Tesouro no mês de setembro atingiu a marca de 25 bilhões, o maior valor desde 1998, assustando o próprio governo federal. O superávit primário ou aquela sobra que deveria ser guardada para pagar os juros de uma dívida interna que cresce assustadoramente, o qual deveria atingir 3,4% do PIB, se alcançar, este ano, entre 1% ou até 1,5%, já estará de bom tamanho. Mas isto indicará que faltariam de 1,9 a 2,4 pontos percentuais ou algo como de 100 a 120 bilhões de reais para pagar os juros juntos aos bancos privados, relativos a divida interna!
Aliás o candidato a Ministro da Fazenda, Marcos Lisboa declarou que “sair de um déficit primário de 1% do PIB para um superávit primário de 3 a 3,5%, algo na casa dos 200 bilhões, é tarefa herculea”!
Os juros básicos acabam de ser aumentados para 11,25%, os maiores juros reais praticados entre todos os países do mundo. Os combustíveis sofrerão alta e já, em pelo menos 5% embora Graça Foster, a Presidente da Petrobras, espera que se aprove um reajuste de 8% pois só assim será possivel realinhar os preços recebidos pela endividada empresa brasileira. No mais as contas externas estão em frangalhos e, para piorar, os valores pagos pelos minérios exportados estão caindo e o agronegócio, sozinho, não terá comocobrir os rombos no setor.
Por outro lado, o cambio subtraiu, nos últimos dez anos, 370 bilhões de dólares, em demanda tanto interna como externa, de bens manufaturados, provocando a acelerada desindustrialização ora em curso no País.
Se no campo econômico as coisas estão muito difíceis, no lado social, os problemas vão desde o aumento da pobreza, agora explicitados pelos dados omitidos durante o período eleitoral, levando, inclusive, a demissão de dois diretores do IPEA, até os problemas de limitações da qualidade e da quantidade de vida nas cidades, notadamente nos médios e nos grandes centros urbanos, que crescem de maneira geométrica.
A violência avança diante de uma polícia impotente e despreparada. Os indicadores de saneamento, de saúde e de educação mostram-se, lamentavelmente, empobrecidos, notadamente quando comparados, internacionalmente.
Terminada a eleição, os nordestinos que foram vitimizados como sendo os responsáveis por impedir a alternância do poder, sendo caracterizados como a vanguarda do atraso político-cultural do país, sofrem agora com declaração recente da Presidente de que “é necessário por fim a guerra fiscal” entre estados o que, inexistindo uma política de desenvolvimento regional, inviabilizará toda a atração de investimentos privados que responderam por um crescimento do Nordeste, nos ultimos dez anos, acima da média nacional!
Se a Primeira Mandatária da Nação decidir que não apoia a redefinição de critérios de cobrança do ICMS que está posta, qual seja, onde os estados consumidores ficariam com a parte substancial do imposto cobrado, diferentemente do que ocorre agora, então o prejuizo para os nordestinos será ainda mais grave.
Junte-se a tal, já que o castigo sempre vem a cavalo, a possível paralização de obras que já estavam atrasadas como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, a Transnordestina, a duplicaçao da BR-101, a Refinaria Abreu e Lima, as Refinarias Premium do Ceará e do Maranhão, além de outras obras menores, o que reduzirá as possibilidades de expansão e crescimento das economias daquela área.
Finalmente, desaceleraram ou encolheram, em sincronia rara, importações, produção industrial, vendas a varejo e, ao mesmo tempo, sobem os juros básicos, o déficit publico, a inflação e os preços administrados, numa combinação indesejável e perigosa.
A pergunta que fica é quem vai se habilitar a “amarrar o guizo no pescoço do gato” ou quem vai aceitar a ingente tarefa de pegar o “touro pelos chifres”, quando o PT quer assumir, de maneira ainda mais intensa, um protagonismo tal que lhe assegure a garantia das condições para a volta de Lula em 2018? Se o PT insistir em manter os cargos e posições e insistir no nefasto aparelhamento do estado, como sói ocorrer até agora, quais serão os graus de liberdade do gestor ou dos gestores da economia?
Esse é o grande “imbroglio” e o grande desafio que espera os brasileiros com a certeza de que 2015 será bem pior do que se imagina e, crescimento econômico necessário e desejado, dificilmente ocorrerá, a não ser algo tão pífio como o que ocorrerá em 2014!
Postado em 2 nov, 2014 Deixe um comentário
Passada “a ressaca de todo el sofrido”, como diziam os derrotados das refregas da Guerra Civil Espanhola, é hora de, fria e cartesianamente, intentar recriar a esperança e assumir a liderança da crítica, conseqüente e procedente, por parte dos que não lograram promover a necessária e saudável alternância do poder. E, para eles e por eles, não adianta “chorar o leite derramado”, pois o que passou, passou e, agora é seguir em frente!
E, é sempre bom lembrar que não há maneira de desfazer os eventos que, por acaso, tenham frustrado tantos e gerado tanta desilusão e desencanto a milhões de brasileiros, a não ser buscando pavimentar novos caminhos de sonhos e de esperança.
Assim, a hora é de reafirmar aquilo que pedia Eduardo Campos, ou seja, “de não desistir do Brasil” e de não permitir que se dispersem, desesperançados, os esforços e os entusiasmos que mobilizaram tantos!
Se o acaso ou o imponderável; se os erros de estratégia dos opositores do poder; se a chantagem, se o medo e se o terrorismo, impostos pelos vencedores, foram ingredientes para postergar o início desse novo tempo, é aguardado que os compromissos de políticos, de líderes e de cidadãos, que se sentem responsáveis pelos destinos do País, não se dissipem e se reafirmem. Com isto então, a mudança já estaria sendo forjada e, consequentemente, também já estaria em processo.
O país está dividido, literal e aritmeticamente, ao meio, mostrando que metade da população não está satisfeita com o estado das artes, ou seja, está insatisfeita como está o país e como são enfrentados os seus problemas e, portanto, está a exigir que se adote muito “engenho e arte” para superar tais traumas e tais problemas!
É bom que se enfatize e que se reforce que as coisas, no País, nos últimos anos, deterioraram-se, sobremaneira e não apenas no campo econômico mas nas finanças do estado, nas contas externas, nas relações internacionais e, o mais grave, nas relações dos vários grupos sociais entre si.
Fundamental acrescentar que é crucial para o funcionamento das instituições e da economia que os cidadãos confiem nos homens públicos, nos marcos regulatórios e, consequentemente, nas instituições. Mas, infelizmente,essa confiança se foi e se esvaiu. E, agora, a pergunta que fica é como reparar erros e danos, como consertar os rasgos do tecido social e como cicatrizar as feridas dos relacionamentos interpessoais? Essas parecem tarefas hercúleas!
E o mais sério é que será tarefa difícil criar um ambiente onde o discurso da conciliação, da compreensão e do desprendimento possa calar bem fundo nos corações daqueles que não compactuam e, por conseqüência, divergem do poder instalado.
Aqueles que divergem, não apenas em termos de valores, de princípios e de práticas mas de visão do projeto que se pretende para o Brasil, esperam e lutarão para que ocorra uma mudança de atitude e de comportamento, dos ganhadores, com vistas a alcançar tal desideratum.
Essa atitude decorre, não apenas pelo que se observou de posições, de incompetências explícitas e de desvios de conduta ocorridos no exercício do poder mas, também, em virtude das agressões, das denúncias, das ameaças ou do uso descarado da máquina governamental, durante o período eleitoral. E isto gerou revolta e deixou sequelas que, agora, a Presidente eleita se oferece e se propõe a superar.
Independentemente da atitude da Presidente, todo esse quadro terá que ser superado, não por generosidade e doação dos vencedores mas sim, pelo exercício pleno da controvérsia e do contraditório. Depois da redemocratização talvez, pela primeira vez, presenciará o Brasil a atuação de uma oposição responsável, competente e consequente, a partir do Senado Federal.
Ē bom lembrar que no período Lula/Dilma a Oposição foi oportunista, de conveniência e de resultados, aliás de resultados pessoais, grupais e, muito particulares. Claro que, diga-se de passagem, diferente da oposição que fazia Lula e o PT, à época de FHC, oposição que foi marcada pela inconsequência , pela irresponsabilidade e sem qualquer compromisso com números e com idéias, as duas posturas, em si, embora se diferenciassem, a diferença não representava, porem, qualquer valor é bem para a sociedade.
Agora com um Senado com nomes como Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, Tasso Jereissati, Cristóvão Buarque, Jarbas Vasconcelos, Mario Couto, Alvaro Dias, além do chamado “coro dos ressentidos”, o governo vai ter que encontrar o caminho das reformas, o respeito à imprensa livre e fazer as escolhas certas de nomes e homens para preencher cargos e posições, sem a lógica simples e perversa do aparelhamento do estado, com os seus apaniguados.
Isto porque a Casa Revisora vem marcada por homens com história, com independência e “sem rabo preso” capazes de, efetivamente, ajudar a reescrever um itinerário virtuoso para esse país.
Portanto, os novos tempos se são de “vacas magras” e de duros sacrifícios, pelo menos dão a certeza de que a incompetência , a irresponsabilidade e a leniência com desmandos e mal feitos praticados, impunemente, até agora, pelo governo, não prosperarão sem que vozes altivas se manifestem e não permitam tais desregramentos.
Assim, para o enfrentamento de uma agenda pesada de problemas e desafios a cobrar sacrifícios enorme dos brasileiros, a nova Oposição, vai mostrar ao Brasil que esta eleição, ao dividir o país em dois brasis, foi um marco e será um ponto de inflexão da história diante da mudança de paradigmas que será exigida para fazer o Brasil retomar o itinerário de transformação que tanto precisa e de que tanto almejam os brasileiros.
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Postado em 29 out, 2014 Deixe um comentário
A hora agora não é mais de sonhos e nem de esperanças. O momento é o de encarar a dura realidade do País marcada agora, pelas divisões entre pobres e ricos, entre elite branca versus trabalhadores e filhos do bolsa- família e entre nordestinos, vistos agora como a verdadeira vanguarda do atraso e os brancos, bem nascidos e desenvolvidos filhos do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste! Essa é a nova segmentação da sociedade estabelecida pelos vencedores! É o novo “apartheid” à moda da casa!
A divisão não fica só no meio do povo mas também se estende a artistas, a intelectuais e pseudo-intelectuais, muitos deles marcados menos pela ideologia e pela ética do compromisso e da responsabilidade mas, muito mais, pelo oportunismo e pela esperteza, aproveitando-se das vantagens de ser governo e, no momento necessário e requerido, ser oportuno no prestar vassalagem ao poder.
Nunca se esperava que a radicalização dessa campanha levasse a que os brasileiros que sempre se orgulhavam de sua unidade geográfica e territorial; que, em tão largo e amplo território, bradassem, aos quatro ventos, que aqui só se falava um único idioma, mesmo com tanta diversidade cultural; que sempre rechaçaram quaisquer movimentos separatistas e que sempre se moveram e se mobilizaram, de maneira emocionada, pelos seus símbolos nacionais, vêm-se agora diante de algo tão inusitado, é deveras preocupante!
Um país rachado ao meio que, como dizia Carlos Drummond de Andrade “um tempo de partido/tempo de homens partidos” que, só alguém que realmente encarnasse o espírito e o sentimento da conciliação e do entendimento poderia abrir caminhos para ajudar a cicatrizar as feridas profundas que o ódio semeado, a intriga plantada e o terrorismo utilizado para dobrar consciências, fizeram vicejar nesse confronto eleitoral. O país está dividido, cheio de ranços, de ressentimentos e, até mesmo, de ódios!
E, para consertar os estragos, não apenas na economia, como na política e, particularmente no tecido social, vai ser exigido muito engenho e arte além de uma colaboração estreita de um Congresso, hoje muito marcado pelos ressentimentos e pelo pragmatismo irresponsável e oportunístico.E, os governistas, detentores do poder faz doze anos, continuam a provocar os perdedores sem entender que, sem eles, ninguém consegue governar este País!
Diga-se de passagem que a recente derrota de matéria de interesse de Dilma, na sessão de ontem da Câmara dos Deputados, mostra que muita água ainda vai correr por sob a ponte e, segundo um grande jurista confidenciou a este cenarista, o que vem por ai, em termos de delação premiada, agora por parte de grandes grupos econômicos, poderá gerar um “tsunami” para a Presidente. E isto sem contar com uma Polícia Federal, em crise, por causa de decreto recente do Planalto que alterou critérios de ocupação de cargos comissionados, sem consulta a Instituição! Ao mesmo tempo surgem membros do Ministério Público ansioso para mostrar serviço e fazer coro com ímãs denuncias!!
Para muitos o medo venceu a esperança e o terrorismo destruiu o sonho. Mas, mesmo sendo o conciliador mineiro, de origem, Aecio Neves, em vídeo pelas redes sociais, usou as expressões de Tancredo — ” não vamos nos dispersar” depois da derrota da Emenda das Diretas, Já — e de Eduardo Campos — “não vamos desistir do Brasil” , para conclamar os brasileiros a apostar as suas fichas na oposição que ele irá comandar, que se coloca como séria, propositiva e capaz de fiscalizar os atos de governo e de denunciar os desvios de conduta de seus membros.
Os que votaram em Aécio não aceitam a ideia de conciliação e de entendimento. Querem, em primeiro lugar, a punição dos culpados do Petrolão, cujo número é chocante, envolvendo governadores, senadores e deputados federais, além da insinuação do envolvimento do novo tesoureiro do partido — José Vacari Neto — de Dilma e de Lula, segundo o depoimento do doleiro Yousseff!
Querem, ainda que os critérios de preenchimento dos quadros executivos do Governo Federal sejam explicitados para que o povo avalie o que realmente ocorre País afora. Adicionalmente esperam a definição dos dados básicos que embasará o perfil das alterações da política econômica a ser seguida para o enfrentamento de problemas e desafios atuais. Também esperam conhecer, previamente, o nome dos principais gestores das políticas publicas para que se avalie o nível de confiança que eles inspirarão na sociedade nacional.
É bom lembrar que o Senado vem com uma oposição extremamente azeitada, tendo Aecio, Tasso, Alvaro Dias, Aloisio Nunes Ferreira, José Serra, Jarbas Vasconcelos e, talvez contando com o concurso daqueles que amargaram derrotas sérias, “virão com sede e com gosto de gás”. E isto já deve tirar o sono da Presidente que vai ter que engolir a possível eleição de seu figadal adversário Eduardo Cunha como Presidente da Câmara dos Deputados!
E agora, Severino, o que vai ser desse país agora apartado ao meio? O que será dos brasileiros?
Postado em 25 out, 2014 Deixe um comentário
Terminada a refrega, agora é só aguardar o veredictum das urnas. Empate técnico é conversa para boi dormir dos institutos de pesquisas de opinião que, de um modo geral, estão sob suspeição da população, como um todo, pois os desencontros dos números diante da realidade experimentada pela maioria do povo, chama a atenção e coloca uma pulga atrás da orelha de quem observa, como preocupação e nos detalhes, o desdobrar dos acontecimentos.
Só para demonstrar essa inquietante dúvida da população, são apresentados alguns elementos e indícios de que há algo de confuso em todo o quadro apresentado pelos institutos de pesquisa. Por exemplo. Na primeira pesquisa de opinião, após o fim do primeiro turno, Aécio Neves tinha uma preferência acima de Dilma — 51% contra 49% — e, terminada a primeira etapa da disputa, praticamente todos os candidatos a presidente derrotados, resolveram aderir e apoiar a candidatura de Aécio, assim como fez Marina Silva. Presumidamente, a tendência seria que o tucano houvesse ampliado a sua vantagem face a tantos apoios. Mas, para perplexidade de muitos, isto não ocorreu!
Por outro lado, o desempenho do mineiro nos debates, segundo todas as avaliações, foi bem superioir ao de Dilma e, por exemplo, no penúltimo, segundo os mesmos institutos, ele conquistou 75% das avaliações do povo sobre quem teria vencido o embate. Parece que no último ocorreu a mesma coisa. Apesar de tais informes, Aécio cai nas preferências populares!
Agora mesmo, o escândalo do Petrolão em que, inclusive o próprio Presidente Lula e a Presidente Dilma são indicados como sabedores de todo o esquema e que, Dilma, particularmente, teria recebido o dinheiro sujo da corrupção da entidade, para financiar a sua campanha de 2010, mesmo assim, tal qual uma frigideira de teflon, nada pega nem em Lula e, agora, também, nem em Dilma!
Então o cidadão se pergunta: “Será que o terrorismo, a chantagem e a pressão sobre as pessoas, teriam sido capazes de mudar votos de Aécio favorecendo Dilma”? Isto porque, são veementes as provas de chantagem contra os filhos do bolsa-familia, contra os potenciais beneficiário do Minha Casa, Minha Vida e contra os usuários atuais do Prouni, além dos detentores de cargos e funções no Governo!
Agora mesmo a Revista Veja teve as suas dependências destruídas por vândalos petistas, numa represália a denúncia apresentada pelo doleiro Youssef informando que Dilma e Lula sabiam de tudo sobre o escândalo da Petrobrás e que, Dilma, teria, até mesmo, sido beneficiária de tal dinheiro, para financiar a sua campanha.
O mais estranho não é apenas esse confronto direto dos detentores do poder e os meios de comunicação — de forma muito particular, tanto Dima, Lula e o PT, resolveram estabelecer Miriam Leytao e William Boner como as suas vitimas particulares e simbolos da ira petista contra a mídia. Mas, o mais preocupante, não é apenas essa revolta contra os principais veiculos de counicação do País, aliás, até contra a revista The Economist que, segundo os petistas, estaria a serviço de Aécio Neves!
Porém, o mais grave de tudo isto, é o estímulo que está sendo patrocinado pelo poder no sentido de dividir a sociedade, o tal do “nós contra eles”! Essa estória de a elite branca contra o povo e o disseminar de uma discriminação contra os nordestinos, é algo que se coloca acima da famigerada luta de classes. Lamentavelmente, o que se assiste é uma tentativa desesperada de manter-se no poder por parte dos atuais ocupantes, usando, para tanto, tudo quanto é de armas, sem qualquer respeito a ética, a decência e o mínimo de compromissos para com os valores democráticos.
O que vai ocorrer amanhã, só Deus sabe. Se prevalecer a força da indução das pesquisas manipuladas; se for ponderável a força das pressões terroristas; se surtir efeito o uso da maquina de governo, então a alternância de poder não irá ocorrer. Se a disputa for ocorrer como se espera que ela venha a ocorrer, então a oposição tem chance de emplacar o seu candidato.
O que se sente é que, muita gente, simpatizante da oposição, temerosa da perseguição e de perda de conquistas como o bolsa-família, o minha casa, minha vida, o prouni, o pronatec, entre outros, dirão que apoiam Dilma mas, pelo que se percebe, não votarão na Presidente.
É esperar para ver e para crer e descobrir, ao fim e ao cabo, o que prevalecerá!
Postado em 23 out, 2014 Deixe um comentário
A mídia anunciou, para perplexidade geral que, em meio ao caos que vive o País, inclusive com o rebaixamento da nota de crédito da Petrobrás e a abertura de investigação, por parte do Cade ou do órgão americano que regula e disciplina as ações dos entes econômicos no mercado, para avaliar o que houve de má fé ou má gestão com a empresa, que, pasmem, o otimismo com o amanhã do país, no meio dos brasileiros, cresceu de 32 para 44%! Eta paísinho da contradição ou da falseta!
E a perplexidade é maior pois os jornais anunciam, sistematicamente, uma enxurrada de más notícias sobre o País e sobre a gestão da coisa pública! São más notícias que pipocam aqui e ali sobre todos os aspectos da vida nacional.
Até o desmatamento que mostrava um tendência de queda nos seus índices, nos últimos anos, lamentavelmente, volta a crescer! Se isto já assusta a ambientalistas, agora o pânico passa a ser bem maior diante da mais impiedosa crise de oferta d’água, para consumo humano, não no esperado e tórrido Nordeste mas, em São Paulo e no Rio de Janeiro! E tais coisas e fatos geram um desânimo enorme.
Também os próprios dados de desemprego, não são mais tão favoráveis quanto alardeava o governo pois a taxa de desemprego, revista pelo próprio IBGE, salta dos festejados 5,1% para os 7,1%! A inflação, como divulgado no relatório FOCUS do Banco Central, atingiu 6,75%, superior às expectativas, mesmo em relação ao limite superior da meta. Por outro lado, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), irônicamente, estão tão atrasadas que se pode afirmar que estão provocando, ao invés de aceleração, atraso no crescimento da economia.
Não há uma obra em dia daquelas classificadas como estruturantes ou aquelas, pomposamente, chamadas de “obras de mobilidade urbana” que não esteja com enorme atraso ante as previsões iniciais. Além dos enormes atrasos, os seus orçamentos, no mínimo, triplicaram, como é o caso da Transposição das Águas do São Francisco, da Transnordestina, das hidrelétricas e suas linhas de transmissão, dos metrôs e dos VLTs, em construção ou previstos para as várias capitais do país!
O crescimento econômico do País é pífio e, a cada novo relatório do Banco Central, a estimativa é de que a taxa esperada de expansão do PIB, encolha a olhos vistos. Por outro lado, faz mais de seis anos que o setor manufatureiro adverte as autoridades para o aprofundamento do processo de desindustrialização e de perda de capacidade competitiva do setor que continua a ocorrer, em ritmo acelerado, sem que qualquer política compreensiva para enfrentar os problemas, limitações e desafios do segmento seja anunciada ou posta em prática!
Os indicadores sociais, máxime em relação à educação, colocam o Brasil entre os piores países ranqueados, em termos de qualidade de ensino, no mundo. Se assim ocorre com a Educação, a Saúde Pública é uma catástrofe porquanto reduziram-se os seus recursos orçamentários, o saneamento ambiental anda a passos de cágado e doenças tropicais, de há muito banidas, voltam com toda a carga como a Tuberculose, a Malária, abFebre Amarela, a Doença de Chagas, a Dengue, entre outras.
A corrupção nunca encontrou precedentes na historia desse País! A violência constrange e atemoriza os brasileiros pois cresce em incrível escalada. E a droga se alastra, rápida e impunemente, a partir de fronteiras abertas, do crime organizado e por um conluio entre parte dos órgãos repressores e os seus controladores!
As obras contra as secas estão dramaticamente atrasadas Impedindo que o Nodeste deixe de enfrentar situacoes constrrangedoras quando, por exemplo, 92% dos municípios cearenses encontram-se em estado de emergência!
A pergunta que não quer calar é qual o lado positivo do cenário brasileiro? Isto porque até mesmo desigualdade de renda voltou a crescer, segundo o tumultuado IPEA onde dois diretores pediram demissão porquanto o Palácio do Planalto os impediu de divulgar os seus relatórios onde mostram dados não satisfatórios ao Governo não apenas sobre desigualdade de renda como de redução do número de miseráveis!
Adicionalmente, algo que preocupa sobremaneira aos brasileiros pois que mais de 80% deles vivem na área urbana é que as cidades estão ficando invivíveis não só porque as obras de mobilidade urbana não foram feitas, como cresce a poluição ambiental, a insegurança e o estímulo ao uso do automóvel é sem precedentes!
Por outro lado, a opção da política externa brasileira só lhe agrega ônus e nenhum bônus. O país fez um opção pelo terceiromundismo onde os maiores aliados do Brasil são países latinos que transformaram-se em dependentes de favores, de obras e créditos brasileiros, alguns impagáveis, como é o caso do Porto de Mariel em Cuba, além da expropriação de patrimônio da Petrobrás, pelo Governo Boliviano.
Junte-se a tantos favores e dadivosas gentilezas, além dos créditos e investimentos concedidos a Venezuela, a par de sustentar um Mercosul quebrado e sem futuro, o que, ao priorizar os interesses dos companheiros cucarachos, força o adiamento de obras e serviços no País, urgentes e, mais e mais, demandados diante das enormes carências do Brasil, cria perplexidades ao cidadão comum. Acrescente-se a tal politica de disseminar generosidades, a chamada ajuda humanitária aos países africanos, perdoando-lhe dívidas e garantindo-lhes ajude, mesmo que a maioria deles opera debaixo do guante de governos autoritários.
Se isto não bastasse, a opção pela Rússia, no conflito com a Ucrânia e, o infeliz discurso de Dilma na ONU, apoiando os jirardistas, como que, reconhecendo o direito da Síria de agir como age contra os rebeldes, atitudes antes aparentemente justificadas por uma desesperada busca de uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, caracterizam o dogmatismo, o ideologismo, o pouco profissionalismo e a visão míope das relações de força e de poder no mundo.
Esse é o Brasil de hoje que, parafraseando Unamuno, diante dos horrores da Guerra Civil Espanhola, suspirava desencantado e entristecido: “Me duele Espagna”!
Portanto não há nenhuma razão para acreditar e nem para sonhar! Ē uma pena!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!