Postado em 25 abr, 2014 Deixe um comentário
Afirma o dito popular que “em casa onde falta pão todos brigam e ninguém tem razão”.
O país assiste a uma série de problemas e dificuldades que geram uma perigosa convergência que pode culminar numa possível crise de caráter institucional. Não se pode falar que na casa não falta pão pois os mensaleiros e os doleiros nunca deixaram que, pelo menos, para os amigos do poder, nunca faltasse o lubrificante cívico!
Não bastassem os problemas econômicos de toda ordem, a seca no Sudeste, cada dia mais preocupante; o difícil equacionamento do problema energético — agora mesmo os conselheiros da Camara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) demitiram-se por discordarem do auxílio de 11 bilhões a empresas de energia elétrica que o governo forçou a instituição a aprovar a medida — ; além da incontida escalada de violência por todo o pais, surgem escândalos de toda ordem, culminando com o da Petrobras, cada vez com mais desdobramentos, envolvimentos e, agora com a decisão da Ministra Rosa Weber de fazê-la exclusiva no Senado, a gelatinosa base de sustentação parlamentar da Presidente está em crise e em polvorosa. Ninguém sabe o que fazer e o bate cabeça ocorre em todas as áreas de atuação do governo da Presidente.
E, diante de tantos problemas o governo vive desencontros, promove um jogo de culpas e parece mais perdido do que cego em tiroteio.
A atitude de, para esconder ou minimizar problema, manipular números, maquiar estatísticas ou forçar mudanças de metodologia para apuração de dados, tem levado a crises em vários órgãos do governo federal como o IPEA, o IBGE e agora a Camara de Comercialização de Energia Elétrica.
O mais grave é que tudo é resultado de avaliação que os assessores de Dilma e a própria fazem dos indicadores econômicos e sociais que, ora sendo divulgados pelos órgãos competentes, não agradam ao poder. Ou seja, porque fogem as suas expectativas. E, para tanto, antes de tornados públicos ou sofrem maquiagens ou alquimias, como foi o caso do superávit fiscal no fim do ano passado, ou as desencontradas informações sobre Passadena, sobre a Refinaria Abreu Lima e a venda de uma refinaria da Petrobras, na Argentina, para amigos de Cristina ou os últimos episódios sobre a inflação e as expectativas do mercado de que, a mesma, superará o limite superior da meta.
Os desencontros continuam ocorrendo em quase todas as áreas e em todos os front. Agora mesmo, num extravagante pisar na bola, alguém muito brilhante do governo, temeroso diante do esperado rompimento do limite superior da meta de inflação, propôs que se excluísse, para efeito do cálculo do Índice de Preços ao Consumidor, os aumentos dos preços dos alimentos! Proposta tão inoportuna e inusitada para não chamá-la de indecente que, mais ligeiro do que imediatamente, o ministro Guido Mantega veio desmentir a estapafúrdia idéia!
Sabe-se que, nessa tentativa absurda de mostrar resultados favoráveis, o comando do governo tentou criar embaraços tais que gerou um clima insustentável tanto no IPEA como no IBGE. Isto porque a realidade dos dados vencia as conveniências políticas do poder.E, o pior, os dados divulgados pelas respeitáveis instituições eram corretos e, só não foram alterados, pela atitude digna de seus técnicos e pela inestimável colaboração da mídia!
A questão toda era que, até pouco tempo, era possível mascarar informações, manipulando-as ao bel prazer do poder instalado. De um modo geral, quando não havia uma base tecnica e profissionalizada no órgão, a tendencia era que o aparelhamento do estado, pelos petistas e sindicalistas, garantia que, procedimentos dessa ordem, seriam acobertados por referidos aliados. Isto ocorreu, a larga, nas
chamadas agencias reguladoras que se prestaram, tambem como a Eletrobras, a Petrobras, o BNDES, a Caixa e o Banco do Brasil, a ajustarem as suas políticas e estratégias a serviço dos projetos de poder do PT e dos aliados!
Hoje os problemas estão muito mais complicados do que num passado recente. O aparelhamento do estado decretou o fim de um pouco de meritocracia que ainda existia; ampliou-se o trafico de influência e reduziu-se o nível de competência do trato da coisa publica. Mas, restaram alguns profissionais com a capacidade de se indignar e de não se aviltar deixando manipular pelos desejos e ânsias do poder.
E o que se espera é que o ano acabe para ver se o próximo ano será melhor que o atual, pois a confiança dos agentes econômicos ê quase nula, as agências de ” rating” avaliam o Brasil cada vez pior e, só se sente algum sopro de esperança quando as pesquisas mostram uma queda na popularidade de Dilma. Aí a bolsa sobe, o dolar cai e, até as boas noticias de fora começam a surgir, tendendo a gerar expectativas
de que 2015 pode nào vir a ser tão ruim quanto o momento atual.
E Dilma vive o seu inferno astral. Os petistas só geram constrangimentos como os de André Vargas e de Sergio Gabrielli. Lula, por sua vez, fazendo coro com muitos petistas e aliados faz críticas acervas a forma de condução da economia e o jeitão de Dilma de conviver com os políticos e, de modo estranho, estimula o movimento volta Lula. E Dilma, cada vez mais irritada com a atitude de correligionários e aliados e, pela sua presunção e arrogância, parece cada vez mais solitária e perdida. E, com isto, o pais a deriva, nao tem caminho e nem saida para os seus problemas e, poucas são as vozes que ainda conservam algum otimismo quanto ao amanhã do País.
Só se acredita num amanhã com mudança dos protagonistas, notadamente aqueles que detém o poder maior de alterar rumos e caminhos da sociedade. E, aí, por enquanto a coisa pega!
Postado em 19 abr, 2014 Deixe um comentário
O cenarista, numa longa viagem de volta ao Brasil, lia as matérias do jornal El Pais, da Espanha. Além do impasse do processo de encaminhamento do problema ucraniano que ainda prende as atenções de todo o mundo, o qual, não se sabe no que vai dar, deparava-se o cenarista com duas matérias que produziam uma reflexão de significativas consequências para o Brasil.
A primeira dizia respeito ao último relatório do FMI que, entre outros juízos de valor informava que “a economia americana estava livre de freios para crescer” e que aquelas da chamada Zona do Euro “estavam sólidas e em boa forma”. No mesmo Relatório do FMI há a sugestão-recomendação de que “o Brasil precisa por ordem na casa”. E, numa outra matéria publicado pelo Financial Times concluía, após criticar os desencontros da política economica brasileira dizia que o País precisa “gastar menos, poupar mais e investir muito mais, especialmente o governo”.
É claro que as vozes que vem do exterior nunca são bem vindas no país pois elas expressam um sentimento dos chamados globalizados, e que, segundo a esquerda, favorecem as idéias do capitalismo internacional e dos dominadores do quadro de referëncias da economia mundial. Tudo isto, bem como as notas das agencias de rating e analises da mídia internacional, para os detentores do poder, é “bullshit”.
Mas enquanto emergentes como o Brasil estão perdidos na condução da política economica, as economias mais fragilizadas da Zona do Euro, resolveram adotar as medidas amargas propostas pela União Européia e, por incrível que pareça, após uma infinidade de protestos, conseguiram resultados, altamente compensatórios e estimulantes, para por a casa em ordem. E isto ocorreu com a Grécia, com Portugal e, para exemplo maior para a Europa, com a sisuda Inglaterra.
Todos esses países concluíram que os anos de esbórnia, quais sejam, aqueles anos onde se gastou, à larga e, onde se garantiu um generoso estado de bem estar social, diga-se de passagem, além das posses dos países europeus, a coisa começou a se complicar. E, também poucos atentos para os problemas já gerados com a generosidade do estado, já que se vivia momentos de permissividade, aproveitaram, tais paises, do excesso de liquidez e de oferta de fundos financeiros, a baixo custo, a nível internacional, para ampliarem, deveras, o seu endividamento, justificando-o para ampliar e melhorar a infra-estrutura de cada um dos países!
Depois da farra e da festa, vem a hora de pagar a conta. E, quando chegou a fatura, os estados europeus, de um modo geral, estavam tão obeso, os gastos tão elevados e os orçamentos tão apertados que não havia uma sobra considerável e adequada para pagar a conta devida.
E aí, para complicar tudo, veio a crise de 2008 que, não só afetou a maior economia do mundo, no caso a americana, como gerou reflexos muito significativos nas economias da Europa. Aí a coisa se complicou, deveras.
Só agora os países europeus, lentamente, começam a respirar e a acreditar que pode haver uma luz no fundo do poço que não seja um trem desgovernado.
Mas, no Brasil nem o exemplo europeu, nem os exemplos de Costa Rica, Colombia, Chile, Peru, Uruguai e, agora, da propria Argentina, conseguem sensibilizar Dilma que o país está no caminho errado. Ou, segundo a maioria dos economistas acha, ou volta o País para a adoção de politicas ortodoxas e conservadoras ou a vaca vai pro brejo, sem jeito de retirá-la. Também, ou se desamarra o país do Mercosul e acaba essa besteira de opção pelo terceiromundismo, ou vai ficar preta a coisa. Não dá mais para imaginar o país optando por Cuba, Venezuela, Equador, Bolivia, Angola, etc. quando os seus parceiros latinos já se adiantaram nos seus acordos de livre comércio com que pode dar perspectivas de um saudável comércio externo para o País.
Cristina só mudou o tom e o roteiro da politica economica argentina quando sentiu que não teria respaldo para que o Congresso aprovasse a possibilidade, via uma emenda constitucional, que ela pudesse concorrer a mais um mandato de presidente. Será que, se a próxima pesquisa indicar que o Brasil terá, pelo menos, segundo turno, os humores, as expectativas e as perspectivas econômicas mudarão e propiciarão novos caminhos para o País?
Enviada do meu iPad
Postado em 19 abr, 2014 Deixe um comentário
Uma vez, não faz muito tempo, o cenarista dedicou parte de seu tempo, buscando refletir sobre os problemas mais graves que enfrentava a sociedade brasileira. Fugia das discussões relacionadas as questões materiais específicas, vinculadas aos problemas econômicos e sociais ou as questões institucionais. Buscava, tão sòmente, entender aquelas questões derivadas ou fruto do comportamento dos cidadãos brasileiros e de práticas de valores, embora questionáveis mas já bastante arraigados. Aliás valores que, em síntese, presumia-se, prejudicariam a prevalencia de princípios e comportamentos esperados e idealizados, do ponto de vista ético e moral, para uma sociedade, que se pretendesse detentora de valores mínimos de convivência universal.
A partir de tal reflexão procurou o cenarista explorar tais caracteristicas dos brasileiros como um todo. Então decidiu listar, sem ordem de preferencia ou prioridade, o que ele chamava de os sete pecados capitais dos brasileiros e do Brasil. Cria o cenarista que, para a maioria das pessoas, esses são pecados que, na verdade, limitam, maculam e prejudicam uma convivência mais civilizada entre os brasileiros.
O primeiro deles seria, certamente, a corrupção que, pelo que se tem assistido em todo o país, tornou-se endêmica, atingindo todos os segmentos da vida nacional e virou prática usual, em todos os níveis de governo e, até nas relações interpessoais. Adicionalmente, a dimensão ficou mais grave e séria porquanto no passado, os valores não ultrapassavam a casa do milhão quando hoje, além de ser operada em dólares ou euros, já encontrou a casa do bilhão, como é o caso dos esquemas envolvendo a Petrobras. Ademais, mudaram, de maneira significativa os percentuais — “10% é coisa para garçom. Eu quero é 20%! –. Assim, a própria corrupção que ocorre alhures, na Rússia, em Angola ou no Banco do Vaticano parece ser café pequeno para o que ocorre nesse Brazilzão de meu Deus.
O segundo grande pecado que marca os costumes brasileiros é a impunidade que se mostra presente em todas as relações entre o estado, o cidadão e a sociedade. Claro é que a impunidade é maior e mais presente, dependendo do status do cidadão e em função de sua dimensão econômico-financeira, política e jurídica. Desde os Anões do Orçamento, ninguém pagou preço algum pelos desvios de comportamento e de recursos ali ocorridos. Talvez só o assessor, até hoje amarga as punições que os rigores da lei a ele impuseram. Assim a impunidade virou instituição e garante e respalda os mais diversos tipos de crimes, de delitos e de desvios de conduta.
O terceiro pecado é o da irresponsabilidade que hoje é ampla, geral e irrestrita e, de um certo modo, está quase universalizada. Os crimes de transito, os erros dos gestores públicos, a incompetência em lidar com questões medico-hospitalares, entre outros, mostram quão a irresponsabilidade permeia as ações do estado em todos os seus níveis e dimensões. Por outro lado, um gestor publico, do alto de sua arrogância, exara pareceres, baixa resoluções, propõe medidas e providencias que, sem medir as conseqüências, promovem prejuízos os mais diversos a um ou vários grupos sociais sem que, verificado o equivoco, o cidadão seja penalizado e responsabilizado pelo mal feito. Se isso não bastasse, ao confundir o publico com o privado, a hierarquização de prioridades nos gastos públicos não respeita as preferencias e manifestações populares.
Por outro lado, o conluio entre advogados e membros dos tribunais superiores, como denunciado pelo proprio Presidente do Supremo; entre empreiteiras e governo; entre administradores de agencias reguladoras e entes privados objeto de seu papel institucional; ausência de qualquer laivo de compromisso com a ética das convições e da responsabilidade por parte de políticos, gestores públicos e da própria mídia, denunciam esse tipo de atitude que hoje domina a sociedade como um todo.
Se esses já são problemas muito graves para uma sociedade, some-se a isso a incompetencia. Essa é gritante e alarmante! Como dizia o velho Eça de Queiroz, se não falha a memória do cenarista, no seu livro o Conde D’Abranhos que, “nunca vira uma sociedade falir por falta de estadista mas sim pela falta de um competente e responsável amanuense datilógrafo”. Ou seja, uma nação se perde pela falta de quadros profissionalizados e devidamente preparados para o exercício de suas atribuições e competencias, nos níveis básicos e intermediários. Alguns confundem o excesso de estado, de tramites burocráticos, de orgaos de fiscalização e controle e de instancias decisórias como se fora a base de uma operação eficiente da máquina do estado. Mas, no fundo, são esses agentes complicadores que são os responsáveis pela incompetência ululante que toma conta do país.
Algumas pessoas atribuem “a burrice”, essa doença incurável, o despreparo dos quadros da maquina governamental. Tais quadros, muitas vezes travestidos de um falso e presumido preparo, expertise ou uma pseudo experiencia técnica , manifestam toda a incompetência que domina a sociedade brasileira, particularmente os detentores de poder da força ou do carimbo. Próceres, gestores e líderes de orgãos públicos costumam brandir certos argumentos que, na verdade, não são mais que “besteiras em tom solene”, naquela arrogância que só os tolos e despreparados costumam exibir. E, é bom que se diga que a ignorância e a incompetência não se cingem apenas aos sindicalistas que hoje aparelham o estado brasileiro mas, por incrível que pareça, tal despreparo domina o comportamento, atitude e o discurso de certas figuras centrais da República.
Se tais pecados são mortais, alie-se a eles, aí já representa, claramente, uma verdadeira disfunção de caráter, um espécie de um cinismo despudorado que acoberta, aceita e admite contravenções de toda ordem,que são admitidas como pecadilhos perdoáveis e aceitáveis. Desde o justificar o “rouba mas faz” até o “levar vantagem em tudo”, passando pela própria conivência de autoridades como um ex-presidente da República que justificou a prática do chamado ” Caixa Dois” , dizendo que era prática irrestrita de todos os partidos e de todos os políticos e, portanto, não deveria ser arguida como crime. Nos dias que correm, roubar e não fazer ou quando algo é feito e feito de maneira mal feita, é o que gera indignação! E, por outro lado, mente-se num descaramento sem igual como foram as manifestacoes recentes, inclusive do Planalto, sobre a crise do setor energético e sobre os escândalos da Petrobras, bem como as mentiras do Deputado André Vargas, como assim a revista Veja qualificou as suas explicações.
Hã algo que também clama aos céus que é a leviandade que marca a atitude de políticos, de empresários, da mídia e do próprio Ministério Público e, muitas vezes, de autoridades governamentais que assacam acusações contra a reputação de alguém muitas vezes apoiadas em meras matérias da mídia e, sem considerar que, maculada a honra de alguém, nem o tempo, será capaz de resgatá-la. E, como se sabe, ninguém paga pelo preço da desonra de um cidadão. E, nem sequer desculpas públicas que, de uma certa forma, de nada servem mas, pelo menos, revelariam um mínimo de satisfação a ser prestada e oferecida a parte ofendida, são apresentadas por aqueles que a ou as acusaram indevida e maleovolamente.
Finalmente, a ausência de uma ética de compromisso, de responsabilidade e de um mínimo de espirito publico, marcam o comportamento das elites, de um modo geral. Na verdade, ninguém se importa com nada e nem com ninguém. Ninguém se coloca no papel de cidadão, com suas responsabilidades, direitos e obrigações. Ninguém se sente responsável pela sociedade, pelo seu hoje e pelo seu amanhã. Acaba prevalecendo a lógica de “Mateus, primeiro os teus” ou o principio “do levar vantagem em tudo” ou o chamado princípio de que “se todos fazem, besta quem não fizer, também”.
E ai se tem uma nação à deriva, caminhando para o desmonte das instituições, onde a prevalencia da esperteza e do oportunismo marcam a atitude da maioria e, quando as coisas apertam e a crise aumenta, todos correm em uma busca desesperançada por um Sassá Mutema ou um Salvador da Pátria, o que pode, perigosamente, levar o Brasil a se tornar uma imensa Argentina, em busca de sua Evita.
Lamentàvelmente é este o quadro com que se defronta o Brasil onde o ánimo para continuar tendo esperança está se esgotando. E, infelizmente, a Oposicao não apresenta idéias e perspectivas de que algo possa acontecer e mudar esse estado de coisas.
PS: O STF agregou mais um pecado capital à listagem. É o da não toleráncia contra o crime, qualquer que seja a sua dimensão, a sua gravidade, se afronta ou não a sociedade e se representa algo irrelevante. Ao julgar um ladrão de galinhas que, como atenuante devolveu, ao dono, as duas penosas roubadas, o Ministro Luiz Fux decidiu que não deveria considerar o chamado principio da insignificância, como algo de maior relevância para a justica do Pais. E o Supremo atulhado de problemas gravíssimos se detém, agora sobre este e outros temas irrelevantes, deixando as grandes questões para quando Deus der bom tempo.
Postado em 15 abr, 2014 Deixe um comentário
Lançada a candidatura do PSB, encabeçada por Eduardo Campos e, tendo como vice, Marina Silva, as peças do xadrez da sucessão começaram a se movimentar. Os lances, até agora, eram imprecisos, indefinidos e pouco objetivos, deixando a sensação de que a campanha seria morna e manteria a mesmice do que foi em passado recente.
Por fim, parece que não ficarão os eleitores brasileiros sujeitos a velha e desgastada polarização entre o PT e o PSDB. E sim, algo de novo parece que surge no horizonte podendo dar esperança de que a alternância de poder venha a ser possível quebrando a monotonia dessa paisagem cinza, sem graça, monótona e frustrante que se apresenta até agora.
Embora numa jogada considerada perigosa e capaz de gerar confusão na cabeça do eleitorado, divulgou-se que a chapa do PSB, que poderá contar ainda com o apoio de várias outras agremiações como o PDT, o PSL, o PPS e outros partidos pequenos, tenha, como candidato a presidente, o ex-governador Eduardo Campos, segundo a legislação eleitoral, poderia ceder lugar a Marina Silva, até 20 dias antes do pleito. Ou seja, ela poderia vir a ser a candidata a presidente em lugar de Eduardo Campos, caso tal se mostre mais viável em termos eleitorais.
A menção a tal hipótese não deveria ter sequer sido cogitada pois isto pode, de uma certa forma, fragilizar a chapa como agora está sendo lançada. Portanto, tal idéia só deverá ser objeto de discussão se assim se manifestar necessária, quando e, se for oportuna, a sua apreciação.
Dentro desse novo quadro, com o PSOL lançando o seu candidato, no caso o Senador Randolphe Rodrigues e os evangélicos lançando o pastor Everaldo, aí, necessariamente, o discurso deverá começar a ficar mais objetivo, incisivo e de visão mais crítica e mais propositiva. No lançamento da candidatura de Eduardo Campos e Marina, as críticas a mesmice da polarização PT versus PSDB, a necessidade de alternância de poder, o escândalo da PETROBRÁS, a crise do setor elétrico, foram objeto dos discursos ali feitos, além, é claro, de propostas do tipo ampliar para mais 10 milhões de pessoas o bolsa-família.
Por outro lado, lá no Estado da Bahia, Aécio Neves era recebido por uma turma de peso, no caso o ex-Governador Paulo Souto, o Prefeito ACM Netto, de Salvador e o candidato provável a senador, pela oposição, Geddel Vieira Lima! O encontro, praticamente, selou o apoio a candidatura presidencial do PSDB por parte de Paulo Souto. candidato de oposição ao governo em aliança com o PMDB. Ali Aécio aproveitou para elevar o tom das criticas a Dilma, não apenas as referencias feitas aos escândalos da Petrobras mas também a pouca eficiëncia da gerontona do Brasil.
Um dado adicional relacionado ao que já começa a ocorrer na dinâmica da sucessão, considerando os acordos estaduais, é que já se fez na Bahia onde o PMDB, um partido sem eira e nem beira, bem como sem unidade e proposta nacionais, começa a fazer as suas opões em função dos interesses específicos dos seus morubixabas, donos do poder e do partido nos estado. Na Bahia Geddel não deu bolas para o que pensa Michel Temer e, dentro da proposta de viabilidade do projeto de poder do partido, escolheu juntar-se com o DEM de ACM Netto. De lá Aécio já anuncia o que pode ser de uma nova e importante dissidência do PMDB, qual seja, aquela a ocorrer no Ceará onde Eunício Oliveira deve buscar acertos com Tasso Jereissati e abrir palanque para Aécio já que Dilma fez opção pelos irmãos Gomes em termos de aliança eleitoral.
Nesse mesmo instante em que Eduardo Campos se movimentava em Brasilia e Aécio em Salvador, Dilma ia a terra de Eduardo para lançar, ao mar, o navio Dragão do Mar e visitar obras federais no interior do estado. Aproveitou o ensejo para mandar um recado aos seus opositores de que a Petrobras não iria sofrer os desgastes e limitações que estão sendo intentadas pela Oposição, com a CPI da mesma no Congresso Nacional.
Diante do quadro, agora é hora de esperar pela agenda para o Brasil de cada um dos candidatos. E, na proporção em que as tornem públicas para uma discussão ampla pelos vários fóruns espalhados país afora, a sociedade poderá avaliá-las e subordiná-las a sua visão do que é aceitável, acreditável e viável das promessas que forem feitas.
Agora que o jogo começa! A partir deste momento, acelera-se a montagem dos palanques estaduais, partidos definem as suas opções e acordos são “arreglados” para permitir o inicio do jogo! E, o que se espera e que surjam ideias e propostas para enfrentar os desafios de curto prazo e assentar as bases para superar as dificuldades de médio prazo e retomar os sonhos de uma economia dinâmica, socialmente mais justa e politicamente mais solida nos seus fundamentos.
Postado em 13 abr, 2014 Deixe um comentário
O processo politico-institucional do Pais sofre uma avaliação critica das mais pesadas, que passa por frustração dos organismos e da midia internacionais, incluindo-se aí o FMI, pelas agencias de rating e a pela própria mídia externa, como, por exemplo, The Economist que, numa ampla reportagem recente, chegou ao extremo de pedir a própria cabeça de Mantega.
Os críticos internos, mesmo aqueles que tem buscado diminuir o viés de suas posições politico-partidárias e ideológicas, estão deveras pessimistas, não apenas com os rumos que a economia está tomando como com as crises derivadas dos problemas na base parlamentar do governo, nas empresas estatais, nas agencias reguladoras e nas contas externas do país. Os dados de inflação e, agora, de desemprego, são os que mais assustam o Planalto, pelas implicações que poderão ter na popularidade da Presidente e no que a espera em termos do pleito de outubro próximo. As crises estão em todo lugar. Agora mesmo, após o problema da divulgação errônea de dados de uma pesquisa realizada pelo IPEA, tal fato levou a demissão de um dos seus coordenadores.
E, nesta semana, a crise tomou conta da secular instituição IBGE em função das restrições criadas pelo Planalto por conta da divulgação de dados da pesquisa da PNAD – Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios. Isto porque, após mudança de metodologia, o IBGE divulgou dados de desemprego diferentes daqueles que o governo mostrava como uma grande conquista de sua gestão. Na metodologia anterior, mesmo a economia dando com os burros nágua, o desemprego continuava nos 5,1%, fazendo inveja aos americanos, ainda amargando algo como 8% ou acima de tais níveis. Pela metodologia, mais abrangente no universo pesquisado, a taxa sobe a 7,1% o que levou a uma pesada reação do Planalto e, com isso, provocou a demissão de uma diretora e de uma coordenadora da instituição.
Ademais a crise ainda se mantém e, na próxima semana, haverá o seu desfecho porquanto as equipes técnicas não aceitam que os dados analisados não sejam divulgados com a freqüência que historicamente vem sendo. O governo federal só admite que nova divulgação de dados de emprego da PNAD só se faça após o final do ano, temendo, é claro, o impacto negativo sobre a avaliação do governo.
Se o problema com a maquiagem dos dados, a estilo Cristina Kirchner, não é bem recebido na parte profissionalizada e não aparelhada do estado brasileiro, Dilma está às voltas, também, com o problema da Petrobrás que, quando mais se investiga mais séria e complicada fica a coisa e, sua abrangëncia, em termos de envolvimento de personagens do governo ou a ele vinculados ou alinhados, se torna cada vez mais extensa. E, não se sabe em que a CPI vai dar mas, com certeza os respingos são, aparentemente maiores que aqueles gerados pela CPI dos Correios a qual culminou no famoso Mensalão!
Por outro lado, não se sabe se estimulado pelo próprio Lula, o movimento destinado a fazê-lo substituir Dilma na disputa presidencial, cada vez toma mais corpo e cada vez mais complica a vida da Presidente. Embora o PT tenha uma enorme capacidade de se recriar e de se reinventar, superando os processos de desnudamento e desmoralização dos seus principais expoentes porque já passou e ainda passa, o momento agora estimula a que se pense que esteja na hora de uma renovação de quadros e que, de uma certa forma, os grupos formadores de opinião acham que o Governo já sofre da chamada fadiga do material.
A pergunta que não quer calar é se a queda de seis pontos de Dilma na última pesquisa foi realmente provocada pelo aumento do custo de vida que afetou os filhos do Bolsa Família, já que a inflação de março foi de 0,92, de abril pode chegar a 0,85% e, a tendência é que não se deve esperar queda ou reversão da tendência no levantamento do mês de maio.
E, com a perda de poder de compra afetando muito as famílias que ganham até 2,5 salários mínimos de renda mensal, o temor é que as coisas piorem ainda mais quando muitos preços represados terão que sofrer reajuste até o fim do ano. E, finalmente, o FMI ao anunciar que a economia americana está “livre e firma para crescer” e que as economias da Zona do Euro estão “sólidas e em boa forma”, advertem que o Brasil precisa “botar ordem na casa” e ainda acham que as eleições são um complicador adicional para resolver os desvios de política econömica do país e, ainda afirmam que o pessimismo atual do mercado “é igual ao clima da primeira eleição de Lula”.
É, as coisas estão de vaca desconhecer bezerro!
Postado em 10 abr, 2014 Deixe um comentário
No recente momento de exigência de desincompatibilização de cargos, por imposição legal, em face do próximo pleito, muitos detentores do poder foram forçados a, ou deixar o poder para concorrer a outro cargo distinto da reeleição ou a permanecer no cargo e, com isso, lamentavelmente, impedir parentes de concorrerem a cargos eletivos. E esse foi o caso de vários governantes que tiveram dificuldades em montar a equação que atendesse aos vários interesses dos parentes, amigos e correligionários. E, ademais, que a opção escolhida permitisse compatibilizar circunstâncias politicas e possibilidades eleitorais objetivas.
São muitos raros os casos de detentores do poder que abriram mão de disputar outros mandatos por circunstâncias aparentemente espontâneas. Na verdade, constrangimentos outros, fruto de desgaste popular amplo, de desentendimento entre os seus mais próximos e, pretensos candidatos a possíveis postulações; ou por questões de fôro intimo, ou ainda, por razões de saúde, motivaram, a muitos, a se desapearem do poder.
Na verdade, ninguém abre mão de poder, por mais magnânimo que seja! Por mais marcado que seja o governante ou líder político, por gestos de grandeza, ao buscar uma atitude tipicamente republicana de respeito ao princípio da alternância de poder, se sente motivado a abrir mão do controle de coisas e de pessoas. Também, renunciar ao poder, por generosidade para com os seus pares ou por acendrado espírito público, no sentido de buscar permitir que novos lideres ascendam a postos chaves, por essa razão ninguém “desocuparia a moita”.
Alguém só deixa o poder se for forçado a tanto e ou se for escanteado por medida de força ou pela força voto. Na verdade, poder é bom e não enche as medidas da vaidade. E, quanto mais se tem, menos se deseja “largar o osso”. Examinando a paisagem brasileira, quantos morubixabas continuam dando as cartas nos estados, alguns com mais de trinta anos de detenção do poder, sem qualquer sinal ou indício de que abdicarão do direito de mandar no destino das pessoas!
E, quanto mais futuro tiver o líder, notadamente em termos de idade e de vida útil, o detentor do poder tem, quanto mais acostumado ás suas benesses, aos seus salamaleques e aos ritos do seu exercício, mais apego ao mesmo! E, no mais das vezes, mandando à ética às favas, sentem-se capazes de se permitirem quaisquer transações para continuar sorvendo os seus prazeres.
Esses dias últimos foram dramáticos para determinados detentores do poder fazerem as suas escolhas. Alguns tinham, a sua frente, uma espécie de escolha de sofia, ou seja, sacrificar o próprio projeto pessoal de poder ou projeto familiar para fazer o sucessor ou decidir por uma proposta alternativa qual seja a de fazer uma grande bancada de parlamentares para continuar detendo parcela considerável de poder. Outros viveram, até o último momento, uma espécie de drama hamletiano de sair ou não sair, na proporção em que as escolhas ficaram difíceis de serem feitas face a uma série de razões e circunstâncias.
Terminado esse momento de angústia existencial, como dizia o poeta, eles deverão ter afirmado que ”a obra feita é comigo, o por fazer é com Deus”! E aí então a hora agora é de arrumar a equação que minimize o prejuízo, se é que houve ou permita, ao líder fazer de ” um limão, uma limonada”.
Agora o jogo vai começar, de fato pois as pretensões estão lançadas, as regras estão dadas e faltam apenas as composições e negociações para saber com que time os lideres entrarão em campo. As coligações permitirão definir os tempos de televisão, principalmente. A hora é de estabelecer a estratégia e a tática que serão usadas durante a contenda, inclusive ajustando-as conforme os movimentos do adversário. Os marqueteiros, os pesquisadores e os bruxos da advinhação dos rumos de campanha, começam a entrar em campo. O que se faz necessário e urgente definir é quem vai pagar a conta. Ou seja, quem financia a festa e a farra democrática. Claro que, indiretamente, será o próprio eleitor que pagará a dolorosa.
E, o pior, ao fim e ao cabo, as escolhas serão aquelas produzidas pelos vícios do processo politico-eleitoral brasileiro onde a legitimidade, a seriedade para com as demandas e interesses do eleitor, a ética do compromisso e da responsabilidade estão longe das aspirações daqueles que foram as urnas fazer as suas escolhas.
E, será mais uma legislatura para queixas e lamentações pois não se conseguiu melhorar, sequer um pouquinho, a qualidade das representações parlamentares nem dos gestores públicos. E assim caminha a humanidade. Aos trancos e barrancos, uns esperando um salvador da pátria, outros, anarquicamente, anulando o voto. Outros, cinicamente vendendo ou barganhando o seu voto por interesses pecuniários ou pela promessa de uma sinecura e, outros tantos, buscando garantir o necessário trafico de influência para conseguir contratos ou serviços de governo.
E, com isto, não se transformam as instituições, não se melhora a qualidade da gestão publica, não se reduz a corrupção e o desperdício e não se reduzem as frustrações e os desencantos. Talvez o propósito de muitos seja argentinizar o País.
Postado em 6 abr, 2014 Deixe um comentário
Até bem pouco tempo, quem patrocinava, explicitamente, as cenas de escárnio e de deboche para com a opinião publica, era o Parlamento Nacional, com o seu espirito de corpo, a sua convicção de que a memória popular é curta e com a certeza da impunidade, a instituição promovia atos de desrespeito aos interesses e ideais que o povo dela deveria esperar.
Com certeza, nessa disputa de quem mais desrespeita e debocha do povo, já que hoje generalizou-se a prática entre os poderes da República, a velha classe política como um todo, continua sendo a que mais apronta atos de vandalismo moral. Embora, diferentemente do Executivo e do Judiciário, tudo que ali se perpetra se torna público. Isto porque os parlamentos são o poder mais transparente, mais aberto, mais desnudado e mais visível, e o mais fácil de ser atacado. Por não dispor do poder de retaliação como o Executivo e o Judiciario, nao tem instrumentos para responder a agressões e, por ser um poder que não tem meios de coerção e de ameaça e nem sequer de “enforcement” de suas deliberações, é o mais exposto as criticas, as insatisfações e, na verdade, é uma espécie de Geni das instituições.
Não tem como responder as agressões como é o caso do Executivo que, com total controle sobre os cidadãos e suas vidas, é usado, por quem o detém, como instrumento, no mais das vezes, de perseguição política de desafetos. Se as seguidas atitudes de total descompromisso com os valores mais caros e com princípios elementares de ética e de atitude republicana eram, até bem pouco, privativos do Legislativo, o Executivo não fica atrás no patrocínio de cenas de um total desrepeito ao povo como um todo. Não são apenas a exposição e exibição de escândalos, aos borbotões, perpetrados por todos e em todos os níveis de governo e pelos mais diferentes agentes públicos, mas a explícita má gestão dos negócios e das políticas públicas que tem se manifestado em questões como a crise energética, os graves problemas da Petrobrás, as obras que não andam, entre tantos fatos caracterizadores dessa ineficiência e dessa precariedade.
Tudo o que se assiste de desmandos, de irresponsabilidade e de uma arrogância diante da própria incompetência, perpetrados pelo Executivo, dão a sensação de que o País é feito de idiotas, uns conscientes e outros inconscientes. Claro está que não existem apenas os idiotas que são a maioria dos cidadãos honestos, contribuintes e que, ingenuamente, esperam uma atitude digna de seus dirigentes e de seus lideres políticos. Mas há também e, principalmente, um grupo grande de aproveitadores, mamando nas tetas do governo e outros tantos, apropriando-se do prestígio que adquiriram, sabe-se lá como , junto aos detentores do poder, fazendo uso e abusando do tráfico de influência para apropriar-se de valores e, na maioria dos casos, de propinas.
Até bem pouco a sociedade brasileira nutria-se de esperanças vez que, do Supremo Tribunal Federal vinha um sopro de perspectivas de resgate da moral e da decência no trato da coisa pública e na própria administração da justiça. Mas, tudo não passou de um sonho de uma noite de verão. Os ministros da Egrégia Corte concluíram, para perplexidade dos brasileiros, que os mensaleiros praticamente não cometeram crime algum, não formaram quadrilha e nem tampouco fizeram lavagem de dinheiro.
E, provavelmente, se os nobres ministros tivessem podido ser mais explícitos, haveriam, talvez, quem sabe, terem concluído como Lula, de que apenas o episódio tratou de uma praxe comum na política que era o chamado uso de caixa dois ou algo que o valha.
Agora, numa ironia ainda maior, uma intensa propaganda do TSE, Corte essa composta, na sua maioria, por Ministros do Supremo, convida a população para a festa da democracia e para fazer a maior e melhor eleição do país. E, claro, para fazê-las mais legitimas e melhores, o Supremo decide que não se permitirá a doação de empresas para as campanhas eleitorais desse ano. E, num rasgo de ingenuidade, parece que os ministros não acompanharam o episódio de coleta de fundos, por parte dos mensaleiros, para pagamento de suas multas numa clara demonstração, como afirmou o Ministro Gilmar Mendes, de que se operava ali lavagem explícita de dinheiro.
Ou, se não era lavagem, então se tratava de participação de dinheiro de fontes discutíveis, nesse referido processo.
Assim o Supremo decidiu que, as empresas não doarão meios de maneira legal aos seus candidatos. Assim a pergunta que fica é como ficarão as fontes de financiamento das campanhas políticas? O que se presume deverá ocorrer é que se aprofundará o uso do “caixa dois”, de um modo geral. Os governistas irão garantir a eleição com verbas públicas doadas a prefeitos e com emendas parlamentares direcionadas para determinadas obras e serviços que garantam um “fee” pelos trabalhos do parlamentar. Ou seja, o financiamento de campanha, sob as bençãos da justiça, far-se-á da forma mais suja e nefasta possível, pelos expedientes das coletas como fizeram os mensaleiros, pelo caixa dois, pelas verbas públicas e pelas emendas parlamentares, alem de uma parcela, pelo fundo partidário.
Assim, confirma-se a idéia de que se vive num mundo onde nada é sério, nada é honesto ou nada é eticamente aceitável. E o pior é que não há a quem recorrer diante de escândalos, desvios de comportamento, corrupção explícita, cinismo descarado. E, até os presumidamente mais sérios aparecem, perante a sociedade, com a maior cara de pau buscando explicar ou justificar o inexplicável, como é o caso dos André Vargas, dos dirigentes da Petrobrás, dos líderes na Câmara e no Senado e dos porta-vozes da Presidente!
Postado em 3 abr, 2014 Deixe um comentário
Como nordestino do semi-árido, a única forma de ver as coisas tomarem jeito é acreditando que o santo da nossa devoção, aquele capaz de reacender as esperanças de que, se São Pedro frustrou aos homens e mulheres do campo do Nordeste, com a falta ou escassez de chuvas em janeiro e, depois em fevereiro, foi para março que foram encaminhadas e depositadas todas as esperanças a partir do santo das chuvas, São José! E, ao que parece, depois do 19 de março começaram a cair as chuvas, não tão generosas num primeiro momento mas que, quando abril chegou, engrossaram e produziram até enchentes nas grandes cidades litorâneas nordestinas. Claro que a passagem do equinócio pode ter alguma relevância científica mas, a fé no santo querido é maior do que certas veleidades presumidamente científicas.
Os santos estão representando as únicas alternativas para que não se deixe morrer a esperança de que as coisas poderão melhorar nesse Brasilzão que, lamentavelmente, só
tem registrado, ultimamente, índices decepcionantes.
Se os nordestinos, táo apegados a fé ainda torcem para a chuva cair, os sulistas estão voltando as suas esperanças para os santos que possam mitigar a falta d’água que ja cria situações difíceis e embaraçosas, até para a oferta do precioso liquido para saciar a sede das populações.
Mas, se falta água para o abastecimento humano, há que se apelar para outro santo que ajude a resolver o problema dos reservatórios. notadamente para aqueles que respondem pela oferta de energia elétrica no sul e sudeste do Pais, pois, pelas informações divulgadas, a coisa está bravíssima por lá.
Por outro lado, segundo dados divulgados recentemente pelas autoridades brasileiras, o endividamento das famílias ja atingiu mais de 45% e o do país esta num crescendo que começa a preocupar, seriamente. Então aí só recorrendo a Santa Edwirges para que proteja os endividados brasileiros não só como sociedade civil como um todo mas, como empresas e governos.
Por outro lado, colecionando indicadores negativos de toda ordem, não só no campo dos índices sociais e econômicos como da credibilidade junto a credores internacionais, inclusive com a ameaça de redução do grau de investimento do Brasil, tiram a tranquilidade a não favorecem as expectativas mais promissoras dos brasileiros.
Está o Brasil de volta ao topo dos países que praticam as mais altas taxas reais de juros do mundo, desestimulando novos investimentos externos, desorganizando as finanças de empresas brasileiras endividadas lá fora e, criando grandes problemas e embaraços para a gestão das finanças publicas do pais na proporção em que aumentam, significativamente, os encargos da divida externa do Pais. E, o pior é que, segundo a própria Presidente, a inflação, se Deus ajudar, ficará no limite superior da meta, o pib foi reavaliado para algo em torno de 1,4 e, as dificuldades em atender um mínimo as demandas para a Copa, sao enormes.
Se esse náo e uma boa noticia, o buraco nas contas externas apresenta os piores resultados desde 2001.
Na área energética os problemas, os impasses e as contradições, só não são piores que a crise em si, porquanto o risco de racionamento está presente. O custo de mais de 35 bilhões para socorrer as empresas eletricitárias será pago com uma elevação de impostos — para um país que já enfrenta uma carga de 37% sobre o PIB, é duro aceitar mais acréscimos — além de se constatar que as obras das novas hidroelétricas e das linhas de transmissão ainda continuarão deveras atrasadas, comprometendo Por outro lado, quem vai pagar a conta vai ser “a nova classe média de Lula” pois o governo, pois o governo já antecipou que, aquela cervejinha e aquele cigarrinho, vão ficar um pouco mais caros.
E para piorar o cenário, os escândalos, restringindo-se apenas a Petrobrás, estão prosperando não se limitando apenas à Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos mas, também o caso de uma compra de uma refinaria no Japão e, agora, uma aquisição de uma refinaria na Argentina. Se se junta a isto, o desastre que foi o acordo para a construção da Refinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape, em Pernambuco, cujo orçamento saiu de 2 bilhões de dólares para 20 bilhões e, diante do calote que a PDVSA venezuelana deu no Brasil, por falta de contrato explícito sobre as responsabilidade das partes na construção do empreendimento, então e que a Petrobrás fica mais enrolada ainda.
Na verdade, a situação está tão confusa que a única alternativa que resta aos brasileiros é pedir a proteção de Santo Expedito, o santo das causas impossíveis, para ver como a gente consegue, aumentar o pibinho, fazer a inflação convergir para a meta, reduzir o tamanho do rombo nas contas publicas, diminuir a crise do setor externo e passar incólume por todos sobre esses escândalos, sem comprometer a base institucional do País.
É por isso que o cenarista anda meio jururu pois o que tem a se falar e a se comentar só causa desânimo, desalento e pessimismo pois não surge nenhuma noticia boa ou, pelo menos, perspectiva de noticia que devolva o ânimo e diminua a impaciência e a incredulidade dos brasileiros.
Postado em 28 mar, 2014 Deixe um comentário
A queda do apoio popular de Dilma foi, de Novembro para cá, de 7 pontos percentuais. Ademais, como fatos novos para efeito da avaliação, não foram incorporados a tais resultados, os impactos derivados do escândalo da Petrobrás e, nem tampouco, a aprovação da CPI,, por parte do Senado!
Por outro lado, dois dados adicionais aumentam as preocupações dos que cercam Dilma. O primeiro e, talvez o que venha a “tirar mais o sono” dos petistas, máxime do “sábio” marqueteiro João Santana, que, recentemente havia anunciado que Dilma voltaria a conquistar os 57% do apoio popular que detinha num passado não muito distante, viu-se às voltas com uma queda maior da popularidade da Presidente, notadamente nas pequenas cidades e entre os jovens! São informações que preocupam, deveras, na proporção que, os próprios filhos do Bolsa-Família — pequenas cidades — começam a manifestar a sua insatisfação e, os jovens, via redes sociais, acham que Dilma não tem correspondido aos seus sonhos e anseios!
Ademais, quando os dados econômicos, examinados e avaliados pela população, na mesma pesquisa, aí as coisas se complicam ainda mais para a Presidente. A reação da população ao aumento dos preços dos alimentos, a não elevação das oportunidades de emprego, a estagnação do valor do salário médio real, além dos problemas de violência urbana, entre outros dados, não é nada agradável e as quedas foram significativas em cada um dos indicadores avaliados.
Por outro lado, a reação da BM&F/Bovespa, subindo mais de 4 mil pontos e das ações da Petrobrás e da Eletrobrás, aumentando os seus valores em apenas um dia, em 7 e 9%, bem como uma análise dos especialistas do mercado afirmando, sem outras preocupações e temores, que a Bolsa reagiu, positivamente à perspectiva de alternância de poder e a convicção de que, a oposição ganhando as eleições, tais empresas não seriam usadas mais, politicamente, representa um dado deveras sintomático talvez a comprometer a caminhada de Dilma em busca da reeleição.
É cedo para afirmar se a queda de popularidade é uma tendência ou não mas, pois tendo caído quatro pontos em janeiro, sem que houvesse o barulho estridente das manifestações de rua como ocorreu em Junho quando a sua popularidade caiu a ponto de chegou a 30% e, agora, tendo caído mais três pontos percentuais, é difícil não admitir que há algo no ar além dos aviões de carreira.
As próximas pesquisas mostrarão quem se beneficiou, na oposição, de tal queda ou se, apenas, os insatisfeitos não se manifestarão a favor de quem quer que seja. Na verdade, os programas partidários de Eduardo Campos e Marina, este último que foi ao ar ontem e, o de Aécio, que deve ir ao ar, em breve, deverão fustigar, bastante, a Presidente. Por outro lado, o número de insatisfeitos na base aliada, particularmente dentro do PT, reacende a chama do movimento “Volta Lula” que, para os analistas, só faz enfraquecer a candidata à reeleição.
Claro que ainda muita água vai correr por debaixo da ponte antes que se tenha um quadro melhor definido das perspectivas eleitorais para esse ano. A montagem dos palanques estaduais entra na sua fase mais decisiva porquanto, na próxima semana, os atuais ocupantes de cargos executivos deverão se desincompatibilizar acenando para possíveis postulações eleitorais e, aí, saber-se-á quem dará palanque a Dilma e quem ficará com a Oposição.
Considerando que a eleição, cada ano se torna mais cara e dispendiosa, a tendência é de quem já está no jogo, apresente uma alta fatura para apoiar a Presidente, vez que, na visão dos políticos, a “Viúva” pode pagar qualquer conta e, não pouparão, a dirigente maior do País, das naturais pressões e chantagens. A propósito, no Estado do Ceará, por exemplo, a previsão é de que a eleição de um deputado federal que já tenha nome e conhecimento custe, no mínimo, dez milhões de reais e a de governador, os valores se tornam estratosféricos, máxime quando se tem um candidato como, no Ceará, o Senador Eunício Oliveira, que não tem limites nem restrições de gastos para se tornar governador.
Embora o quadro não seja nada alentador para Dilma, como no Brasil as crises viajam, tiram férias ou prolongam o fim de semana, quem sabe, algo de novo possa ocorrer que mude o quadro e desanuvie o ambiente para a Presidente!
Postado em 25 mar, 2014 Deixe um comentário
Nada, lamentavelmente nada, sugere que um cidadão, deste imenso país, possa alimentar esperanças de que as coisas que o angustiam venham a mudar ou, talvez, as circunstâncias se mostrarem mais favoráveis ou que, pelo menos, venham a sinalizar que alguma coisa de diferente possa vir a acontecer.
A classe C, aquela fruto de um esforço de retirada de números relevantes da população da faixa abaixo da linha de pobreza ou aquele conjunto que hoje estaria percebendo de 320,00 a l.l20,00 reais/mês, que viveu seu momento de afirmação e de auto-estima elevada, hoje, conforme matéria de primeira página do Correio Brasiliense, sofre os efeitos e os impactos do baixo crescimento e, particularmente, da perda de poder de compra de sua renda.
Sob uma manchete que afirmava “Do paraíso das compras ao inferno das contas”, esse contingente se vê surpreendido pela inflação, pela alta dos juros e pelo fim do crédito fácil” e as famílias são obrigadas a reduzir consumo, fechar empreendimentos e se desfazer de bens para pagar dívidas”. E, finalmente, conclui que as “famílias estão menos empolgadas. Houve uma mudança drástica de perspectivas”. Também pudera! Só a inflação sobre os alimentos por ela consumidos subiu mais de 20% contra uma inflação oficial em torno dos 6%!
Por outro lado, a Standard & Poors, resolveu advertir o Brasil e rebaixou a nota de BBB para BBB-, indicando que, se não houver uma mudança séria do País no que diz respeito as suas contas públicas, a perda do “investment grade” poderá ocorrer ainda este semestre, com consequências dramáticas para as empresas brasileiras endividadas em dólares, diante da redução de oferta de crédito e da elevação de seu custo.
O economista Paulo Guedes, na sua coluna em O Globo, chama a atenção para “a fuga de capitais brasileiros que seriam destinados ao empreendedorismo aqui dentro e, que, agora, saem não em busca de melhor remuneração mas de maior segurança”.
A Bolsa perdeu a sua exuberância e, a cada dia, encolhe mais. As empresas suspendem lançamento de ações, pedem fechamento do capital e o próprio mercado de capitais deixa de ser fonte de financiamento do setor produtivo.
O processo de desindustrialização, mesmo com o câmbio apreciado, continua a ocorrer e, com o passar do tempo, sem nenhuma intervenção de governo para melhorar a sua eficiência e competitividade, a tendência é que diminua, mais e mais, a sua participação no PIB brasileiro.
Afora tais dados que refletem um painel preocupante dos rumos da economia nacional, a tendência do nível de preços é acelerar e, consequentemente, fechar o ano com uma inflação maior do que a do ano que passou porquanto o ano será, tipicamente, um ano fiscal de gastança, sem maiores controles.
Claro que não se fala aqui nas dificuldades político-institucionais enfrentadas pelo governo para conter as insatisfações de sua base parlamentar que, segundo os analistas, terá, como única alternativa para a sua minimização, “o aumento da fatura” a ser paga pelo governo para conter as demandas incontidas dos políticos.
Finalmente, os escândalos, cada vez mais significativos, envolvendo o PT, principalmente, além de seu aliado principal, o PMDB, contribuem para dificultar as possíveis saídas para a crise.
Na verdade, o que se vive é um crise de credibilidade, de competência e de gestão das políticas públicas. E, será que a coisa está perdida e não tem mais caminho de volta?
Este cenarista acha que não. Basta que a Presidente, desça do seu pedestal, assuma, nem que seja, uma humildade industrializada e, ouvindo o seu guru (Lula), faça uma mudança crucial nos gestores da política econômica de tal forma, que, em assim ocorrendo, restaure-se a confiança e a esperança de que as coisas encontrarão o seu eixo e o seu rumo.
Imagine a Presidente Dilma substituindo Mantega por Henrique Meirelles ou por Armínio Fraga; substituindo os dois metros de altura de incompetência de Arnus Agostini e chamando para o seu lugar, um Murilo Portugal; e, colocando no lugar de Miriam Belchior um Paulo Guedes, provavelmente, no dia seguinte a Bolsa já seria outra, com uma reação mais que imediata.
Aliás, só porque se disse, na semana passada, na base da boataria, que Dilma cairia nas pesquisas de opinião, a Bolsa subiu mais de dois pontos percentuais, imagine-se ocorrendo uma mudança das caras dos condutores da política econômica! E aqui nem se fala na substituição da diretoria do BC que, com condutores mais acreditados no comando da política econômica, Tombini e companhia saberiam se enquadrar nesses novos tempos.
Mas, a presunção, a pretensão, a auto-suficiência e a arrogância de Dilma parece que não permitirá tal gesto! Ou será que não? Portanto, caso nada ocorra, vai continuar o País sangrando até, pelo menos, a eleição de outubro próximo! E depois, seja o que Deus quiser!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!