DAVOS: OS DESENGANOS VÃO CONOSCO À FRENTE E AS ESPERANÇAS VÃO FICANDO ATRÁS!

O discurso de Dilma Roussef, em Davos, não foi suficiente para reverter as expectativas, notadamente dos investitures internacionais, no sentido de acalmá-los e tranquilizá-los de que o Brasil corrigiria erros e equívocos da política econômica, posta em prática, até agora.
Ou seja, a Presidente não convenceu de que o pais estivesse no rumo certo e, suas promessas de que, a partir de agora, as coisas seriam diferentes, do ponto de vista fiscal, pelo memos, não calaram fundo nas mentes, notadsmente, dos observadores das agencias de risco.

Duas promessas básicas ali foram feitas e, certamente, com enormes dificuldades de serem cumpridas. A primeira, seria a de que o Governo forçaria uma convergência da inflação para a sua meta que é de 4,5% ao ano, algo que não ocorre faz já algum tempo. A segunda seria o alcance de um superávit primário capaz de cobrir os custos de rolagem da dívida, algo que deveria se situar no entorno de 3,1% do PIB!

Tais promessas, “embrulhadas” numa brilhosa e pomposa embalagem, onde pontificaram não só a exaltação da estabilidade das instituições, “vis-a-vis” dos outros emergentes, bem como chamou a atenção para as enormes potencialidades econômicas a serem exploradas no campo de petróleo, gás, minérios e agropecuária, além das perspectivas de investimentos nas significativas possibilidades no campo da infra-estrutura, não soaram aos ouvidos dos potenciais empreendedores e investidores, como queria a Presidente.

Na verdade, a crise de confiança que enfrenta o País, não só pela confusa condução da política econômica e pela ainda difícil leitura das bases da necessária segurança jurídica e de marcos regulatórios confiáveis, é o fator comprometedor das possibilidades de retomada do crescimento do País, em bases mais elevadas e de forma estável e continuada. O que se verifica é que, os estrangulamentos nas contas públicas, no setor externo e o teto que se estabeleceu em termos poupança e de investimentos no País — 18 a 19% do PIB — limita, em muito, as perspectivas de expansão da economia nacional.

E isto poderia ser superado pela atração de investimentos externos, mesmo agora, quando a concorrência com as economias mais avançadas, tornou-se mais intensa! Isto porque, as possibilidades na área da mineração, no segmento das obras de mobilidade urbana — os metrôs, os vlt”s, os trens suburbanos, a construção de vias, túneis, etc– aliadas as obras de infra-estrutura destinadas a superar gargalos econômicos significativos — ferrovias, estradas, portos, aeroportos, etc — abrem boas perspectivas de estímulos à investidores externos desde que, o estatismo, o dogmatismo, as intransigências, as restrições de licenças de todos os tipos, além da burocracia na condução de licitações e de contratos, não se mostrem, como se mostraram, até agora, fatores impeditivos para o sucesso de tal empreitada.

Por outro lado, é preciso que a Presidente, mostre, com gestos objetivos, notadamente na área fiscal, o propósito externado em Davos de recuperar as bases dos fundamentos da economia, não apenas com mais elevações da taxa básica de juros, mas no controle de gastos públicos e na gestão mais eficiente das obras e dos investimentos que compreendem, não apenas o famoso PAC, mas as famigeradas obras da Copa e dos Jogos Olímpicos.

Outrossim, preocupa, também, aos investidores externos, os desdobramentos das manifestações de rua e a forma, até agora, pouco efetiva e convincente, de como o governo, nos três níveis, está enfrentando a questão. Parece, a muitos analistas que, no afã de capitalizar dividendos político-eleitorais, as atitudes dos entes públicos é de, competindo entre si, descobrir como transferir os ônus das intervenções policiais para os seus concorrentes eleitorais. E isto é muito ruim pois, pelo jeito que a coisa se encaminha, é difícil antever como as coisas ficarão ou evoluirão daqui para frente.

E os black blocs já encontraram um contraponto nos white blocs e os partícipes dos rollerzinhos encontraram os donos dos shoppings centers, os pequenos e médios empresários, alí instalados e, uma classe media tão massacrada pelas políticas de governo e insatisfeita com as discriminações a seu ir e vir que, a questão começa a entrar num clima de confronto com consequências imprevisíveis. É isto que Dilma não mostrou respostas ou perspectivas confiáveis de que o País caminharia no chamado rumo certo! E aí é difícil antever para onde caminha a plebe rude e ignara desse País.

SÃO TANTAS COISINHAS MIÚDAS…

O Prefeito Eduardo Paes, inconformado com a falta de educação de seus munícipes, estabeleceu um conjunto de procedimentais e sanções destinados a quem, irresponsavelmente, jogar lixo, de qualquer tipo, inclusive guimbas de cigarro, nas ruas. A população, em parte aplaude mas, reage não apenas ás multas impostas aos infratores, como para o fato, por exemplo, de que, em grandes eventos públicos, não deva caber ao cidadão comum ou ao seu gesto de responsabilidade politico-social como cidadão, prover para que sejam mantidos limpos os logradouros, mas sim, ao Serviço de Limpeza Urbana. É um pouco de atraso no conceito do espírito de cidadania mas, enfim, é o que ocorre.

A coisa ainda está em começo e, para demonstrar como os cariocas mantém à risca o compromisso de deixar à COMLURB, ou seja ao poder público, o papel de recolher todo o lixo, na passagem de ano, só em Copacabana, o inventário da mal educação atingiu mais de 600 mil toneladas! Ou seja, pela manhã do chamado dia da confraternização universal, o ente público teve que colocar um batalhão de garis para recolher tanta sujeira deixada na praia.

Em Brasília, os condomínios residenciais estão exigindo dos condôminos que façam a separação do seu lixo para permitir a chamada coleta seletiva, o que representará um grande avanço no que concerne à melhoria ambiental. Mas, a idéia encontra resistência de muitos moradores.

A cidade, Capital da República, poderia muito bem contribuir com essa mudança cultural capaz de gerar um novo perfil de morador das urbes, notadamente das médias e grandes cidades, principalmente quando, em várias urbes do mundo, redefinem-se a forma de organização, de gestão, de sustentação, de equilíbrio ambiental e de novas maneiras de relacionamento entre as pessoas.

Isto porque, mesmo sendo Brasília uma cidade estigmatizada por tantos desvios de comportamento das suas elites, apesar disso, já deu uma notável demonstração de educação urbana quando foi pioneira no uso do cinto de segurança, no respeito a faixa de pedestres além de haver criado o saudável hábito de não se fazer uso da nefasta buzina! Até hoje essas conquistas foram mantidas e, quem sabe, pelo jeitão, deverão sê-las, até que novas conquistas venham substitui-las, como ora já está a ocorrer em Bristol, Inglaterra; Tallin, Estônia; Copenhagen, na Dinamarca e Estocolmo, na Suécia!

Em tais cidades, novos conceitos de organização, de gestão, de instrumentos de participação e de subordinação de valores à qualidade de vida dos atuais moradores e o respeito às futuras gerações, estão sendo desenhados novas formas de viver em tais conglomerados urbanos.

Mudam-se desenhos da arquitetura urbana, redefinem-se os canais de tráfego e o uso de meios de locomoção mais ambientalmente adequados, tais como, bicicletas, além de se reestabelecerem-se novos padrões de arquitetura de edificações. Tais conceitos, subordinando-os à racionalização e maior eficiência da economia; à utilização de energia limpa; à reciclagem de materiais, inclusive de água e de energia; ao uso da luminosidade natural e a adoção de energia solar e eólica, estão proporcionando uma verdadeira revolução em todos os princípios e valores relativos à vida nas cidades.

Racionalizar, melhorar a eficiência, respeitar o patrimônio ambiental e cultural, fazer operar a casa e a cidade de maneira mais eficiente possível, reduzindo agressões ao ambiente, as pessoas, a convivência entre grupos, sem preconceitos e restrições de qualquer ordem, parece ser a regra que define todas essas novas intervenções.

Claro que não se espera que do caos que são as cidades brasileiras marche-se, de imediato, para o padrão de vida e de operação dessas cidades que, na verdade, representam os núcleos urbanos com melhor qualidade de vida em todo o universo. Mas, pequenas alterações ou pequenas coisinhas miúdas, como aquelas que Brasilia já conquistou e que o Rio está intentando implementar, podem ser ampliadas e podem ir definindo um novo conceito de qualidade de vida nas cidades brasileiras.

Brasilia que já é, também, a segunda cidade a mais doar órgãos para transplantes no País, representando notável conquista na área da solidariedade humana, também pode ir agregando mais conquistas, não só com coisas tão significativas como a doação de órgãos, mas também com essas ações e gestos pequenininhos, como punir quem joga lixo nas ruas; aplicar penas violentas a quem liga o esgoto privado à rede de águas pluviais; multar quem joga guimbas de cigarro nas ruas; apenar, duramente, quem destrói a iluminação pública, parques, jardins, parada de ônibus, etc; prender e, transformar em crime inafiançável quem rouba cabos de energia elétrica ou de telefonia nas ruas; tornar mais severas as penas para quem depreda serviços públicos essenciais, poderiam ser algumas das ideias a serem postas em prática, na Capital do País.

Sendo a renda per capita mais alta do País, tendo a população com o nível educacional talvez o mais elevado da Nação e, sendo constituída por uma população madura, constituída de muitos aposentados, é inaceitável que a Capital Federal não se transforme em exemplo de educação cívica, ambiental e de vivência comunitária no País.

A cidadania e os exemplos de seu mais puro exercício deveriam prosperar por aqui, em primeiro lugar. E aí, Brasilia poderia aproveitar esse potencial representado pelos seus exuberantes indicadores sociais, excluindo-se aí a questão da violência urbana e, a sua notável e rica infra-estrutura, para, por exemplo, transformar-se no maior centro olímpico do País, como agora está se decidindo a mudar-se para Brasilia, a equipe nacional de saltos ornamentais.

Tornar-se, por exemplo, centro de excelência em uma série de atitudes, uma série de ações na área ambiental, na área do politicamente correto, sem os excessos de zelo e, numa educação e uma medicina curativa de conformidade com o nível de renda de seus habitantes, não seria difícil de conquistar, desde que houvesse uma proposta da sociedade civil para tanto.

Mas, lamentavelmente, nem as coisas mais elementares — qualidade dos serviços públicos oferecidos, segurança e ação organizada da sociedade civil para combater a impunidade e a ineficiência da gestão dos governos — aqui estão a ocorrer.

Apesár disso e de outros males que afligem a antiga capaital da esperança, vale à pena acreditar que, ao agregar gestos pequenos de cidadania e transformá-los em conquista da sociedade, Brasilia possa, pelo exemplo, despertar em outras cidades, esse mesmo espírito! Quem sabe?

O NÓ GÓRDIO: RECUPERAR A CONFIANÇA!

Recuperar a credibilidade e a confiança é condição “sine qua non” para o Brasil viver um clima de crescimento e expansão tão necessários e, tão potencialmente possíveis, pela sua sociedade. Mas, diante de dados contraditórios — o desemprego não é mais de 4,6%, como alardeado pelo governo, mas, de 7,4%, como redefinido pelo IBGE; a criação de empregos, em 2013, foi a pior dos últimos 12 anos; a inflação real não foi de 5,89% mas, se se ajustar os preços administrados defasados, estaria acima de 7%; as contas públicas seriam de valores diferentes se não tivessem sofrido maquiagens e arranjos de seriedade discutíveis, — as dúvidas e incertezas aumentam.

Agora mesmo, a Bloomberg anuncia, para perplexidade de muitos e espanto de alguns que, diferentemente do que os bancos americanos e as agências de risco têm ameaçado, o País, ao invés de não mais representar opção melhor de investimentos externos, representa o segundo melhor destino, entre os emergentes, para a realização de investimentos por empreendedores externos! Durma-se com um barulho desses!

Se forem consideradas as recomendações de três bancos dos maiores bancos americanos e do Deutch Bank alemão, além da ameaça de uma das agência de classificação de risco, a Standard & Poor, de rebaixar o Brasil, ainda esse semestre e, até a proposta do criador dos BRICS de retirar o B de Brasil dos emergentes, esses fatos mostram um quadro deveras preocupante. Ademais, a saída ou a perda de 285 bilhões de dólares por investidores estrangeiros nos últimos três anos, recomenda muito mal o Brasil.

Se se considerar que, um emergente como o Brasil, no caso a Turquia, lançou, agora a pouco, uma proposta de venda de 1 milhão de euros de letras ou títulos públicos de governo, teve uma demanda de 12 bilhões de euros, numa demonstração patente de confiança dos investidores internacionais, mesmo quando a maioria dos fluxos financeiros se dirigem para os países avançados e mais seguros.

Por outro lado, os jornais de 22 de Janeiro estampam dados sobre o nível de confiança dos agentes econômicos, máxime de investidores tanto externos como internos, no que diz respeito ao crescimento das economias como um todo. O levantamento não apenas diz respeito aos países emergentes mas, também, aos países desenvolvidos e, particularmente, se detém sobre os destinos dos BRIC’s.

O resultado encontrado mostra que, no caso específico do Brasil, a expectativa dos agentes econômicos internacionais, não é das melhores, situando-se o País, nas últimas posições, não apenas em relação ao G-20 mas, no meio dos emergente. Aparentemente poucas agências de investimentos estão apostando nas condições gerais de investimentos na terra de Dona Dilma. Aliás, a própria Presidente, tinha, como principal missão em Davos, convencer as agências de risco de que as coisas não estão tão ruins e complicadas como aparentam estar.

Ademais, as projeções publicadas nos jornais sobre o crescimento econômico, não são nada favoráveis ao Brasil, ficando as expectativas de expansão do seu PIB, abaixo de todos os outros emergentes, colocando-se apenas à frente da Rússia e, na média, à frente dos países da Zona do Euro e das economias chamadas avançadas, o que não representa qualquer vantagem, pelo menos nessa quadra de recuperação dos países avançados!

Por outro lado, as agências de risco ameaçam reduzir o “rating” do Brasil, já nesse primeiro semestre, com notáveis prejuízos para o País e para as empresas brasileira que se financiam com empréstimos externos, caso não surjam sinais efetivos de recuperação dos fundamentos da economia.

Diante da situação dos emergentes, os investidores externos já direcionam as suas opções de aplicação de seus fundos para as economias como a dos EUA, da Alemanha, do Reino Unido, da China, entre outros, o que reduz a oferta de crédito e de investimentos para o Brasil, além de encarecer o financiamento do rombo das contas externas e aumentar os juros cobrados às empresas brasileiras.

E, todas as notícias recentes — inflação, emprego, balança comercial, etc — não são favoráveis e capazes de reverter a tendência pessimista dos investidores internacionais no sentido de retomar o direcionamento de investimentos para o País.

A questão que se coloca é como recuperar a confiança perdida? Como convencer a investidores externos de que as políticas públicas estão sendo geridas com a necessária responsabilidade e sobriedade e que os critérios adotados em relação a administração dos fundamentos da economia estão sendo sérios e respeitados? Sem qualquer gesto real? Com os mesmos formuladores e executores das políticas públicas? Diante da ânsia da Presidente de buscar a sua reeleição, até que ponto é possível acreditar em medidas de austeridade fiscal?

Parece que não será nada fácil recuperar os fundamentos da economia, ampliar o investimento, melhorar a eficiência na execução de obras públicas, garantir melhor qualidade na gestão das políticas públicas e sinalizar que há seriedade, sobriedade e responsabilidade do governo, além dos sonhos políticos de seus mentores. Esse é o nó górdio que está difícil de ser desatado!

POR QUE É COMPLICADO PARA O BRASIL SAIR DAS ARMADILHAS E IMPASSES?

Se alguém se detiver em examinar o entorno do Brasil onde, a maioria dos países, sem o amadurecimento institucional e sem o tamanho e a diversidade econômica deste imenso País, fica intrigado como uma Costa Rica, uma Colômbia, um Peru, um Chile e outros menos votados, estão conseguindo crescer, de forma continuada e sustentável, e aqui, os tupiniquins, não encontram o caminho da expansão econômica continuada, sem tumultos, solavancos ou transtornos!

Quais os fatores que complicam a superação dos constrangimentos que os impasses e os gargalos de toda ordem, quer de infra-estrutura, quer de mão de obra qualificada ou quer do excesso de regras imprecisas e instâncias burocráticas, estabelecem ao crescimento do Brasil? Será que o diagnóstico é confuso e sem foco, o que impede de se buscar a terapêutica ou o receituário mais adequado?

Afirmar apenas que os nossos problemas são ainda, em parte, institucionais, representa uma generalização que não diz muito para o seu encaminhamento.

Dizer que tudo decorre de uma estrutura política que impede os avanços mais relevantes no campo institucional para facilitar a ambiência fundamental a que prosperem as decisões de investimentos e os negócios, talvez represente ainda, uma generalização perigosa.

Mostrar que é a estrutura de um estado centralizador, burocratizado, confuso e incapaz de soluções mais simples e que avançou demais nas competências da própria sociedade civil, representa parte da explicação mas não vai ao cerne da questão.

Se se tem uma visão pragmática e se isolam fatores ideológicos, institucionais, políticos e se busca, de maneira mais objetiva, tentar identificar o que limita a expansão e a capacidade do País de enfrentar os novos tempos desse mundo globalizado, então a coisa pode, aparentemente, parecer mais simples mas, na verdade, mesmo assim, não é.

Se lhe perguntasse, caro leitor, qual o problema mais grave do Brasil, fugindo daqueles clichês ou estereótipos tipo impunidade, mediocridade, desonestidade, incompetência, falta de compromisso e visão de futuro, o que você responderia? Ou seja, daquelas questões que estão mais a sua frente, o que limita o Brasil de crescer e de desenvolver? Será que o problema estaria no descontrole das contas públicas? Ou, se se quiser ser mais generalista, o problema estaria no desrespeito dos chamados fundamentos da economia — responsabilidade fiscal, cambio flutuante, meta de inflação, superávit primário — que criariam embaraços para a expansão da economia?

Talvez não. Porquanto, a pergunta que não quer calar, é porque não cresce o País? É pela falta de poupança, tanto pública como privada, bem como pela falta de poupança externa? Talvez, mas não explica tudo! Seria pelos gargalos criados pela infra-estrutura que torna os produtos brasileiros menos competitivos do que os da vizinha Argentina e, de longe, dos bens produzidos nos Estados Unidos? Será pela insegurança jurídica e pela imprevisibilidade judicial que impedem que, mesmo com marcos regulatórios imprecisos, não haja ambiente propício para investimentos com um mínimo de tranquilidade para o seu exercício?

Será porque os governantes não inspiram confiança? Ou será pelo conjunto da obra?

Na verdade, o que ocorre é que, o PaÍs preciso ser passado a limpo, desde o recompor os fundamentos da economia, a melhoria do ambiente econômico, além de fazer operar mecanismos de estímulo à poupança e ao investimentos, já começaria a ajudar a solver o problema. E, mais que tudo, é preciso que dirigentes e sociedade tenham a clara e objetiva percepção de que sem as reformas institucionais básicas — fiscal, previdenciária, tributária e trabalhistas inclusive a orçamentária –, aliadas aos ajustes necessários na gestão das políticas públicas como um todo e, de um retorno a um planejamento governamental, pelo menos de caráter indicativo, será muito difícil encontrar o caminho das pedras.

O que se constata é que, sem tais reformas institucionais básicas, pouco se pode esperar de uma possibilidade objetiva de um crescimento continuado e sustentável por um período condizente com que a sociedade necessita para afastar os fantasmas da miséria, da desigualdade, do distanciamento do estado de bem estar que se pretende para o Brasil.

E a pergunta que não quer calar é quando a sociedade irá fazer manifestações para exigir esse novo pano de fundo institucional para o país? Se depender do Congresso e dos partidos políticos, esses deixarão a corda espichar até chegar ao limite do insustentável. Mas, aí pode ser que já seja tão tarde e o Brasil tenha se transformado numa Argentina ou num POrtugal. O que a sociedade brasileira irá buscar, diante dessas incertezas e indefinições que deixam os brasileiros perplexos e confusos? Não se sabe e …continua o impasse de um país que tem tudo para crescer exuberantemente mas não consegue superar as armadilhas e os impasses criados pelos seus próprios dirigentes.

PODE SER A GOTA D’ÁGUA!

As pessoas estão ficando cansadas, descrentes no poder público e, agora, estão ficando exasperadas, principalmente, nas grandes cidades.

A qualidade de vida dos cidadãos despenca, não só pela péssima oferta dos serviços públicos, pelos problemas gravíssimos de mobilidade urbana e de poluição ambiental, mas, e principalmente, pela insegurança que domina e alcança todos os espaços e momentos da vida das pessoas e conduz a uma situação de constante constrangimento e de desespero.

A violência domina a cena e, acuado, encurralado e impotente, sem ter a quem recorrer, o cidadão começa a entrar em parafuso.

Não é só por conta dos assaltos a mão armada; dos crimes praticados nas residências; do roubo de veículos; da ação de descuidistas, por toda a parte; dos assaltos aos coletivos e a carros particulares, bem como dos golpes de toda ordem, inclusive através da clonagem de cartões; mas, fundamentalmente, dos sequestros relâmpagos, do controle do crime de dentro dos presídios, por parte dos chefes de gangues; da utilização de menores para cometer as mais bárbaras atrocidades; dos vandalismos de toda ordem, praticados por black bocks e outros vândalos, entre outros. Juntam-se, a tudo isto, os arrastões nas praias, nos engarrafamentos, nos túneis, entre outros. E, diante de toda essa loucura, o cidadão ainda assiste a impunidade que grassa, quase de forma endêmica, por todos os segmentos do País e, impotente, tranca-se dentro de casa, temendo o pior!

Em Brasilia, parece que, corroborando a tese da Governadora Roseana Sarney “de que, a violência só tem aumentado no Maranhão por conta do acelerado crescimento e desenvolvimento do estado”, essa mesma violência, está a atingir níveis insustentáveis. E, mesmo diante da recomendação de especialistas em segurança pública de que o cidadão não deve reagir diante da ação de um bandido, as pessoas cansaram, esgotaram a paciência e, numa atitude de efetivo desespero, estão indo a vias de fato com os bandidos.

E, na proporção em que o ambiente começa a ficar quase irrespirável, isto tem provocado sentimentos os mais diversos e as reações as mais inusitadas. Agora mesmo um ciclista, abordado por um meliante, numa das principais vias de Brasilia, ameaçando-o com o que se supunha fosse uma arma de fogo no bolso e, desconhecendo que o desportista era um lutador de artes marciais, recebeu violento golpe que, o imobilizou e, levado ao hospital, veio a óbito. Por outro lado, um irresponsável, altamente embriagado, atropelou um ciclista e, só se deu conta, quando parado pela polícia, diante da presença da cabeça da vítima presa dentro do seu veículo. Por outro lado, os crimes contra a mulher, contra as minorias e os crimes de pedofilia dão o ingrediente adicional para essa tragédia novelística que se apresenta todos os dias aos brasileiros.

Em algumas cidades ou bairros de grandes cidades, crimes bárbaros estão sendo justiçados com as próprias mãos, pelos moradores, numa demonstração patente de que as pessoas acham e pensam que a polícia e a justiça só funcionam para os que podem e acabam sendo, essas duas instituições, uma ameaça para os mais pobres. Segundo os mais pobres da sociedade, os mesmos hoje acham que direitos humanos só servem para proteger bandidos e para patrocinar o desenvolvimento de jovens para se tornarem grandes bandidos.

E, diante desse quadro, onde aqui se mata mais que no Iraque e na Síria, o que fazer? É fundamental que se busque saídas e alternativas porquanto, se a coisa cair no descontrole geral, decapitações como as de Pedrinhas, no Maranhão, vão começar a ocorrer como coisas normais e comezinhas.

O Poder Público, num total desrespeito e descaso pelas vidas humanas e pela integridade do cidadão, não tem sido capaz, sequer, de aplicar os recursos orçamentários disponíveis para ações e obras destinadas a reduzir a criminalidade e, quem diria, para trabalhar projetos de redução do consumo de drogas, notadamente do crack.

O Fundo Penitenciário, não tem sido usado na sua integralidade. O Ministério da Justiça é incapaz de respaldar e apoiar a disseminação de experiências exitosas como as do
Rio com as UPP’s, de São Paulo, com prêmios para os policiais de rua que ajudarem a reduzir a criminalidade, as experiências de PPP’s na construção e gestão de presídios, além de outros projetos que estão garantindo, em alguns lugares, formas de diminuição da violência urbana.

Por outro lado, ações na área educativa e de reinserção de jovens delinquentes na sociedade; retorno de espaços públicos tomados pela marginalidade para o uso dos cidadãos; iluminação pública ampliada e melhorada; sistema de monitoramento da áreas mais sujeitas a localização de crimes de toda ordem; melhoria do sistema de informação das polícias bem como integração de seus bancos de dados, são algumas iniciativas passíveis de serem realizadas, sem maiores custos e dificuldades.

Por fim, um grande trabalho de desarticulação do crime organizado, um processo de limpeza das polícias militar e civil, um sistema de separação de presos por tipo de crime e pena nos presídios, além de um amplo trabalho de mobilização de toda a comunidade contra os vários tipos de violência, poderiam ser atitudes que poderiam reduzir essa escalada de revanchismo, de justicialismo e de “olho por olho, dente por dente”, de atitudes, acima da lei e da ordem, que ora domina os cidadãos pacatos que já não conseguem conviver com esse quadro de absoluto desrespeito a sua integridade e tranquilidade pessoais.

Você já parou para pensar que presídios, casas de correção de crianças, delegacias de polícia são obras de pedra e cal da mesma forma que estádios de futebol? Se foi fácil fazê-los em uma ano ou ano e meio, por que não fazer presídios de segurança máxima, aumento da capacidade de albergamento dos presídios estaduais e de casas de correição de mneores?

A SUCESSÃO: O MESMO DO MESMO OU A TOADA PODE MUDAR?

Embora muitos achem, como o velho Magalhães Pinto, que a ”política é como nuvem; a gente olha para cima ela está de um jeito, quando baixa a vista e a levanta outra vez, ela já mudou de formato”, aparentemente tudo parece demonstrar que a sucessão presidencial não apresentará novidades e deverá repetir os últimos pleitos: Lula comanda a festa e o PT se garante por, pelo menos, mais quatro anos de mandato.

Isto porque as pesquisas, até o momento, mostram tal tendências. Os filhos do Bolsa-Família não demonstram qualquer preocupação com questões tão elitizadas como superávit primário, déficit da Previdência, o rombo nas contas externas, os descontroles fiscais, o “pibinho” e uma inflação que teima em resistir, mesmo com uma taxa de juros básicas nas alturas. E, como não há democracia a não ser pela maioria votante, a tendência é que, por enquanto nada “balançará” a fidelidade dos “eleitores da sobrevivência” a Lula e, por tabela, ao PT.

A Oposição, até agora, não estruturou um discurso capaz de sensibilizar os eleitores das classes C, D e E e de tirar da comodidade os que, na classe A, se beneficiam da proximidade com o poder.

Por outro lado, os partidos que poderiam ameaçar a eleição de Dilma, pelas suas características, forma de atuação e projeto de poder, máxime o PMDB, não tem qualquer preocupação com a sucessão presidencial, por falta de compromissos doutrinários e históricos com referido pleito e, por conseguinte, estão por demais enrredados com a constituição de maiorias parlamentares, tanto a nível nacional como nos estados, não sendo tentados a, por alguma circunstância, sequer pensar em romper com Dilma. É muito mais interessante para tais agremiações, acenar para o eleitor que, além de acalentar seus sonhos de poder local, estarão de bem com o poder central ou o poder mais elevado!

Esse diagnóstico fica bem patente quando se examina o caso do Rio de Janeiro onde os atuais pré-candidatos — Pezão, Lindenberg, Garotinho e Crivella — são palanques, já declarados, de Dilma, não restando, até agora, palanque expressivo para Aécio ou Eduardo Campos.

Sabe-se que o PMDB não interfere nas opções que seus diretórios regionais fazem em termos de eleição presidencial vez que, a estratégia do partido é eleger o maior número de parlamentares e continuar sendo a força política indispensável a garantir a governabilidade e a sustentação parlamentar de qualquer presidente. Aliás, dizia o velho Tancredo que “ao PMDB não interessava disputar o Reino mas, tão somente, ser amigo do Rei”!

Assim o velho PMDB das glórias passadas, navega segundo tal desideratum e, a sua fidelidade a um candidato, quem quer que seja, é precária e discutível. Embora tenha sido o velho PSD a criar a figura da “Cristianização”, nos últimos pleitos, desde o início da Nova República, tem sido o PMDB o partido a fazer uso de tal prática. Cristianizou aquele que era a sua cara, a sua história e a sua glória que foi Ulysses Guimarães, quando lhe fez amargar a pior das suas derrotas, terminando em sexto lugar na disputa presidencial. Até o esperto do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, o “carcamano” como lhe chamava Ulysses, também foi traído pelo partido. E até a musa do outrora MDB, a bela Rita Camata, candidata a vice de José Serra, foi vítima do seu próprio partido.

Mas, agora, dizem alguns, comandado pelos homens mais espertos que a política brasileira produziu nos últimos anos — Renan, Sarney, Henrique Eduardo Alves, Eunício Oliveira, Eduardo Cunha, Valdyr Raupp, Eduardo Braga, Romero Jucá, entre outros –, o PMDB ensaia uma insatisfação com a Presidente, tudo “para inglês ver, com certeza, encenar e enganar a sua base para que ela acredite que o rompante é para valer. E todos estão “carecas”de saber que, ao fim e ao cabo, o PMDB vai se manter como aliado de Dilma, claro, aguardando os tempos e as circunstâncias.

Mas, diriam alguns mais esperançosos, a insatisfação agora não é só do PMDB, que não recuperou o Ministério da Integração além dos Fereira Gomes que não conseguiram emplacar Ciro como Ministério da Saúde e, parece, não conseguirão manter o seu aliado, Ministro Interino da Integração no cargo. Por outro lado, os demais aliados tem reivindicações objetivas de cargos e posições, como é o caso do PROS e do PP, este último pode perder o Ministério das Cidades enquanto os primeiros não conseguirão fazer o ministro da Integração nem a Secretaria dos Portos. Aí, a base fica balançada e, pode ocorrer que os palanques de Dilma fiquem prejudicados.

É claro que o PT, ao agredir, gratuitamente, Eduardo Campos e Marina, ao desestabilizar Ciro Gomes num trabalho de sapa para impedir o seu retorno a Esplanada, ao gerar insatisfações mis na base aliada, contribui para que as coisas fiquem um pouco mais complicadas para Dilma, levando-a, provavelmente a ter que disputar um segundo turno.

E o que pode mudar a toada da sucessão? O que pode quebrar o marasmo, o dejavú? Claro que os problemas de conciliação dos interesses partidários de PMDB e PT, em estados expressivos como o Rio, São Paulo, Minas, Pernambuco, Bahia, Ceará, Maranhão e Pará, poderão criar sérias dificuldades para Dilma. Mas, quando Lula ingressar direto na negociação, ele tem uma ascendência tal sobre o PT que ele pode reverter situações que o seu partido tornou complicadas.

Porém um outro fato pode mudar as tendências, hoje previsíveis, da sucessão. É aquele relativo a, se a Oposição, se recriar e conseguir construir alianças sustentáveis, nos estados, a partir da capacidade de aproveitar as dissidências e rachas que estão a surgir na base aliada. Mas também é preciso montar um discurso, não para as elites e para o poder econômico, pois esse está dado — vide a análise de Cesar Maia — mas para os filhos do Bolsa Família. E, só há uma maneira de chegar, com sucesso, a tal resultado. E qual seria?

Fundamentalmente encontrando bases e argumentos para contestar as três bandeiras básicas da plataforma de Dilma. A primeira é a que diz respeito ao Bolsa-Família que Aécio, sabiamente, acabou de propor ao Congresso para que ela seja uma conquista, em definitivo, da sociedade, transformando-a em lei e, com isso, acabará com o discurso de que alguém, o adversário do PT, ameaça acabar com tal programa. Ou seja, além de suplantar a chantagem atual, ainda pode dar tempo para tirar a falsa paternidade do programa das mãos do PT, haja visto que tal iniciativa foi do antigo prefeito de Campinas, Magalhães Teixeira, já falecido.

A segunda bandeira diz respeito ao PRONATEC, o grande programa de formação de mão de obra técnica que o país tanto carece. Aécio deveria propor que uma lei específica deverá estabelecer convênio com o sistema S, transferindo recursos para o mesmo, além de conclamar as escolas técnicas públicas, sob o comanda das forças armadas e das polícias militares, para um grande mutirão, com tempo e prazo determinado, para suprir as carências do crescimento econômico do País.

A terceira bandeira diz respeito ao programa Mais Médicos, onde Aécio ou Eduardo Campos, deveria, qualquer um deles, antecipar que, proporia um esquema de estímulos especiais para os médicos brasileiros irem para o interior, não só com a promessa de equipar as unidades médicas do essencial e, ampliar as matrículas nas escolas de medicina, odontologia, farmácia, etc, por todo o país, com ênfase nos municípios e estados que apresentem uma relação médico por habitante, inferior a média nacional, aí se tenha uma proposta consistente e sensibilizadora.

Fora a desmontagem de tais bandeiras, a Oposição deverá chamar a atenção para as chagas ora sofridas, como as secas do nordeste, as inundações e enchentes no Sul/Sudeste, a violência urbana e o caos penitenciário, bem como a todas as promessas feitas e não cumpridas, o que poderá se constituir na complementação do discurso. E, mais que tudo, vender esperança, mesmo que inconsequente, como fazem populistas e outros espertos!

O MARANHÃO DÓI AOS BRASILEIROS!

Três episódios recentes continuam a chocar a opinião pública brasileira, por mais que o governo os deixe ou queira banalizá-los, eles merecem uma reflexão crítica e, até mesmo, manifestações populares, como as de junho do ano que passou. A mais recente e que agride a alma e os sentimentos humanitários dessa grande nação tupiniquim, foi a exteriorização da crônica tragédia maranhense, não apenas mostradas pelas horrendas cenas de decapitação de presidiários apresentadas na Televisão, mas por tudo que está por trás e representa o pano de fundo para aquilo que ocorreu no Presídio de Pedrinhas!

Se tal evento é doloroso, um outro episódio que choca e clama à consciência pública,diz respeito as recorrentes inundações no Rio, em Minas e em Santa Catarina, deixando um rastro de destruição e de milhares de pessoas desabrigadas, sem ter para onde ir e, ainda, arrostando tragédias pessoais, com a morte de inúmeras e inocentes pessoas.

O terceiro diz respeito as secas do Nordeste que continuam a desafiar, não apenas a competência, o espírito público e a responsabilidade político-institucional das lideranças do País, faz mais de um século, sem que se promova a famosa política de convivência com o fenômeno! É crucial desenvolver políticas que impeçam que se manifestem os efeitos desorganizativos e desestruturadores da vida de milhares de pessoas e centenas de comunidades, provocados pelas secas devastadoras. Não é possível e nem se pode admitir faltar água de beber para animais, quem diria, para pessoas, em pleno século XXI!

O problema do Maranhão, da mesma forma que a miséria que toma conta de Alagoas, clama aos céus porquanto, o primeiro pode se dizer que, potencialmente, é o mais rico estado nordestino, porquanto tem todas as vantagens advindas de uma parte de seu território estar na pré-amazônia e a outra no Nordeste, aquele menos traumático que o “sertão brabo”, do semi-árido mais profundo. Isto porque, até do ponto de vista de políticas de desenvolvimento, o estado pode beneficiar-se daqueles incentivos e estímulos atribuidos ao Nordeste e, também, daqueles concedidos aos estados amazonenses.

Ademais, apresenta áreas de grande potencial agropecuário — vide o norte do estado, onde se produz soja e milho de mais alta qualidade e produtividade –; a baixada maranhense, com um enorme potencial agroindustrial, notadamente para a área de exploração da produção de frutas tropicais; o seu porto da Madeira, o de mais profundo calado do Brasil; o seu potencial mineralógico; o grande potencial turístico, não só da sua costa mas dos lençóis maranhenses, além da sua cultura onde sobressai a sua música de radiola, mesclada com o reggae de Jimmy Cliff e o bumba-meu-boi, tipicamente nordestino. E, apesár disto tudo, é o estado mais miserável do País, alternando as últimas posições com Alagoas, segundo os dados do IDHMI — Índice de Desenvolvimento Humano Municipal — publicados recentemente nos jornais.

Alagoas, quando foi governado, pela primeira vez, por Divaldo Suruagy, era, caracterizado por ele, como o “Filé Mignon do Nordeste”, por ser o estado onde se desenvolvia a agricultura canavieira bem mais moderna e produtiva que a de Recife; onde estava a melhor e a maior bacia leiteira do Nordeste; onde ocorria a produção de fumo da melhor qualidade do País, em Arapiraca; uma reserva apreciável e valiosa de salgema; uma costa belíssima, com notável potencial turístico e, um pequeno estado — a terra dos Marechais! — que, além de ser berço de grande homens públicos, era também o berço de grandes nomes da literatura nacional!

E a pergunta que não quer calar é como, tudo isso de potencial, escorreu por entre os dedos e levou a tais estados a situação tão deplorável! O fato é que a história desse dois estados tem algo parecido com a de nosso vizinho, a Argentina que, em 1920 era, talvez, a segunda nação mais rica do mundo, com um povo alfabetizado, uma classe média forte e, aparentemente, instituições saudáveis e sólidas.

E aí está a Argentina que, se desmantelou, se desorganizou e se perdeu em termos de história, fruto, fundamentalmente, do empobrecimento institucional que líderes populistas a fizeram mergulhar.

Alguém há de argumentar que, no Nordeste é tudo assim, mesmo! A história diz que não. Dois estados, dos mais pobres, sempre deram exemplos de bom planejamento e boa gestão pública, como são os casos do Rio Grande do Norte e do Ceará. Sempre tiveram bons dirigentes, embora que, vez por outro, ocorresse um transtorno no meio do caminho como ocorreu com a Prefeitura de Natal, recentemente é, agora parece estar a ocorrer com o Governo do Estado. No Ceará, os governos estaduais, mesmo com certas limitações na forma de governar e definir, autoritariamente, prioridades, tem feito muito boas administrações.

Ou seja, parece que os problemas estão vinculados a pobreza institucional, a falta de uma ética de compromisso e de responsabilidade para com a coisa pública e, em alguns casos, em face da não alternância de poder, configurando situações como a do Maranhão e o descalabro que representa a gestão da coisa pública no estado de Alagoas. E, Alagoas, que deu um dos mais notáveis exemplos de seriedade e dignidade na gestão da coisa pública, através da administração que se pautava pela transparência, que foi o período do grande escritor Graciliano Ramos! à frente da Prefeitura de Palmeira dos Índios, vê-se hoje afogada em problemas, impasses, violências e desrespeito a qualquer dos valores mais caros a um estado democrático de direito.

É uma tristeza que o País, impotente, assista a tais desrespeito à dignidade humana e sinta que, os interesses político-eleiçoeiros, deverão conduzir a manutenção dos mesmos líderes e do atual “estado das artes” em tais unidades da Federação.

BRASIL, UM PAÍS DE LEITURA COMPLICADA!

Há uma quase unanimidade, entre analistas econômicos, empresários e classe média, relativamente aos rumos que tomará o Brasil. Todos parecem se mostrarem preocupados com os rumos da economia nacional. A grande maioria desses segmentos mencionados, bem como a mídia nacional, acha que os problemas conjunturais e estruturais do País, estão chegando a níveis deveras difíceis de serem controlados e, daqui a pouco, até de serem revertidos.

Será um pessimismo improcedente, talvez fruto apenas da ignorância sobre fatos e perspectivas econômicas que só o governo dispõe de tais dados? Ou será uma tendência conspiratória das elites de se colocarem contra o governo popular do PT?

Agora mesmo o jornalista Clóvis Rossi faz coro com o Ministro Guido Mantega quando o Ministro afirma que empresários, classe média e alta, mídia, classe política e outros segmentos, que não rezam pela cartilha do PT e do governo, mostram “nervosismo” e externam pessimismo com o andar da economia e quanto as suas perspectivas para 2014 e 2015.

É claro que, tanto o jornalista como o Ministro reconhecem que o déficit externo pode gerar problemas para o crescimento; que a inflação ainda não está sob total controle e, que existem gargalos de infra-estrutura e de oferta de mão de obra que dificultam o melhor desempenho da economia.

Mas, no mais, mesmo sendo pífio o crescimento, sendo o superávit primário insatisfatório para pagar os juros da dívida e os déficits fiscal e previdenciário tenderem a avançar bastante, mesmo assim, segundo os mesmos, vive o Brasil uma situação de pleno emprego — desemprego na faixa de 4,5% — e a dívida interna líquida caiu de 36,3% para algo como 33,5%, mostrando que, só os rentistas e os que recebem uma fábula de remuneração dos cofres públicos, é que estão a se queixar.

A grande maioria da população, os chamados filhos do Bolsa Família, estes não têm queixas, não se interessam pelo superávit primário e, até agora, como a inflação, para os mesmos, foi de apenas de 5%, não se preocupam com esse possível amanhã que os “privilegiados” teimam, injustificadamente, a temer!

Para o governo federal e para os analistas com viés de esquerda, nada estaria a preocupar nem tampouco a justificar o pessimismo de agentes econômicos que, com sua atitude, numa “verdadeira guerra psicológica”, como disse a Presidente, só estimulam as agências de “rating” a criarem embaraços para o País, na proporção que estão desestimulando investidores a aplicarem nos emergentes!

O que é difícil na leitura desse país, é que os jornais, a cada dia, estão mais e mais recheados de más notícias que deixam perplexos analistas e agentes econômicos, notadamente aqueles que não tem compromissos ideológicos ou partidários com quem quer que seja.

Agora mesmo três bancos dos EUA recomendam menos investimentos nos países emergentes e a agência de “rating”, S&P, alertou ao Brasil que, se não houver uma mudança radical na política fiscal do País, ainda nesse semestre, reduzirá o seu “grade” o que, além de desestimular o ingresso de recursos externos no País, já começou a provocar uma queda de 1,07 nos negócios da BM&F/BOVESPA.

Também, o balanço de saída de recursos do País, tendo alcançado 12,2 bilhões de dólares, o qual é o maior, em 11 anos e, preocupa porquanto, para 2014, porquanto a previsão do governo é a de que o déficit da balança comercial e de serviços, deverá atingir 80 bilhões de dólares, representa outro dado que incomoda qualquer gestor sério de política econômica.

Quando se diz que o Brasil é um País de leitura complicada é porque, segundo o governo e seus aliados mais diretos, a situação fiscal, previdenciária, de desequilíbrio externo, de crescimento pífio e de inflação, em patamar elevado e que está sendo segura, a fórceps, pelo governo, não seriam elementos que deveriam gerar preocupações maiores. O que, “data venia”, como dizem os bacharéis, não corresponde a verdade.

Ademais, o país complica o simples, haja visto o caso das concessões que, só depois de o governo insistir nas teses estatizantes relacionadas às referidas concessões e ver frustrada as suas intenções, até com licitações desertas, então o governo descobriu, tardiamente, que deveria respeitar o mercado e seus ditames, mesmo subordinando-os aos interesses da sociedade. Só aí a coisa começou realmente a andar.

Mas, essa mudança de postura, específica para um setor, teria que ser, não apenas uma atitude pontual e específica, como foi para as concessões de rodovias mas, numa visão geral do estado como um todo e sua forma de gerir os seus destinos, para todas as suas ações. A questão, como comentado por esse analista, faz dois dias, aqui nesse mesmo espaço, sobre o que poderia o Brasil aprender com o comunismo chinês, no que diz respeito à abertura, à democratização, à modernidade e a integração e complementariedade, nesse mundo globalizado, poderia ampliar os seus horizontes de oportunidades.

Agora mesmo, o Presidente da França, François Hollande, um socialista histórico e convicto, afirmou, em alto e bom som, de que era necessário “menos estado e mais sociedade”, “liberação das forças criativas e inovadoras da sociedade”, “despertar o empreendedorismo”, “facilitar a vida dos cidadãos e da sociedade e não garroteá-la com visões dogmáticas e vencidas no tempo. Enfim, entre as propostas do Presidente Francês e as decisões do PC Chinês, verifica-se que dirigentes lúcidos não se perdem em conceitos jurássicos e ultrapassados, como sói ocorrer por estas plagas, mas buscam soluções de compromissos capazes de dar respostas aos dramas e desafios das sociedades!

É preciso repensar a forma de pensar o País. É preciso acabar com os estatismos, os ideologismos, os estereótipos de toda ordem, bem como com os oportunismos e as simplificações rasteiras que dominam a discussão dos problemas nacionais.

Com espíritos desarmados e não escorregando pelos lodosos caminhos da baixaria na discussão da sucessão presidencial — as agressões do PT a Marina e a Eduardo Campos, como parece que, desaprovadas pelo próprio Lula, ao quase afirmar que tal atitude representava uma espécie de tiro no pé — será possível construir uma agenda limpa, legítima e adequada para enfrentar os dilemas, os desafios e os entraves que emperram o desenvolvimento nacional.

Não dá para ficar copiando os Maduros, as Cristinas, os Rauls, os Presidentes do Equador e da Bolivia, acreditando que a cultura inferior pode agregar lições à cultura superior. Não dá mais para ficar assistindo a essa baboseira que é o Mercosul e esquecendo a aliança com os países do Pacífico que facilitaria e tornam mais competitivas as exportações para a Europa, os Eua e a Asia. Não se pode mais deixar de lado a chance de acordos bilaterais com a União Européia e com outros parceiros relevantes nesse novo mundo que se descortina para todas as nações governadas por verdadeiros estadistas.

É hora de aprender lições com quem tem história, tradição e está dando certo!

POR QUE NÃO IMITAR OS COMUNISTAS BEM SUCEDIDOS?

Existem, do que ainda sobrou das sociedades organizadas sob a égide do socialismo coletivista ou do comunismo trostkista ou do leninismo ou, ainda, do stalinismo, experiências de organização do estado e da sociedade, em pelo menos, três níveis distintos.

O primeiro grupo de nações, ou melhor, do que sobrou do chamado comunismo, o mais tradicional e dito autêntico possível, onde pontuam as experiências de Cuba, da Coréia do Norte e de alguns países africanos, os resultados alcançados, no que respeita ao crescimento, a modernização e as necessárias transformações sociais, são pífios e discutíveis.

O segundo grupo, representa países que mantiveram a denominação de países socialistas como Suécia, Dinamarca, Rússia, vários dos tigres asiáticos, até mesmo a França e a Espanha, que hoje estão muito mais para social democracias do que para capaitalismos de estado ou outra forma de dirigismo econômico.

O último grupo, embora já tenha seguidores, é uma experiência única que já ultrapassa os trinta e cinco anos, representando aquilo que o seu idealizador ou o principal dos seus idealizadores, Deng Xiao Ping, denominou de “Um país e dois sistemas” pois abrigava um controle político rígido da sociedade, ao mesmo tempo que abria a sua economia para as bases e fundamentos do capitalismo moderno.

Aliás, a experiência que “aprontou” o Senhor Deng Xiao Ping, com as suas “quatro modernizações”, lançadas no Congresso do PC Chinês, em 1978, foi objeto de muita contestação pelos maoistas porquanto achavam que, o que se propunha de modernização econômica do País, não era mais, sequer, capitalismo de estado mas, de fato, o capitalismo com todos os seus aspectos selvagens!

Embora recebendo duras críticas, Deng insistiu na necessidade de iniciar-se um período não apenas de recuperação da autoestima dos chineses, mas da chamada transformação econômico-social do “Império do Centro”, e a inserção da China no concerto das nações e como uma das economias mais dinâmicas do mundo.

E, diante das críticas à abertura econômica, ao regime de prêmios e sanções e a busca de integração econômica internacional, Deng afirmava, com muita convicção que, “não me interessa a cor do gato. O que importava é que ele coma ratos”. Ou seja, não importava que nome se daria ao regime, mas o que se buscava era um sistema que permitisse saciar a fome de milhões e milhões de chineses; que criasse a esperança de uma vida melhor para os órfãos da Grande Marcha e da Revolução Cultural e, que permitisse que a China viesse a alcançar o que já é agora, ou seja, a segunda maior economia do mundo, não importava se o regime seria chamado de capitalismo de estado, capitalismo envergonhado ou sociedade de economia mista.

O que chama a atenção nesse saga chinesa é que as lições que podem ser tiradas dessa longa marcha de mais de 35 anos, é que é possível, a uma sociedade, com visão de longo prazo, com determinação e com a capacidade de vislumbrar as necessárias transformações na forma de conduzir a economia e a sociedade do País, alcançar os notáveis resultados que já alcançou! Ir reciclando a sociedade, ajustando as suas perspectivas, assimilando as conquistas oriundas de outros povos e, num dramático exercício de controle, como é o caso de um regime politicamente fechado, ir liberalizando a política, permitindo um maior acesso aos direitos civis e políticos por todos os cidadãos, foram estratégias seguidas pela Nova China!

Agora mesmo, nessa empreitada de ir modernizando o País, notadamente quando novos desafios vão se antepondo à economia da China, os seus dirigentes permitiram que agricultores pudessem tomar crédito no sistema bancário, dando como garantia as terras que passaram a pertencer aos novos agricultores. Por outro lado, os mesmos dirigentes do PC Chinês, permitiram que as indústrias pudessem se associar ao capital externo e buscar ganhos de eficiência e competitividade, através de tais parcerias. Adicionalmente, o mesmo PC propos a abertura de mais Zonas Econômicas Especiais, autorizou a operação de funcionamento de cinco bancos privados e, até mesmo, no campo demográfico, a lei do filho único, teve a sua flexibilidade permitida, segundo determinadas circunstâncias e condições.

E isto é o desdobramento das mudanças no sentido da modernização do País começadas lá pelos idos de 1978. Cada vez mais os chineses sentem que o mundo é o da integração, da cooperação, da complementariedade e da solidariedade e, certamente, aos poucos, espera-se, os asiáticos, sem ânsias imperiais,saberão passar adiante a sua experiência.

Imagine se o Brasil tivesse a humildade de copiar a capacidade de executar estradas de ferro, metrôs, vlts, portos, aeroportos, na velocidade e na eficiência que os chineses tem demonstrado? Conseguisse pensar o amanhã, não para os próximos cem anos, mas, pelo menos, para os próximos dez anos, não teria a chance de construir um crescimento e uma transformação menos tumultuada do que as incertezas que tem enfrentado a sociedade brasileira?

E todos se perguntam, por que o Brasil não tende a imitar os chineses no seu compromisso com o amanhã, com o planejamento de longo prazo e no propósito de construir uma sociedade de muitos, para muitos e orientado para, aos poucos, ir reduzindo as distâncias sociais que separam os vários grupos. E, ao invés disso a sua proposta desenvolvimentists se perde entre o castrismo cubano e o bolivarianismo venezuelano?

UM SOCIAL APARENTEMENTE SUSTENTÁVEL; UMA ECONOMIA CLARAMENTE INSUSTENTÁVEL!

As manchetes dos jornais, nos últimos dias, mostra um balanço do período Dilma onde fica caracterizado o fato de que, aparentemente, os resultados alcançados no campo social são muito favoráveis — das 46 promessas apresentadas à sociedade, 22 estavam cumpridas e as demais, segundo promete o governo, seriam cumpridas até o final do ano!

Por outro lado, os prognósticos dos cenaristas, analistas e consultores econômicos, inclusive aquelas perspectivas apresentadas pelo Banco Central para Brasil, estão longe de serem otimistas. O déficit da balança comercial vai atingir, segundo alguns cálculos, algo como 80 bilhões de dólares, em 2015; a inflação ficará no patamar mais alto da meta, ou seja, perto dos 6%. Isto porque se se levar em conta uma atualização efetiva e real dos preços administrados, então a taxa poderia alcançar acima de 7%, ou seja, bem acima do teto superior da meta! Os juros básicos, ou a taxa SELIC, usada como instrumento para controlar a expansão dos preços, deve atingir os 11%, além de ser subsidiada nessa tarefa, pelas operações de “swaps reversos” no mercado cambial, que deverão “queimar” uma parcela significativa das reservas cambiais do País!

O superávit primário não ultrapassará os 2,3% e o crescimento econômico, para frustração de todos, ficará bem abaixo da média internacional e, igual ao pífio crescimento dos últimos anos de governo do PT, ou seja, igual ou abaixo de 2%!

Porém, afora a desorganização das contas públicas, do desequilíbrio dos fundamentos da economia e dos gargalos a impedir a retomada do crescimento, o que parece ser mais sério é que a confiança dos agentes econômicos, tanto interno como externos, está caindo e tenderá a cair muito mais ainda, o que provocará, por certo, restrições ao “rating” do Brasil pelas agências de crédito, o que levará a uma redução do fluxo de investimentos externos para o País.

Por outro lado, parece que o Brasil comete os mesmos erros de alguns países da Zona do Euro que, pelo que dizem os analistas, “sacaram contra o futuro quando as vacas não eram tão gordas como estavam até bem pouco tempo”! Na verdade, países como Portugal, Itália,Grécia, Espanha, Turquia, entre outros, pretenderam antecipar todos os possíveis ganhos que poderiam ser alcançados pela população, dentro da perspectiva de garantir, a todos os cidadãos, o acesso aos bens típicos do chamado estado do bem estar social!

A par disso, diante da abundância de fundos disponíveis no mercado financeiro, a custo quase zero, então, tais países resolveram superar todas as restrições de infra-estrutura, patrocinar olimpíadas, mega-eventos e outros desperdícios. Tudo isto, de tal forma que, ao final “o rombo nas contas públicas” e os compromissos a serem resgatados num futuro muito próximo, ia começar a mostrar, em breve, o tamanho do buraco nas contas públicas gerados por tais desregramentos!

E tal “farra” ocorria dentro de um ambiente de crescimento econômico que parecia uma onda duradoura e sustentável que perpassava todas as economias do mundo como um todo até que, em 1997, começa a ocorrer a primeira crise financeira internacional, a partir de 1997, cuja exteriorização inicial ocorria a partir da “debacle” da Tailândia!

Assim, a deterioração da economia mundial, a partir de 1998, vai assumindo proporções mais generalizadas, não apenas pelo fato de o Japão continuar patinando, a economia americana começaria a ver estourar a sua bolha imobiliária em 2008 e, a Zona do Euro, começa a mergulhar em uma depressão bem maior do que se esperava. A partir de 2008, os emergentes enfrentam, não uma “marolinha”, como procuraria minimizar o seu impacto em países emergentes como o Brasil e, a própria China, agora transformada em motor da economia mundial, começa rever seus planos para um crescimento menor do que os 10 a 11% anuais que o mundo estava acostumado.

A pergunta que ora se faz no Brasil, diante de tantos programas compensatórios de renda, de tantas tentativas de garantir o “chamado estado do bem estar social”, de buscar medidas populistas para garantir a sustentação política do governo, até quando as contas publicas aguentarão tais gastos?

Se se considerar o desequilíbrio das contas públicas, a deterioração das contas externas, o teto que a taxa de investimentos não consegue superar — os 18% do PIB — as limitações gerenciais e a falta de perspectivas e de definição de estratégia para vislumbrar o futuro que se poderia chegar, então é possível antecipar o que poderá ser o amanhã do Brasil.

O receituário que o Brasil está seguindo tende a levar o País a um impasse, por mais que se queira pensar otimistìcamente, pois que todos os gestos, atitudes e posturas dos “policy-makers” do governo, parecem equivocados! A mudança na política econômica americana, a busca de melhoria da eficiência e competitividade por parte das economias americanas, da zona do Euro e da própria China e do Japão, ao lado dos problemas crônicos como os gargalos de infra-estrutura e de logística, as limitações e equívocos cometidos por Dilma e pelos “Mantegas da vida”, mostram que o cenário, para o Brasil, cada dia fica mais difícil de reverter as tendências de baixo e pífio crescimento.