Postado em 19 jul, 2014 Deixe um comentário
Há três coisas, nos dias que correm, que merecem serem comentadas pela oportunidade e pela sua relevância. A primeira delas tem a ver com o processo politico-eleitoral e os seus desdobramentos já que, concluída a Copa, volta o País para o enfrentamento dos seus dramas, dos seus desafios e das suas perspectivas. E, espera-se que o processo eleitoral seja o caminho para buscar e tentar encontrar respostas para as suas inquietações e angústias.
A pesquisa, recentemente divulgada, relativa as preferencias eleitorais no que respeita à Presidência da Republica, apresentou um dado deveras inquietante para o PT: 36% de rejeição ao nome de Dilma, por parte dos eleitores, número esse que poderá crescer caso nenhum fato novo venha reverter as expectativas relacionadas ao seu desempenho e e a avaliação do seu governo.
Isto significa que, num segundo turno, dados tais números e suas tendências, qualquer que seja o candidato que represente a oposição a Dilma, ele já poderá largar com, pelo menos, 36% das preferencias eleitorais. Ademais se, antes do início da propaganda eleitoral houver uma queda adicional da popularidade de Dilma, mostrando que ela tende a, provavelmente, perder o pleito, na hipótese de um segundo turno, então muita coisa poderá ocorrer.
Em primeiro lugar, acirrar-se-á a disputa interna de poder no grupo que apoia Dilma e os conflitos de interesses dentro do ambiente palaciano — crise entre Rui Falcão e Franklin Martins; entre Franklin Martins e Trauman; entre Gilberto Carvalho e parte considerável dos coordenadores da campanha de Dilma; e entre as “viúvas” de Lula ou os queremistas atuais, ansiosos para retornarem ao poder — além da própria idiossincrasia da presidente, que consegue gerar antipatias de toda ordem, com aliados e potenciais apoiadores. E isto agrava, em demasia, os problemas nas hostes petistas.
pessivdmismoAdicione-se a tais pontos negativos, a proverbial má vontade da mídia para com a Presidente, diante do seu jeito castilhista e gauchesco de ser, o que leva a que as coisas se tornem cada vez mais difíceis e criem espaços adicionais para a oposição, mesmo sem discursos e sem propostas, crescer e, potencialmente, se apresentar como possível vencedora do embate.
E a pergunta que fica no ar é se, quando setembro chegar, Dilma mostrar, potencialmente, que não tem como reverter as tendências de queda, será que o “Volta, Lula”, diante de “uma morte anunciada do petismo”, não forçará, numa atitude de desespero, fazer de Lula o candidato presidencial? E, se tal se confirmar, o que virá a suceder? Lula enfrentará a onda de insatisfação e o desejo amplo de mudança, além de um ambiente adverso e críticas impiedosas contra ele, para intentar salvar o seu PT? É difícil antecipar o quadro mas, o que se sente é que Lula poderia pensar até em um 2018, mas não enfrentar o desafio agora. Mas, se perder o poder agora, 2018 não será uma meta inatingível?
Mais uma vez é importante considerar que as reações do eleitorado representam muito mais que uma rejeição à Dilma, mas, segundo os analistas, uma rejeição ao PT e, significa, mais que nunca, uma enorme ânsia de mudança diante da insatisfação generalizada com o estado de coisas por que passa e experimenta o país!
Um segundo fato relevante a ser destacada essa semana foi o encontro dos Brics, em Fortaleza que, embora deveras interessante mas, para o Brasil, em particular, anfitrião do encontro, poderia ter sido muito mais interessante e produtivo do que o foi. Os convênios, muito mais cosméticos do que relevantes, com a Rússia e, o potencial pouco explorado do que seriam os entendimentos com a China, mostram a falta de “timing” que ora enfrenta a diplomacia brasileira.
E isto, porque não ocorreu? Porque esse é o país da improvisação e que detesta um mínimo de planejamento de médio e longo prazo e que se move mais determinado pelo dogmatismo, pelo estatismo, pelo sectarismo e pela visão míope do que seriam parcerias, quer internas quer externas, subordinadas, para os mesmos, não segundo as regras do mercado mas diante das imposições autoritárias de regras e exigências do governo brasileiros que se colocam, diametralmente, em oposição ao que o mercado e as regras do capitalismo internacional, estabelecem.
Não tivessem se interposto no meio do caminho desses entendimentos, entre nações, desvios de comportamento do governo brasileiro, talvez não pudessem ter ocorrido. Se, há um ano atrás, pelo menos houvesse ocorrido um aceno aos chineses, por exemplo, de que o país estava aberto a propostas destinadas a superar os estrangulamentos externos, notadamente no campo da infra-estrutura, de toda ordem, talvez as coisas tivessem sido diferentes.
Diante de tal atitude, talvez o pessimismo com a economia brasileira hoje houvesse se transmudado e não fosse tão grande e poderia ter aberto uma enorme avenida para a participação de investimentos orientais, num momento crucial para o País e com chances de iniciar um ciclo virtuoso de expansão e crescimento do Brasil.
O certo é que, diante desta claudicante, instável e insegura atitude do Brasil, pouco se vai aproveitar da boa vontade e do interesse estratégico dos chineses, porquanto o oferecido e o possivelmente a ser alcançado, em termos de investimentos, será muito pouco diante do enorme potencial que o país apresenta em termos de ferrovias, metrôs, vlts, portos, aeroportos, rodovias, energia, telecomunicações, entre outras áreas de interesse urgente, para parcerias estratégicas.
E, é bom que se diga que os chineses, não apenas oferecem financiamento barato ou participação direta em investimentos na infra-estrutura do País, tecnologia de ponta e, acima de tudo, celeridade para a realização das obras. Na verdade se os brasileiros fossem fazer tais obras que, estariam tão atrasadas e que, pelo que se sente, não se abrem perspectivas de realizá-las no prazo adequado e fundamental para que o crescimento econômico do País não venha a se frustrar.
No campo político, notadamente, o partidário, em função das eleições quase gerais que ocorrerão este ano, o clima é de pessimismo. A descrença nas instituições, nos governos e nos políticos é tamanha que, o que se espera é que ocorra um enxurrada de votos em branco e anulados como nunca se viu, além de um nível de abstenção sem igual. Na verdade, há pouco espaço para otimismo porquanto o processo eleitoral afasta os bons nomes, a boa ética e o bom compromisso republicano.
Não se faz mais políticos como antigamente, sem que isto represente um laivo de saudosismo. Não significa dizer que, no passado, não houvessem exóticos, espertos, deslumbrados, corruptos e políticos voltados só para os seus interesses pessoais. Não que no passado os parlamentos, principalmente, fossem constituídos de vestais, prima donas e Catões modernos, além de homens de indiscutível talento e brilho, em termos de cultura humanista e em termos de eloqüência e de uma envolvente retórica. Não eram todos os parlamentares sérios. Não eram todos os políticos dignos. Mas eram um punhado que enfeixavam a ética, a decência e o orgulho de servirem ao povo e de buscarem o seu reconhecimento e o seu aplauso!
O cenarista teve o privilegio de conviver com algumas das figuras mais notáveis e com comunistas e direitistas, sérios, capazes e com compromisso e responsabilidades republicanas, nas décadas de 80 e 90, mas hoje sente-se deveras desencantado pois constata como tudo mudou!
O que ocorreu foi que, lamentavelmente, os parlamentos foram tomados por empresários ou por seus representados; por evangélicos, de seitas as mais diferenciadas ; por sindicalistas e, o que sobrou, foram aqueles que, embora comprometidos com os postulados do exercício democrático e com os preceitos republicanos, sentiram-se desestimulados e prestes a desistir de qualquer embate.
Todo o processo eleitoral transformou-se em uma empreitada muito cara, muito complicada, muito difícil e, lamentavelmente, os bons valores, tanto em termos de competência e de ética de compromisso, ao se frustrarem com o fato de que o oportunismo, a esperteza, a lógica de tirar vantagem em tudo, se sobrepôs aos sonhos, as utopias e as esperanças de que pudessem ser protagonistas na construção de uma sociedade melhor e mais justa.
E aí mergulha o país, que teria tudo para dar certo, numa crise existencial que lhe conduz a uma espécie de “mal triste” que abate animais e seres humanos! Os preceitos republicanos estão desestimulados e prestes a levar a qualquer cidadão sério a desistir de qualquer embate.
No mercado dos sentimentos, a ética, a seriedade, a responsabilidade, a competência tecnica e o respeito por princípios e valores fundamentais a saudável convivência humana, são mercadorias de baixa cotação. E aí, ausentam-se os melhores e fica somente a borra para perpetuar o estado de quase calamidade que experimenta a vida pública brasileira, não apenas nos parlamentos mas, no Executivo e, também, no Judiciário.
Postado em 14 jul, 2014 Deixe um comentário
O mês da Copa foi de adrenalina pura para os brasileiros, mesmo para aqueles que não fossem aficcionados pelo chamado esporte bretão. Desde os momentos que antecederam a abertura do evento, dúvidas e angústias existenciais assaltavam as mentes e os corações da brasileirada. Será que a Copa, realmente, ocorrerá? Será que os estádios, as obras de mobilidade urbana, os esquemas de segurança estarão aptos a atender os compromissos assumidos e as expectativas dos organizadores e do publico em geral? Eram as primeiras e mais intringantes preocupações!
Além de tais desafios e incertezas, o ambiente no País não era dos melhores pois, razões e motivações conduziam ao desânimo diante dos graves problemas nacionais, da perda de prestigio internacional e do descrédito generalizado de instituições e dos homens públicos.
Assim, juntavam-se aos dramas de uma economia em crise — “pib” murchando, inflação aumentando e desemprego se elevando –, o pessimismo e o desânimo dos brasileiros e as expectativas poucos favoráveis quanto ao próprio êxito do evento diante de obras inacabadas, atrasadas e todos os problemas daí decorrentes.
Mas, o que parecia o mais sério problema a ser enfrentado para a realização da Copa como que, num passe de mágica, os brasileiros deram a sí uma trégua em todo esse ambiente e quadro hostis e mergulharam, de cabeça, num clima de positividade, típica do otimismo brasileiro e passaram a acreditar que o hexa não seria uma miragem.
E, aos trancos e barrancos, assistiram a tal “Famiglia Scolari”, alcançando resultados, mesmo que não convincentes e, no mais das vezes, pífios, mesmo assim, conseguiam estimular a crença de que, com o andar da carruagem, a equipe iria melhorando e , no final, a “festa” seria verde-amarela.
E um clima de festa se instalou no Brasil afora gerando uma alegria enorme, dando um colorido especial ao País e desanuviando o ambiente, o que entusiasmou a todos os que por aqui aportaram.
E, o mais importante, tudo aquilo que se imaginava que não iria funcionar veio a operar, não importa se fruto da improvisação, do empirismo, do jeitinho ou, até mesmo do chamado pragmatismo irresponsável que caracteriza a atitude dos gestores publicos brasileiros!
A euforia não era só com o espetáculo presenciado nos estádios, agora bobamente chamados de arenas, mas nas ruas e nos relacionamentos dos brasileiros com os jogadores estrangeiros, com o visitante e com o turista, empatia jamais vista por estas plagas. O próprio visitante ficou apaixonado pela gentileza, pela hospitalidade, pela prestimosidade e pelo carinho dos tupiniquins.
Para tornar ainda mais interessante o quadro de contagiante alegria, o futebol exibido pelas 32 seleções, não decepcionou a ninguém. Os ditos times pequenos ou seleções menos “rankeadas”, foram sensacionais, pelo surpreendente futebol que apresentaram. Costa Rica, Chile, Colombia, Gana, Costa do Marfim e, até a não tradicional Grécia, alegraram a todos. Até as surpreendentes e extemporâneas desclassificações de Espanha, Portugal, Inglaterra e, depois, da Itália e da França, foram vistos mais como resultado de um processo de globalização do futebol que, os aparentemente, nivelava aos demais competidores do que como desastres fruto do envelhecimento de estruturas e práticas de gestão do esporte.
O ambiente de festa, de alegria e de intensa movimentação era tamanho que não dava espaços para que o impacto negativo no “mood” dos brasileiros, notadamente fruto da piora dos indicadores econômicos, da descrença nas instituições, no governo e nos políticos, bem como da mesmice e do discurso sem graça dos candidatos a cargos eletivos, mudasse o clima que se experimentava.
A coisa ia nesse diapasão, de uma suposta felicidade, até que aqueles “seis trágicos minutos”, do pesadelo provocado pela Alemanha, diante de um Brasil catatônico, mostrassem aos brasileiros que tudo “fora um sonho” e que o hexa havia se desmanchado no ar.
Caiu a ficha. Baixou a decepção, a tristeza e a frustração diante do quase “tsunami” que se abateu sobre a macacada, notadamente para os brasileiros do amanhã! E, lamentavelmente, foi o que a Copa legou aos brasileiros, sem contar as obras inacabadas, superfaturadas e as arenas multiuso que não se sabe ainda o uso que terão.
Agora não adianta o chôrôrô! A festa acabou, músicos à pé! Ainda bem que para não piorar mais as coisas no sentimento de desencanto e frustração dos brasileiros, não serão eles alvo de um deboche maior vez que o seu figadal adversário, a Argentina, não levou a taça. Foi, como era previsível, derrotada pela supremacia alemã, o que diminuiu a dor da tragédia nacional.
O momento é de encarar a realidade dura dos fatos, juntar os cacos da auto-estima destroçada, voltar a mesmice da “vidinha” mais ou menos. Ora a “vidinha” estará marcada pela angústia com os graves problemas do País e por uma campanha eleitoral que, pelo jeito, parece com o esporte brasileiro, sem identidade, sem criatividade, sem estrutura, sem gestão e sem propostas.
Talvez o que sobre aos brasileiros seria buscar lutar por mudanças, por um novo caminho, reformulando tudo, repensando tudo e buscando atualizar conceitos e propostas. E isto não para que se imagine que se promoverá uma revolução já mas que, pelo menos, o país possa experimentar um pouco de paz e de uma vida sem tantos sobressaltos.
Ou seja, vive-se no Brasil uma situação em que ou as coisas mudam agora ou se se aguardar o amanhã, não sobrará espaço para “os puxadinhos, as improvisações, o pragmatismo irresponsável e o tal do jeitinho” porque eles não mais ajudarão a mascarar e adiar problemas e dificuldades.
Se não for dado um basta nesse estado de coisas, agora, como diria o inesquecível Líder do PDS na Camara dos Deputados, lá pelos anos 80, Deputado José Lourenço, “as consequências virão depois”.
Postado em 10 jul, 2014 Deixe um comentário
Depois da comoção com a desastrada pane dos mais longos e terríveis seis minutos na história do futebol brasileiro, a hora é de refletir sobre os erros e precariedades na forma de gestão não apenas do maior esporte e paixão nacional, mas da forma de administrar os problemas e dificuldades do país. E, agora, com a disputa eleitoral espera-se que os temas mais relevantes e mais urgentes para o encaminhamento dos desafios da pátria amada, sejam exaustivamente discutidos e propostas sérias e consistentes para enfrentá-los sejam oferecidas à sociedade brasileira.
Também, no próprio esporte bretão, é hora de uma revisão crítica de todos os valores mas também, de fugir, um pouco, a uma característica brasileira que é, diante de problemas dessa ordem, buscar soluções fantasiosas e imediatistas como essa, por exemplo, de contratar um técnico estrangeiro para a seleção nacional.
Como se o problema da paixão nacional se reduzisse a um problema do técnico e não de concepção, gestão, orientação das políticas destinadas a dar ao futebol aquilo que ele representa para os brasileiros. Mas a par da frustração, da decepção e do desencanto, existem descobertas ou redescobertas, excepcionalmente interessantes, sobre o Brasil e os brasileiros que mostram uma dimensão extremamente positiva do caráter da macacada nacional.
E uma das melhores lições que a Copa do Mundo deixa aos brasileiros foi a chance de se descobrir um povo detentor de tantas virtudes, não apenas na cinematográfica paisagem diversificada e diferenciada das doze regiões onde o evento se realizou mas e, principalmente, na índole festeira, alegre, hospitaleira e de uma excepcional prestimosidade da brasileirada, não só para com o estrangeiro, mas também com os seus próprios irmãos.
Neste mesmo espaço já foi dito que, neste imenso pais o visitante, o turista e o imigrante são recebidos de forma extremamente calorosa e afetuosa, como se fora amigos de velhas datas, num reencontro nostálgico. Aqui quem chega arma a sua tenda, se sente tão brasileiro e dono do pedaço que se acha no direito de opinar, reivindicar e criticar governos e instituições como se fosse aqui nascidos.
Essa atitude deriva de formação histórica, cultural, étnica, religiosa e, para que se tenha uma ideia dessa diversidade na unidade, o cenarista toma emprestado de um seu amigo e parceiro, Alceu Valença, uma expressão que bem define os muitos brasis espelhados ou explicitados na caleidoscópica formação musical brasileira. O que, na verdade traduz o que é, o que busca ser e o que se orgulha de ser o brasileiro: o homem cordial. Um passeio pelas várias expressões musicais Brasil afora, identifica a alma brasileira com sua alegre, colorida e perfumada diversidade!
No Amazonas a música do Bumba meu boi, com o Garantido e o Caprichoso ao atrair, todo ano, multidões para apreciar o inolvidável espetáculo e a música ali desenvolvida, num ritmo e melodia de caráter muito peculiar e particular, mostra uma faceta da cultura nacional.
Descendo um pouco, em Belém do Pará, o ritmo é bem distinto e diferenciado com o Carimbó e novas tendências melódicas que ali se desenvolvem. No Maranhão, a mistura do Reggae de Jimmy Cliff com a música das radiolas e do boi bumbá, estabelecem uma trilha sonora bem distinta do que se ouve Brasil afora.
Descendo um pouco mais chega-se a terra de Iracema, do xaxado e do forró! E um pouco mais, chega-se a Pernambuco e a alegria do frevo. Em Alagoas, Djavan marcou uma época, um estilo e uma música mais para um Milton Nascimento do que para os ritmos tradicionais. Na Bahia, a inconfundível música axé e o ritmo do Olodum, são um espetáculo a parte! Antes de chegar a Cidade Maravilhosa, vai-se a terra síntese de todos os brasis, as Alterosas, com o maravilhoso Milton, de todos os tons que, aliado aos Brandt e a tantos outros compositores, tem legado ao País um enorme acervo cultural.
Aí chega-se a terra da ginga, da malevolência e do samba no pé, o Rio maravilha onde a bossa nova divulgou o Brasil para o mundo. Em São Paulo, a terra da garoa, rola a música sertaneja que o Centro-oeste se não a originou, a turbinou! Se a música sertaneja faz tanto sucesso Brasil afora, se se desce um pouco mais, chega-se a música agradável de Borghetti, lá pelos longínquos pampas gaúchos.
Assim, nesse itinerário que leva a uma caminhada de redescoberta do Brasil, o que se conclui é que como dizia o escriba, Pero Vaz Caminha do navegador Pedro Alvares Cabral: “Nesta terra em se plantando tudo dá” e aqui tudo é musicalidade, é hospitalidade, é generosidade, é alegria de viver e de compartilhar o bom viver. Essa é a terra dos que tem uma enorme alegria de curtir tudo que a natureza, a vida, a convivência e a harmonia entre as pessoas oferece de paz de espirito e de desprendimento.
Assim, por mais que os políticos e as elites dirigentes do País, tentem desmontar o espírito do brasileiro cordial, mesmo com os seus erros, vícios e precariedades, não hão de conseguir pois a destinação histórica da nação é maior que as limitações de visão, de pensamento e de perspectiva desse anões e desses limitados homúnculos que nada contribuem para a construção da civilização que um dia far-se-á nos trópicos.
Portanto, brasileiros levantem a cabeça, sacudam a poeira e procurem dar a volta por cima pois, como dizia o poeta, “por morrer uma andorinha não se acaba a primavera” e, como Deus é brasileiro, mesmo com os problemas, limitações e dificuldades de toda ordem, acreditem que o amanhã será melhor!
Postado em 9 jul, 2014 Deixe um comentário
A um povo que é capaz de fazer piada com a sua própria tragédia e fazer graça com os seus próprios dramas, até agora não é possível aquilatar como reagirá a seu 11 de setembro, ocorrido ontem no Mineirão. E o pior para os brasileiros é que lá, os americanos, encontraram culpados — os terroristas da Al Khaeda e Bin Laden — enquanto aqui, não só as dimensões da tragédia mas a natureza das culpas ou quem seriam os verdadeiros culpados, não se sabe explicar ou encontrar.
Se, depois de 64 anos ainda não conseguiram os brasileiros engolir ou digerir o maracanazo aplicados aos patrícios pelos magros dois a um dos uruguaios, dentro da sua casa, como os tupiniquins enfrentarão essa triste história que ficará sendo objeto de chacota, não apenas pelos “hermanos” argentinos mas, por todo o mundo que cultiva o futebol como esporte predileto e o mais democrático de todos? E se a desgraça dos sete a um é algo inolvidável e inesquecível, imagine se ela vier acompanhada pela classificação da Argentina para a final e, pior dos mundos, se a Argentina for campeã mundial, aqui, no terreiro da macacada?
Talvez a dimensão e a vergonha de tal derrota coloque o que ocorreu em 1950 como assunto menor e a ser esquecido. Mas, o trauma é tamanho que se refletirá em muitos aspectos da vida nacional. Aliás, alguns indagam se o apagão que ocorreu com a seleção não é em parte, uma das facetas do apagão que ocorre com a economia e a política do País!
A catatonia que tomou conta do comportamento do Felipão, diante do primeiro gol dos alemães onde ficava claro, para qualquer analista, que havia um buraco no meio de campo, o que permitia que os alemães pudessem triangular, trocar passes e envolver a defesa brasileira, é inexplicável. Pois, para qualquer um, era urgente reforçar a cobertura que se esperava fosse feita, notadamente para Dante e David Luiz, além do apoio a Marcelo e Maicon, pela linha de três defensores no meio de campo — Luiz Gustavo, Fernandinho e Ramires — . E era fácil de ser executada! Bastava excluir um inútil Fred no ataque — aliás o menor dos culpados pela sua manutenção em campo! — deixando Oscar, Hulk e William, na frente, com fôlego para ajudar, também a defesa.
O que se esperava era que ele, Felipão, tirasse, logo após o primeiro gol, Fred e colocasse, em seu lugar, alguém mais no meio de campo, no caso um Ramires e, buscasse esfriar o jogo, com uma falsa parada técnica, para orientar os jogadores para não perderem a calma e definirem um novo arco de defesa capaz de conter a avalanche alemã.
Mas, não adianta chorar o leite derramado. A vaca já foi pro brejo e lamentar não resolve absolutamente nada. Enfrentar o deboche, a chacota, a gozação dos tradicionais adversários dos brasileiros e, a própria autocrítica, já vai ser difícil porém, reconstruir o ânimo, o estímulo, a crença e a alegria para com o futebol brasileiro, vai ser muito duro e complicado. Até para enfrentar a disputa do terceiro lugar, vai ser complicado para os brazucas, notadamente para a criançada e para os jovens. O desencanto, o pessimismo e a tristeza são sentimentos que são perigosos quando acometidos aos jovens.
Principalmente para os jovens que, tão carentes de fé em alguma coisa, mas que se mostraram tão ciosos do orgulho de ser brasileiro, tão vibrantes com o seu hino e com os símbolos nacionais, apesar da vergonha que são as instituições e a política nacionais, para onde migrarão a sua fé, a sua esperança e o seu abalado otimismo?
Agora volta o País ao normal, com os seus problemas, as suas dificuldades e as suas angústias, diante de uma nova copa, esta sem charme, sem encanto e sem nenhuma capacidade de mexer com as emoções de seu povo. Será mais uma disputa eleitoral que, embora seja destinada a definir os destinos nacionais, não sensibiliza a quem quer que seja. A maioria das pessoas é indiferente a disputa dos cargos eletivos, como tem mostrado as pesquisas de intenção de votos. Muitos querem anular o voto ou votar em branco. Os candidatos, até agora, não tem propostas capazes de sensibilizar o eleitorado.
Quem está no poder, não renovou o discurso e a sua proposta ética foi esquecida. Os nomes proeminentes do partido no poder ou estão na Penitenciária na Papuda ou desistiram de serem protagonistas da luta política ou se mostram decepcionados com a lógica e a pseudo-ética adotada para se manter no poder. E até a militância agora só atua e se mobiliza desde que haja o famoso “lubrificante cívico” capaz de estimulá-la a trabalhar pelas candidaturas petistas. As oposições estão ultrapassadas na prática política e no seu discurso e não conseguem formular uma proposta e estabelecer uma avaliação crítica, convincente, do governo, capaz de sensibilizar os eleitores.
Assim, a campanha vai se iniciar no pior dos ambientes. A frustração com a grande paixão nacional, o descrédito da classe política, a economia em crise, a inflação em alta e a credibilidade das instituições em baixa, fazem um perigoso “mixing” a abastecer o pessimismo dos brasileiros. O espaço para a disputa dos candidatos será, num primeiro momento, marcado por agressões de parte a parte. E, nesse ambiente, um povo machucado vai se sentir “atendido” no seu humor, na proporção de quanto mais “sangue” ou quanto mais agressivos forem as acusações tanto melhor. Parece, que as agressões, quanto mais torpes mais terão capacidade de mobilizar o eleitorado para a verdadeira batalha campal que se verificará no “gramado” televisivo e virtual.
Espera-se apenas que a tragédia de Belo Horizonte pelo menos sirva de exemplo para os jovens para que não aceitem essa idéia de que “se ganha jogo só com o gingado e jeitinho; se ganha dinheiro sem ser suado; se vira presidente sem ter estudado”. Que se ponha um fim na chamada “era da esperteza” e que se ponha em prática ou sirva de alerta a famosa frase de Tancredo Neves ao afirmar que “esperteza é um bicho que acaba comendo o próprio dono”! Talvez seja a hora de tentar passar o país a limpo e reconstruir os sonhos dessa nação que tem tudo para dar certo mas que as elites dirigentes não permitem que se explore essa grande riqueza que é seu povo.
Postado em 6 jul, 2014 Deixe um comentário
Qual categoria define mais precisamente o jeito de ser e o estilo muito particular de Felipão? Se não fosse tão teimoso e tão turrão, hoje, talvez, não estivesse nessa tremenda saia justa, diante daquilo que pode ser caracterizado como um crime explícito do colombiano contra Neymar!
Como se sair da enrascada? Substituir Thiago Silva, o excelente zagueiro que é, aliás considerado o melhor do mundo, na posição, pode ser razoavelmente reposto pelo excelente Dante que, por jogar na Alemanha e no Bayern, onde muitos jogadores da seleção alemã jogam, parece que estaria praticamente resolvido o problema! Quanto a liderança dentro de campo, no que concerne as funções de capitão, David Luiz dá para o gasto e, pela raça e vibração, será mais incisivo, no puxar a vibração e o entusiasmo que, mesmo, o próprio Thiago Silva.
Na retaguarda as coisas estão aparentemente tranqüilas, inclusive com a entrada de Maicon que tornou o setor defensivo, no meio de campo, bem montado e estruturado. A presença de Fernandinho e o retorno de Paulinho, aparentemente voltando a jogar um bom futebol, permite, com certeza, um bom sistema de cobertura dos laterais. Claro está que se se pretender maior consistência do setor defensivo, já é possível contar com o retorno de Luiz Gustavo, pois cumprida a suspensão de praxe, estará a disposição de Felipão.
Mas, sem Neymar, quem cria? Quem pensa? Quem desequilibra? Quem gera esperança de gols? É difícil pensar qual a estratégia que Felipão adotará. Quem poderá cumprir o seu papel? Oscar? William? Bernard, Hernandes? Ou uma composição repetindo a de 2002 com três zagueiros, um robusto meio campo defensivo e dois a três atacantes?
Se Felipão tivesse convocado o Philipe Coutinho, o maravilhoso meia armador do Liverpool ou, até mesmo um Kaká, para organizar a armação, com um mínimo de criatividade do meio de campo, aí talvez fosse possível minimizar o prejuízo, face a ausência do garoto Neymar.
Talvez reposicionando Oscar para que ele intente fazer um pouco do papel do Neymar, além de usar um William ou um Bernard, para criar, inventar e desestabilizar, pela velocidade de deslocamento, drible fácil e a capacidade de propiciar jogadas inesperadas, talvez a seleção consiga um bom resultado frente a Alemanha!
Oscar pelo meio armando, sem qualquer preocupação e obrigação
de voltar para a marcação, com liberdade de jogar em qualquer parte do campo, provavelmente abrirá espaços para Hulk e a figura não convincente do Fred, teimosia de Felipão!
O jogo vai ser difícil pois se prevalecer a filosofia de Carlos Alberto Parreira de que o importante é não tomar gol, aí só mesmo a disputa de pênaltis pode levar a um resultado favorável ao Brasil. Mas, é claro que o Sobrenatural de Almeida pode vir a dar a Pátria de Chuteiras a sorte de que, agora, ele tanto precisa!
Se puder contar com os zagueiros artilheiros, com um meio de campo inspirado para chutes a distância e mesmo não contando com futebol bem jogado, talvez, como Deus é brasileiro o hexa sorria à macacada!
Postado em 30 jun, 2014 Deixe um comentário
O cenarista viu, não refestelado numa tribuna de honra ou numa tribuna especial nem curtindo as mordomias de algum camarote, com direito a acesso especial ao Estádio ou a Arena do Castelão, em Fortaleza, um espetáculo digno de registro, de admiração e, porque não dizer, de inimaginável surpresa! Estava na fila L, assento 37 e fui espectador engajado de todo um processo de comportamento e de atitudes dos brasileiros.
Uma organização quase impecável do transito, um exibição de um esquema de segurança em todos os pontos de acesso, nada de correria, nada de dificuldades para a entrada e saída do evento. E, dentro, um respeito aos lugares marcados como nunca se vira antes. Banheiros limpos e locais de venda, talvez insatisfatórios para o tamanho de publico e exercitando preços escorchantes mas, tudo nos conformes. O som estava audível, os telões funcionando e as informações chegando a tempo e a hora aos expectadores.
Não importa agora os atrasos nas obras, os puxadinhos, os superfaturamentos e as informações desencontradas das autoridades sobre tudo isto e mais alguma coisa. As atenções estão voltadas para aquilo que é a paixão nacional. O certo é que, apesar dos erros e omissões das autoridades, as coisas deram certo e, o mérito cabe a características típicas dos brasileiros: a improvisação, o empirismo, o jeitinho ou o famoso “acaba dando certo”.
Mas, o mais relevante, são as coisas que marcam o estilo do brasileiro de ser. A primeira é que, para os visitantes, a postura dos patrícios é do idealizado homem cordial, não apenas na perspectiva de Sérgio Buarque de Hollando, no seu Raízes do Brasil, pela sua característica da informalidade, do saber contornar dificuldades e de conseguir improvisar e dar um jeitinho em tudo, diante de situações adversas.
Mas, há que se considerar que a cordialidade está se revelando, não só pela proverbial hospitalidade, mas pela prestimosidade, pela capacidade de buscar se comunicar, de forma criativa, mesmo que o idioma pudesse ser um fator limitador do entendimento e da compreensão das vontades, dos desejos e das necessidades do estrangeiro! E se nota que o brasileiro faz um enorme esforço gestual e de comunicação de toda ordem para entender o visitante.
Uma outra característica que tem pontificado e se exteriorizado nesse grande evento mundial que está sendo a Copa do Mundo de Futebol, tem sido a alegria, a descontração e a total compreensão de viver emoções e as alegrias de sua paixão maior que é o futebol, a partilhá-la e a vivê-las com o visitante.
Marca também o brasileiro essa admiração, esse respeito, essa satisfação e esse prazer em conviver com o estrangeiro, sem qualquer ranço, preconceito ou cobrança mas numa busca permanente de demonstrar ao visitante o quanto ele é benvindo e quanto os brasileiros procuram descobrir e exaltar as suas supostas qualidades e virtudes do que são e do que representa a sua presença.
Não é subserviência, não é atitude subalterna e nem submissão de colonizado pois aqui nunca houve essa relação com os portugueses. Ou seja, é a espontaneidade, a alegria que a miscigenação legou aos brasileiros e a certeza de que a confraternização é o grande sonho da humanidade e é possível.
Uma outra peculiaridade que se observa nessa Copa do Mundo diz respeito a capacidade de o povo separar os problemas e angústias que ora vive diante das dificuldades e da falta de perspectivas o que faz o o brasileiro fazer do evento um longo Carnaval fora de época. E isso levou a que, os políticos procurassem não despertar ou provocar a ira e o mal estar do povo com as suas aparições não benvindas nesses ambientes de alegria contagiante que toma conta de todos, inclusive dos nossos visitantes.
Mas há uma tradição e uma experiência histórica para explicar tal atitude e comportamento. Aqui os conflitos que historicamente se verificaram no País, nunca foram resolvidos com derramamento de sangue, a não ser os que ocorreram na revolução constitucionalista de 1932 e nos 25 anos de estado autoritário, quando se consumaram cerca de 250 mortes trágicas e algumas centenas de desaparecidos.
No mais das vezes, dizem as más línguas que, quase tudo se resolva à maneira do que ocorreu com a famosa Batalha de Itararé. Ou seja, o que sempre ocorreu nesse país tropical é que, quando se abre um conflito no País, chega o momento crucial quando os comandantes das tropas em litígio encontram-se e comparam o poder de fogo de cada um. “Quantos tanques você tem? Quantos soldados você tem?” Feitas as comparações. aquele que tiver menor número, aceita a supremacia do outro. Ou seja, com um simples balanço das tropas adversárias acaba o desentendimento entre as partes.
Assim, essa Copa, mesmo diante de todas as dúvidas, as preocupações e incertezas quanto ao êxito de sua realização, está a superar as expectativas as mais otimistas.
É por tudo isto que o cenarista, um otimista incorrigível, acredita que aqui está se forjando o que ele chama da Primeira Civilização dos Trópicos, a Civilização do Terceiro Milênio, por se fazer num país geográficamente grande, demogràficamente expressivo e econômicamente uma das sete maiores do mundo.
Postado em 29 jun, 2014 Deixe um comentário
Num passado, relativamente recente, dizia-se que só era possível conhecer o resultado de três eventos depois de abrir-se o local onde eles estavam instalados. Eram barriga de mulher, fundo de urna e cabeça de juiz!
Ou seja, só se conheceria o sexo da criança no ventre da mãe ou o que havia ali dentro depois de abrir-se a barriga da mulher. Da mesma forma, mesmo que aparecessem os chamados experts em fazer a leitura antecipada de resultados eleitorais, ou o conhecer o fundo de uma urna, após a sua abertura. e, finalmente, intentar ter uma idéia da exteriorização do que vai na cabeça de um juiz era exercício especulativo de pouco resultado prático.
A tecnologia acabou com as duas primeiras “verdades” ficando, agora, somente a cabeça de juiz, cujo resultado de suas decisões não se pode antecipar ou antever!
A ultra-sonografia fez com que, antecipadamente, pudesse se conhecer o sexo da criança que vai nascer. A urna eletrônica e a rapidez com que se faz a apuração dos votos, permitiu que se conhecesse o tal fundo de urna de forma quase instantânea.
Nesses tempos de velocidade da inovação tecnológica, muitos mitos vão caindo por terra e muitas verdades ditas incontestáveis não passam mais no crivo das coisas certas e seguras. Agora, nem sequer a paternidade pode ser uma premissa aceitável ou uma certeza crível pois, só o exame de DNA, irá determinar quem é o pai da criança!
Até o politicamente correto acabou com gestos carinhosos tão típicos desse país miscigenado, como do tipo “vem cá, minha nega!” ou o gesto do bom baiano, de saudar a amigos sem o formalismo tradicional, mas, muito mais pela atitude tão amável de chamar alguém de “meu branco”! Naquele passado não muito distante isto não indicava preconceito de cor como nos dias atuais.
A instantaneidade da informação também acabou com as surpresas com que o líder político brindava os seus seguidores e correligionários quando os visitava, no retorno às suas bases, trazendo ou levando as novas da “Corte”.
Hoje, quando o parlamentar chega as bases, durante o seu vôo, coisas ocorreram e ele é, muitas vezes, surpreendido com a indagação de seus adeptos e correligionários procurando saber se ele tomou conhecimento da última decisão do governo, agora há pouco, divulgada pela TV.
Por outro lado, a própria democracia é redescoberta por um novo tipo de “checks and balances”, porquanto, se a legitimação de decisões da democracia representativa se fazia pelos referenduns e pelos plebiscitos, hoje, tão lentos no planejamento e na aplicação da consulta popular, passou a ser substituído pela nova Ágora que, integra as pessoas e as fazem partícipes de tudo ao seu redor, fazendo jus a idéia e conceito de aldeia global.
A internet hoje, esse nootável instrumento, já é amplamente utilizado por mais de 51% dos brasileiros e apresenta uma das mais elevadas taxas de tempo de utilização diária, em todo mundo, através da ampla difusão das redes sociais, quebrou paradigmas e alterou conceitos. E isto não só em termos de consulta popular sobre um tema qualquer como pela capacidade de permitir que se exteriorize manifestações espontâneas, instantâneas e amplas da sociedade sobre um assunto que a indigna ou a entusiasma, formando grandes correntes de opinião.
Por outro lado, se tal representa uma vantagem para se ter um feeling do que pensa, dos desejos, das insatisfações e das cobranças da sociedade, por outro lado o cidadão está sendo desnudado pelo “strip tease” que as redes e outros instrumentos de invasão de privacidade que a internet tem propiciado e, ele mesmo, perdeu a capacidade de se surpreender com qualquer coisa. Tudo é previsível e esperado pois, só não os acidentes, as catástrofes e o acaso que só o Sobrenatural de Almeida poderia ofertar ao cidadão, está a mão do estado ou dos gestores desse “big brother” mundial.
É o caos ou é um admirável mundo novo ? Parece ser o descortinar de uma nova era que pode criar novas incertezas, novas inseguranças e novos desafios. A Primavera Árabe foi o prenúncio de que as redes sociais seriam um instrumento fundamental de comunicação, de mobilização popular e de integração social, capaz de promover os mais diversos encontros e desencontros.
Inegável o que a internet tem propiciado no que respeita a globalização não só do ponto de vista comercial, financeiro e de relações entre instituições e pessoas mas, o que é mais importante, a cultural — hoje o Prêmio Nobel é partilhado por cientistas ou intelectuais de várias nacionalidades trabalhando embora geograficamente isolados ou distantes mas integrados pela comunicação instantânea promovida pela internet — e a política, onde a internet é o instrumento de viabilização de transformações e revoluções políticas.
É a isto que ora se assiste e não se tem uma noção para onde se marcha e que riscos isto embute em seu desenvolvimento e aperfeiçoamento.
Postado em 27 jun, 2014 Deixe um comentário
Já se afirmou que a relação de quem pode mais com quem pode menos é una relação de natureza cruel. Mas, pior do que tal, é a relação de quem pode tudo com quem não pode quase nada. Essa é uma relação do tipo pescoço com a guilhotina que é o sentimento que se tem quando se fala da relação do estado brasileiro com os seus cidadãos.
É bom que se ressalve que, para alguns privilegiados que fazem parte da elite, segundo o conceito do sociólogo Luis Inácio Lula da Silva, ou seja, supostamente aqueles que fazem parte do chamado conluio advogados e juizes, denunciados por Joaquim Barbosa; ou do outro conluio, de empreiteiras de obras públicas e governo; ou ainda daqueles lordes do sistema financeiro bem como dos empresários que recebem benesses do poder, além dos funcionários públicos que representam a nata dos que controlam órgãos e instituições, tal relação impiedosa, para eles pode ser bastante suavizada.
Para se ter uma idéia dos constrangimentos que o Estado impõe ao cidadão, só o excesso de burocracia, o “criar dificuldades para vender facilidades” e o que a insegurança jurídica e a imprevisibilidade judicial promovem de dramas e problemas, jå se pode ter uma idéia do quanto custa de aborrecimentos e de desperdícios que são criados ao cidadão.
No Brasil, por exemplo, diferentemente de qualquer país sério, “todo cidadão é desonesto até prova em contrário” o que contraria qualquer principio de uma boa convivência de um estado que deveria estar aí para servir ao cidadão mas que, ao contrário, se serve dele. Se isto não bastasse, toda vez que o cidadão tem uma disputa com o estado, o cidadão tem que, em primeiro lugar, pagar para poder ingressar com algum questionamento sobre decisões do estado que lhe prejudicam. Ou seja, ele é obrigado a depositar o devido ou cobrado pelo estado, se procedente ou improcedente, só para poder começar a ter o direito de se propor a discutir.
E, por outro lado, quando reconhecida uma dívida do estado para com o cidadão, o pagamento é feito com o uso dos chamados precatórios, fato que se apresenta, ao cidadão, como algo que ele não sabe nem quando e nem como serão honrados tais débitos pelo estado reconhecidos!
Por outro lado, o governo se apropria do que é de direito dos cidadãos, através de manobras e chicanas do tipo relativo a, por exemplo, o FGTS, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, um direito e um patrimônio do trabalhador. O governo, autoritariamente, estabeleceu que a coreção dos valores do Fundo, diante da desvalorização da moeda, ocorreria na base da metade da inflação oficial atingida! Ademais, além dessa apropriação indébita ou dessa garfada no patrimonio dos trabalhadores, é duro observar que o FGTS, que é administrado pela União, tem servido para favorecer financiamentos, a taxas reais de 1 a 3%, para investidores e investimentos de alto risco como aqueles dados a Eike Batista!
Também, uma outra fonte de expropriação da renda do trabalhador, o imposto de renda, cobrado na fonte, o que lhe impede de tirar proveito da sonegação fiscal tão espraiada e difundida no País ou se beneficiar do chamado planejamento tributário, tem a sua tabela corrigida na base da metade da inflação anual, o que já, nos dias que correm, já acumula uma defasagem de mais de 30%.
Pouca gente se dá conta de que, a classe média, sempre buscando fugir dos preços exorbitantes praticados no Brasil, quando busca fazer suas aquisições nos Estados Unidos, está limitada a uma cota pessoal de 500 dólares, não tributáveis. Sem julgar o mérito e nem o desvio de comportamento de compras no exterior, é estranho que faz mais de vinte anos que o limite é de 500 dólares quando a inflação acumulada nos Estados Unidos já supera os 75% em tal período. Ou seja, o valor da cota, deveria ser no mínimo, de uns 900 dólares mas, o governo faz ouvidos de mercador quando se fala em atualizar o valor monetário da franquia.
Há situações extremamente constrangedoras como é o caso de questões judiciais de direito, notadamente oriundas de pessoas da classe média e baixa que, não tendo poder para exercer a pressão legítima, tais ações se estendem por anos a fio, sujeitando-se as mesmas a todo tipo de recursos, chincanas e manobras levando, em muitos casos, ao desespero pessoas e famílias que vem os detentores de referidos direitos falecerem sem terem tido a chance de receber o que lhes era devido.
São inúmeros as situações em que a leniência do poder judiciário cria situações dramáticas, como é o caso dos professores universitários do Estado do Ceará que, por duas vezes, tiveram transitado em julgado, no Supremo, o seu direito ao piso salarial e, os recursos, os embargos e as manobras do Governo do Rstado, tem impedido ao seu direito líquido e certo ao piso salarial aprovado, por lei, lá pelos idos de 1986!
São inúmeros os casos onde a relação entre o Estado e o cidadão é impiedosa. A Receita Federal no Brasil, adota, como prática, o princípio de que, mesmo que, administrativamente, o cidadão tenha reconhecido um direito líquido e certo, ela se dá ao desplante e ao luxo de só pagar o que é devido ou só cumprir o estabelecido em lei, quando de decisão irrecorrível da justiça.
E por aí vai a truculência da do estado que, controlando tudo, açambarca direitos, afoga interesses e oprime o próprio ir e vir do cidadão. E, até agora, por incrível que pareça, nenhum aspirante à presidência apresentou qualquer comentário sobre como superar ou pelo menos, suavizar, tais relações tão impiedosas!
Postado em 24 jun, 2014 Deixe um comentário
Os brasileiros têm, entre suas características básicas, não se preocupar, em tempo hábil e oportuno, com questões que lhe poderão vir a causar problemas enormes ou prejuízos, ás vezes, incomensuráveis, num futuro não muito distante. Isto não ocorre apenas com, por exemplo, os chamados gargalos de infra-estrutura, de mão de obra qualificada e de limitações do ambiente institucional ao crescimento continuado, estável e sustentádo de sua economia.
Para que se tenha uma idéia sobre o que se procura demonstrar, só aos poucos o País foi assumindo compromissos com questões fundamentais como a preservação do meio ambiente, a proteção de seu patrimônio histórico-cultural, a contenção dos desmatamentos na Amazonia ou com o respeito aos chamados direitos difusos. Também pouco se preocupava com a qualidade de suas instituições nem com a competência gerencial de seus governos.
Por exemplo, no campo da economia ou do que repercute sobre o seu desempenho, o descaso da sociedade como um todo ainda é enorme. Ninguém discute ou cobra um basta no processo de transferência de ineficiências do setor público para o setor privado. Também tem sido objetivamente pequena, para os brasileiros como um todo, a preocupação com a qualidade da gestão pública, com os estímulos ou desestímulos à inovação e ao aumento da produtividade, notadamente do trabalho, bem como com questões cruciais como aquelas relacionados ao problema dos desperdícios.
O Brasil, além de vários outros problemas e dificuldades, nos dias que correm mergulha, de cabeça, na chamada era do desperdício. Na verdade, desperdício não apenas de dinheiro público mas tambem de meios, recursos e fundos que escorrem pelo ralo, diante de gritantes desperdícios que ocorrem em quase todas as áreas da atividade produtiva.
Agora mesmo, um grande veículo de comunicação nacional, analisava o volume dos desperdícios derivados apenas da violência de toda ordem que domina o País. Nos cálculos ali apresentados, chega-se a enorme e preocupante cifra de cerca de 200 bilhões de dólares só com os gastos derivados ou em conseqüência de mortes violentas.
Cerca de 633.845 pessoas foram indenizadas ou por morte, ou por invalidez permanente ou em função de despesas médicas pagas em decorrência de mortes violentas, segundo levantamento do Correio Brasiliense. Isto sem contar o que se gasta com licenças para tratamento de saúde ou para sanar problemas derivados de acidentes do trabalho. Se isto ocorre só nesse aspecto da vida nacional, em vários segmentos da economia, são comuns e flagrantes os casos de desperdícios que poderiam, com certeza, serem evitados.
Os desperdícios na indústria, segundo dados da CNI e da FIESP apontam para uma perda da ordem de, em alguns casos, até 30% o que, representa cifra muito acima dos padrões aceitáveis em comparações internacionais. Se se examina o que se perde na agricultura, não apenas derivado dos desperdícios na própria lavoura, ainda em decorrência de manejo no campo, os dados já assustam. Se se considera o que ocorre da porteira até os centros de venda dos produtos, bem como em decorrência de falhas na forma de manusear e acondicionar produtos, aí então é que a coisa pega. Aqui ainda não se considera aquela parte que se estraga em função de práticas inadequadas de conservação de produtos perecíveis, após chegar ao consumidor. E, no próprio trato dos produtos pelos consumidores,, as perdas são significativas quando da preparação dos produtos, notadamente dos alimentos. Os dados aqui encontrados demonstram que as perdas apresentam uma dimensão não encontradas em países como os nossos vizinhos Argentina e Chile, por exemplo.
Segundo o mesmo Correio Brasiliense, na agricultura, o prejuízo de 42,6 bilhões de reais, fruto dos impostos embutidos sobre o custo de produção, da falta de infra-estrutura — rodovias, ferrovias, hidrovias e portos — para o escoamento da safra além do déficit de armazenagem a comprometer a produção e os resultados econômicos finais da atividade, ainda parecem subestimados.
Só o transporte de grãos — no caso milho e soja — para os portos de Santos e Paranaguá, em decorrência dos atrasos derivados do congestionamento de mais de 2000 caminhões que se dirigiram a tais locais, ano passado, produziram, ao lado do manejo dos produtos do porto até o navio e o tempo de espera dos navios para atracação, um prejuízo que superou os 2,5 bilhões de dólares e, espera-se, para este ano, que esse valor alcance mais de 4 bilhões de dólares!
Na construção civil, diferentemente de outros países, o Brasil desperdiça até 30% dos materiais e da mão de obra enquanto países como a França os números nunca ultrapassam 12%!
O que tudo isto busca endereçar à reflexão de cidadãos comprometidos com os destinos desse país? A conclusão fundamental é que, só agindo nas causas mais imediatas de tais desperdícios, o Brasil faria ganhos significativos ao aumento do seu Produto Interno Bruto. E o alerta , a cobrança e a insistência de que o assunto assuma agenda imediata dos poderes constituídos, tem toda a razão de ser e na urgência cobrada.
E, se a tais providências, fosse possível agregar a redução da burocracia nas relações das empresas com o Estado, o que toma, às pequenas e médias empresas, em termos de tempo, mais de 35% dele, então os resultados seriam amplamente favoráveis à sociedade. Pelo que se tem notícia, só para atender as exigências, muitas vezes, estúpidas, relacionadas à papelada, as idas e vindas as agências de governo e o tempo perdido no atendimento de funcionários públicos que, além de tais chateações, algumas vezes, achacam os próprios empresários, nessa cultura brasileira tipica de “criar dificuldades para vender facilidades”, aí se tem uma clara idéia dos ganhos que adviria para os empresários, para a economia e para a sociedade.
Se, ainda, se fizesse um enorme esforço não apenas na melhoria da qualidade da educação de base e uma substancial ampliação na formação de mão de obra técnica, fazendo uso de parcerias, muito mais intensas com o sistema S bem como com as escolas militares espalhadas pelo País afora, isto poderia alavancar a oferta de mão de obra qualificada com imediato impacto na produtividade do trabalho. Sabe-se que tais escolas públicas apresentam alto nível de comprometimento com a qualidade de ensino o que permitiria fazer uso de sua expertise para contribuir no aumento da produtividade e da eficiência da economia nacional.
Seria bom que os postulantes à Presidencia, na apresentação de suas proposições, mostrassem que a sua agenda contemplaria algo bem direto e objetivo no que diz respeito a redução de desperdício de toda ordem, transformando a questão e o seu encaminhamento, em um grande mutirão nacional. Que tal se isto acontecesse?
Postado em 23 jun, 2014 Deixe um comentário
Três fatos para reflexão dos brasileiros. O primeiro, o mais agradável e o mais ameno, diz respeito ao processo de evolução da esquadra brasileira de futebol que, mesmo diante de toda a teimosia de Felipão em manter Fred e Paulinho, depois de alguns sustos no primeiro tempo, conseguiu ganhar de quatro tentos a um da equipe camaronesa.
Como este cenarista sugeriu em comentário faz alguns dias, no lugar de Paulinho deveria entrar Fernandinho. E, hoje, mais uma vez, viu-se que ele é fundamental para fechar os espaços no meio e, com Luiz Gustavo, fazer a cobertura dos laterais quando eles atuam como alas. Adicionalmente, Felipão já deveria ter entendido que jogar com centro-avante, é coisa ultrapassada e que nenhuma seleção ou equipe de sucesso — Holanda, Alemanha, Chile, entre outros — tem adotado. Portanto, seria muito mais adequado colocar Ramires no lugar de Fred e liberar a criatividade, a iniciativa e o faro de gol de Neymar, Oscar e Hulk que, assim descompromissado de marcação, poderiam produzir muito mais.
O segundo fato relevante e, ao mesmo tempo intrigante, diz respeito as declarações do Ministro Gilberto Carvalho que tem cobrado do PT “que procure refletir diante dos desgastes sofridos por Dilma e pelo partido”. Segundo o Ministro, que teve a coragem de afirmar, de maneira cristalina, que os xingamentos a Dilma “não partiram apenas, da chamada ” elite branca”, mas da avaliação de que o governo se locupletou com a corrupção e “otras cositas mas”. A visão de Carvalho é de que essa imprecação ou imputação de culpa ao PT e ao Governo “pegou” e, tal constatação, foi incorporada pelas classes menos favorecidas. Ou seja, mesmo a nova classe média surgida nos últimos anos, começa a incorporar a idéia de que os petistas e os “cumpanheiros” se apropriaram e se beneficiaram desses desvios de conduta.
Agora mesmo, o Ministro que já fora duramente criticado por dirigentes do partido pelas declarações sobre os xingamentos a Dilma, volta a carga e, mais uma vez, faz uma declaração que chocou os petistas e intrigou os adversários que, de maneira estupefacta, ainda procuram entender qual é a do Ministro ou o que se esconde por trás de tais declarações. Ao afirmar que “o PT alimenta a ilusão de que o povo pensa que está tudo bem”, numa visão da realidade objetiva, na verdade, isto reflete uma avaliação prudente de que os desgastes estão presentes e que é urgente una busca de um reencontro do partido com as suas origens e a sua militância. Até mesmo Lula tem feito severas críticas a política econômica bem como tem chamado a atenção para a extrema e urgente necessidade de mudar tal política e os seus gestores. E concluiu o Ministro dizendo que “acho que quando você não tem um bom diagnóstico não tem como estabelecer um adequado remédio “. E é essa a crítica que ele faz a atuação do governo e do próprio partido.
Tudo isto chocou a militância, os líderes partidários e, talvez, até Lula que pensa ou externou pensamento diferente relacionado ao episódio do xingamento de Dilma no Itaquerão. Mas o movimento do Ministro pode ser um reforço até mesmo ao “Volta, Lula” ou pode ainda representar uma tentativa de redefinir uma forma de voltar a estabelecer o reencontro do partido com a população ou, preferencialmente, com os filhos do bolsa-família.
O outro fato relevante da semana está relacionado com as acomodações e definições relativas as preferências eleitorais de partidos e de lideranças as mais representativas no cenário político do País. Os três últimos acontecimentos relacionam-se com as Convenções Partidárias que homologaram a candidatura de Dilma tendo como Vice, Michel Temer e as demais convenções ou ocorridas ou a ocorrer nesta semana. A Convenção do PMDB teve 41% de votos contrários à aliança do PMDB com o PT, o que é um indício de que o partido continua sendo um partido estadual e sem nenhuma vocação ou compromisso com um projeto de poder nacional.
O segundo fato é que, as acomodações nos estados estão criando problemas para a candidatura de Dilma e de Eduardo Campos. O que aconteceu no Rio, quando o movimento chamado de Aézão, teve mais um lance qual seja, a incorporação na chapa de Pezão, de César Maia, como candidato a senador e o aviso prévio de Sérgio Cabral e de Pezão de que o palanque deles estaria aberto para todos os candidatos, sinalizando, claramente, que a opção deles, Pezão e Sérgio Cabral, poderá ser por Aécio Neves.
Por outro lado, o PTB, através de seu atual presidente, ex-deputado Benito Gama, declarou, publicamente, que a opção do partido será por apoiar Aécio Neves enquanto o presidente do PP, Senador Ciro Nogueira, informava que havia liberado os diretórios estaduais a fazerem as composições que melhor atendam aos seus interesses, estando portanto, liberados para votarem no candidato a presidente que mais lhes convier.
No Ceará está praticamente definido que o Senador Eunicio Oliveira, candidato a governador do estado contra os desejos dos irmãos Gomes, já trouxe para a sua chapa um inimigo figadal dos Gomes, o ex-deputado e ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, presidente do PR local, para compor a sua chapa como candidato a vice-governador. E, provavelmente, as coisas poderão piorar para Dilma e para os próprios irmãos Gomes caso Tasso Jereissati, não sendo convidado para ser o vice de Aécio, decida aceitar disputar a Senatória na chapa de Eunício.
Além de tais movimentos, em São Paulo o PSB decide apoiar o governador Geraldo Alkimim e fazer parte da chapa do governador do estado, criando problemas para Eduardo Campos pois o seu palanque ficará dividido parte apoiando Aécio e a outra parte respaldando Campos e Marina.
As peças do xadrez começam a se mexer numa dinâmica pouco esperado para esses dias que se pensava seriam tomados exclusivamente pelas emoções com a Copa. Mas, os movimentos preparatórios para as convenções partidárias, os acordos partidários nos estados, a definição das candidaturas majoritárias nos estados e a definição de equipes de formulação de propostas e agenda para o país, por parte dos candidatos, começam a ser formatadas.
Assim, a semana que, aparentemente, teria sido apagada no que tange a movimentação política, mostrou alguns elementos surpreendentes e dignos de nota. Isto sem contar o que ocorre na sociedade civil, notadamente entre intelectuais e artistas, arregimentando-se em torno dos candidatos e mostrando que o PT já não representa mais aquilo que representou, no seu início, para esses homens e mulheres que sonhavam com uma proposta ética, combatedora da miséria e das desigualdades e pautada por enorme respeito as liberdades civis e as mais puras manifestações da sociedade civil.
Portanto os fatos registrados mostram que a ebulição política continua e o andamento das campanhas prossegue em ritmo maior que o esperado. E, agora é esperar pelas idéias e propostas pois, até agora, só slogans ou repeteco ou chamamentos requentados.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!