Postado em 2 jan, 2014 2 Comments
Quatro notícias de final de ano para demonstrar quanto a classe média enfrenta de preconceitos, dificuldades e, até parece, um certo clima de perseguição. A primeira delas, relaciona-se com o aumento do IOF sobre passagens e despesas internacionais o que, de maneira mais direta, afeta o segmento. Aliás a jornalista Eliane Cantanhede, em sua coluna no Jornal Folha de São Paulo faz uma abordagem bastante procedente porquanto afirma que, com preços impraticáveis no Brasil, tanto para lazer, para o entretenimento e, porque não dizer, para compras, o caminho é Miami. Aliás, feitos os cálculos na pontinha do lápis, passeando, entretendo-se e abastecendo-se, em Miami, daquilo que é proibitivo comprar por estas bandas, ainda vale e, em muito, pagar os 6,8% de IOF, pois o diferencial de preço mais que compensa a despesa com a passagem aérea e o hotel
Na verdade há um chiste por aqui que, os pobres vão para Miami, os classe média para a Europa e os ricos, passeiam pelo Nordeste, considerando os custos de passagens, hotéis, restaurantes, serviços de toda ordem, e, quaisquer compras!
Mas se esta já era uma má notícia, o fim da redução de IPI para manufaturados, máxime para veículos; a correção, pelo 18o. ano, da tabela do IR, abaixo da inflação, além da necessária revisão dos preços administrados de energia, combustíveis, que deverão ocorrer neste inicio de ano, representa outra “tungada” na classe média brasileira.
Mas, tudo isto ainda é muito pouco diante dos quase 50% de impostos — considerando a carga fiscal atual de 36% e mais, pelo menos, catorze pontos percentuais de impostos indiretos, e, mais ainda, diante do fato que, sòmente ela, a classe média, paga sempre, duas vezes, por determinados serviços essenciais, então a coisa fica muito feia! Diante de uma educação pública de péssima qualidade, as famílias, dessa faixa de renda, são empurradas para a chamada escola privada, pagando anuidades elevadíssimas, tendo despesas de material escolar, transporte, entre outros, cada vez mais exorbitantes.
Se isto ocorre com a educação, já se pode imaginar o que se paga de valores adicionais aos planos de saúde, com hospitalização, médicos particulares, com dentistas, etc, diante da precariedade, das limitaácões e do descalabro que é a saúde pública no país.
E, se isto não bastasse, o que se gasta com segurança doméstica, com sistemas de vigilância, com vigias, com pessoal doméstico, entre outros, para poder se proteger da escalada de violência que toma conta do país, “não está no gibi”!
E, tudo isto, gera indignação e revolta porquanto, nos impostos que o segmento paga, há uma excessiva carga tributária que, embora sendo absurdamente elevada, ou melhor, uma das mais elevadas do mundo, se houvesse a correspondência de serviços públicos gratuítos e de boa qualidade, como ocorre em países da Europa e, até mesmo, em vizinhos do Brasil como o Chile, a Colômbia, a Costa Rica, entre outros, a coisa pareceria palatável. Mas não é o que ocorre.
E, a tendência de tungar a classe média não vai parar por aí, não! No primeiro semestre do ano que se inicia, o STF deverá julgar a ação relacionada à devolução de valores confiscados da classe média, pelo sistema bancário brasileiro, quando da implantação dos planos Cruzado, Bresser, Verão, e Collor I e II. Isto porque a pressão do governo sobre o STF, inclusive fazendo uso da mídia e de argumentos insólitos, tais como, o impacto sobre os fundamentos da economia desse ônus sobre o sistema, pode levar a adiamento ou sobrestamento do pagamento de tal dívida, líquida e certa!
E aí muita gente não entende quais as causas das manifestações de junho passado, fruto que foram, segundo alguns analistas, das angústias, das insatisfações e da impotência da classe média em buscar resgatar compromissos e serviços, fundamentais à sociedade como um todo, que lhe são subtraídos pela incompetência, pela corrupção, pela má gestão e pela irresponsabilidade que toma conta dos governos, máxime o federal que, perigosamente, acredita que pode espichar ainda mais a corda.
Alguns acham que a classe média por ser amorfa, inorgânica e incapaz de organizar-se, não produzirá manifestações de expressão capazes de mudar os rumos das políticas públicas do País porquanto a última grande mobilização da classe média foi de apoio ao golpe militar na passeata dos Cem mil, com Deus, pela Pátria e pela Liberdade, lá pelos idos de 64. Parece
que, só diante de um perigo iminente a classe média se manifesta e faz as suas alianças para preservar os dedos. Enquanto só alguns anéis estão em jogo, ela não se move mas, a situação começa a ficar difícil e, quem sabe, quando junho chegar, com a Copa, virá uma sociedade capaz de externar a sua insatisfação e transforma-la em combustível de mudanças no quadro de referências das políticas nacionais.
É bom lembrar a música de Gonzaguinha quando dizia que “não dá mais para aguentar, explode coracão”!
Postado em 27 dez, 2013 2 Comments
A notícia de que a dívida externa ampliou, em demasia, no governo Dilma — atingiu 482 bilhões, cresceu em 37% e, tendo 1/3 de seu vencimento já em 2014 e 2015, gera grandes preocupações! — aliado a uma elevação das taxas de juros americanas, o que provocou a saída, em menos de 72 horas, de 4,3 bilhões de dólares, do País, demonstra que as coisas tenderão a exigir melhor e maior monitoramento dos fundamentos da economia, nos próximos meses.
Também a dívida interna cresceu muito, exigindo um superávit primário cada vez maior, ao mesmo tempo em que os preços represados de derivados de petróleo, das tarifas de energia elétrica e de transportes públicos, preocupam o processo de controle da inflação.
E, em boa hora, em função do bombardeio da critica da sociedade e da mídia, o governo federal já fala em cortar os incentivos concedidos à indústria, apertar os gastos públicos e, fazer um rígido acompanhamento, bem de perto, dos cronogramas de desembolso das obras e programas de governo!
A propósito, é lamentável constatar que, mesmo diante de toda a tragédia das enchentes, com os desmoronamentos, desabamentos mortes e populações desabrigadas, verificou-se que os recursos destinados a tais eventos, apenas uma parcela muito pequena foi, de fato, desembolsada! Com vistas a ter as contas sob controle e os investimentos mais acelerados — o que, parece, um pouco de lucidez começa a baixar na cabeça dos gestores das políticas públicas do país, tais possíveis providências virão em boa hora!
Nessa busca de encontrar boas notícias ou perspectivas de boas notícias, depois de avaliar quão precário foi o desempenho do Ministério da Justiça na gestão de obras e convênios na construção de presídios, o governo resolveu fazer uso do regime especial de licitação para ver se acelera a construção de penitenciarias, pelo menos aqueles destinadas a desafogar as cadeias superlotadas, Brasil afora. Se se abre, como aqui já sugerido, o programa de construção de presídios dentro do marco das PPP’s, não apenas para a edificação dos prédios mas, também, para a sua gestão, então as expectativas podem se tornar ainda mais favoráveis.
Alie-se ao fato de que, hoje, em particular, antes de fechar o ano, com um deságio de quase 60%, a Br-040, no trecho de Brasilia a Juiz de Fora, teve a licitação de concessão da rodovia, exitosa. Se o ritmo das licitações das concessões de portos e de ferrovias ocorrer na mesma cadência do que está a ocorrer com as rodovias, então as perspectivas serão mais favoráveis do que se antecipava, faz pouco tempo, diante dos dados derivados dos desequilíbrios fiscais, dos desequilíbrios externos e da falta de ambiente para que os investimentos externos fossem atraídos para obras das concessões, de exploração do potencial mineralógico e de mobilidade orbana.
Cada vez mais fica no ar a indagação: se o País foi capaz de enfrentar o desafio de construir os estádios para a Copa do Mundo, sendo as obras de mobilidade urbana tão em pedra e cal como os templos do futebol, por que elas não andam?
São marcos regulatórios complicados, é uma burocracia excessiva na liberação de licenças de toda ordem; são restrições dos órgãos de controle interno e externo e, acima de tudo, será que a incerteza, a insegurança e o despreparo dos gestores que auxiliam Dilma na tarefa de fazer o País caminhar, respondem por tais emperramentos?
Os empresários estão ávidos por aproveitar as oportunidades, haja visto que, agora mesmo, um grupo japonês, com recursos russos, está fazendo proposta para construir 8 usinas nucleares no Brasil, bastando a manifestação da Presidente Dilma, para que isto ocorra num prazo relativamente curto.
Vários empresários na área de mineração apenas aguardam a aprovação do novo marco regulatório do setor para deslancharem grandes investimentos país afora.
Ou seja, o campo é fértil, as potencialidades são enormes, os investidores estão ávidos para explorar possibilidades e o Brasil, se o governo não atrapalhar e não colocar os pés pelas mãos, poderá voltar a ser a bola da vez.
Ou será muito otimismo para um país com um governo com viés ideológico, tendo o estatismo como visão de condução da coisa pública e o estado totalmente aparelhado por partidoa políticos?
Postado em 24 dez, 2013 Deixe um comentário
O cenarista tem buscado estabelecer caminhos de sonhos e de esperanças para o hoje e o amanhã do Brasil. Tem sido difícil porquanto, sem ser pessimista, mas, diante dos dados, das análises e das avaliações sobre o País, não apenas no campo econômico mas, também, nos campos social e político-institucional, não se pode ser estimulado a sentimentos outros que não sejam os de inquietação e o temor de que as coisas tendam a piorar e não a melhorar.
Apesár de tais maus presságios, o espírito natalino pressupõe paz entre os homens e votos de saúde, alegria e felicidade. Não se sabe com base em que sólidos dados e argumentos mas, parece que, tão somente, como o momento é para augúrios e para o renovar de esperanças, o cenarista se junta a tantos que buscam essa espécie de “wishful thinking” em favor do Brasil.
Assim, dentro do espírito que move o povo cristão, é possível listar dez fatos, coisas ou expectativas, que permitam desenhar um quadro mais favorável e mais otimista para o País:
1. As concessões, depois de um mau começo, parece que agora andarão com a pressa que o país precisa e no ritmo que o mercado cobra. Espera-se que portos e ferrovias deslanchem, no mesmo ritmo e no mesmo andamento que ora começa a ocorrer com as rodovias;
2. O pré-sal, depois do leilão do Campo de Libra, tende a se mostrar mais real e efetivo que era a miragem que se estabeleceu, no início, sobre as suas possibilidades concretas. Claro está que, o fim do monopólio do petróleo no México, reduz a competitividade da exploração brasileira, diante das vantagens dos custos de exploração de petróleo em águas profundas e do custo da logística de colocação no mercado do óleo daquele país, máxime para o mercado americano;
3. Os metrôs, de tanto serem cobrados por todos, agora, com a tecnologia alemã dos Tatuzões, começaram a acelerar o passo e a demonstrar que as obras de mobilidade urbana podem, também, começar a deslanchar. Aliás, obras de trens urbanos, de VLT’s, integração de sistemas de transportes, etc. começam a se concretizar a rimtos mais céleres;
4. O Rio de Janeiro, através de sua prefeitura, começa a ensinar ao país como se fazem PPP’s para o saneamento básico, abrindo enormes perspectivas para enfrentar este, que é um dos mais graves fatores do elevado índice de mortalidade geral e responsável pelos altíssimos gastos com saúde, no país;
5. Os royaties do pré-sal podderão dar um novo alento à educação e à saúde, desde que se disponham de políticas de governo, sérias e objetivas, e se melhore a qualidade da gestão dos estabelecimentos de ensino e das unidades de atendimento à saúde;
6. As hidreelétricas, apesar de sofrerem com as liminares suspensivas das obras, liminares de toda ordem, não só derivadas das demandas de ambientalistas e das populações indígenas, como outras demonstrativas de inusitados interesses, andam, com todas as dificuldades, a ritmo mais condizente com as necessidades da sociedade e do crescimento econômico do País;
7. As UPP’s, aliadas a possível utilização de PPP’s para a construção e gestão de presídios, já sendo experimentadas em alguns pontos do país, caso. Venham a tornar-se políticas de governo, poderão mudar, em muito, o panorama de violência que toma conta do País;
8. A mineração, a partir do novo marco regulatório que se espera seja aprovado no começo do ano; aliada a exploração dos campos de gás natural e a exploração do xisto betuminoso, em províncias do País, abrem grandes perspectivas para a atração de investimentos externos para o Brasil;
9. A energia eólica deixa o campo das especulações e das experimentações e passa a ser uma efetiva fonte alternativa de energia para o País. Com isto, atrai as vistas dos empreendedores para a outra energia que, pelas características do País, teria grande potencial para ser aproveitado, no caso a energia solar;
10. Finalmente, imagine-se a hipótese de o BNDES decida criar linhas de crédito destinadas a aproveitar o potencial de produção de alunos de alto desempenho, como é o caso de um punhado de escolas de nível médio de Fortaleza; a existência de entidades privadas de saúde espalhadas Brasil afora que, atualmente, apresentam notável desempenho medico-hospitalar, poderiam promover, por emulação, uma significativa evolução desses indicadores, no panorama do quadro social do País! E isto representaria, talvez, uma inflexão altamente positiva nos indicadores sociais brasileiros.
Claro que tais coisas poderão ocorrer e deixarem de ser apenas “wishful thinking”. Mas, para que isso venha a ocorrer, é fundamental que a gestão pública, máxime a federal, tenha a humildade para aceitar a idéia de que, descentralizando, desconcentrando e delegando competências e atribuições, à sociedade civil e aos outros níveis de poder — estadual e municipal — será possível alimentar o sonho de que 2014, 2015, 2016 e 2017, serão anos menos amargos do que os especialistas em cenários e prognósticos estão imaginando que ocorra.
Postado em 22 dez, 2013 Deixe um comentário
Há vitórias e vitórias. Ganhar a Copa do Mundo de Futebol em 1958; ter Maria Esther Bueno como a maior tenista do mundo; ver o tricampeonato de Guga em Roland Garros; ver o volley brasileiro ser o melhor do mundo, por tanto tempo e, agora, ver as guerreiras do handebol brasileiro ganhar o campeonato mundial, vencendo as donas da casa e, sem ter perdido uma só partida, é de encher o peito e enxaguar a alma dos brasileiros.
Claro que isto é um contraponto frente a um ambiente econômico-social e político com tantas incertezas, não só diante do que espera o Brasil em 2014, mas nos próximos anos. Aqui se tem falado sobre os problemas dramáticos que afligem as grandes cidades brasileiras. Também sobre o que pouco que se evoluiu em termos de educação e, sobre a caótica situação em que se encontra a saúde pública no País.
Agora, após os resultados do Enem e recentes estudos sobre saneamento básico aqui já discutidos, um estudo sobre violência no Brasil, conduzido pelo professor Dirceu Moreira, chama a atenção para aspectos intrigantes dessa escalada de agressões ao cidadão que toma conta do País. É claro que para aceitar as conclusões da investigação, há que se admitir que os dados em que se basearam as constatações não sofrem de restrições relacionadas com o efetivo registro de crimes, notadamente os crimes de homicídio.
Isto porque, no País, segundo estudos recentes, somente 3 a 5% de tais episódios, ou seja, dos homicídios, são objeto de instauração do chamado “competente inquérito” e, consequentemente, sujeitos ao início de todo um processo investigativo e de apuração do delito.
Ou seja, mesmo nas grandes capitais, são muito poucos os crimes em que os processos investigativos são instaurados e, consequentemente, todo o processo penal inicia-se e conclui-se, dentro do que é estabelecido pela rotina processual.
Caso tais preocupações tenham sido objeto de atenção do pesquisador e, o estudo esteja escoimado de tais possíveis vícios, as conclusões são deveras interessantes e intrigantes.
Em primeiro lugar, a estimativa do custo da violência atinge a cerca de 6,08% do PIB, representando custo econômico muito significativo sem se considerar o pesadíssimo custo social.
Em segundo lugar, talvez diferentemente do que se poderia esperar, a violência está migrando do Sudeste para o Nordeste e Norte. De 2000 a 2010, o número de homicídios por 100 mil habitantes caíu, em São Paulo, em 66.6% e no Rio, em 35,4%!
Por outro lado, na Bahia os homicídios cresceram 339,5%, no Maranhão 373% e no Pará, 258,4%. Ou seja, o crescimento foi brutal no Norte e no Nordeste, mesmo que, nas regiões mais pobres, o crescimento econômico tenha sido mais forte que no Centro-Sul e a redução da pobreza tenha sido muito maior que no Sul do País. Ou seja, pelo que mostra a pesquisa, a possível relação entre pobreza e violência não representa essa correlação positiva que se imaginava que houvesse. Ou seja, quanto mais pobre uma área mais ela apresentaria índices de violência superiores a áreas menos atrasadas. Ou dizendo melhor, quanto mais se desenvolve uma área, a tendência seria que os índices de violências fossem caindo continua e sustentadamente.
Mas, ao contrário do que enunciada tal hipótese, mesmo tendo sido reduzido, drasticamente, o número de miseráveis e, caído, de forma substancial, também, o desemprego, os dados de tais regiões retratam uma situação aparentemente contraditória. Ademais, se se considerar o quanto se conseguiu, em termos de redução do nível de desigualdade de renda entre pessoas, no Norte e no Nordeste, aí então é que choca o embate entre os números da escalada da violência vis-a-vis a aqueles relativos melhoria da qualidade de vida das pessoas.
E, entre as conclusões que ainda mais assustam, está aquela que mostra que os homicídios cresceram muito mais nos pequenos municípios brasileiros — menos de 100 mil habitantes — em 52,2%, do que nos médios, onde a evolução foi de, apenas, 7% e, nos grandes — aqueles municípios com mais de 500 mil habitantes — houve queda de 26,9%!
A pesquisa admite que o estatuto do desarmamento, o Plano Nacional de Segurança, a implantação das UPP’s no Rio, além da melhoria na iluminação pública, o maior policiamento ostensivo, entre outras ações, responderam pela redução dos homicídios nas grandes cidades. É certo que os gastos com segurança privada, o uso de aplicativos virtuais no controle dos ambientes com câmeras, etc, ajudaram a conseguir a redução da criminalidade nas grandes cidades.
Quanto o aumento nas pequenas cidades, a avaliação do pesquisador é que, a redução da desigualdade de renda e, o forte aumento da renda média e a queda do desemprego, além dos programas compensatórios de renda, melhoraram, substancialmente, o ambiente e o mercado para as drogas, tornando tais cidades mais atrativas aos traficantes.
Ou seja, a tendência do crime é sempre migrar onde os espaços de movimentação sejam melhores e onde o “oxigênio” para a sua atuação seja mais amplo e de livre acesso do que em grandes cidades onde a fiscalização, a denúncia pela mídia e a ocupação dos espaços públicos pelos cidadãos, reduz o campo de manobra dos meliantes.
Mas, o estudo também chama a atenção de que muita coisa, em termos de política de segurança pública ainda está por fazer como forma de reduzir o medo, a inquietação e a angústia de moradores, tanto nas grandes como nas médias e pequenas cidades, para que se alcance aquilo que cidades em nações civilizadas, como são os casos de Nova York e Chicago, conseguiram!
Será que algum dia teremos políticas de estado e não apenas políticas de governo para combater esse cancro que domina a sociedade brasileira nos dias de hoje?
Postado em 17 dez, 2013 2 Comments
O cenarista é como noivo: otimista sempre! Mas, por mais que se queira acreditar nos destinos do País, principalmente dos rumos e tendências de sua economia, mesmo diante da chamada “visita da saúde”, que foi o crescimento de 0,70% do PIB, neste último trimestre — diante do crescimento negativo do penúltimo, o que permitiu elevar a taxa anualizada de crescimento, para 2,4%, mais de 140% da alcançada em 2012, que foi de 1%, — mesmo assim, não dá para acreditar que o amanhã vai ser melhor.
E, se se levar em conta os dados americanos, com o crescimento ali alcançado neste terceiro trimestre de 3,4%, além do acordo assinado, entre republicanos e democratas, em termos do orçamento, para os próximos dois anos, então a coisa, se fica boa para eles, não fica nada boa para os emergentes, particularmente o Brasil!
E, segundo os analistas econômicos, as perspectivas para a maior economia do mundo, são de que, o FED, já começa a acenar com o fim da injeção de 85 bilhões mensais de estímulo à economia americana e, consequentemente, isto provocará uma elevação das taxas de juros mundiais!
E, para desespero dos gestores da política econômica nacional, as consequências serão juros mais altos e ofertas menores de recursos para investimentos, em paises como o Brasil!
Também para agravar o pessimismo, não dá para aceitar que, como disse a Presidente Dilma, em relação à inflação, que está o país, “dentro da meta”! Ora, a pergunta é que meta se referia a Presidente, porquanto a do Banco Central e a do mercado, é 4,5%! Pelos prognósticos dos especialistas, a inflação deve alcançar algo como 5,78 a 5,86, este ano! E isto, portanto, situa-se bem acima da tal da meta de inflação, estabelecida em 1999! Aliás é bom consignar que a meta de 4,5%, representa um índice muito elevado, diante do que os países hoje estão praticando como aceitável, para o comportamento dos preços da economia.
Adicionalmente, os dados das contas externas não ficam para trás e mostram, também, um quadro muito nebuloso. E, que não se veja o balanço ora feito como uma espécie de “Requiem” para o ano que se finda nem a antecipação dos dois anos de vacas magras que serão 2014 e 2015! De fato, os resultados alcançados, diante do que era esperado e do que foi prometido, ficaram muito aquém do desejado.
A situação é deveras preocupante porquanto o Brasil, em termos de desempenho econômico, ficou no penúltimo lugar no G-20, mesmo com todas as enormes dificuldades dos países da Zona do Euro. Para se ter uma idéia da crítica situação, a própria França teve um crescimento negativo, se é que se pode qualificar de melhor que o Brasil, pois o desempenho da economia foi de -0,1% lá para os franceses contra o -0,5% dos tupiniquins!
A ameaça de rebaixamento do “grade” de investimento do Brasil, divulgada amplamente na mídia internacional, pelas agências de “rating”, já chega ao extremo de o Brasil vir a deixar de fazer parte dos BRIC’s, segundo o declarou o CEO da Standard & Poor. criador do conceito desses novos países emergentes. Ele declarou, em alto e bom som que, se não houver uma ação de governo para praticar uma dura austeridade fiscal e medidas destinadas a aumentar a taxa de investimento, então o Brasil sofrerá duras restrições do mercado internacional!
E, para maior desânimo dos agentes econômicos, a declaração do Ministro Mantega de que o País sofre diante “de duas pernas mancas: a redução do crédito para estimular o consumo e a queda nos investimentos” O que o mercado não concordou e viu a declaração como algo que poderia, com certeza, nunca ter sido pronunciada. Aliás, o que deveria estar preocupando o Ministro é a perspectivas das empresas brasileiras terem seu grade rebaixado e, consequentemente, virem a ter dificuldades de acesso a créditos no mercado internacional.
Se se fatiar a análise, examinando, não apenas o quadro geral da economia, o ânimo dos agentes econômicos e as tendências esperadas para o mercado e se buscar a análise dos fatos e circunstâncias, a partir do desempenho dos chamados Três Poderes da República, a avaliação do que ocorreu ao País é de uma enorme frustração, tanto dos agentes econômicos como da população em geral.
O Congresso Nacional não surpreendeu. Nada de reforma política, nem busca de ganho de transparência e nem sequer a votação de uma pauta que atendesse as grandes demandas do país. Até a votação do voto secreto não atendeu ao que a sociedade esperava.
Aliás, diferentemente do que ocorreu com o Judiciário que, pela teimosia e determinação de Joaquim Barbosa, as pessoas começaram acreditar que agora se pode estabelecer alguma esperança de que transformações na administração da justiça tenderão a reduzir o grau de impunidade que domina a cena, no Legislativo nada de novo sob o sol!
Barbosão vem acalentando o sonho de que a justiça deixará de ser tão lenta, tão discriminatória e tão injusta, quanto tem sido até hoje. E, todos tem consciência de que a democracia só opera quando há justiça, liberdade de imprensa e duro combate a impunidade!
Quanto ao Executivo, lamentavelmente, nada se pode dizer de positivo, a não ser que, tardiamente, o Governo acordou no caso das concessões, embora na área de ferrovias e de portos a coisa ainda vai devagar! E isto sem falar nos desequilíbrios de toda ordem e da desorganização dos fundamentos da economia.
Como em economia não se acredita de milagres, o que se pode torcer é que o governo faça menos bobagem, siga os “scripts” tradicionais na formulação e condução da política econômica, retome um diálogo com o mercado e melhore o ambiente econômico!
Postado em 13 dez, 2013 Deixe um comentário
A agenda que preocupa ou deveria preocupar os cidadãos de boa fé desse País, cada vez mais se vê acrescentada de mais problemas e desafios. E o Brasil até que tem sorte porque as tragédias ocorrem lá fora e, só depois, os macaquitos aqui, resolvem copiar os que os civilizados fizeram ou tomaram de providências.
Foi preciso que os ingleses acabassem com o trabalho escravo para que os brasileiros resolvessem assumir esses ares de modernidade.
Foi importante, para as instituições brasileiras. que a independência americana se desse na data em que se deu — 4 de julho de 1776 — da mesma forma que a Revolução Francesa ocorresse em 1789 e perdurasse até 1799, para que os tupi-guaranis, dez anos depois, em 1889, dessem um fim a monarquia e ao Império e instituísse a República. Os ideais secularistas, os valores da “liberté, egalité e fraternité”, aliados aos princípios democráticos basilares, alastraram-se mundo afora e garantiram a difusão de tais valores pelos mais recônditos pontos do mundo.
Desde esse tempo os brasileiros vieram se habituando a copiar prática, valores, princípios, mores e costumes do chamado “mundo civilizado”. Depois de os americanos destruíram a sua própria origem com a maior matança de indígenas da história, os mesmos gringos começaram a cobrar do Brasil que não destruísse a sua origem. E, assim os macaquitos fizeram e hoje a população indígena brasileira, aldeada, atinge mais de 600 mil índios e a sua mortalidade é hoje bem mais baixa que no passado.
Os europeus começaram a mostrar enorme preocupação com o meio ambiente e, de repente, alastra-se pelo mundo, uma onda de tentativa de geração de uma consciência de conservação e preservação ambiental. A coisa chega por aqui mas, muito difusa e confusa e, só agora, aos poucos, as pessoas tomam conhecimento e consciência do que representa um trabalho destinado a não sacar contra o futuro das gerações que hão de vir.
E, para se ter idéia de como a coisa é lenta e representa uma mudança cultural da sociedade e dos gestores públicos, esse semestre o Pais comemora o fato de haver caído a taxa de desmatamento mas, ao mesmo tempo, registra-se a tragédia anunciada dos desmoramentos, deslizamentos e desabrigo de milhares de famílias no Estado do Rio e, já e já, serão enchentes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. E, a Defesa Civil não consegue mudar o quadro de pessoas ocupando áreas de alto risco, já identificadas faz algum tempo!
A coisa ainda é precária pois, só em não se ter políticas de desenvolvimento urbano então a questão ambiental vai para o brejo. E vai para o brejo em vários sentidos, como no aumento de favelas, de cortiços e de áreas de ocupação irregular. Vai para o brejo, até mesmo por se construir moradias sem a infra-estrutura de água e esgoto! E as coisas se complicam ainda mais quando, o caos urbano se instala quando não se sabe o que fazer, por exemplo, com uma frota de veículos que cresce a mais de dez por cento ao ano!
E o que dizer da recente decisão, do governo, de agora, em adiar a obrigatoriedade de freios ABS nos carros e da obrigatoriedade de existência de “airbags” nos veículos de passeio? E o que dizer, ou pelo menos, mostrar indignação com um governo que, até hoje não impôs à sua ( ou deles?) indústria automobilística alterar os seus motores para que sejam menos poluidores? Ou ainda, por que a Petrobrás não cumpre decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente que, por sinal, já deveria estar em dia ou valendo, no sentido de alterar a composição do óleo diesel e da gasolina para, atingindo os padrões europeus, reduzissem a emissão de carbono, chumbo, mercúrio e o que valha, poluindo o ambiente nas grandes cidades?
E, onde andará o governo que não consegue enxergar que as grandes cidades brasileiras, estão totalmente inviáveis pois, porquanto o transporte de massa é limitado, precário e atende, mal e porcamente, talvez um terço de potenciais usuários? Hoje está, praticamente, impossível viver no caos que são as grandes e médias cidades brasileiras onde os engarrafamentos são monumentais e os desperdícios são enormes.
Assiste-se ao caos que é a tal da mobilidade urbana, levando a poluição ambiental já a limites extremos, com ônus para a saúde pública, provocando a ineficiência da economia, pela lerdeza do trânsito e provocando uma redução da produtividade dos trabalhadores já que, os mesmos, levam, no mínimo, duas horas para ir e para voltar ao trabalho! E, sem que haja uma nesga de esperança de que as coisas possam mudar nos próximos três anos.
No meio urbano, destrói-se o pouco de verde que ainda existe pois não há uma cultura de sua preservação. Contaminam-se mananciais, lançando detritos de todo o tipo em seu curso. Matam-se os rios pois, além da destruição da mata ciliar em suas margens, esgotos e detritos de toda ordem, são neles lançados. Um exemplo maior disso e, pasmem, vez que os investimentos que alí já foram feitos para despoluí-los foram enormes, mas a Baía da Guanabra, o Rio Tietê e até a Lagoa Rodrigo de Freitas, são os exemplos mais gritantes do que é degradação ambiental no País não consegue ser, se não cessada, pelo menos diminuída de ritmo e intensidade.
Por outro lado, por não existir coleta seletiva de lixo nas grandes cidades e, por inexistirem leis que punam quem joga lixo nas ruas ou quem lança guimbas de cigarros no meio fio ou ainda, quem conecta o seu esgoto nas galerias de águas pluviais, a tendência que os brasileiros vêem-se diante desse universo em desencanto! E, diante de tantos descalabros, nada disso é severamente punido! Aí tais constatações e circunstâncias geram um enorme desespero e criam a desesperança pois o que se admite é que está o País a anos-luz de uma Singapura, de uma Coréia do Sul, de uma China, de um Vietnam, enfim, de nações cuja sociedade sabe o valor que o ambiente tem para o seu hoje e o seu amanhã!
Está na hora de um despertar pois 80% dos brasileiros vivem nas cidades e não se sem políticas e nem planejamento urbanos para o enfrentamento dos seus maiores problemas que, além de inviabilizar a própria economia, inviabilizam a vida nas cidades. Os laços de solidariedade, de fraternidade, de amizade que a cidade criava, hoje desapareceram pois, a qualidade de vida, a pressa, a competição e as dificuldades de toda ordem, retiraram tais valores da convivência humana. Só ficaram a violência urbana, a poluição e a destruição de riquezas e valores insubstituíveis e não renováveis!
Postado em 12 dez, 2013 Deixe um comentário
Existe uma espécie de redução conceitual sobre o que atrapalha e entrava o País, atribuindo-se à burocracia excessiva, o porquê das coisas não andarem, das decisões de governo se complicarem e das dificuldades criadas ao ir e vir do cidadão, serem aumentadas e difíceis de serem superadas.
Para muitos essa característica marcante do estado cartorial brasileiro, que tem um pouco do centralismo e do formalismo herdados da tradição lusitana, bem como o “jeitinho brasileiro” de “criar dificuldades para vencer facilidades”, explicaria a ineficiência que domina a gestão da coisa pública. E, por incrível que pareça, ineficiência essa que já se imiscui de maneira muito forte, na administração das grandes empresas privadas. Ou seja, o setor privado, acaba sendo contaminado pelos vícios e pelo excesso de normas, procedimentos, instâncias decisórias, etc que toma conta da administração pública, país afora.
As pessoas, de um modo geral, se perguntam, por exemplo, por que uma decisão judicial, aparentemente fácil de ser resolvida, por se tratar “de um direito bom”, chega a demandar, coisa como 30 a 50 anos para ser resolvida! Vide a questão que representa mais um problema a ser enfrentado pelo STF, no início do próximo ano, que é a devolução de recursos apropriados indevidamente, de poupadores, pelos bancos, quando da implantação dos planos Verão, Bresser e Collor. Caso acolhida a demanda dos poupadores, representará uma fatura de mais de 200 bilhões a serem pagas pelos bancos com implicações na própria política econômica do Brasil. É bom lembrar que faz mais de vinte anos que os prejudicados entraram com a ação e que, só agora o STF vai apreciar!
Se tal caso é triste, há coisas piores como a questão que envolve os professores do ensino superior do estado, no caso o Ceará, que tiveram o seu piso salarial aprovado em 1986 e, pasmem os leitores, já tiveram, por duas vezes, “o trânsito em julgado pelo STF” e, por incrível que pareça, depois de o governo do estado ter sido caracterizado como litigante de má fé pelo TST, numa votação unânime do pleno, tendo perdido as suas demandas procrastinadoras por 12 a zero, volta, incompreensível e inusitadamente a matéria ao STF e o Ministro Luis Fux concede liminar permitindo que o Governo do Estado procrastine, mais uma vez, a execução da sentença.
Por que, por exemplo, uma mera restituição de imposto de renda ou o reconhecimento de um direito fiscal do cidadão, muito claro e explícito na lei, não consegue que a Receita Federal cumpra, administrativamente, no tempo e no prazo devidos, tal obrigação?
Por que, tantas coisas que são de fácil, direta e objetiva solução, são dificultadas ou postergadas a sua definição, e, ficam, para indignação geral, sem um desfecho?
O que parece ocorrer é que, muitas vezes, as pessoas se cansam e, no mais das vezes, confessam que não querem sequer que as coisas sejam resolvidas favoravelmente mas, tão somente, que se decida se sim ou não!
Alguns gestores públicos argumentam que as decisões não são céleres e objetivas por causa da burocracia que requer trâmites, procedimentos e carimbos intermináveis. Outros arguém que, o excesso de órgãos de controle — auditorias internas, controles internos e externos, órgãos de controle ambiental, procuradorias, ministério público, TCU, Polícia Federal, CGU e, a própria mída –, respondem não só pela maioria dos atrasos e postergações como também, levam a que gestores públicos, temerosos, não tomem iniciativas, não exercitem a criatividade e não dêem celeridade as suas ações.
Outros argumentam ainda que, o excesso de ministérios, de agências governamentais, instâncias autárquicas, etc, geram uma profunda confusão e impasses diante das interfaces e interdependências que ficam a exigir a manifestação e, às vezes, uma desnecessária aprovação por alguém que muito pouco tem a ver com o caso ou o problema colocado.
Também ocorre o fato singular de que, a não comunicação ou a não existência de canais de comunicação diretos entre os órgãos envolvidos e os limites da competência de cada um, leva a impasses imperdoáveis. Um exemplo típico é a hipótese de uma carga inflamável e tóxica ter sido roubada, bem como tendo sido roubado “o cavalo”, ficando, apenas, a carreta vazia e uma poça de sangue enorme junto a carreta!
A Polícia Rodoviária, em alí chegando, fica de mãos atadas porquanto, considerando que houve um crime — pela poça de sangue — caberia a primeira competência à polícia civil e, como houve roubo de cargas numa rodovia, à Polícia Federal. Também, como se trata de carga tóxica e inflamável, a polícia ambiental deveria estar no local. E para culminar o impasse, os sistemas de comunicação das várias polícias não falam entre si. Ou seja, não se comunicam! E aí? E aí só Deus sabe como se resolve o “imbroglio”?
No Brasil, o impasse no andamento de obras ou a tomada de decisões fundamentais, são travadas, adiadas e prejudicadas, em primeiro lugar, pela incompetência dos gestores e, particularmente, pelo centralismo excessivo da gestão pública no País. Não há uma federação e a autonomia municipal é uma farsa pois o controle dos fundos orçamentários, das finanças públicas e das competências gerenciais, fica tudo nas mãos do Executivo Federal.
E se, como sói ocorrer neste país tropical, à frente do Governo Federal, há alguém intrinsecamente centralizadora, como é o caso da Presidente Dilma, aí a coisa fica preta. Dilma esquece que é Presidente e, no mais das vezes, se torna ministra ou assessor. Por outro lado, o seu perfeccionismo e a sua insegurança fazem com que, querendo controlar todos os projetos de governo, a tendência é que tal atitude, tira a iniciativa de seus auxiliares, torna-os temerosos diante das possíveis admoestações ou críticas e impede-os de cumprir os prazos pelos temores os mais diversos.
Assim os impasses vão sendo construídos, nada anda e, diante do fato de Dilma não aceitar qualquer decisão, por mais insignificante que seja, que não passem pelo seu crivo e receba o seu “nihil obstat”, então as coisas emperram.
Até a política econômica sofre vícios e toma caminhos inadequados porquanto Mantega, cioso de manter o emprego, só faz o que Dilma quer e como ela quer, mesmo que, para isto, tenham sido criados grandes problemas de Mantega com o Banco Central e, agora, com a Petrobrás.
Também, debite-se a Dilma os atrasos, não apenas nas obras do PAC, pois segundo Lula ela “é, de há muito, a mãe do PAC”, nas concessões — “êste modelo é meu”, como afirmou recentemente — e, consequentemente, nos investimentos, por conta das suas visões equivocadas ou propostas de difícill aceitação pelo mercado.
Os investimentos em mineração já poderia estar a pleno vapor, caso o seu marco regulatório já tivesse sido definido. Os exemplos de adiamento de decisões relevantes como os acordos de livre comércio; os investimentos nos aviões da FAB; a questão da negociação das dívidas de estados e municípios; a redefinição dos critérios de distribuição do FPE; a nova conformação do ICMS; a construção do satélite brasileiro; as obras de Transposição das Águas do Rio São Francisco e as de mobilidade urbana, tudo isto e mais alguma coisa, vão ficar “esperando Godot”!
Nada anda, portanto, se não for examinado, visto e revisto pela Presidente que se sente como tendo o dom da onisciência, como provam as opiniões de seus auxiliares mais próximos como Padilha e Mercadante, externada nos jornais de Domingo, dia 08 de dezembro.
Assim, nesse clima, com essa visão e com a cultura de gestão que tem o País, é difícil encontrar caminhos para superar os impasses, os gargalos e permitir que o crescimento seja retomado, os desequilíbrios minimizados e as ineficiências reduzidas.
Postado em 10 dez, 2013 Deixe um comentário
O ano, praticamente, terminou! Despede-se de forma quase melancólica. Não conseguiu o País retomar o crescimento, pelo menos, na média dos últimos dois anos, excluindo o ano de 2012. O desregramento fiscal bancado pelo governo, chegou a níveis preocupantes porquanto o crescimento do gasto público, até Outubro, ocorreu a uma taxa superior a 10%, enquanto o crescimento das receitas ficou em valores inferiores a 4%!
Tudo por conta da farra com os dinheiros públicos conduzida pelo Governo Federal, desde os gastos destinados a apoiar a eleição de Dilma, passando pela concessão de incentivos fiscais a determinados segmentos econômicos, além da capitalização dos bancos oficiais, bem fora dos limites do palatável e do aceitável. A mera expansão de gastos em programas de discutível mérito, representa um dos elementos que compõem esse quadro de enormes dificuldades que se desenha para o País, notadamente para o próximo ano.
Para se ter uma idéia do quadro de problemas e desafios, o chamado superávit primário que deveria ficar em 3,1% do PIB, para poder bancar a conta dos juros da dívida pública, valor esse estimado antes das elevações significativas da taxa básica de juros, a SELIC, deverá alcançar, no máximo, 2,1% ou ficar, talvez, em apenas, 1,76%!
Tal resultado, por certo, não permitirá financiar o pagamento dos juros da dívida pública brasileira, vez que essa dívida vem crescendo, a ritmos também preocupantes, em face da utilização da referida elevação da taxa básica de juros, para reduzir a pressão sobre os preços e, consequentemente, manter a inflação dentro da meta. Para se ter idéia de tais comprometimentos, em 2003, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública alcançavam 149,4 bilhões de reais e hoje já atingem 230,3 bilhões! É bom lembrar que, durante o seu governo, Lula informou ao distinto público que o Brasil havia liquidado a sua dívida externa! Não obstante tal feito, a dívida bruta brasileira está acima de 2,3 trilhões de reais!
Se no “front” interno as coisas são de “arrepiar” os cabelos de qualquer analista, notadamente quando os dados do crescimento econômico do terceiro trimestre, como já era esperado, mostraram uma redução de 0,5% e os investimentos não se expandiram o necessário para gerar uma expectativa mais favorável para o resto do ano e o início do ano seguinte, os desequilíbrios externos tendem a se transformarem em limitação fundamental ao crescimento do País.
Os dados do Balanço de Pagamentos são conducentes a levar a um processo de estrangulamento das contas externas, muito embora a existência de reservas cambiais de mais de 360 bilhões de dólares possam gerar um clima de que, embora as contas estejam em grande desequilíbrio, a existência desse estoque de reservas, permitiria que se dispusesse de algum prazo na busca de alternativas para melhorar as condições de venda dos produtos brasileiros e reduzir a pressão com gastos de serviços, importações e compromissos da dívida.
Mas, segundo o ex-ministro Delfim Netto, os países compradores do Brasil, estão reduzindo a sua demanda por “commodities” e a indústria manufatureira brasileira, a cada dia, perde mais capacidade competitiva, “vis a vis” dos concorrentes internacionais.
Aliás, as vezes alguma mudança de curso na política econômica ou algum fato novo, como o Leilão do Campo de Libra, ou as concessões de aeroportos e rodovias, ou ainda o leilão de concessão dos campos de gás, gerem expectativas mais alvissareiras, o certo é que, o que está a ocorrer, no que tange a novos investimentos, se realiza de forma tão lenta e em valores tão reduzidos que, como dia o poeta, para os brasileiros, as “os desenganos vão conosco à frente e as esperanças vão ficando atrás”!
Pelo que se pode concluir, os problemas acima levantados tendem não apenas a se agravarem — o dólar já chegou a atingir a marca dos 2,55 reais e, este ano, a divisa já subiu 15%! — e as agências de risco estão tendentes a rebaixar a nota ou o “grade” do Brasil o que, por certo, irá comprometer o ingresso de capitais de investimento, para os próximos anos! Aliás os investimentos externos ainda conseguiram alcançar um nível razoável este ano, embora tenham caído, em relação aos dois últimos anos, quando o valor do ingresso de recursos externos, em 2013, deve alcançar 60 bilhões de dólares quando, em 2011 e 2012 atingiu 66,6 e 65,2 bilhões, respectivamente.
Se o quadro econômico é sombrio, no aspecto político-institucional, a única coisa relevante que veio a ocorrer foi a forma como o STF soube se impor num quadro de inusitadas e enormes pressões para que não houvesse um relaxamento das penas atribuidas aos chamados mensaleiros. Na verdade, a oportuna renúncia de Genoíno, poupou-lhe o constrangimento de continuar a cumprir pena na Papuda, em face do seu estado de saúde e, lhe permitiu ficar amparado pela aposentadoria integral da Câmara dos Deputados.
José Dirceu, vítima mais dos seus companheiros, notadamente de Dilma e de Lula, do que de sua presunção e arrogância, foi julgado tanto jurídica como politicamente já que, por 292 votos contra 190, teve o seu mandato cassado em 2005, sem que Lula e Dilma tivessem movido uma palha para salvá-lo! Agora, o STF convalidou o julgamento político e, com isso, o afastou, definitivamente, da cena do País. Claro que Dirceu sofre da sua própria arrogância, presunção e pelo temor que os seus companheiros tinham e ainda têm, de sua capacidade de ocupar espaços e avançar sobre extratos do poder. Só quem competia com ele era Palocci, que, numa jogada de mestre de Lula, para não lhe fazer sombra, foi brilhantemente escanteado.
No mais, a cena nacional mostra uma educação apresentando índices bastante pobres e, de de envergonhar nas comparações internacionais e sem sugerir tendências de melhoria. Da mesma forma que o quadro complicado da saúde, marcada pela filosofia hospitalocêntrica, sem nenhum espaço para a medicina preventiva, mostra a precariedade dos serviços públicos brasileiros.
Isto sem falar no descalabro que é a segurança pública e que não dá mostras que possa melhorar. As UPP’s, as experiências de presídios privados ou ousadas tentativas de garantir uma gestão aberta de presídios,como mostra a experiência de Minas, poderiam, ao lado de ações contra o abuso do comércio de droga, o policiamento ostensivo, entre outras, melhorar o caos que é a segurança, não apenas nas cidades mas também no meio rural. Ao contrário, pelo que se sente e ver, só fazem piorar os indicadores de violência não apenas urbana, mas também rural.
No campo político, o que se sente é o que afirmou Fernando Henrique Cardoso em seu artigo de domingo próximo passado quando, lamentando o quadro de desorganização da economia brasileira, lançava a sua angustiada preocupação pelo fato de que a oposição não conseguia organizar uma agenda capaz de contrapor a mesmice, a incompetência e os simulacros montados pelo lulo-petismo.
E aí vai o País para o Natal e Ano Novo e, depois para o Carnaval e, logo a seguir, para a chamada “festa da democracia”, as chamadas eleições gerais do País e, depois da Copa do Mundo! E os problemas, a agenda, enfim os compromissos com a transformação ou, pelo menos, com o enfrentamento de problemas como a inflação, os desequilíbrios externos, o crescimento, a seca do nordeste, as desigualdades sociais, tudo isto vai ficar só no discurso!
É isto aí. Só dá para prantear Madiba, torcer pelo Atlético Mineiro em Marrakesh e esperar que, um dia, o belíssimo exemplo no papel de redução da criminalidade demonstrado pelas UPP’s possa vir a ser uma política nacional. E, talvez, se a experiência uruguaia der certo em relação à parcial discriminalização das drogas, seguir o seu exemplo!
Postado em 8 dez, 2013 Deixe um comentário
Há homens e mulheres que se superam e crescem no conceito e no respeito dos seus contemporâneos ao buscarem escrever o seu nome, em negrito, na história. Essa pode ser considerada a mais saudável e divina das vaidades. São cidadãos que nasceram para construir grandes pontes entre cidadãos diferenciados, para o engrandecimento da sociedade.
Homens que, diante de todas as vicissitudes, diante das dificuldades impostas pelas circunstâncias, mesmo diante dos preconceitos e das incompreensões, viveriam seus sonhos que eram, acima de tudo, a busca do respeito à dignidade de seus pares. Eram homens iluminados pela missão a cumprir e ensandecidos de esperança diante do sonho de poder levar, bem longe, a mensagem e espalhar tais sentimentos de fé e de esperança num mundo melhor, são poucos e raros!
Claro que, para eles, não importava o sexo, a religião, a cor, a raça e a ideologia de tais protagonistas dessa luta pelo sonho e suas consequências. Eles marcharam o seu itinerário, como dizia o poeta, na sua teimosia do “sempre caminhar, sempre a seguir”.
E, hoje, povos de “mil raças”, sentem a orfandade quando o tempo, as circunstâncias ou o acaso, levou essas figuras magistrais do seu convívio”.
Um dia foi Martin Luther King que teve a vida ceifada por um celerado e, na verdade, pelo próprio “apartheid” ameaçado. Mas as sementes de paz, de conciliação, e de entendimentos entre brancos e negros, construídos pelo reverendo, caíram em solo fértil e fecundo, e, para a alegria e satisfação de muitos, prosperaram.
Agora vai-se Madiba, o homem que pintava cavalos azuis e que tanto falava na alegria e na ventura que era a vida, a tal ponto, para ele, merecia sempre um sorriso na face de cada um, mesmo quando marcada pelo destino, às vezes cruel.
Um homem marcado pelo profundo amor pela sua pátria, pátria que nos anos do “apartheid” poderia ter endurecido o seu coração e embotado a sua capacidade de ser o pacificador que ele conseguiu ser. 27 anos de cadeia, de perseguição, de humilhação e de aviltamento, não foram o bastante para destruir sentimentos, dobrar convicções e esmaecer a vontade de ajudar o sonho de construir a paz entre os homens, mesmo de origens, etnias, cor da pele e de diferenças de meios, que pudessem separá-los!
Foi-se Mandella mas ficaram tantas lições para os humanistas, para os políticos sérios e para os homens de boa vontade. Foi-se um político excepcional que fará muita falta, não apenas para os sulafricanos que ainda não sabem o que perderam, mas para os “homens universais do amanhã” do que nos fala o poeta!
Foi-se o estadista deste século, sem nehuma dúvida e, que deixa marcas indeléveis que procuram fazer crer que ainda é possível fazer política com P maisúsculo, sem oportunismo, sem esperteza e sem enganação.
Saiu de cena no momento mais oportuno e justo e não aceitou ser sombra sobre os seus sucessores. Preferiu assumir o papel de alguém que representaria um ícone, um símbolo das mudanças e uma esperança para os jovens.
Muitos homens públicos marcam os brasileiros e o seu itinerário com o seu passamento. O polêmico Getúlio, a quem coube a grande modernização do País, cuja morte foi marcado por uma comoção nacional. O velho Ulysses, que, a bem da verdade, não teve todo o reconhecimento pelo sua obra em prol da democracia, quase que vai ao esquecimento mas o que fez foi inolvidável.
Tancredo, o “presidente que foi sem nunca ter sido”, deixando milhões de esperanças na orfandade, frustrou o país com a sua morte. João Paulo II que, pela revolucionou a Igreja, foi alguém que contribuiu, deveras, para a paz mundial e, como Papa peregrino, deixou marcas indeléveis no coração dos cristão em todo o mundo.
Mas, nenhum, nenhum mesmo, teve como marca maior, a universalidade pelo homem tolerante, democrata e promotor de lições de pluralismo como ninguém!
Encerra a vida já tendo, de muito, entrado na história e, como disse a colunista Theresa Cruvinel, “propicia ao mundo reflexões sobre a tolerância, a coragem, a generosidade e o compromisso com o sonho coletivo”.
Se Martin Luther King conclamava o seu povo a ter um sonho — I have a dream … – Madiba sonhou, lutou , construiu e realizou o sonho de fazer possível a paz, a concórdia, a tolerância, a compreensão e a possibilidade de convivência, sem ódios, sem rancores e sem ressentimentos para o mundo como o seu grande legado.
Postado em 5 dez, 2013 Deixe um comentário
Quando o cenarista curtia os doces e inocentes anos da sua infância, lá pelas bandas do Rio Acaraú, na fidelíssima e heráldica cidade de Sobral, era um aficionado por camelôs, mágicos, prestigitadores e ilusionistas.
Embora o tempo dos sonhos e das ilusões ainda não tenha passado de todo, pelo menos para o cenarista, hoje choca, a qualquer cidadão, essa tendência de se venderem ilusões como se fora realidade objetiva. O escamotear da realidade, o conjecturar um mundo idealizado mas não real, representa um embuste e, se se quiser ser mais generoso com o julgamento de tal gesto, uma espécie de simulacro.
Ou melhor, quando se transforma um tempo em que as coisas se assemelham ao que as pessoas sonhariam com, embora esse tempo ou essa sensação sejam passageiros e tais benefícios não se estendam a todos as pessoas, esse sentimento de euforia, de entusiasmo e de alargamento da auto-estima, as vezes obscurece a capacidade de examinar, criticamente, as situações!
Os anos sessenta, principalmente no período juscelinista, foram marcados por um Brasil que a dinâmica das coisas era tal, pois se vivia a proposta de JK, de mudar o país em 50 anos em apenas 5 anos, e, experimentava-se a ilusão de que o desenvolvimento atingiria a todos e a tudo e, portanto, parecia-se viver alegres anos de conquistas e bonanças.
Nesse ambiente de frenesi, de alegria, de otimismo contagiante e de crença no País e na sua destinação histórica, começaram a surgir alguns pensadores que, embora não deixando de reconhecer que se vivia um grande momento, principalmente com a chegada da industrialização, com a conquista do mundial de futebol, do mundial de basquete e de ter o privilégio de ter uma deusa do esporte dos brancos e da elite, no caso o tênis, com Maria Esther Bueno, o Brasil não se apercebia das desigualdades regionais e sociais, da exclusão e da miséria que assumia proporções de grande vulto e atingia a maior parte de sua população!
Vivia-se um sonho. Não do Brasil, grande potência, que só viria depois, com os militares. Mas de um país que se descobria não só na arrojada arquitetura de sua nova capital, na descoberta do Centro-Oeste, para o agronegócio e, do novo caminho para a Amazônia, além de se experimentar os ares de amadurecimento das suas jovens instituições políticas.
A industrialização chegava com a substituição de importações e o orgulho nacional se via atendido com a produção de veículos, feitos cá na terra. De um país essencialmente agrícola que, até bem pouco, era chamado de primário-exportador, com a modernização getulista, com CSN, CHESF, BNDES, BNB, etc, encontrava em JK o homem que acreditava que o desenvolvimento era feito por estradas, hidrelétricas, indústrias e com as exportações de manufaturados!
Ninguém via o que se escondia por debaixo do tapete. Aliás, ninguém queria ver, a não ser uns teimosos cidadãos que, quando colocados diante dessa fantasmagoria, insistiam em ser os desmancha prazeres e chamavam a atenção para as contradições, a miséria, a fome, a pobreza, a discriminação, o preconceito e tantos outros males que a grande maioria da população enfrentava.
Esse Brasil verdade, chamado a atenção pelo Cinema Novo, onde Glauber Rocha pontificava como o cineasta que resolveu desnudar esse país com suas inconsequências, os seus contrastes e acima de tudo, as suas injustiças que, nem sequer a classe média queria ver começa a chocar o status quo. Esse cinema verdade, subiu os morros, discutiu a droga e os desvios de comportamento; tentou entender as razões e causas da violência urbana e contra os eternos discriminados e mostrou como a religião representava um dos principais elementos de dominação e manutenção do quadro de miséria e pobreza do País.
Mas, àquela época, ninguém queria saber desses filmes que só vendiam miséria, fome, discriminação, maus tratos, pobreza e uma elite a usar e abusar das populações mais excluídas. Eram filmes desagradavelmente em preto e branco chocando com cenas gritantes que desnudavam a verdadeira realidade nacional.
Todos preferiam ver o que, dos Estados Unidos vinham, como mensagem de sonho e de esperança e de uma vida de abundância e até de opulência. Todo mundo bonito, saudável, alegre e de bem com a vida e tendo acesso, não só aos bens materiais mas, fundamentalmente, aos bens culturais.
Hoje, a Europa olha o quadro brasileiro e se choca com o engodo e a enganação por trás do pais da fantasia, do carnaval e das grandes ilusões. Como faz falta, nos dias que correm, um Glauber Rocha capaz de mostrar que, o país pode vir a ser a civilização dos trópicos mas é fundamental não esconder a miséria, os dramas, as discriminações e o descaminhos por onde se esvai o entusiasmo e a auto-estima do País!
Vive o Brasil, o ilusionismo plantado por Lula, o grande prestidigitador da República. Combateu-se a miséria com o Bolsa-família. Mas, a dependência de milhões de brasileiros da esmola que lhes é dada pelo governo, leva-os a leniência, ao um sem-vontade e, acima de tudo, a um desânimo e a uma descrença de que é fundamental lutar pela sua inclusão social e política. Continuam sendo cidadãos de segunda categoria!
O país vive um crise perversa onde, diferentemente do que se desejava “os desenganos vão conosco à frente e vão ficando atrás as esperanças”.
O simulacro, na definição própria do termo, está aí. A cada discurso dos detentores do poder, descobre-se que o mundo que eles vivem e tentam forçar o povo acreditar que vivem, é um mundo diferente da realidade dura de muitos e da perspectiva pouco promissora de uma nação como um todo. E os Houdinis da vida, os mágicos e prestigitadores, continuarão a vender as suas ilusões, intentando mostrar que, embora as pessoas não saibam ou não queiram acreditar, elas vão muito bem, obrigado! E tudo não passa de uma grande mentira como dizem que é tudo que se processa na capital dos desencontros que é Brasília.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!