Postado em 28 ago, 2014 Deixe um comentário
De repente, todos se sentem ameaçados por esse furacão que veio do Norte, com raízes cearenses e um sentido de missão que quase beira ao fundamentalismo. As hostes governistas, bem como o seu principal contraponto ou opositor, no caso o PSDB, entraram em polvorosa. Até agora não sabem se o fenômeno Marina seria algo que vem e passa, seria apenas uma onda, ou o rescaldo da comoção que tomou conta do país, pela morte de Eduardo Campos ou mesmo uma espécie de modismo. Alguns analistas menos simplistas tendem a avaliar que seria algo um pouco mais sério a assustar aos seus adversários e, portanto, estaria a exigir, por parte de Dilma e Aécio, uma estratégia que opere um eficiente sistema de desconstrução de sua imagem. Fundamentalmente contra a idéia de que ela seria um novo sopro diante de uma práticas políticas carcomidas.
A frágil freirinha, segundo os seus atuais adversários, não é tão pia, tão casta e tão frágil como se vê e se pensa. Para alguns críticos mais duros, ela não tem essa humildade e simplicidade estampada no rosto e no corpo nem na forma suave de expressar as suas idéias. Para esses mesmos, ela é de um elitismo quase indecente, porquanto mostra-se preconceituosa contra grupos, partidos, classes sociais religiões e pessoas. Portanto não podem, os seus adversários, deixar prosperar qualquer idéia de que ela é alguém tão aberta e tão democrática que estaria pronta a ouvir a todos, a apoiar-se em todos e em buscar os melhores nomes e homens entre todos, sem discriminação de gênero, partido, de estrato social e de vertente político-ideológica, para governar.
Surge agora, novos argumentos críticos a Marina, tipo a sua pouca vivência de executiva e de operadora política. Ou seja, para um país complexo e com problemas como o Brasil, uma pessoa como Marina não teria competência, experiência e vivência para enfrentar os desafios que a crise atual do País exigirá de seu governante. Assim a consideram sem profundidade não só para um debate mais sério sobre os temas que compõem a agenda nacional, quanto mais para administrar tantos problemas, demandas e desafios de um país continental como o Brasil.
Mas, Marina argumenta que a sua experiência de vida incorpora o fato de alguém que soube enfrentar as maiores adversidades. Só se alfabetizou aos 17 anos, filha de seringueiros cearenses — os famosos soldados da borracha! — e que, além disso, foi empregada doméstica até quando foi acolhida em um seminário de religiosas católicas. E isto já significaria um pouco de estrada empoeirada e difícil de trafegar. Adiciona Marina, os anos de vereança em Rio Branco, de Senadora da Republica e os cinco anos de Ministério do Meio Ambiente. Ela, então, insiste em indagar, será que toda essa caminhada e esses percalços não lhe legaram nem um pouco de experiência? E, pergunta, qual era a experiência de Lula, além do sindicalismo, quando se tornou Presidente da Republica?
A desconstrução de Marina passa pela argumentação de que ela prima pela intransigência e pela intolerância, além do “xiitismo ambientalista” que a faria discriminar quem não segue a sua cartilha. Temem os adversários que Marina, se eleita, será alguém como Jânio ou Collor, cheio de voluntarismo, visionário, presunçoso e arrogante e se achando o salvador da pátria, como que ungido pelos deuses! E Marina teria sido “escolhida para converter os ímpios”.
Ainda no sentido de diminuir ou conter o seu rapidíssimo crescimento, escolheram os seus adversários na chamada compra de um avião que era usado por Eduardo Campos, aquisição esta que teria envolvido operações de empréstimo e, segundo algumas avaliações preliminares, teriam sido utilizados laranjas ou empresas fantasmas para tal aquisição. Se isto não pegar e, pelo jeitão, não vai pegar, os adversários irão buscar outras formas de desconstrução ou desmontagem do mito que ora se está estruturando.
Buscando alarmar a população para os riscos de uma “fundamentalista” religiosa e ex-petista como Marina, assumir o poder, os seus opositores chamam a atenção para fato de que isto poderia representar risco de instabilidades das instituições como aquelas provocadas por Jânio ou Collor. O primeiro, como é sabido, renunciou pois acreditava que o povo iria ungi-lo como um ditador ou um déspota esclarecido. O segundo, todos sabem, convocou o povo para uma mobilização de apoio ao seu projeto de governo. Sugeriu que todos vestissem as cores nacionais e, o que acabou ocorrendo foram os brasileiros vestindo preto, numa demonstração de que, os desmandos de seu governo eram tantos que o povo assumia que era preciso vestir luto para caracterizar toda a sua indignação.
Ora, os dois episódios, ao invés de conspirarem contra as instituições nacionais. demonstram que a democracia é um regime tão bom que, quando não se quer mais um governante à frente do poder ou ele é forçado a renunciar ou o povo pede o “impeachment” dele.
Assim, é bom lembrar que, na democracia, o instrumento mais importante que o cidadão conta não é o direito e a possibilidade de escolher alguém de sua preferência para governar os seus destinos ou representá-lo nos parlamentos. Mas, cometido o engano de uma escolha errada ou infeliz, o próximo pleito permitirá que o cidadão tenha a chance de defenestrar aquele que frustrou suas expectativas e esperanças.
Mas, o que os mudancistas temem é que se se deixa perdurar alguém no poder, por um prazo muito longo, enfeixando muitos instrumentos de controle da sociedade, a tendência é que o detentor do poder, aparelhe o estado, enfraqueça as instituições, domine a mídia e controle os agentes econômicos e, com isso, possam sonhar com uma cubanização ou com a implantação da república socialista bolivariana no País.
Ou seja, o fenômeno Marina parece que encarna os sentimentos das manifestações de junho, o cansaço com as velhas caras e jeitos de fazer política e os temores de que, mais de doze anos no poder, faz com que quem o controla, comece a misturar o que é público com que é privado e se sinta imune a qualquer denúncia, critica ou reprovação.
Postado em 27 ago, 2014 Deixe um comentário
Depois do debate entre os presidenciáveis promovido pela Band, conclui-se que a crise que toma conta do País é grande e, pela exibição dos participantes, atinge todos os aspectos e quadrantes da vida brasileira. Se na área econômica os problemas mais e mais se avolumam e, não surge uma noticia ou um fato ou uma medida que se poderia anunciar como uma boa nova, na área social os dramáticos problemas, onde as cidades estão se tornando invivíveis — problemas de mobilidade urbana, de saneamento ambiental, de segurança pública, entre outros –, tem uma dimensão maior do que se imagina.
E, a nível institucional, os problemas com um Congresso sem função, sem missão e desacreditado e, um Judiciário que, lamentavelmente, volta a ser aquilo que era quando foi denunciado por Joaquim Barbosa, agrega-se, tristemente, um Executivo Federal, mergulhado em escândalos e mais escândalos, sem rumo e nem prumo, onde a incompetência e a burocratização excessiva são as marcas maiores!
Num ambiente de pasmaceira, quando se imaginava que um sopro de esperança de que alguma coisa pudesse mudar ou pudesse surgir no horizonte, a tragédia já havia levado consigo os sonhos que se estavam construindo. Eles se foram com a morte de Eduardo Campos. Aí, na experiência de um penoso processo de sofrimento e de comoção, ressurge, mesmo que em frangalhos, uma nova esperança e um novo sonho de que haveria chance para a mudança, com Marina Silva.
As pesquisas mostraram esse desejo e essa ânsia da população brasileira. Em todos os recantos, em todas os estratos de renda, em todas as religiões e em todos os níveis de escolaridade, o sentimento que se manifestou foi um só: é preciso mudar, é preciso oxigenar o espaço democrático e é necessário que se crie um ambiente para que novas idéias circulem e novas propostas sejam discutidas.
Aí vem um debate onde, pelo que se viu, embora fosse saudado como um momento de efetiva discussão das questões nacionais, frustrou expectativas pois nada de novo se viu sob o sol. Um desfile de mesmices e de lugares comuns foi o que se presenciou! Os inquisidores — ah! se fossem! — ou perguntadores ou entrevistadores, fizeram perguntas erradas para pessoas erradas. Não foram feitas as perguntas que o povo queria fazer. As perguntas foram convenientes. O que se viu foi um veículo com medo de comprometimentos que pudessem gerar prejuízos ao seu departamento comercial e jornalistas temendo fazer as perguntas que pudessem gerar dividendos negativos para si ou para a Band.
E a frustração com a imprensa foi tamanha que, até quando se procurou discutir as sérias ameaças aprontadas pelo governo contra a liberdade de imprensa — Lei da Mordaça — e contra o controle que se pretende fazer sobre a sociedade relegando o Parlamento a papel secundário, não se viu uma reação indignada contra tais violências mas, apenas, manifestações tímidas e de uma pobreza exuberante.
Os candidatos não falaram o que o povo queria escutar e não ousaram perguntar o que o povo queria saber. A mesmice foi a marca maior. O escândalo da Petrobrás não mereceu sequer a dimensão dada ao aeródromo de Cláudio e pouco se falou sobre o caixa dois da compra do avião que conduzia Eduardo Campos para a sua viagem de despedida da vida.
Foi um debate que nem as provocações, nem as agressões e nem as pseudo-denúncias foram capazes de mudar a fisionomia dos debatedores. Foi algo insípido, inodoro e incolor. Não deu para ter raiva de ninguém.
Ao avaliar a quem serviu o debate, há que se dizer que Aécio Neves, por sua experiência vivencial, se saiu melhor. Marina, evasiva e sem substancia nos seus comentários, soube fugir das provocações e das insinuações que pudessem comprometer seu discurso e suas presumidas idéias. Dilma acabou não sofrendo o massacre que ela imaginava enfrentar pois, sendo governo, toda a sua atitude seria defensiva e explicativa e pouco propositiva.
Os demais debatedores, efetivamente, eram os demais. Nada a agregar, nada a provocar e nada a trazer à baila, representando, apenas, a concessão do veículo para que não fosse questionado por não ter dado oportunidade a quem havia tido, pelo menos, um por cento de preferencia do eleitorado.
Os candidatos que roubaram o sono e a paciência dos telespectadores devem se preparar, se é que isto é possível, para um novo debate, capaz de agregar alguma luz sobre como enfrentar os graves problemas nacionais.
Postado em 26 ago, 2014 Deixe um comentário
Há muita gente achando que as pesquisas ainda não revelariam nada em termos das tendências e preferências eleitorais. Para muitos pretensos analistas, os dados mostrados em pesquisa recente do DataFolha, representam ou refletem muito mais o impacto da comoção que tomou conta do país em face da tragédia provocada pela morte de Eduardo Campos. Será?
Tudo isto porque Marina, numa simulação de um possível segundo turno, bateria Dilma! E, é bom que se diga que, todo o “frisson” causados nas hostes do PT e do PSDB, mostra que a perplexidade com os índices de Marina são uma caracterização de que, para os seus adversários, tudo que ela construiu de respeito e credibilidade nos últimos anos, teriam sido esquecidos e não pesariam nas ponderações do eleitorado! Muitos acreditam que, passado o período do nojo, a comoção vai se esmaecendo e será difícil manter o cadáver de Eduardo gerando dividendos para a verdadeira oposição à Dilma.
Ademais, para respaldar a tese de que o fenômeno é passageiro, alguns críticos agregam novos argumentos para demonstranr que, quando o eleitorado tiver noção e compreender que, por exemplo, falta a Marina o necessário “savoir faire” para enfrentar os conflitos de idéias, de propostas e de interesses da coligação partidária, penosamente construída por Eduardo Campos, a tendência é que ao se ampliarem os desentendimentos nesse mesmo arranjo partidário, a onda Marina irá se dissipar.
E, com isto, o discurso de Marina, segundo os adversários, marcado por se fazer tão somente em uma nota só que seria, no caso, a tal da sustentabilidade, irá perdendo fôlego. Dilma, para não atacar e não confrontar direto com Marina, irá explorar o fato de que ela não teria experiência gerencial. E focará a sua estratégia de desestruturação de Marina no convencimento do eleitorado, de que, fundamental para o País é ter alguém, dirigindo os seus destinos, que já poderia apresentar um cartel de obras e serviços construídos e prestados bem como com a experiência necessária para enfrentar os graves problemas nacionais. E aí, o nível de aceitação e aprovação alcançado por Marina agora, já teria chegado ao seu teto.
Se essa é a argumentação dos lulopetistas e dilmistas, por outro lado, os adversários do governo procuram demonstrar que é bastante visível e patente um desejo mudancista no País, diante do fracasso da política econômica, dos escândalos pipocando a toda hora, da corrupção endêmica e de um certo cansaço com o jeito de fazer política e de governar do PT. Será que tais fatores não estariam muito mais presentes na cabeça do eleitor do que a comoção gerada pela morte de Eduardo Campos?
E, se ainda pesa a comoção, será que, mesclado ao impacto da tragédia, ainda não por completo digerido diante da morte do companheiro de itinerário, o fato de Marina ser, efetivamente, a única coisa nova no cenário político — no discurso, nas atitudes, na prática e representando uma espécie de contraponto diante da arrogância e presunção de Dilma — não seriam fatores adicionais a garantir espaço crescente à freirinha, nas opções e nas preferências eleitorais?
Isto porque, é público e notório que o cansaço com os petistas e com a própria Dilma estão demonstrados nos índices de rejeição a candidata à reeleição, notadamente no Sul e Sudeste e, agora também, no Nordeste. È fundamental considerar que, embora dentro da perspectiva de voto já definido, a postura do eleitorado de oposição ao governo tem sido a de afirmar que, num possível segundo turno, ou vota em Aécio ou em Dilma. Ou seja, com toda a convicção, o eleitorado parece demonstrar que resta pouco espaço para migração de votos de Aécio ou Marina para Dilma, refletindo essa rigidez, mais uma vez, a ânsia por alternância de poder.
Por outro lado, mesmo Aécio, sendo a opção, até agora mais clara, dos que não querem ver repetida a presença do PT por mais quatro anos no poder, o “furacão” Marina como assim a denominou Ricardo Noblat se apresenta mais renovadora, mais moderna e mais palatável para quem quer uma mudança de perspectiva e de quadros na direção do governo nacional.
Vamos ver o que diz a pesquisa DataFolha de hoje? Ela confirmará ou não os juízos de valor aqui emitidos!
PS: Hoje tem debate dos presidenciáveis na Band. Saía justa para Aécio pela denúncia que fez sobre o avião usado por Eduardo Campos que foi definido uso e feitos os acertos antes de Marina ser escolhida vice. o que vai fazê-la de vítima. Dilma e a sua exaltada experiência até que poderia render frutos para Dilma dependendo da atitude de Marina. Ou náo?
Postado em 24 ago, 2014 Deixe um comentário
Para alguns críticos mais mordazes, o Brasil é o País da piada pronta. Para outros é a terra onde todo mundo é técnico de futebol, médico ou uma espécie de especialista em generalidades. Mas, nos últimos anos, aqui tem se mostrado o território livre da mágica e do notável desempenho de prestidigitadores e de ilusionistas. Aqui as coisas se mostram como na velha, surrada e batida piada do sujeito roubando um porco, levando-o nas costas. Alguém, assitindo a cena, grita: “olha o ladrão roubando o porco!”. E, o larápio, no maior descaramento, diz: “Que porco? Tire esse porco das minhas costas”!
Ou seja, o descaramento, a cara de pau e o cinismo tem dominado a cena política nacional. Por incrível que pareça o Brasil está se mostrando o país da ilusão de ótica. A pessoa acha que viu algo mas, na verdade, instituições e pessoas públicas, procuram convencê-la de que ela não viu! Ou a pessoa pensa que não existe determinada coisa e os governos e os políticos procuram demonstrar que, diferentemente do que ela viu ou não viu, a coisa existe!
Por exemplo, Pasadena não houve ou, se houve, não levou a um prejuízo de mais de um bilhão de dólares. Não é por acaso isto que procuram as autoridades demonstrar para os brasileiros? O Conselho de Administração da Petrobrás tomou a decisão de comprar o “mico” mas, só se tornaram culpados e execrados perante a opinião publica, alguns funcionários, isentando de responsabilidade do mal feito, a Presidente do Conselho, especialista em energia e, hoje, presidente da República.
Por outro lado, a Presidente da Petrobrás, Dra. Graça Foster, segundo disse a Presidente Dilma e outras autoridades governamentais, não transferiu bens para os filhos, temendo uma decisão judicial que viesse a torná-los indisponíveis. Tudo foi insinuação Paulo Roberto Costa insinuou que iria propor uma delação premiada para minimizar as suas penas mas, com isto, é claro, com a ameaça de que iria jogar “merda” no ventilador, já deve ter acionado os bombeiros de plantão e uma negociação deve já andar em curso para fazer com que esse “maldito” ex-diretor da Petrobrás esqueça essa tentativa de uma heroicidade sem futuro.
Mas, é bom que se diga que isto seria mais uma piada pronta pois, no Brasil, até hoje, se a memória não trai, não houve uma delação premiada sequer que levasse ou conduzisse a que se chegasse e alcançassse os verdadeiros responsáveis pelos delitos. E, exemplo maior disso, é essa ópera bufa que representam as CPIS instaladas no Congresso Nacional. Falando em CPI, por onde andará Carlinhos Cachoeira? Parece que, por razões que a própria razão desconhece, foi deixado de lado pela mídia e, por acaso, deve estar, nos dias que correm, colocando os negócios em dia, sem ser molestado por quem quer que seja.
Lula, pelo que ele sempre declarou, nunca soube das atitudes questionáveis da companheirada e nunca acreditou que o mensalão era aquilo que Barbosa tentou qualificar, ou seja, uma ação de uma quadrilha organizada. Na verdade, sempre defendeu, o nobre ex-presidente, com unhas e dentes, que não houve mensalão e, o que ocorreu foi apenas uma ação típica de eleição, qual seja, as contribuições chamadas de Caixa 2. Na verdade, com Barbosão defenestrado da vida pública, todos os mensaleiros estão livres, à exceção de Marcos Valério, Kátia Rabello e outros que não representam figuras proeminentes da cena política. Está todo mundo livre para trabalhar, para fazer lobby e dispensado das humilhações de conviver com presos comuns, como decidiu o novo STF livre de Barbosa.
Dilma só soube que Pasadena era um péssimo negócio para o Brasil depois que tudo se passou. Embora presidente ou presidenta? do Conselho de Administração da Petrobrás, ela recebeu informações incompletas e imprecisas e acabou, aceitando a operação que, para os homens de governo, foi concebida por diretores inescrupulosos da empresa!
Também Lula desconhecia que, o que os companheiros fizeram com Celso Daniel, era queima de arquivo e que os envolvidos ou os cinco dos partícipes e cúmplices do crime, misteriosamente, foram assassinados! No Mensalão todos os envolvidos e condenados, eram pessoas da maior intimidade do ex-presidente. Mas, Lula, jura de pés juntos que, eles traíram a sua confiança e o enganaram.
Da mesma forma que, nunca, mesmo sendo um pai dedicado, quis se envolver com os negócios de Lulinha! Mas, acreditava, piamente, na competência, no empreendedorismo e na sorte e que tudo que ele fez ou fazia, não incorporava qualquer erro de procedimento ou atitude aética! Da mesma forma o que declarou Rose, a secretária particular e especial de Lula que, segundo as más línguas, cumulava o ex-presidente com mimos e carinhos, foi acusada de tráfico de influencia, com sérias e indecentes repercussões para a gestão publica do País. E tudo sob a proteção do Presidente-amigo!
No país das jaboticabas, Joaquim Barbosa deixou o STF e a sua Presidência porque não tinha mais ambiente entre os seus pares e não porque temia as pesadas ameaças à sua vida, a vida dos seus familiares e as inúmeras e frustradas tentativas de buscar macular a sua história e a sua honra.
José Roberto Arruda, talvez também por uma espécie de ilusão de ótica, como dizem os protagonistas da cena pública brasileira, foi visto recebendo “grana”em troca de concessões e favores por ele feitos ou acordos por ele celebrados, considerados pouco limpos e pouco éticos. E tal flagrante delito o levou a prisão, a renúncia ao mandato de governador e o esperado impedimento inicial de candidatar-se a novo termo no governo do Distrito Federal. Aliás, Arruda já havia renunciado ao mandato de senador por acusações de fraudar uma votação no Senado Federal que, segundo ele, foi a tal levado, por influência de Antonio Carlos Magalhaes. Apesar de toda a folha corrida, Arruda ainda continua apto a disputar o mandato de governado do DF!
Também, parece que por um erro de avaliação ou em função de jogo de interesses políticos, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, resolveu recomendar a cassação do mandato do ínclito ex-vice Presidente da Câmara, deputado André Vargas, diante de suas sólidas ligações pessoais, negociais e afetivas com o doleiro Youssef. Na verdade, o deputado se defende dizendo que todo mundo usa doleiro e, ele o fez, tão somente para não ter que pagar os injustos e escorchantes impostos cobrados pelo governo!
Agora a contadora de Youssef, Meire Pozza, informa ao distinto público como operava o esquema de lavagem de dinheiro utilizado por políticos do PT, do PMDB e do PP, indicando, pelo menos, 1300 contas bancárias de políticos para os quais foram feitas generosas doações a troco de alguns favores junto ao governo. Mas, pelo que presumem e afirmam, peremptoriamente, figuras do PT e do Governo, todos esses fatos são apenas magnificações de uma mídia marcada pela preocupação de escandalizar e chocar a população.
Cada dia, a cada escândalo, a cada divulgação de atos de corrupção além da atitude cínica demonstrada por entes e pessoas públicas de dizer que o que aconteceu não aconteceu e se ocorreu a culpa é de fora ou fruto da herança maldita recebida do governo passado, mais enojado fica o cidadão brasileiro.
E, agora, a propaganda eleitoral gratuita, cheia de presumidas obras feitas ou de serviços presumidamente prestados ou exaltando a qualidade de tais serviços, diga-se de passagem, que os beneficiários nunca os receberam como informado, agride a inteligência dos cidadãos. Obras que não se concluíram; explicações sobre superfaturamento de obras que não convencem ao mais tolo e ingênuo cidadão; casas populares que foram entregue mas os beneficiários não receberam e explicações esfarrapadas para o desastre na gestão da política econômica, na Petrobrás, na Eletrobrás, no Ministério da Saúde e em tantas obras e serviços do chamado PAC, são o retrato desse país que hoje não cultiva mais a esperança em dias melhores, não tem fé nas instituições e nenhum respeito aos homens públicos.
Postado em 21 ago, 2014 Deixe um comentário
Há um ledo engano ou uma total inconseqüência quando alguém afirma ter nojo ou não aceitar que, como consequência da vida em grupo e a sustentação das bases do contrato social, a chamada arte de fazer política, que é algo tão inevitável como imprescindível. Esquecem tais pessoas que é da essência da convivência humana a necessidade de dialogar, discutir, transigir, negociar e intentar estabelecer parâmetros para uma convivência onde se minimizem os atritos e conflitos e onde seja possível adotar objetivos e práticas comuns. Ou seja, faz-se política em todos os momentos e circunstâncias da vida; em todos os lugares e diante de quaisquer problemas e dificuldades. Só existe uma forma de arbitrar e mediar conflitos que é a tal da execrada e difamada política, a chamada arte da controvérsia.
Mesmo em países onde existe uma base institucional que opere ou, melhor dizendo, onde prevalece o Estado Democrático de Direito, claro está que o ato de fazer política é intrínseco ao próprio regime democrático e, como bem dizia Churchill que “ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
A gente tende a estabelecer que a política como se faz nos dias que correm, é bem pior ou de qualidade bem inferior ao que se fazia em passado não muito distante. Aparentemente, fazer política parecia ser algo bem mais nobre onde o próprio eleitor orgulhava-se de seu deputado ou representante. Por outro lado, o político também esmerava-se em buscar burilar a sua biografia fazendo, como princípio, aquilo que o poeta dizia “que o político, por ínvios caminhos, o que busca recolher, são algumas migalhas de aplausos”. Realmente, o processo se deteriorou e os defeitos se magnificaram tornando a atividade mais marcada pelos vícios, desvios de comportamento e desconfiança generalizada.
Todos criticam o excesso de agremiações, a descaracterização de sua ação, sem doutrina, sem linha programática e sem consistência de atuações e de suas opções; a mercantilização do voto; a falta de legitimidade dos representantes; o esvaziamento da função parlamentar e o degradante episódio dos plenários vazios, da gazeta dos parlamentares e das negociatas feitas diante de interesses escusos de grupos econômicos. Todas essas são características que denigrem o processo!
Na verdade as pessoas estão tão descrentes da classe política e da maneira como ela procede que, na visão do cidadão comum, ela nada agrega em termos de gerar esperanças diante dos graves problemas da sociedade. Faltam, praticamente, quarenta e cinco dias para que o Brasil busque definir que caminhos pretende trilhar para que sejam encontradas as saídas para a superação de impasses, para o equacionamento de seus mais urgentes problemas e para o enfrentamento dos seus enormes desafios.
Até agora os brasileiros, mergulhados numa total indiferença ainda não sentem que a eleição presidencial virá a representar um renascer de esperanças e o ressurgir de sonhos do País que desejam e acham que tem direito. Aliás, nesses tempos bicudos, duas categorias de gente estão sendo, duramente maltratadas: o eleitor e o torcedor pois, as alegrias são quase nenhuma e as frustrações são enormes.
A eleição, pelo clima que vive o país, está se mostrando atípica. Quase não há campanha nas ruas e quando há, é tipo as chamadas propriedades organolépticas da água: insípida, inodora e incolor. Não sensibiliza e nem mobiliza ninguém. Não gera entusiasma e não desperta paixões, como outrora isto ocorria. Talvez, quem sabe, com a comoção provocada pela morte de Eduardo Campos, as pessoas sejam provocadas a um maior envolvimento mas, até agora, não há sinais de que isto virá a ocorrer!
O processo eleitoral, marcado ainda por vícios de toda ordem, está subordinado a uma mercantilização que chega às raias do inacreditável e do inaceitável, levando ao cidadão sério à conclusão de que o Congresso, a ser eleito, será apenas uma representação de interesses comerciais e de projetos de poder de segmentos específicos da sociedade.
Aliás, o perfil da representação a ser eleita será de empresários ou de seus representantes; de sindicalistas; de evangélicos; de alguns representantes da classe média ou de profissionais liberais, de espertos e de alguns candidatos exóticos ou bizarros. E o mais intrigante desse processo é que, embora esteja caríssima a eleição, não há dinheiro para financiá-la pois empresários ou estão com as “barbas de molho”, diante da enxurradas de denúncias de corrupção de caixa dois, vinculando empresas a políticos ou procuram se refugiar diante da pressão das denúncias de escândalos, sistematicamente expostos na mídia.
Uma outra característica da campanha é que prevalece a mesmice. Até mesmo das chamadas presumidas propostas e, até mesmo, as palavras-chave e os bordões, são repetidos pela maioria dos candidatos. Parece que a confusão de siglas, sem identidade, sem propostas, maculadas por esse instrumento de descaracterização da legitimidade das eleições proporcionais que são as coligações, representa um outro fator de distorção do processo. Todos as pessoas tem a compreensão de que, a governabilidade é garantida pelas chamadas coalizões partidárias mas, isto é um processo pós-pleito o que, pode, a partir de um entendimento, estabelecer um programa e definir compromissos comuns às siglas envolvidas.
Mas, na eleição proporcional cria-se uma verdadeira aberração porquanto o cidadão escolhe um deputado para representá-lo, vota nele e, depois, descobre é que não elegeu aquele das suas preferências mas, talvez, até mesmo, tenha eleito um outro que, às vezes, ele nem gostaria que fosse eleito! Isto porque, acaba-se não votando em um candidato mais numa legenda que, por sinal não é uma mas a soma de legendas, com perfis ideológicos ou programáticos distintos e variados.
Essas esdrúxulas características do processo conduzem a falta de legitimidade da representação, a ausência de confiança nos eleitos, a inexistência de compromissos com idéias, causas e propostas e a aceitação de atitudes do tipo “rouba mas faz” que, parecia já terem sido abolidas em face até de movimentos da sociedade civil, como o tal do instituto da chamada “ficha suja”. Há candidatos a governador, disparados na preferência popular que, estão sendo processados por corrupção e, até bem pouco, haviam sido afastados do exercício de cargo executivo e levado, não apenas às barras dos tribunais mas, até mesmo à prisão!
Diante disso, ainda vem os candidatos prometendo que irão lutar por uma ampla reforma política, num quase espécie e de deboche para com o povo. Todos tem a convicção de que nenhum político está deveras comprometido com a mudança de tal quadro porquanto ele favorece aos profissionais da politica. E, com isto, o que se conclui, como dizia o poeta é que, nos dias que correm, “os desencantos vão conosco à frente e as esperanças vão ficando atrás”!
Postado em 18 ago, 2014 Deixe um comentário
A mensagem é forte e densa, notadamente quando ela se insere em dois contextos. No primeiro, de comoção nacional que marcou a despedida ou o “adeus ao homem de olhos verdes”. O segundo, diante do pessimismo, do desânimo e do desencanto que toma conta dos brasileiros, a convocação embutida nessa frase de ordem, se é que assim se poderia chamar, representa um posicionamento que deve mobilizar e motivar, notadamente os jovens, de todos os rincões desse imenso País.
Eduardo foi pranteado, homenageado e recebeu a emoção solidária de um país inteiro e, mais que isto, obrigou um compromisso dos que lhe seguiam a tornarem-se muitos guerreiros a levar adiante os seus sonhos.
Se hoje, nada de excepcional vir a ocorrer, Marina Silva será indicada, pela Coligação liderada pelo PSB, candidata à Presidente e, é bem provável, Beto Albuquerque ou Julio Delgado, devem ser consagrados como o candidato a vice que caberia, por direito, ao PSB, indicar. A probabilidade maior é a indicação de Beto Albuquerque porquanto, uma indicação de um nome de Minas, abre uma disputa com Aécio, que não é oportuna e nem adequada para o momento.
As pesquisas preliminares do DataFolha já apontam Marina com 21% das intenções, Aécio com 20% e Dilma com 36%! Esse resultado preliminar já define, por antecipação, a realização de um segundo turno. E, o resultado mostrado nas pesquisas era o que já se esperava, diante do nível de conhecimento, por parte da população, de Marina, bem como do “recall”, fruto dos 2o milhões de votos conquistados no pleito passado.
A pesquisa ainda não contempla o que pode migrar, em seu favor, de votos dos indecisos, da avaliação precisa de que ela realmente representa em termos de mudança, do sentimento de insatisfação com Dilma e a desaprovação de seu governo, elementos que, insista-se, podem favorecê-la. Mas, o que mais preocupa a petistas é que, num eventual segundo turno, as simulações mostram que Marina conquistaria uma vantagem de sete pontos percentuais sobre Dilma. Ou seja, Marina teria 47% contra 40% de Dilma! Essa era a surpresa que Lula e Dilma não esperavam!
Hoje a Bolsa de Valores já deverá respaldar, com um desempenho positivo, a mudança ansiada e desejada pela população que poderá ocorrer, caso Marina seja a escolhida para conduzir os destinos do País.
Muitos analistas políticos manifestam alguns temores com a intransigência, a quase intolerância, o pouco jogo de cintura e o jeitão de ser de Marina que dificultaria as composições, a negociação de posições e de propostas. Mas, é claro que a Marina de hoje parece ser bem diferente daquela de quatro anos atrás e que, a convivência com Eduardo Campos, parece que lhe ter feito bem.
Ademais, ela hoje compreende o momento do país, as expectativas de uma população em busca de crer em algo e em alguém, e, fundamentalmente, a necessidade de conviver, pelo menos, em uma paz administrada, com os seus aliados. E Marina saberá distinguir fazer concessões em termos de valores, o que ela não faria de jeito nenhum, das naturais acomodações de visões diferentes da forma de enfrentar determinados problemas e questões. Ou seja, valores não se discutem, mas estratégias, visões e políticas, sim! Sabe ela, também, que não pode “jogar no lixo” a comoção, o sentimento, o legado e a memória dos compromissos assumidos por Eduardo Campos. Tanto é que, provavelmente, não deverão ocorrer mexidas nos arranjos que determinaram os palanques regionais e nem ocorrerá substancial mudança no discurso até agora colocado pela dupla.
O que se espera é que Marina tenha saúde, disposição, paciência e que não se sinta uma predestinada e que, por causa disto, venha a não levar em conta as idiossincrasias da condição humana e, sentindo-se iluminada, fique infensa a necessária capacidade de ouvir, de digerir e de assimilar o que for plausível e aceitável, nas visões dos vários segmentos que irão apoiá-la.
A equação proposta na idéia-força do candidato Eduardo Campos, aceita por Marina, estava enfeixada no binômio desenvolvimento e sustentabilidade. Espera-se que Marina não queira alterar tal base para o seu possível governo porquanto, embora as questões ambientais já contem com uma consciência mais arraigada dos brasileiros, certos aspectos da gestão de tais problemas, devem merecer uma visão menos radical e mais ponderada daquela demonstrada pelos chamados “ecoxiitas”. O agronegócio ainda mostra temores da forma como Marina encara questões relativas à demarcação de terras indígenas, de novas APAS ou outras áreas especiais de proteção ambiental, além de outras questões que podem gerar conflitos com o segmento.
Mas, o bom senso, o equilíbrio e a ponderação estarão presentes na avaliação, nos comportamentos e nas atitudes de Marina, agora não mais uma coadjuvante mas sim a protagonista principal do processo que redefinirá os destinos do País.
A circunstancia que se vive é essa, muito especial, em que ela representa o novo, a mudança e, praticamente, o que se restou de esperanças e de sonho que Eduardo Campos legou aos brasileiros.
A equipe que assessorava Eduardo é da melhor qualidade e, numa dimensão outra, saberá lidar com os excessos do xiitismo ambiental que domina “mentes e corações” do entorno de Marina, notadamente os a ela mais achegados.
Uma dúvida que assalta a muitos é, até que ponto o novo quadro complica as possibilidades de Aécio no que respeita as preferencias eleitorais. Num primeiro momento, parece que, pelo resultado da primeira investigação de preferências eleitorais, Aécio nada perdeu de apoio embora, se alguém pensava que haveria migração de votos de Eduardo para ele, isso teria sido precipitação um tanto quanto ingênua. Na verdade, já era esperado que em Marina se tornando a substituta de Eduardo Campos, a tendência natural era que fosse herdeira dos votos dele mas as preferencias pessoais em favor dela.
O discurso agora, de Aécio, pelo que se pode deduzir, é o de que serão dois candidatos diametralmente opostos ao que aí está e as opções petistas de governo. Ou seja, dois candidatos que não buscariam qualquer oportunidade ou circunstancia de se aliar ao poder, caracterizando o sentimento majoritário da população, que desaprova o governo e exige mudanças de posturas, de processos e de atitudes.
Finalmente, a tendência dos dois candidatos é, cada vez mais, se não decidirem, num primeiro momento, buscar abocanhar votos um do outro é, talvez, quem sabe, tentarem a chance de protagonizarem, os dois, um segundo turno. Difícil tal empreitada mas, não impossível, dependendo de como se desdobre a campanha na televisão. E isto poderá se tornar viável já que, com mais de vinte por cento das preferências eleitorais, cada um deles, poderá ter espaço para crescer, na proporção em que nenhum fato novo, notadamente na economia, venha favorecer o governo Dilma.
Postado em 16 ago, 2014 Deixe um comentário
O cenarista é averso as chamadas teorias conspiratórias. Em momento algum o cenarista levou a sério um conjunto de insinuações de que, em alguma cabeça, passaria a hipótese de que teria havido algum tipo de fato inexplicável nessa tragédia que abalou o país e mudou os horizontes de expectativas relacionadas ao futuro do Brasil.
Alguns cidadãos ligados a supertições, a sinistroses, às teorias cabalísticas, à numerologia e outros “quetais” , falam que a morte de Eduardo Campos teria ocorrido num dia 13, as letras de seu nome somam treze e a principal opositora dele, tem o numero 13, como o número de seu partido! Se isso não bastasse, para alimentar as especulações sobre o fatídico acidente, o avião arremete, sem maiores problemas, segundo a sua última comunicação à torre e da torre.
E quase, imediatamente, o avião ingressa nos últimos minutos ou segundos do vôo, quando faz uma manobra excessivamente precisa, de passar entre dois edifícios, em vôo na diagonal e, por um gesto de grandeza e de inexcedível humanitarismo, os pilotos escolhem um terreno baldio ou um bambuzal para mergulhar, de bico, salvando muitas vidas, pelo fato de não ter caído sobre várias residências, tentando planar!
Agora, de maneira que choca e assusta, sai o laudo da aeronáutica informando que a Caixa Preta, a última esperança de se conhecer os últimos instantes dos pilotos e, talvez, até dos passageiros, não dispõe de qualquer diálogo entre os pilotos e, por incrível que pareça, a caixa preta só tem registro de duas horas de diálogo de um vôo que ocorreu não se sabe quando e com quem estaria voando com tais pilotos. Ou seja, não há caixa preta, não se tem os diálogos e não se sabe nada do que ocorreu nos minutos finais desse fatídico caminho para a eternidade.
E, também, embora havendo drones pela área, pelo menos numa área de um raio de 20 quilômetros, não se pode saber se um drone atingiu o avião ou se um urubu ou se houve uma pane mecânica ou se houve algo de erro ou de incompetência dos pilotos a bordo. A coisa está pior do que o desaparecimento do avião do vôo da Malásia Airlines que saiu de Amsterdam e nunca chegou a destino algum, pelo menos para onde deveria se conduzir, no caso, Kuala Lampur. E, até hoje, não se tem noticia se foi, quem sabe, abduzido por extra terrestres! Aqui, por enquanto, a hipótese de abduzimento por extraterrestres está descartada!
Agora mesmo, o escritor e roteirista de novela, Aguinaldo Silva, exige, como cidadão, que sejam esclarecidos todos os fatos que cercam o acidente que culminou com a morte do jovem governador pernambuco e candidato a Presidente da República, Eduardo Campos. Muitos políticos, notadamente aqueles vinculados ao petismo, achavam que Eduardo era um complicador maior do processo eleitoral pois que, uma disputa com Aécio era um filme já visto, já conhecido e já experimentado, pois a polarização com o PSDB e, particularmente com Aécio, não complicaria tanto o quadro.
Já a intromissão de Eduardo, no processo eleitoral que Lula, apesar de o haver instado a desistir da disputa, acabou reavaliando o quadro e, diante da não desistência de Eduardo, resolveu adotar aquele principio da política: “Se vocês não podem com o diabo, façam o diabo por cumpadre”. Ou seja, Lula convenceu aos petistas que não valia à pena bater tanto em Eduardo pois que, tendo ele sido vinculado ao próprio Lula, talvez Dilma fosse precisar dele num possível segundo turno. Mas, para a avaliação de alguns, seria melhor que ele não fosse aquele estorvo que estava garantindo a probabilidade de um segundo turno. Fora do jogo, seria bem mais interessante para os planos e para as analises prospectivas das eleições de 2014.
Mais uma vez, a declaração oficial da FAB, de que a gravação da caixa-preta do avião com prefixo PR-AFA, não era do vôo de Campos, gerou dúvidas e incertezas que, a própria FÁB decidiu recorrer a especialistas norte-americanos em desastres aéreos que chegaram para desvendar os mistérios que cercam tão violenta tragédia. Aí fica a pergunta no ar? A caixa-preta era de qual vôo? Se o avião tinha capacidade para mais de 10 lugares, não seria a existência de caixa-preta e a sua manutenção, de maneira adequada, com memória livre e sendo ligado o seu gravador de dados e de voz, a partir da saída do Rio? Poderia ter sido plantada uma outra caixa-preta no local e teria sido subtraída a caixa-preta efetiva do vôo?
Se, não foi uma caixa plantada, como o vôo de Eduardo Campos teria sido autorizado a decolar com a memória cheia da caixa, sem que os pilotos, tão experientes e vivenciados, teriam aceito cometer tal deslize? Será que o avião foi atingido por algum pássaro ou por alguma outra coisa? Ou, por se tratar de um vôo de um político, será que haveria alguma recomendação do interessado, no caso Eduardo Campos, de não permitir que nada se gravassse para que depois não fosse usado contra ele? Essa é uma hipotese que não parece provável ou, se fosse, pouco provável!
Foi um acidente tão devastador e, aparentemente tendo contado com a mão de Deus para que não fosse uma grande tragédia para a família santista que, diferentemente de quem busca encontrar culpados na e pela tragédia, o que se verifica é que, se tivesse sido algo planejado, teria que ser muito preciso e perfeito para não permitir sequer que, por exemplo, o dentista de Eduardo Campos, não pudesse fazer a identificação do que sobrou dele, pela arcada dentária! Ou seja, sem caixa-preta, sem restos mortais, sem pedaços do avião, o que sobrou não dá para contar uma história consistente. Pelo menos, até pelo que se sabe, até agora!
Espera-se que, de repente, alguma informação derrame luz sobre esse episódio mal escrito, mal contado e mal interpretado.
Postado em 14 ago, 2014 Deixe um comentário
O Brasil ficou mais pobre e menor. Um país que é hoje um deserto de idéias, de homens e de nomes, perde, não apenas um protagonista da cena politica nacional, mas um pouco do sonho e da esperança que ainda restava aos brasileiros! Se havia uma insegurança e uma enorme incerteza quanto aos rumos da economia, as expectativas que começavam a se formar, de forma mais positiva, em relação à política, parece que agora se esfumaram!
Foi-se Eduardo! Um homem comum mas de virtudes que se não faziam dele um santo, o distinguia dos demais mortais. Aprendeu, desde cedo, a fazer política com o avô, ícone das lutas pelas liberdades democráticas do País. Mais leve e solto, sempre se mostrou um dos mais apaixonados por essa atividade, tão execrada por tantos, mas que Eduardo fazia dela uma ventura alegre e prazeirosa. Mas ele tinha mais.
Foi líder estudantil, deputado estadual e chefe de gabinete do avô; Secretário de Fazenda de Pernambuco; deputado federal, ministro de estado, governador por duas vezes, sendo o mais bem avaliado do País e, com um pequeno detalhe que hoje pesa tanto para a avaliação de conceitos dos homens públicos do país: nunca houve dúvidas e suspeições sobre qualquer dos seus atos e gestos, no exercício da função pública!
O cenarista se sente um pouco na orfandade. Mas, como dizia a avó de minha mulher “quem muito vive, muito sofre”, como eu já vivi um bom tempo e comecei muito cedo, já experimentei alguns impactos e golpes emocionais com perdas política que tinham significado especial para mim.
Aos nove anos, ouviu o cenarista, noticiado pelo jornalista Carlos Frias, o anúncio do suicídio de Vargas. Foi um terrível abalo porquanto sendo o pai do cenarista um getulista de quatro costados, senti por ele e por milhões de brasileiras a trágica perda do “pai dos pobres”.
Ainda na juventude o cenarista tomou conhecimento de um fatídico acidente aéreo que vitimou uma nova esperança na política brasileira, o jovem economista e político, Fernando Ferrari “o candidato das mãos limpas”, cuja vida foi ceifada quando assumia um interessante protagonismo político nacional.
Em 1976, depois de amargar as mais terríveis humilhações, o exílio forçado e as perseguições de toda ordem, o homem que “reinventou” o Brasil e que, como prometido em campanha, fez um governo em que realizou metas que consagraram o seu slogan de fazer cinquenta anos em cinco, modernizou o Brasil, foi morto em um acidente de carro, deixando na saudade a esperança e o sonho de que se reeditasse, por suas mãos ou outras mãos, os alegres, ruidosos e dinâmicos anos de seu governo.
Quando já adulto e exercendo mandato parlamentar em Brasilia e, tendo participado dos movimentos das Diretas Já e da eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, assisti, desolado, os sofridos dias de agonia de um homem que era a esperança de uma vida melhor para os brasileiros, um homem que foi, para o cenarista, o chefe e o amigo!
Depois de Tancredo, morto em 21 de abril de 1985, foi a vez do “Senhor Diretas” ou o criador do MDB ou, pelo menos de sua mística e de sua história, em um acidente aéreo. Ulysses Guimarães, num trágico 12 de outubro de 1992, despediu-se da vida para entrar na história!
E, tão pobre de homens, de nomes e de idéias, quando vai o País construindo uma nova esperança, vem a Caetana, como assim a chamava Ariano Suassuna e leva, dos brasileiros, um projeto de estadista, já no forno, pronto para ser alçado a condição de potencial candidato a Presidente. Foi-se um outro Eduardo. Foi-se, em um trágico dia de abril de 1998, uma esperança de modernizar, de melhorar e de pensar um pais diferente daquilo que os políticos tradicionais, conservadores e sem uma visão um palmo adiante do nariz, buscavam para o Brasil.
O acaso não poderia ser tão impiedoso e, até, injusto para com os brasileiros. Tirar o pouco de quem quase não tem, é uma injustiça que o imponderável impõe aos brasileiros. A tragédia de Eduardo não deveria sensibilizar quem quer que seja pelo que o episódio abala a cena política e o suspense que causa à sucessão presidencial. Isto é menor!
A orfandade dos sonhos e da esperança é muito mais dificil de ser vencida. Nada a pode preencher. Foi-se parte de nós e, com certeza, a parte melhor porque a parte jovem que acreditava que o País era possível e não desistiria nunca do seu propósito de se construir o país bem melhor do que aquele que as velhas gerações legaram aos herdeiros de Eduardo, foi-se nesse acidente.
O cenarista é um homem de sonho, de esperança e de afetos. Apesár dos pesares, das injustiças sofridas, das derrotas amargadas, do desencanto com pessoas e com as circunstâncias, mesmo assim, nunca perdeu a esperança de que um dia o bem venceria o mal, o sonho venceria a decepção e o desencanto e a fé em tempos melhores, superaria o medo e a descrença.
Espera o cenarista que o tempo, tão impiedoso e cruel, não esmaeça a fibra nem vá desmontando a disposição dos guerreiros de Eduardo e não se vá reduzindo a determinação para a luta.
Postado em 12 ago, 2014 Deixe um comentário
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Alguns dizem que tal manifestação seria de Bertold Bretcht. Outros afirmam ser de Maiakovsky. Para os propósitos das preocupações que aqui são externadas, não importa muito se a autoria é de um ou de outro ou de nenhum dos dois. A advertência clama por uma atitude por parte de qualquer um que preze a liberdade, o direito de ir e vir e o de respirar o oxigênio do exercício das faculdades que a vida livre e solta permite! Relembrando o texto o mesmo adverte que, a qualquer ameaça as liberdades, há que se agir, com urgência, diligência e presteza, para evitar que tudo o que se construiu com tantas dificuldades, venha a ser subtraído pela omissão e pelo descaso.
Os episódios de invadir os curricula de jornalistas, adversários do poder, no caso Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg e plantar informações que denigrem a imagem, a história e a biografia de tais cidadãos, é algo inaceitável e inadmissível em qualquer sociedade democrática! E isto, lamentavelmente, parece ser uma prática recorrente, desde a época em que fizeram o mesmo com o jornalista Merval Pereira em 2011 ou quando foram montados dossiês contra José Serra e, pasmem, contra a própria Primeira Dama do País, Dona Ruth Cardoso o que, provocou até em Lula, uma dura reação ao classificar de “aloprados”, os petistas que cometeram tal insanidade!
Mas, lamentavelmente, o Brasil tem sido marcado por essas frequentes invasões de privacidade. Recentemente o terrorismo, disseminado por todo tipo de midia, com ameaças de toda ordem, atemorizou de tal modo o ex-Presidente do Supremo Joaquim Barbosa o que, segundo alguns, tais ameaças a integridade física e moral dele e desceis familiares, levaram-no a renunciar a Presidência da Corte e pedir a antecipação da sua aposentadoria.
A violação de direitos e da privacidade tem sido comuns e, até mesmo o próprio sigilo bancário, vez por outra, sem mandato judicial, é desrespeitado. Alguém há de se recordar quando, através das agencias bancárias da Camara dos Deputados, ocorreu que extratos bancários de contas de parlamentares foram expostos, de forma pública, com vistas a desmoraliza-los e a pressiona-los a aceitar determinados comportamentos e atitudes do governo central.
Alguém há de dizer que isto nã0 é prática só do Brasil ou de estados totalitários, haja visto o escândalo recente onde as agencias de inteligência americanas foram denunciadas de espionarem até mesmo os celulares de mandatários de algumas nações, entre eles Angela Merkel e Dilma Roussef, além de outros chefes de estado. Mas, macaquitos como são os brasileiros, todas essas práticas bobas tendem a ser copiadas por estas plagas, pondo, muitas vezes, em jogo, as instituições nacionais. Enquanto prática dentro do estado totalitário, não se aceitava e repudiava-se, embora, compreendia-se, diante da excepcionalidade do regime.
Aparentemente, ao citar essa advertência que surge em forma de um texto literário, notadamente oriundo de circunstâncias ou de países que sofreram o guante do autoritarismo e do cerceamento total das liberdades civis, poderia parecer exagero de que uma espécie de “Big Brother” esteja sendo operado no Brasil. Mas, diante do expresso desejo de respeitáveis próceres do PT, de uma intransigente defesa da implantação de uma espécie de Lei da Mordaça, sobre os meios de comunicação do País; da proposta de criação dos conselhos sociais, verdadeiros sovietes sobrepassando as competências do próprio Legislativo e do excessivo controle que o Executivo exerce sobre o Parlamento e sobre o Poder Judiciário, os temores não são um despropósito e nem um despautério!
Isto porque, diante do aparelhamento do estado por membros do PT e dos sindicatos e, dado o viés ideológico de quem acha que “triste do poder que não pode”, os temores não são de todo inusitados pois se se deixar que as coisas avancem sobre o ir e vir das pessoas, então a republica bolivariana estaria prestes a chegar ao Brasil, mais cedo que se espera.
Postado em 10 ago, 2014 Deixe um comentário
Nizan Guanaes, publicitário e marqueteiro afamado, um dos mais requisitados do País, exercendo a sua nordestinidade, publicou, faz alguns dias, no jornal Folha de São Paulo, um interessante artigo sobre a sua região que, diferentemente da tônica das análises que tem sido feitas, até recentemente, não prima por queixas, denúncias e nem por aquele sentimento piegas de buscar uma espécie de “apiedamento”, por parte do Governo Central e da própria sociedade brasileira, para com o atraso, o subdesenvolvimento e os dramas do Nordeste.
Também não intenta demonstrar aquele complexo de inferioridade travestido de um pretenso falso orgulho ao tentar colocar o Nordeste como o centro, a origem, a base de tudo que diz respeito à construção da nacionalidade. É importante, é relevante e é significativa a contribuição dos nordestinos ao Brasil e à brasilidade mas não se pode reduzir tudo que se fez e se estruturou nesse país, apenas ao Nordeste.
Simplesmente centra a sua análise sobre as transformações que estão a ocorrer no país dos nordestinos, com mais de 50 milhões de habitantes e hoje vivendo um período de expansão muito mais dinâmico que o sudeste e sem o pessimismo inibidor que “assola o país”, notadamente incorporado pela denominada, por Lula, de “elite branca sulista”.
Na verdade, o entusiasmo de Guanaes tem a sua razão de ser porquanto, nos últimos dez anos, por exemplo, a renda média do nordestino cresceu cerca de 30% e, nos últimos meses, enquanto o Brasil crescia a média de 1%, o Nordeste alcançava os 4%! E conclui o seu artigo dizendo que os nordestinos que “aprenderam a construir São Paulo, agora aprendem a construir o Nordeste”!
Se não houve uma política de desenvolvimento para a Região por parte do Governo Federal, buscando a superação de suas limitações através de um planejamento estratégico sério, o que explicaria essa espécie de “desabrochar” dos nordestinos e o encontro dessa região com alternativas de dinamização e exploração de suas potencialidades, até então adormecidas?
Por que hoje não é mais o emprego público o sucesso na região? Por que as implacáveis e impiedosas secas não impactam mais tão pesadamente a região sob o ponto de vista econômico, social e até emocional, como ocorria, há até bem pouco tempo?
Três políticas ajudaram a reduzir, substancialmente, o impacto das secas na desorganização da economia, na desestruturação da vida comunitária e na criação de cenas de miséria e desespero que se assistia toda vez que o fenômeno assolava a região. O papel da previdência rural, os programas compensatórias de renda como o bolsa-família e os vários vales, além do aumento do salário mínimo, representaram contribuição fundamental ao aumento da capacidade de resistir, se essa é a adequada expressão que se poderia utilizar para explicar tal redução da vulnerabilidade econômica e social da região. Portanto, tais elementos foram instrumentos valiosíssimos para que se conseguisse minimizar os efeitos desastrosos das estiagens prolongadas.
Embora não tenha havido um esforço especial da União de gerar externalidades positivas capazes de atrair investimentos privados, via aumento de investimentos em infra-estrutura, haja visto que obras fundamentais como a duplicação da BR 101, a Transnordestina, a Transposição das Águas do São Francisco além dos investimentos estruturantes, como a conclusão da refinaria de Pernambuco e as refinarias do Ceará e Maranhão, o fato objetivo é que a região tem mostrado um dinamismo econômico bem superior ao do País. Ou, se colocado de outra forma, se tivessem sido concluídos tais obras e realizados tais investimentos, além de uma expansão substancial das aplicações de recursos dos bancos oficiais, os ganhos teriam sido necessariamente maiores.
Mas a hora não é de olhar para trás mas de cobrar dos presidenciáveis as propostas destinadas a fazer com que o Nordeste aumente, cada vez mais, a sua contribuição ao desenvolvimento do País e garanta mais dignidade à cidadania de seus habitantes. Para tanto, além de cumprir com aquilo que está em marcha e em execução, o grande planejamento estratégico para o Nordeste deveria centrar-se num grande esforço na área de educação de base, no enfrentamento das drogas e redução da violência e nas questões urbanas que criam dificuldades para uma apropriação maior e mais eficiente dos benefícios de uma indústria, ora em pleno dinamismo, que é a atividade turística.
Finalmente, se se pretender uma política de especialização regional, a prestação de serviços notadamente na área virtual, como sói ocorrer hoje com a India, além de promover a implantação de centros de excelências nas áreas de medicina e de educação superior, poderiam ser instrumentos a garantir saltos de qualidade ao desenvolvimento regional. Pelo que se pode concluir, o que é preciso não é tanto mas apenas foco e prioridade no que se presume essencial para a aceleração do crescimento e transformação estrutural da região.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!