APRENDENDO COM OS OUTROS!

O México vive uma situação extremamente delicada porquanto embora comece a ser mudada, a violência ali imperante e, marcada por uma brutalidade sem igual, ocorria e, ainda ocorre, através de chacinas, de extermínio de grupos e de  crimes por encomenda. Lá, a guerra do tráfico, notadamente por ser um entreposto de drogas de um dos maiores mercados do mundo, os EUA, assumiu proporções tamanhas, não apenas em Juarez, mas por vários outros estados, que se transformou em calamidade nacional.

Claro que lá, como sói ocorrer no Brasil, o mercado da droga, além de movimentar valores quase inimagináveis, envolve uma teia de interesses e de partícipes que atinge consumidores de alto nível de renda, autoridades constituídas — políticos, juízes, autoridades policiais, membros do governo, imprensa — o que gera uma enorme dificuldade para uma ação policial eficaz!

Mas, apesar da complexidade da matéria e da busca da estratégia mais adequada de enfrentar o desafio, o governo mexicano resolveu atacar o problema com soluções bastante objetivas e, claro, contando com una substancial ajuda americana na área de inteligentsia, do controle da chamada fronteira porosa que separa México dos EUA, além, é claro, de uma parcela substancial de recursos.

Pelo que se tem notícia, foi elaborado um bem estruturado planejamento estratégico da ação, não apenas separando a questão dos coiotes, bem como uma distinção bastante nítida no tratamento de usuários e traficantes, não criminalizando os primeiros e garantindo-lhes apoio, assistência e o indispensável tratamento e acompanhamento.

Por outro lado, estabeleceu-se uma ação de curto prazo, utilizando-se das Forças Armadas, dados o grande comprometimento das polícias com o tráfico de um lado e, de outro, a maior credibilidade dos militares por serem menos corruptíveis, mais disciplinados e com maior autoestima. Também, pesou na utilização das Forças Armadas, a capacidade de fazer uso de uma base de informações, de dados e de uma Inteligentzia de guerra para, numa ação compreensiva e rápida, retomar os espaços públicos tomados pelos traficantes. Ademais, pelo fato de ganharem melhor, terem casa, bons colégios, melhor orientação, entre outras diferenças, ajudaria a um envolvimento maior na verdadeira guerra que se seria travada. O primeiro momento seria um tratamento de choque, desorganizando o crime, desestruturando as suas bases e reocupando os espaços públicos.

Essa atitude do governo mexicano, começa a apresentar resultados na redução da escalada da violência. No planejamento estabelecido, após o tratamento de choque com o uso das Forças Armadas, passou-se a etapa seguinte que seria o processo de seleção dos novos policiais, examinando-se o seu passado, antecedentes, formação, etc. e sendo extremamente rigoroso ao excluir os que tinham tido histórias de envolvimento com corrupção, milícias, crime organizado, etc.

Também, para a criação dessas verdadeiras tropas de elite, além dessa seleção rigorosa, estabeleceu-se  que deveria se  pagar um auxilio de insalubridade — diferencial de salários — seguro de vida, casa própria, colégio de boa qualidade, financiamento de veículo, entre outros “fringe benefits”. E a idéia é que, com o tempo, dependendo dos resultados alcançados, tais benefícios seriam estendidos para toda a polícia.

No caso, como ocorre com a idéia das UPPs do Rio, elas só tenderão a estabelecer resultados definitivos e promissores, na proporção em que muitos serviços sociais fundamentais, inclusive nas áreas de segurança, saneamento ambiental, mobilidade urbana, educação, saúde, entre outros, deixarem de serem providos pelo crime organizado!

O estabelecimento de bases concretas para o exercício livre e soberano da cidadania passa pelo reestabelecimento da confiança e do respeito da população pelas autoridades e instituições e pela devolução dos espaços públicos aos cidadãos. Ou seja, os recentes ataques do crime organizado, inclusive mobilizando a própria comunidade para colocar-se contra a própria polícia é fruto, não apenas da desinformação mas também porque os serviços públicos essenciais ainda não estão sendo providos pelo poder público, a confiança da população nos órgãos repressores ainda é muito limitada e, as perspectivas de uma vida mais tranquila e melhor organizada, ainda não são visíveis pela população.

Claro que numa visão compreensiva do processo, na proporção em que se afastar da cabeça das pessoas a idéia de que a impunidade é flagrante e afeta mais aos que podem menos; que os presídios forem cursos de doutorado em criminalidade; que as casas de correição de menores forem cursos de formação de delinquentes; e que não se instaurarem processos de investigação criminal para a maioria dos crimes;  bem como, continuar o País sem que se implante o registro único de identidade e sem que haja a integração de bancos de dados de informações penais, de roubo de cargas, de crimes contra a vida e o patrimônio, será difícil o combate efetivo ao caos que se estabeleceu.

Por outro lado, é crucial que se acabe com policiais em atividades burocráticas ou fazendo segurança de autoridades, bem como venha a se prover treinamento e qualificação para que os integrantes dessa importante atividade entendam que hoje devem se portar como uma polícia cidadã, gerando confiança e se integrando ao espirito e aos sonhos das comunidades onde servem.

O certo é que é preciso começar com alguma ação e não ficar dando explicações por que não se fez ou estabelecendo o jogo de culpas entre os níveis de governo além de justificar a impossibilidade de que é impossível organizar uma ação articulada entre os três níveis da Federação. Fica até ridicula tal afirmativa na proporção em que no Brasil, como é deveras sabido e notório, a Federação é uma farsa,  a autonomia municipal é uma ficção e, todo o poder, os recursos, os meios, estão concentrados nas mãos do Poder Central.

OS TRABALHOS DE HÉRCULES E DILMA EM SEU LABIRINTO!

O cenarista, ao tomar emprestado à mitologia grega a epopéia de Hércules e os doze trabalhos que lhe eram cobrados por Ártemis, quis demonstrar que, dado o enorme grau de urgência e relevância dos doze projetos mais importantes e de caráter mais estruturante de todos aqueles que compreendem o PAC, a ineficiência, a falta de planejamento e a má gestão que domina as ações de governo, impediram a sua necessária e urgente concretização!

Se se considerar a crise energética e outros sérios problemas que ora se colocam, com todos as suas características e os desdobramentos que representarão ônus maior para a economia e para o bolso dos contribuintes, então pode caber uma nova dúzia de desafios que assustam os brasileiros e põem em risco o seu hoje e o seu amanhã.

A crise de insegurança que assola o país e a demonstração de impotência que tem caracterizado a inação e o discurso vazio de um ministro da justiça que, até hoje, não conseguiu articular um pacto federativo para coordenar um conjunto de trabalhos e providências para o enfrentamento dessa chaga que assusta, intranqüiliza e provoca aindignação dos cidadãos, demonstra a incúria das autoridades constituídas, que se mostra, ululante!

Se esses dois problemas já estavam tirando o sono de muitos cidadãos, se se agrega a inviabilização das cidades, com seus gravíssimos problemas de mobilidade urbana, a precariedade dos serviços públicos essenciais, as questões ambientais de toda ordem, afora outros problemas e desafios, aí a angústia dos cidadãos cresce até a exasperação.

Mas os desafios de Dilma não se restringem apenas a tais macro problemas ainda sem o adequado encaminhamento. Também os problemas ainda dramáticos das secas no Nordeste e, agora, a seca no Sudeste, assustam mais que as enchentes no Norte e a repetitiva tragédia anunciada das enchentes e dos desabamentos no Rio e em Santa Catarina!

Além desses problemas, a crise fiscal, a deterioração das contas externas, a crise de confiança dos agentes econômicos no Governo e as perspectivas nada otimistas quanto ao crescimento do PIB e de uma possibilidade de um arrefecimento das tendências altistas dos preços, Dilma ainda tem que lidar com o fantasma do Lula, as suas crises existenciais de uma ex-stalinista-leninista, além de um entorno de cobranças de aliados, sindicalistas, petistas e pseudo-intelectuais de esquerda, que estão a fazer o seu inferno!

Afora isto, para Dilma, é um horror ter que explicar para a sociedade as falcatruas, os desvios de conduta, a corrupção generalizada, as atitudes aéticas em tentar impor comportamentos inaceitáveis, no trato de dados e informes estatísticos básicos do País, buscando desvirtua-los, por parte de seus assessores, com objetivos político-partidários escusos! Se isto já não seria pouco, o quartel general instalado dentro do próprio Palácio,b segundo alguns comandada pelo Secretãrio Geral, Gilberto Carvalho, orquestrando a estratégia da confusão, das manifestações induzidas e das provocações para que se faça da campanha eleitoral, uma guerra sem limites e sem escrúpulos, é algo que, até para uma Dilma, ex-guerrilheira, hoje cansada de guerra, estaria gerando dores de cabeça de nível bastante elevado.

Na verdade, a situação no País anda tão confusa que, só a expectativa de que Dilma se estabilizasse na pesquisa de opinião levou a bolsa a cair e, diante da estratégia petista de procurar mostrar que os adversários querem acabar com o bolsa-família para os pobres e o bolsa-BNDES para os ricos — os grandes empresário –, além da proposta do terror nos embates com os demais contendores, assusta e preocupa todos os cidadãos de bem do País!

Assim o quadro que se arma não é nada edificante e a tendência é que se faça uma campanha que não dirá nada de novo para os brasileiros e não crie a esperança de que algo será melhor, independente de quem ganhe o pleito.

A gente tenta estimular um certo otimismo mas, os dados, os informes, as circunstancias, todos conspiram para que o otimismo se esvaia. A única coisa que pode gerar alguma perspectiva mais cor de rosa para o país é aquela de uma virada de jogo e, depois de mais de doze anos, o projeto petista seja substituído por qualquer projeto, menos aquele inspirado e orientado pelo velho Lula, cansado de guerra!

Assim, por mais que se queira ser condescendente com Dilma; por mais que se admita que Lula poderia ser o cara legal de antes; por mais que se admita que os petistas poderiam incorporar algo de novo e de estimulante ao processo, o sentimento geral é que o povo cansou do discurso, da conversa, da não proposta e das pseudo-idéias dos petistas.

Acabou!

OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES!

Quando os cidadãos brasileiros estão buscando vislumbrar perspectivas mais positivas para o Brasil, algumas informações, alguns dados, algumas atitudes políticas, deprimem quantos gostariam de voltar a acreditar no amanhã desta imensa pátria!

Hoje, três notícias preocupam, deveras, os brasileiros. A primeira delas informa que, o aumento exagerado das tarifas de energia elétrica, para as empresas, tem levado a que, muitas delas vendam a energia que dispõem e mudem as suas operações para o exterior! Isto é algo preocupante tanto quanto o denunciado processo de desindustrialização que vem ocorrendo e sendo objeto de preocupação, desde de 2009, por entidades representativas do setor e por economistas que assistem a perda de posição relativa da indústria manufatureira brasileira, no contexto da economia mundial.

Os dados sobre o varejo vem mostrando um desempenho deveras preocupante, conforme exaustiva matéria publicada, hoje, dia 19 de maio, no Correio Brasiliense. Se as previsões de crescimento do PIB vem encolhendo a cada reavaliação das estimativas dos vários institutos e, como, diante do pouco dinamismo da economia, cai o poder de compra da renda dos brasileiros também em face da resiliencia da inflação. E isto vem provocando uma redução do dinamismo que o mercado interno favorecia à expansão da economia.

As 12 obras mais relevantes do PAC, entre elas as grandes hidrelétricas em construção, a Refinaria Abreu e Lima, a Transposição das Águas do São Francisco, a Ferrovia Norte-Sul, entre outras, tiveram os seus valores aumentados em 42 bilhões, de 2010 para cá, representando um estouro abissal do orçamento! A Refinaria Premium, do Maranhão, já dispendeu 2 bilhões e tem apenas um terreno parcialmente terraplenado o que, demonstra o nível eE incompetência no trato da coisa pública do País!

E, tudo isto ocorre porquanto, num verdadeiro conluio entre empreiteiros e governo, as licitações são realizadas sem que se tenham os projetos executivos concluídos e, apenas, as coisas são autorizadas com base em limitadíssimo e precários projetos iniciais ou pré-projetos. Ou seja, feita as licitações e publicados os ganhadores, são as próprias empresas vencedoras das licitações a quem cabe, após estabelecidos e homologados os resultados da concorrência, a elaboração dos projetos executivos. E, de imediato, tais empreiteiras já solicitam a revisão dos orçamentos e os reajustes dos valores! Abreu e Lima, a primeira refinaria prometida para o Nordeste, inicialmente orçada a sua construção em 4 bilhões, deverá ser concluída, no mínimo, a um custo de 40 bilhões!

Se se considerar as obras da Copa, os estádios estão saindo por valores muito superiores aos inicialmente orçados. A título de exemplo, o de Brasilia, inicialmente previsto para algo em torno de 500 milhões — era só a reforma do antigo estádio! — está saindo por mais de 2 bilhões de reais. As obras de mobilidade urbana, todas atrasadas e de qualidade discutível, são outra demonstração patente de incompetência gerencial e corrupção explicita por parte das entidades governamentais.

Por fim, a atitude do comando geral da campanha de Dilma, liderada pelo Maestro Lula, informa que a disputa tem que ser na base do “olho por olho, dente por dente” e, conforme já demonstrado em outros pleitos, pelos petistas, “do pescoço para baixo, tudo é canela”. Ou seja, nesse vale tudo, a campanha vai abusar de atitudes aéticas, dentro da idéia de que “só o perder é que é feio”.

A demonstrar a intolerância comandando a violência, a Revista Veja dessa semana, mostra um dirigente petista do Conselho de Ética do PT do Rio Grande Norte, Sérvulo Oliveira que, além das mais terríveis imprecações contra o Presidente do STF, inclusive propondo que alguém atirasse uma bala na cabeça de Joaquim Barbosa, estimula e incita a violência! É seguido por um outro celerado do interior de São Paulo, um tal de senhor Granado, com o mesmo tipo de provocação e de incitação à violência. Aparentemente, tudo pela causa petista, mas, também, aparentemente, o que se deduz é que estariam, esses black blocs a serviço de José Dirceu, de José Genoino, de Delubio Soares, entre outros.

Diante de um comportamento beligerante e tendente a massificar atitudes agressivas, violentas e intimidatorias desse jaez, o país pode enveredar por um caminho de violência sem igual, estimulado pelas paixões verdadeiras ou pecuniariamente bem remuneradas! E o pior, diante da indiferença das autoridades constituídas e, pasmem, a agressão a um homem de cor como Joaquim Barbosa, independentemente de ser Presidente do Supremo, deveria ter contado com o repúdio e a manifestação de solidariedade das organizações que se dizem lutar contra a discriminação étnica e de cor! E, dominadas que são por opções partidárias, tendem a silenciar diante de descalabros dessa ordem para atender aquilo que satisfaz a próceres e dirigentes partidários!

Por outro lado, a completar o abandono das discussões que eleições gerais poderiam propiciar, diante dos graves problemas e desafios que o País enfrenta, a própria Copa representará uma espontânea manobra diversionista a afastar o envolvimento e comprometimento da sociedade brasileira com o seu hoje e o seu amanhã!

A Oposição, um tanto quanto acuada, porquanto não consegue vender esperança consequente, a partir de um discurso convincente e afirmativo e, temerosa de que a CPI da Petrobrás possa lançar salpicos sobre os seus próceres. Ademais, sem saber como atingir o calcanhar de Aquiles do governo petista, tenderá a apostar numa espécie de “fadiga do material” ou cansaço da população diante das contradições e limitações petistas, para lograr êxito nas próximas eleições presidenciais. E, a tendência, é que, diante da atitude de governistas e de oposicionistas, não se logrará êxito na tentativa de discutir a agenda fundamental tão cobrada pelos problemas do País.

Os graves problemas não serão discutidos e, apenas a troca de insultos e agressões, além de níveis de violência que não se sabe aonde chegará, serão os elementos que dominarão os debates e a cena, daqui por diante. Aliás, na agenda do povo, parece que só sobrará a Copa, até quando o Brasil não tropeçar; na dos políticos, só os insultos e, na agenda do cidadão, só a perplexidade e o desencanto!

UMA ALFORRIA PARA O POVO BRASILEIRO!

Dia 13 de maio é a data da celebração da abolição da escravatura no Brasil. É também o dia da primeira aparição da Virgem Maria as três crianças, na Cova da Iria, em Fátima. Como o dia é de um enorme simbolismo histórico e religioso, deve servir para uma reflexão sobre o que a cidadania responsávelmente exercida pode fazer em favor do “desatar os nós” que hoje infernizam a vida de todos os brasileiros.

As questões fundamentais que atormentam os brasileiros, nos dias que correm, ficam por conta da insegurança presente em todos os estamentos, lugares, bairros e segmentos da sociedade, além da sensação de impotência que domina sociedade como um todo! Se essa momentosa questão já enche as medidas em termos de atormentar a sociedade brasileira, máxime porque está criando uma cultura de “fazer justiça com as próprias mãos”, por outro lado, a crise de credibilidade e de confiança em que mergulham as instituições torna as circunstancias experimentadas pelo Brasil deveras preocupantes.

Na verdade, além da crise de identidade por que passa os mentores do processo político nacional, notadamente a Presidente, Lula e os petistas, não se sente, na oposição, uma postura afirmativa no sentido de mostrar, a todos os cidadãos de que, se o caminho não é esse até agora trilhado pelos que fazem o governo, existem alternativas capazes de reacender as esperanças de que, as coisas poderão encontrar um rumo mais seguro e confortável.

Claro que, a partir de agora, caberá aos cidadãos brasileiros, exigir dos candidatos, uma agenda objetiva e viável para o enfrentamento das questões fundamentais que os angustiam como a questão da segurança publica, o reestabelecimento dos fundamentos da economia, a retomada dos investimentos para garantir a manutenção do nível de emprego e a continuação de propostas destinadas a reduzir as desigualdades sociais, máxime aquelas ligadas a educação, a saúde e ao saneamento e as relativas a melhoria da qualidade de vida das cidades.

E, outrossim, que as propostas venham seguidas de estudos de viabilidade que deem a convicção de que elas poderão ser executadas, em prazo definido e, segundo meios e instrumentos capazes de convencer de que as coisas irão acontecer.

Se não for pedir muito, se Nossa Senhora de Fátima puder interceder no sentido de dar seriedade, compromisso e dignidade aos homens públicos desse país, nesse momento, tão necessário à busca de rumos e de caminhos para o País, os cidadãos brasileiros serão eternamente grato a ela e, nesse dia, estarão vendo uma nesga de esperança de que a alforria que os negros conquistaram em 1888, poderão negros, pardos, índios, brancos, amarelos, imigrantes, também poderá se repetir agora. E que a Copa possa ser um momento de verdadeira alegria e não uma catarse diante de tantos dramas e problemas vividos pelos brasileiros.

PS: Como diria aquele colunista “o erro não foi do redator mas do revisor” quando saiu a grafia errada de alforria com um só r!

É PRECISO ACREDITAR QUE TUDO PODE VIR A SER MELHOR!

A coisa está de vaca desconhecer bezerro. O pessimismo toma conta de tudo. O brasileiro, o utrora o chamado homem cordial, afável e hospitaleiro, está sumindo. Pelo temor da violência que está em todos os lugares, em todos os ambientes e em todos os níveis de renda, de escolaridade e o quer que diferencie o status das pessoas, não se ouve outra coisa a não ser o relato de tragédias e temores de serem acometidas de violência de toda ordem.

Os espaços públicos foram usurpados ao povo, por traficantes, delinquentes e criminosos, sem que os agente públicos qualquer coisa fizessem para impedir que tal ocorresse! As pessoas buscam corrigir a omissão do estado, mostrando a sua indignação, ora se trancando atrás de grades, contratando segurança privada, armando-se e rezando para que o pior aconteça com os outros e não com elas. As mais revoltadas e se achando impotentes, para chamar atenção para o descalabro que reina nas comunidades, incendeiam ônibus e outras propriedades privadas; promovem a barbárie que são os justiçamentos, as execuções e os estímulos a gestos como a defesa da redução da maioridade penal para pequenos delinqüentes ou a proposição do estabelecimento da pena de morte, por estas plagas!

Todos são gestos de desespero de uma sociedade que não crê nas instituições e nem nos homens públicos e, numa manifestação de completa desilusão, os que podem, só pensam em deixar o país e os que não podem, ou se escondem, atrás de grades ou, até mesmo acabam se aliando ou se mostrando lenientes com o crime organizado para, dele não ser vítima.

O estado de ânimo da população, não é apenas de um pessimismo avassalador, mas de uma certeza de que marcha o país para uma crise inexorável e, talvez, até inadministrável!

E, o que se podem fazer aqueles que formam opinião e tem responsabilidade para com a construção da sociedade? Ficar passivo, aceitar a leniência, fugir da responsabilidade e assumir o pessimismo que hoje grassa por toda a sociedade?

Não e não! Diante de toda a crise de credibilidade das autoridades, da violência que grassa por toda a parte, do medo e da omissão dos cidadãos; mesmo diante de tantos descalabros, há que buscar reconstruir o caminho do país para a marcha para a sociedade que os brasileiros desejam e pretendem ver prosperar.

E, o que fazer? Em primeiro lugar, é preciso acreditar que a democracia só vale pela capacidade que confere aos cidadãos de excluir aqueles que não cumpriram com aquilo que prometeram e aqueles que não atenderam as expectativas que fora por eles criadas. Assim, uma das virtudes da democracia é propiciar a chamada alternância do poder, o que permite gerar sonhos e esperanças de que as coisas poderão tomar um rumo diferente do que tomaram até agora.

Assim, os dados de preferências eleitorais mostram já que, o segundo turno é, praticamente uma certeza vez que a soma das opções dos candidatos de oposição, já supera aqueles alcançados pela Presidente Dilma. Em isto ocorrendo e se consolidando, ter-se-á como possível e viável, que se limite a possibilidade da continuidade e da mesmice que se experimentou até agora. Se isso é verdadeiro, há razões para criar um novo ânimo e de cobrar dos atuais candidatos uma agenda que enfrente os principais problemas e desafios que o país ora se defronta.

O que se fará frente a violência avassaladora? Quais as medidas de curto prazo e aquelas de médio e longo prazo? O que fazer para reprimir essa tendência da sociedade de fazer justiça com as próprias mãos? Que proposta se pode apresentar, a partir de experiências como as das UPP’s, da polícia paulista e da polícia de Pernambuco, para conter a escalada de violência? O que fazer para impedir o vandalismo propiciado pela reação da sociedade, industrializada e trabalhada, por interesses, as vezes inconfessos, contra a polícia, admitindo que tudo que é de bala, perdida ou não, que tenha matado até mesmo, policiais, fora disparada pela própria policia?

Claro que superar a corrupção nas polícias, o conluio entre justiça e o crime organizado e o despreparo da polícia civil para conduzir processos criminais, além da precariedade e limitação da capacidade presidional do País, não é tarefa simples e demanda um conjunto de ações integrada dos níveis de governo, da justiça e da sociedade civil, como forma de ir superando, gradativamente, tais problemas.

Um outro grave e difícil desafio é como conduzir a questão dos menores delinquentes, hoje os maiores responsáveis pela grande parcela dos crimes brutais, sabido é que os mesmos estão sendo usados pelo crime organizado para o cometimento de tais delitos brutais. A sua iniputabilidade é trocada pela impunidade dos meliantes a serviço do crime organizado.

Há problemas no país que, se a sociedade não resolver assumi-los, dificilmente serão superados como é o caso da insegurança, do saneamento ambiental, da mobilidade urbana afora questões mais difíceis, como os problemas estruturais — educação, saúde, gestão pública — já há tanto tempo cobrados pela nação.

Antes de propostas objetivas, este cenarista gostaria de lembrar que problemas tão graves só são resolvidos quando algum herói ensandecido de esperança como Tiradentes ou alguém que vê longe a miragem como ocorreu com JK, aparece ou que uma idéia-força mobilize e sensibilize a sociedade em torno de possíveis caminhos e alternativas.

Voltará o cenarista a intentar propor, sem se atrever ao papel de sábio ou de iluminado, o que se pode fazer para ir encaminhando, pelo menos, a grave questão da violência e da insegurança que toma conta, não apenas das grandes cidades, mas de todos os pontos do território nacional.

É preciso que se tenha a visão do todo do problema mas que se tenha consciência de que só se pode resolvê-lo na proporção em que, com humildade, partes do problema sejam atacadas de maneira objetiva e com a perspectiva de permanência.

AINDA HÁ ESPERANÇA!

Não é porque a Presidente Dilma afirmou, recentemente que, apesar dos problemas de crescimento, de inflação resiliente e de precariedade na oferta e qualidade dos serviços oferecidos à população, inclusive no que diz respeito à segurança e ao combate a violência, em todos os sentidos e em todos os níveis, que se vai acreditar que, em 2015, o Brasil vai bombar. Não é bem por aí. Na verdade, o que esperam economistas, cenaristas, articulistas e políticos sérios é que, 2015, será um ano tão amargo que vai fazer com que os brasileiros tenham saudades de 2014 e sonhem com um 2016, menos pobre de expectativas e de resultados que o já considerado famigerado 2015!

Na verdade, embora haja essa visão pessimista, há a chance de um possível renascer de esperanças. Claro que elas não decorrem de uma previsão do PIB de apenas 1,8% para este ano contra 5,4% dos Brics; de 2,6% para os Estados Unidos e de 3,4% do mundo; nem tampouco diante do alerta do Deutsche Bank, um dos maiores emprestadores de fundos ao Brasil que, chamando a atenção dos aplicadores para os riscos do Brasil, sugere a investidores que reduzam os seus aportes de recursos nos papéis brasileiros, em favor de outros mercados emergentes.

Assim o que leva a alguém que se possa acreditar em algo capaz de mudar o quadro um tanto sombrio em que está mergulhado o Pais? Mesmo com o PIB encolhendo, com a inflação recrudescendo, com o desequilíbrio externo aumentando e com a prática de “justiçamento”, algo hediondo ora ocorrendo no país e se tornando uma constante — mesmo sendo uma atitude de barbárie –, nem por isso os brasileiros perderão o que dizem os sociólogos cá de dentro como os de lá fora, o otimismo e a postura positiva dos patrícios em relação a vida, que são únicos e incomuns no mundo inteiro.

Tal afirmação levou o sociólogo italiano Domenico di Masio, famoso pela sua obra mais conhecida, “O ócio produtivo”, a afirmar, em entrevista a um repórter brasileiro, que concordava com Sergio Buarque de Hollanda no que ele chamava de o brasileiro ser um homem cordial. Só que Buarque de Hollanda referia-se a cordialidade do brasileiro com o fato, apenas, de ele ser contrário a formalidades, dado a agir pelo coração, e, portanto, ser muito mais ajustado ao que ficou conhecido como o famoso “jeitinho” do que com qualquer atitude de não beligerância. Di Masio, fala de uma maneira que o diferencia da idéia básica de Buarque de Hollanda, porquanto ele se refere ao Brasil como um País que, embora tenha problemas graves como a grande distância entre pobres e ricos, um elevado analfabetismo e uma corrupção quase endêmica, poderá dar grande contribuições ao novo modelo social que se pretende construir para o mundo. Para tanto, o sincretismo, a postura positiva em relação a vida e a aversão à guerra, ajudam a tanto. É possível aí também colocar a própria miscigenação racial como elemento contributivo do perfil brasileiro a esse projeto maior.

Mas, as esperanças agora se fundam no fato singular de que o brasileiro não perdeu a sua capacidade de se indignar e de reagir a atitudes que buscam retirar-lhe a decência e atitude respeitável e responsável. A reação dos funcionários do IBGE, uma instituição secular com uma enorme folha de serviço ao Brasil, validada, depois, pela sua Presidente, demonstra que ainda se pode acreditar em algo digno e respeitável no Brasil.

Da mesma forma que fizeram os técnicos do IPEA quando, recentemente, reagiram quando quiseram “aparelhar”, dando-lhe um viés partidário-ideológico e, com isso, forçaram alguns dos seus melhores quadros a afastarem-se do órgão! Para não serem acusados de terem sido cooptados para manipular dados e informações técnicas, muitos deixaram a instituição até que novos tempos ali chegassem e novos ventos alí soprassem, atitude a demonstrar que ainda há jeito para o Brasil.

Agora mesmo, a atitude do Presidente do Banco Central, insistindo em que só há trabalho sério no que diz respeito a moeda, se o órgão for independente e não for objeto de uso político, como o que ocorreu com a Eletrobrás e a Petrobrás pode estar a demonstrar que um novo tempo está surgindo!

A tendência é que, tomara que tais exemplos comecem a se espalhar e proliferar pelo País e, de repente, uma onda de ética de compromisso e de responsabilidade tome conta de muitas instituições do Brasil.

Os exemplos citados não representam muito em termos de dignidade e decência que tanto carece o país. Mas, começar é preciso e, o que ocorreu, já é o tal começo, para mostrar que ainda há gente que quer preservar valores fundamentais à construção da sociedade que pretendem os brasileiros e que pode vir a dar uma saudável contribuição ao projeto social de que fala Domenico di Masio e a construção da verdadeira civilização dos trópicos, que este cenarista teima de achar que destas plagas, surgirá.

RAZÕES PELAS QUAIS LULA NÃO SERÁ CANDIDATO!

Existem várias razões pelas quais Lula não seria e não será candidato! Mesmo que as coisas se compliquem para os lados de Dilma, mesmo no desespero do PT, Lula não assumiria o risco de se aventurar a uma disputa que ele não tem menor idéia em resultará.

Isto porque a realidade atual nem tem nada a ver  com 2002 e nem o desejo de mudança apostava tanto as suas fichas no metalúrgico fazendo com que ele se transformasse no estuário das esperanças de milhões de sem vez e sem voz, Brasil afora!

Os tempos são outros e as circunstâncias são diversas. Sabe bem o ex-presidente que a economia se desorganizou de tal maneira, os seus fundamentos estão totalmente desalinhados, a confiança dos agentes econômicos está muito baixa e o otimismo da população perdeu o elan de outrora. Além de ter que dar um pesado e desgastaste freio de arrumação para reorganizar as finanças públicas e restaurar a confiança dos agentes econômicos, a atividade produtiva internacional ainda retoma, lentamente, o dinamismo de outrora. E, até mesmo as agências de rating só irão sugerir o Brasil como destino de aplicações em Bolsa, investimentos diretos e outras ações  de investidores externos, quando tiverem a certeza de que uma política de austeridade estará sendo aplicada e,  inclusive, conhecendo a competência e confiabilidade dos novos gestores.

Ademais, Lula acumulou muitos questionamentos relacionados ao seu comportamento é a de pessoas a ele muito próximas o que, com certeza, criou para ele, um imenso telhado de vidro. Ou seja, diante de todo o poder que enfeixou nas suas mãos, nesses últimos doze anos e, os escândalos que vem pipocando, são a ele atribuída a responsabilidade, diretamente ou indiretamente, pelos desvios de conduta da companheirada! Com certeza, muita coisa nele respingará ou será explorada para mostrar ou a sua conivência ou a sua leniencia para com os mal feitos ou para com a má conduta dos parceiros e aliados.

Também, pesará na sua decisão a reflexão de que, quando se candidatava em 2002, naquela oportunidade ele sabia que iria receber um governo bem arrumadinho, com uma equipe econômica básica da melhor qualidade e acreditada no mercado, além de ter conhecimento de estudos de perspectivas mostrando que a economia mundial ia ingressar num período de expansão dinâmica, com saudáveis reflexos sobre as economias emergentes. Ademais, havia, no mercado, abundância de fundos e recursos financeiros internacionais em busca de oportunidades de investimentos e, como fator desequilibrador, de forma positiva, uma China que iria bombar, com a sua demanda, o mercado de commodities, notadamente o de alimentos e o de minerais estratégicos.

Por outro lado, duas coisas inexoráveis eram esperadas  ocorrerem com Lula. Primeiro, os desgastes, o cansaço e a diminuição do entusiasmo que o tempo e a idade provocam, sem considerar a precariedade da saúde. Por outro, a humildade e o medo de errar dos primeiros anos de poder, r transformaram-se em arrogância e em prepotência.

Ademais, todo exercício do poder, notadamente longo, produz uma legião dos que se sentem frustrados, desencantados, injustiçados e que se acharam marginalizados ou, pela sua avaliação, admitem que não receberam os prêmios devidos pelos sacrifícios feitos ou a solidariedade que esperavam em momentos de dificuldades ou de constrangimentos. Esse é um preço alto a pagar pois muitos se sentiram pisoteados pelo próprio Lula, no seu itinerário.

Finalmente três agravantes adicionais para levar Lula a nào aceitar o sacrifício. Um, é que a base parlamentar que a seu tempo, praticamente não mostrava fraturas e nem dissidências, hoje é una espécie de geléia geral. Segundo, a militância que outrora vivia de sonhos, não é mais aquela pelo desencanto, pelo cansaço, pela frustração diante de um partido que foi construído sob a égide da ética e a mandou para o espaço e pelo próprio pragmatismo que a leva a exigir, agora, a retribuição pecuniária pelo seu trabalho.

E,  “last but not least”, como ser candidato, tendo que escantear Dilma e, com certeza,  ter que enfrentar a sua ira, ela presidindo o governo e se sentindo traída e enganada pela base, pelo partido e pelo próprio Lula? O seu ódio e a sua vingança irão além da de Medéia contra Jason e o contra o Rei Creonte!

Seria muito difícil para Lula explicar como a Petrobrás quebrou e, o que valia 470 bilhões hoje vale menos da metade? E uma Eletrobrás, vendendo energia 92% mais barato que o mercado e acumulando um prejuizo de 13 bilhões de reais em dois anos? E o desemprego que era de 5,1% atingindo 11,2%? E, todos os cabeças coroadas do partido tendo sido ou amargando o xilindró por desvios de conduta? E por que a economia não anda, a credibilidade caiu, a inflação atinge os mais pobres de maneira pesada e a violência recrudesceu no período petista? Vai ser preciso muito latim para explicar tantos erros, bobagens e incompetencias perpetradas.

SÓ LULA SALVA! SERÁ?

 

As coisas estão complicadas para o PT e para os aliados. Viabilizar, eleitoralmente, Dilma, parece, pelo cenário que se vislumbra, tarefa hercúlea. Tornar Lula o substituto de Dilma, também se coloca como um desafio que vai além da competência dos marqueteiros e das habilidades e salamaleques do ex-presidente. Parece que ou o tempo passou ou há uma clara fadiga do material e já se mostra um espécie de ar de cansaço para com  o PT, não só em função do aparelhamento do estado por sindicalistas, o que baixou, sobremaneira, a qualidade dos serviços prestados pelo poder público,  bem como, diante da presunção e daarrogância   dominando as relações governamentais.  O que se presume por alguns sinais exteriores, é que já esteja se forjando, na sociedade, um desejo de mudança propiciada pela comunicação e interação possíveis graças as  redes sociais e a um intenso papel crítico da mídia.

As coisas e as circunstâncias estão confusas e mudaram, substancialmente, nos últimos tempos!

O PT, ao que tudo indica, não dispõe mais de um discurso que sensibilize sequer o pessoal do bolsa-família. Isto porque, as pessoas acostumaram-se a tal conquista e concluíram que não importa que alguém ou algum candidato ameace que o programa vai terminar. Elas concluiram que isto é, em definitivo, uma conquista e que ninguém irá tirá-la.

Hoje as pessoas, notadamente o cidadão comum, estão mais preocupadas com outras questões que as afetam, dramaticamente.  A inflação que corrói, não apenas os seus salários, reduz o seu poder de compra e desorganiza as finanças pessoais,  como também põe em cheque a sua qualidade de vida é hoje problema número um na agenda da nova classe média brasileira. Isto porque, os dados confirmam que os preços dos alimentos, notadalente para esse segmento populacional, tem subido muito acima da inflação oficial.

Se a questão da inflação desgasta por demais o governo e o PT, os novos dados de desemprego, divulgados pelo DIEESE, assustam diante do que se propalava até agora,  que era uma taxa de 5,1%. O novo dado eleva para 11,2%!

Não adianta dizer-se que Lula tem a varinha de condão para buscar saídas para o País. 2015 é o ano onde a coisa vai pegar. A crise é grande e, 2015 será o ano onde, ou se estabelecem medidas duras para reorganizar a economia, repor a política externa, buscar novos caminhos para  a atração de novos investimentos e reestruturar a desorganizada administração publica do país  ou, a vaca vai para o brejo.

O imbróglio está feito. Estão todos os governistas feitos cegos em tiroteio. Não sabem para onde vão e nem a quem buscar pois que as coisas foram desarumadas de tal maneira que será muito difícil pô-las em ordem outra vez.

Para onde vai o País! A elite não sabe. A classe média muito menos. A pelegada também não e, até os petistas e sindicalistas, mesmo temerosos de perderem a sua boquinha, não sabem em que esse samba vai dar.

E DILMA MAIS SE ENROSCA!

 

Se fossem só os dados desfavoráveis das pesquisas — preferencia eleitoral cai para 37%, Aécio atinge 21,6% e Eduardo Campos alcança 11,8%, sem contar os participantes e concorrentes dos pequenos partidos  — além do fato de que o índice de aprovação do governo ter caído de 36,4% para 32,9%, algo bem próximo do que ocorreu em julho de 2013 quando alcançou 31,3%. As coisas já se mostrariam deveras complicadas apenas com a tendência de desaprovação do governo — 46,1% desaprovam-na como presidente -! O que mostra que a maré não está para peixe é, sem que os mesmos houvessem feito ou dito ou proposto qualquer coisa de interessante, os atuais concorrentes ganharam os pontos que Dilma perdeu. Por outro lado, o clima de desespero nas hostes petistas, conforme declaração do Líder Deputado José Guimarães, de que é preciso, urgentemente, mostrar que Lula está com Dilma e, o “Volta, Lula!” não vai prosperar, demonstra, à saciedade, que as coisas tendem a se deteriorar mais e mais.

E, é preciso acrescentar que se fora apenas um momento circunstancial da pesquisa ou uma mera fase no humor do eleitorado como ocorreu após as manifestações de junho passado, isso poderia ser revertido com fatos novos ou com expectativas mais favoráveis. Mas não parece ser isto o que está a ocorrer. A questão é deveras mais grave pois representa uma convergência de problemas que, lamentavelmente, cada dia mais se agudizam.

As questões economicas, por si só,  já carregam uma dose de pessimismo que atrapalha os planos de Dilma em termos de vender uma imagem de que as coisas não estão tão más ou que elas decorrem de um quadro internacional nada favorável. A argumentação é frágil e pouco convincente. Por outro lado, o conceito que foi vendido da Presidente de ser uma competente gerente, tem caído por terra com os fracassos dos PACs, da área energética, do enfermo programa Mais Médicos e do desastrado encaminhamento da política externa do Pais.

Até a idéia que começou a ser vendida, no inicio de seu governo, de que ela se portaria  como uma faxineira cívica diante do desvio de conduta de seus auxiliares, foi sendo afrouxada, não só para garantir o respaldo político-institucional e parlamentar, mas, por pressão da base. Dilma teve que fazer concessões as diatribes de correligionários e de aliados.

Por outro lado, sofre Dilma de sua incapacidade intrínseca  de cortejar os políticos e de não saber lidar com os seus problemas, expectativas e demandas às vezes, pouco respeitáveis! Por outro lado, por não ser uma petista de origem, mas pura por cruza, se assim se pode admitir, Dilma nunca foi muito engolida pelos petistas. E, ela também, pelo seu jeitão arrogante, prepotente e, muitas vezes, deselegante, distanciou companheiros e correligionários de seu circulo mais intimo.

Dilma ainda sofre do fogo amigo patrocinado pelos companheiros mais próximos de Lula e, pelo próprio que, por vaidade pessoal, alimenta a perspectiva de um “Volta, Lula” o que, convenha-se, tem gerado problemas os mais sérios para a caminhada de Dilma. Agora mesmo, o gesto do Lider do PR, fazendo a aposição do retrato de Lula em seu gabinete, representou uma afronta a Presidente.

Se esses problemas jå são suficientemente sérios e as expectativas sobre o andamento das questões mais urgentes e relevantes do País não são  nada otimistas, as dificuldades  com os palanques estaduais estão ainda mais complicadas,  como ficou demonstrado no comentário de ontem. Ali, avaliando as perspectivas eleitorais de Dilma, estado por estado, vis-a-vis de 2010, não surge um colégio eleitoral, de maior densidade, que se possa esperar por uma vitória incontestável da Presidente.

Se o problema for analizado também dentro da perspectiva dos partidos que a apoiam, então a coisa vai se tornando cada vez mais complicada. O PT, como se diz, além de ter o fator desequilibrante Lula, parece mais uma escola de samba diante do numero de alas e, consequentemente, de pretensões. O velho PMDB, vai constituindo os seus palanques estaduais, face a sua formação e visão puramente parlamentarista, deixando Michel Temer prometendo o que não tem e o que não pode. O PSB e a Rede já estão fora da coligação. O Solidariedade de Paulinho da Força parece já afinado e acertado com Aécio.  O PDT aguarda para ver “para onde as malas batem”  saber que rumo tomar. E  o PR, com o gesto do seu Líder na Camara, já sinalizou o que pretende fazer. O PSC já definiu que terá candidato próprio a Presidente, no caso o Pastor Everaldo. O PSD de Kassab já está de namorico com Alkimim, em São Paulo.

Enfim, se o espatifado é grande nas composições estaduais, agora pela posição dos partidos  da base de sustentação do governo não há qualquer garantia que os supostos atuais aliados da Presidente marcharão, coesos, com ela.

Pelo que se pode concluir, a Presidente tem poucos graus de liberdade para costurar algo que não soube fazer com o tempo que passou na Presidencia e com os instrumentos com que contava. E, nessa espécie de “crepúsculo outonal da sua carreira artística”, vai ser muito difícil, para ela, construir alianças, gerar promessas e esperanças consequentes e criar um clima que seja favorável a sua reeleição.

Mas, caberá ao tempo, senhor da razão, dizer o que espera o Pais, o que aguardam os brasileiros e o que o destino oferecerá a Presidente. Não se sabe se a ingratidão dos correligionários, a atitude de um Lula de querer se colocar como um salvador da Pátria e, Dilma, como um general em seu labirinto, espumando ódio e lançando os seus ressentimentos sobre quem se colocar a sua frente ou no seu caminho, produzirá a desmontagem da estrutura de força e poder do petismo. Ou, como muitas vezes acontece no Brasil, pode ocorrer que  nada venha a acontecer, prevalecendo a força de quem ora detem o poder e a mesmice de sempre.

 

2014 AINDA VAI COMEÇAR!

2014 parece que ainda não começou. É um ano bastante atípico desde o seu início quando o carnaval “resolveu” acontecer somente em março! As festas de final de ano acabaram se estendendo por todo o mês de janeiro e prosseguiram, fevereiro adentro. Assim, somente após os festejos mominos foi que as coisas começaram a andar mas, com certeza, em ritmo de Dorival Caymmi, ou seja, muito devagar.

Claro que algumas escaramuças, alguns escândalos e a divulgação de dados e informes nada satisfatórios sobre o desempenho da economia brasileira, colocaram um pouco de sal no insosso ano. Mas, agora, o que se antecipa é que será um ano muito curto, embora prometendo grandes emoções. Como ainda vai começar, realmente só a partir de agora, é que os fatos e as definições irão ocorrer.

As expectativas econômicas estão dadas e, pelos cenários apresentados pelas mais diferentes fontes, quer internas, quer externas, o país deverá crescer pouco — 1,8% –, a inflação superará o limite superior da meta — ficará acima do limite, ou seja, acima dos 6,5% —  o déficit do balanço de pagamentos deverá superar mais de 90 bilhões de dólares — e o superávit fiscal alcançará, no máximo, entre 1,5 a 1,9% do PIB. Adicionalmente, além de ter sido o revisto o nível de desemprego atual —  dos 5,1% divulgado pelo governo para os 7,1 pela nova metodologia do IBGE –, segundo algumas fontes respeitáveis, a tendência é que o desemprego deverá continuar a se elevar.

No campo institucional, embora fosse fundamental para elevar investimentos, aumentar a produtividade e promover uma redinamização da economia, a realização de reformas institucionais fundamentais a superar os gargalos nacionais, não existe qualquer possibilidade das mesmas se realizarem pois, não há vontade política, nem visão estratégica dos dirigentes e nem mobilização da sociedade. Ademais, não há percepção de quem quer que seja de que o país tenha qualquer possibilidade de estabelecer um ritmo de expansão próximo aos que os demais emergentes estão conseguindo, sem que se promovam mudanças que favoreçam liberar e libertar as forças produtivas, recuperar a confiança perdida e gerar um novo animo de que as transformações são possíveis e irão ocorrer.

De maneira destrambelhada, a copa do mundo vai ocorrer porquanto os estádios, estão sendo concluídos mal e porcamente; os aeroportos, como é o caso de Fortaleza, ainda não foram terminados — o de Fortaleza só tinha 12,5% concluídos —  e as obras de mobilidade urbana, cerca de mais de cinquenta por cento delas, não estarão prontas para o evento. Ademais, faltará internet e wifi nos estádios, por completa incúria do Ministério dos Esportes que, embora advertido há um ano ano de que tal poderia ocorrer, não tomou qualquer providencia. Se se fala nesse instrumento de comunicação é porque, no mundo todo, as pessoas estarão querendo saber o que rola por aqui com seus parentes e com  a própria Copa.

Também, no campo da segurança,  a tendência do processo é de complicações pois, mesmo no Rio, apesar do brilhante trabalho de constituição das UPP’s, num conjunto que atende a mais de dois milhões de pessoas, os interesses políticos associados ao tráfico de  drogas, tentam desmoralizar o trabalho, estimular as populações contra a polícia e gerar um quadro de desorganização generalizada numa área que parecia encaminhar-se para a pacificação. Por outro lado, as manifestações populares, talvez utilizadas para fins politico-partidários, tenderão a criar um clima de intranquilidade que não se sabe se a estratégia de segurança pública, inclusive com o apoio das Forças Armadas, conseguirá mantê-las sem comprometer os eventos da Copa.

No campo dos escândalos, a tendência é que eles aumentem, os envolvidos sejam em numero cada vez maior e que o palco iluminado da CPI possa gerar, não apenas acusações e agressões de parte a parte mas, promova ganhos e benefícios para postulantes, notadamente, à Presidencia da República.

Na área específica  da sucessão, os problemas se agudizam pois, não só os embates entre governo e oposição estão se tornando cada vez mais acirrados e agressivos como nas hostes do PT, agora, numa clara manifestação de que o grupo de apoio do “Volta, Lula”, está levando a coisa muito mais a sério que o seu próprio beneficiário e, por incrível que pareça, patrocinador, irrita mais e mais Dilma e pode ser um elemento deveras complicador da sucessão. Dilma, sozinha, sem amigo, sem correligionários e sem defensores, talvez torne-se uma fera encurralada e, caso Lula consiga se tornar o candidato a Presidente em seu lugar, vai comer um dobrado que não se sabe em que tudo vai terminar, pois Dilma será uma Medéia com todo o sentimento de traição e de ressentimentos.

Também não se analisa a questão sucessória dentro da perspectiva da avaliação de cada estado de per si. Se assim se proceder, dificilmente alguém pode acreditar que a reeleição seja possível e viável. Não ganha no Rio Grande do Sul onde Ana Amélia e o PMDB darão um enorme prejuízo a Dilma. No Paraná, os problemas envolvendo André Vargas, Youssef, Paulo Bernardo e a própria Gleisi Hoffman, deixa uma enorme avenida para Beto Richa, notadamente quando se espera que Gustavo Fruet, o prefeito de Curitiba, acompanhe o governador. Em São Paulo, se a situação de Padilha já não era boa, máxime pelo péssimo desempenho do Prefeito Haddad, com os escândalos recentes, a coisa se complica e não há substitutos disponíveis. No Rio Dilma tem cinco palanques e não tem nenhum. Em Minas, Aécinho não deixará de ganhar por larga vantagem. Na Bahia, a candidatura de Paulo Souto, apoiado pelo PMDB de Gedddel e a força do Prefeito de Salvador, aliado aos desgastes de Jacques Wagner e o inferno astral de Sérgio Gabrielli, garantem resultados altamente favoráveis para a oposição. Em Pernambuco, Eduardo Campos dará enorme prejuízo a Dilma. No Ceará, a briga entre os irmãos Gomes e a possível aliança de Eunicio e Tasso, cria complicadores enormes para a Presidente. Até no Pará, as vaias recentes que Dilma recebeu e os projetos pessoais de Jáder, dificilmente darão tranquilidade a candidata de Lula.

Na verdade, pelo que se sente, Dilma só ganha na pesquisa mas, nas avaliações, estado a estado, a situação parece por demais complicado. Até no DF, a tendência é que ela perca de maneira avassaladora pois o seu candidato tem poucas chances de reeleição.

Assim é o quadro e, a tendência é só piorar para os petistas mesmo que, segundo alguns que acreditam na força da grana para ganhar uma eleição e os petistas, segundo dizem, estejam deveras forrados na grana, os tempos são outros e há uma espécie de fadiga do material em relação ao PT . Mesmo assim, as possibilidades, pelo andar da carruagem, não são nada favoráveis A companheira Dilma!