Postado em 9 jul, 2013
Enquanto o mundo vive a era da incerteza o Brasil, além de permanecer na era da esperteza, agora resolveu aderir ao deboche de toda ordem.
Anderson Silva fez moça e debochou dos aficcionados do esporte, que vararam a madrugada a espera de uma reafirmação do orgulho nacional, pelo que ele havia demonstrado em tantas outras oportunidades. A pátria de chuteiras, agora transportada para o octógono, esperava que o seu ídolo reafirmasse a sua liderança, a sua hegemonia e, acima de tudo, o seu indiscutível favoritismo!
Foi uma tremenda frustração! O deboche de Anderson, mais se asemelhou a um bruto de um acordo, “por debaixo dos panos”, envolvendo grana e safadeza, do que uma demonstração de prepotência e arrogância, por parte do, até bem pouco tempo, humilde atleta. Aliás, prepotência e arrogância, coisa que não parecia ser de seu feitio!
Se isso não bastasse, os episódios de uso de jatinhos pelos presidentes da Câmara, do Senado, do Ministro da Previdência e do Governador do Rio de Janeiro, criaram uma situação de tal constrangimento, a demonstrar que as instituições não estão nem aí para a já manifesta indignação da sociedade diante dos desmandos, dos abusos, da corrupção e da mistura entre o público e o privado, por parte dos políticos e dos gestores da coisa pública.
Some-se a isso, mesmo que legal e aprovado por quem de direito, o pagamento de atrasados de auxílio-alimentação por parte do TCU que, provocaram uma nova onda de indignação!
Se isso não bastasse, o episódio Eike Batista, comprometendo substantivos recursos do Fundo de Previdência dos Correios, da Caixa, do BNDES e de outros recursos publicos, além de gerar descrédito e desconfiança no País, por parte de credores internacionais, mostra quanto de agressão e escárnio ocorre contra os brasileiros de boa-fé, diante desses desmandos admitidos e patrocinados por entes e gestores públicos.
E essa descrença nos homens públicos, nas instituições, acaba levando a um pessimismo quanto ao próprio país, além de, alimentar teorias conspiratórias, onde, até mesmo a Copa das Confederações, segundo se especula, a final teria sido comprada, pela FIFA, para o Brasil, para aliviar a crise imposta pelas manifestações de rua! Durma-se com um barulho destes!
Daqui a pouco toda essa estória do “Big Brother” americano, espionando instituições, interceptando telefonemas, hackeando sites e invadindo privacidades de cidadãos, poderá servir para explicar uma possível conspiração contra Dilma e o PT, por conta da direitona brasileira, com o auxilio do capitalismo “yankee”! E, aí estarão explicadas as manifestações de rua, a incompetência de Mantega e companhia e, a queda de popularidade da própria Dilma.
Postado em 9 jul, 2013
Os petistas, os governistas e a turma dita de esquerda, estão deveras “cabreros” com algo que, para eles, não encontra explicação no plano das coisas razoáveis, a não ser uma orquestração da direita, travestida nos “riquinhos das manifestações de rua” que, amparados e apoiados por uma mídia a serviço dos grandes e escusos negócios, de toda ordem, tentam inviabilizar o governo Dilma e interromper o itinerário dos governos democráticos e populares do País.
Será a reedição do “todos contra Larry Flint”? Todos conspirando, no caso as chamadas elites brancas e americanizadas, conspirando contra o PT e contra Dilma? Por que será que isto está a ocorrer?
E, diga-se de passagem, tudo o que o governo tenta fazer, encontra resistência e oposição, por parte de segmentos da sociedade ou de alguns grupos organizados.
Na verdade, os fatos e circunstâncias merecem um aprofundamento do que está a ocorrer pois parece que “há algo mais no ar além dos aviões de carreira” pois o nível de insatisfação está se generalizando e, é bom lembrar, nos tempos de “Lulinha, paz e amor”, o país vivia em lua de mel com os dirigentes!
Por que as coisas mudaram tanto? Será a crise da economia? Será a crise de gestão do Governo Dilma? Será a inabilidade dos seus articuladores que impedem uma ação político-parlamentar mais oportuna, eficaz e de resultados?
O Congresso reagiu ao plebiscito e, pràticamente o inviabilizou.
Os exportadores são expressamente contra a continuação do amplo e irrestrito apoio dado ao Mercosul, em detrimento dos acordos bilaterais de livre comércio, tão em moda nos dias de hoje.
A classe médica está revoltada e indignada diante da MP que se propõe a levar médicos para o interior mais profundo do País.
Os segmentos empresariais continuam a reclamar de que nada se faz para reduzir o custo Brasil, diminuir os gargalos da infra-estrutura e as limitações de marco regulatórios imprecisos e instáveis.
Os economistas acham que, sem a devolução do respeito e dos compromissos com os fundamentos básicos da economia e sem um freio no populismo na gestão da coisa pública, difícil será baixar a inflação, estimular o investimento e retomar o crescimento.
Diante de tudo isto, o que o País vai continuar a assistir são tentativas frustradas de encaminhar os problemas reclamadas pela população de maneira parcial, tópica, emergencial e, acima de tudo, autoritária!
Dilma lança o programa Minha Casa, Minha Vida, numa versão municipal, numa tentativa de atender as reivindicações da Marcha dos Prefeitos do País à Brasília. Prefeitos esses que, na Marcha do ano passado, propiciaram uma sonora vaia à Presidente, por várias demandas não atendidas e pela redução de suas receitas derivadas do FPM, diminuídas em decorrência das “bondades”, com chapéu alheio, feitas pela União, através dos recursos que fazem a base de cálculo do referido fundo, no caso as isenções concedidas com os recursos do IPI e o IR.
Junte-se as queixas atuais, as antigas e continuadas reclamações quanto ao centralismo fiscal da União, que abocanha a maior parte da receita de impostos e, deixa a, estados e municípios, a maior parte das responsabilidades e obrigações, em termos de serviços públicos! Deverá ainda constar da memória dos prefeitos, a ameaça de Dilma de alterar o que já foi votado pelo Congresso em termos de repartição dos royalties do petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores.
Ademais, para tornar mais indigesto o caldo de cobranças dos prefeitos, junte-se a tantas demandas, a rejeição dos chefes de municipalidades, a sugestão de líderes petistas, no sentido de que a Presidente vete as alterações feitas pela Câmara, quanto a distribuição dos royalties que cabem a União para, 75% para a Educação e 25% para a Saúde, alterando-lhe a base de cálculo que, aumentou em 13 vezes, diante da previsão da União, as receitas a serem alocadas para tal fim.
Diante de tudo isso, merece uma reflexão aquilo que diz o ideograma chinês de que crise é também tradução de oportunidade.
E a pergunta que se faz é por que a Presidente não aproveita para parafrasear Fernando Pessoa — “a obra feita é comigo; o por fazer é com Deus” — e promove uma série de ações rápidas, diretas e objetivas?
Tipo estabelecer o conceito de déficit nominal zero para controle da inflação; uma certa restrição ao Mercosul e abertura para acordos bilaterais de livre comércio; fim do terceiromundismo do Itamaraty; acordo com os estados e municípios para que as obras do PAC sejam executadas, diretamente, por eles e fiscalizadas e avaliadas pela União; substituição dos atuais responsáveis pela política econômica com vistas a tornar mais respirável o ar e o ambiente para os investidores e agentes produtivos; envio de uma proposta sobre reforma política ao Congresso, entre outras providências.
Todas são medidas que não demandam tempo. De uma canetada só podem ser definidas!
Postado em 8 jul, 2013
Parece que chegou a hora de “passar a régua e limpar tudo”. As coisas estão ficando cada vez mais complicadas. No horizonte só se vislubram problemas e dificuldades. Só tem abacaxi para descascar. Só tem insatisfação para enfrentar. Só tem conflito de interesse para administrar.
E o pior de tudo, é que falta quem possa entender o que se passa na e com a sociedade e tentar definir estratégias de ação ou, pelo menos, ou caminhos alternativos ou mesmo um norte para um País, de tanto futuro e, de tanto presente, mas dominado por problemas, aparentemente simples mas que foram deixados crescer e ficarem quase inadmnistráveis, agora, dificìlmente, encontrarão tempo para um adiar de suas soluções ou um levar com a barriga.
E o Governo Central, feito cego em tiroteio, não sabe o que fazer, nem como fazer e nem com quem fazer.
A semana vem que vem. Desde a greve do PT e da CUT, anunciada para a próxima quinta feira; a paralisação do Porto de Santos; a revolta dos médicos com a importação de médicos cubanos (suspensa?); a insatisfação da base aliada, incluindo todos e cada um dos partidos; os empresários desesperados com a desindustrialização do segmento manufatureiro e com um Mercosul que limita todos os horizontes de abertura comercial; um PMDB que quer mais e não abre; os vetos que serão? ou não votados; a SELIC que promete ser aumentada em 0,50; as vendas a varejo que caem; a inviabilidade de corte nos gastos do Governo Central e dos governos estaduais quando, não só o populismo está no ar como as eleições batem à porta; o terceiro mundismo da política externa do País que custa caro e não resulta em nada; um Congresso que continua a fazer de conta que vai fazer uma reforma política, mas, pelo que se sabe, só para inglês ver e, finalmente, um PT, em represália a já possível condenação dos mensaleiros, tenta “tocar fogo” em Joaquim Barbosa (estão batendo no cara errado!) e, sem qualquer fundamento, são alguns dos elementos que fermentarão o ambiente político-institucional do País.
O quadro que se coloca é que, mesmo as notícias otimistas que surgem nos jornais — mais empresas aéreas querendo operar no País; o bônus do leilão da ANP do pré-sal que vai render mais de 15 bilhões; o IPCA desse mês que caiu e, tenderá a manter-se baixo no próximo mês; o marco regulatório da mineração que pode abrir espaço para investimentos vultosos; as concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos, que devem estimular aplicações substanciais de recursos em tais áreas, entre outras promissoras notícias, nada disso vai fazer a descompressão do pesado ambiente no País. E êsse diagnóstico já poderia ter sido feito quando, a Copa das Confederações foi ganha, de maneira excepcional e poderia ter promovido uma espécie de catarse nacional. E isso não aconteceu!
Apesár do otimismo dos brasileiros com o amanhã — é o mais otimista dos países pesquisados, segundo a revista Isto é, Dinheiro — há um temor de que, essa total incompetência do governo para o enfrentamento dos problemas mais urgentes e para criar esperança consequente, possa fazer voltar e, de forma mais intensa, as manifestações de rua.
Ou se reunem os três poderes, aliada à mídia e representações da sociedade civil, tipo OAB, CNBB, ABI, governos estaduais e municipais para um grande pacto de enfrentamento dos desafios nacionais ou, ninguém tem idéia do que possa acontecer.
Isto porque, até coisas menores que o Governo Dilma poderia fazer como mudar o comando da economia, a direção da articulação política dentro do governo e no Congresso e, estabelecer algum gesto de humildade perante a sociedade, o seu governo é capaz de fazer!
Postado em 7 jul, 2013
A Presidente Dilma afirmou, peremptoriamente, que não haverá reforma ministerial, pelo menos, por enquanto, máxime na área do comando da economia. Claro que a assertiva pode ser aceita, “in limine”, considerando que não é propósito seu renunciar ao seu mandato pois, como é público e notório, é ela que define todos os lineamentos das políticas, notadamente as medidas econômicas adotadas pelo País.
No entanto, tal negação tão incisiva, num sábado, parece com o que ocorre no futebol que, quando a torcida pede ou exige a cabeça do técnico, a primeira atitude dos dirigentes do clube é ir a pÚblico afirmar , peremptoriamente, que o técnico está mais sólido quanto uma rocha, contando com toda a confiança da diretoria e, no mais, são boatos sem base. E, no dia seguinte, ou o próprio técnico se demite ou é, sumariamente, demitido.
E, o que corre à boca pequena, é que, assim que sair a próxima pesquisa sobre a popularidade de Dilma, embora, segundo os petistas, não será mais que um “boato propagado por aqueles que apostam, no quanto pior melhor”, ela deverá cair mais dez pontos percentuais, aí ninguém conseguirá segurar a “troupe” petista que comanda a economia. Com certeza, ela cairá mesmo. E a coisa poderá até chegar a Luciano Coutinho, diante da matéria publicada na Folha deste sábado, mostrando os desacertos da política de investimentos e de participação acionária do banco o que, segundo analista, fragilizou, bastante, a entidade!
É difícil sustentar o “andar da carruagem”. As notícias sempre são as piores ou as que mostram perspectivas de piorar ainda mais, inclusive, contaminado as perspectivas para 2014, no que diz respeito ao cenário econômico!
Sem uma mudança no comando da economia, sem uma revisão crítica das políticas ora em curso e sem se definir, claramente, que será difícil segurar propostas destinadas a garantir o apoio à reeleição da Presidente e, ao mesmo tempo, apoiar aquelas objetivando reduzir a inflação, reposicionar os fundamentos da economia, estimular o investimento e garantir celeridade as ações do setor público.
Parece que, se não houver uma ação imediata da Presidente, o tombo pode ser pior do que o de Anderson Silva que, pateticamente e tristemente, foi derrotado ontem à noite, no UFC!
Postado em 5 jul, 2013 1 Comentário
[twitter]Muitos se perguntam o que, de fato, está havendo com o Brasil. Aparentemente teria tudo para estar vivendo um momento especial, pois, até faz pouco tempo, o País era a “menina dos olhos” da economia mundial. Um crescimento robusto, aparentemente sustentável e, apresentando enormes possibilidades e potencialidades.Esse clima de otimismo contagiante, foi referendado pela escolha do Brasil para sede da Copa das Confederações, para sede da Copa do Mundo, para o local de realização dos Jogos Olímpicos, além de outros eventos mundiais de grande repercussão.
A demonstrar que tudo não era apenas uma miragem ou algo circunstancial, não só as agências de “rating” de investimentos deram um belo “upgrade” para o Brasil, como a entrada de capitais externos era enorme, a balança comercial tinha um excelente desempenho, a expansão da internet bombava e a indústria automobilística era a terceira ou quarta maior do mundo!
Chegou o País, em um determinado momento, a ultrapassar o PIB da própria Inglaterra e situar o Brasil como a quinta economia do mundo. Claro que o efeito taxa de câmbio pesou nessa circunstancial ultrapassagem.
Tinha ainda o País o maior programa de compensação de renda do mundo que havia, ao lado do aumento do emprego e da renda média do trabalhador, integrado mais de 30 milhões de brasileiros à categoria de classe média. E, pasmem, a população de miseráveis, esteve quase reduzida, a zero!
O Brasil, não era mais o País do Futuro. Era a bola da vez no cenário internacional e Lula, o estadista, mostrava ao mundo que, não era preciso ser letrado para se tornar a referência maior de um governante e um líder de sucesso!
E, aí, o que aconteceu? O País, literalmente, destrambelhou!
Lamentàvelmente, a partir da crise econômica mundial, eclodida em 2008, quando Lula, na sua perspectiva de analista econômico, tranquilizava os seus patrícios dizendo que, o Brasil estava blindado e, para os brasileiros, os efeitos da crise não seria, como foi para os Estados Unidos e Europa, um “tsunami”, mas sim, uma simples e ridícula “marolinha”!
De repente, as fragilidades e as vulnerabilidades da economia brasileira, feito “fogo de monturo”, começaram a pipocar e a comprometer aquela que era, aparentemente, uma sólida economia. A desindustrialização das manufaturas brasileiras, atribuída à predatória concorrência chinesa, ao custo Brasil e aos gargalos da infra-estrutura, além do impacto do câmbio, principiaram a reduzir a competitividade da indústria nacional e fazê-la perder mercado, interna e externamente!
Também, no segmento externo, as importações começaram a crescer a taxas mais rápidas que as exportações e, o câmbio apreciado, dada a entrada significativa de dólares em investimentos diretos e em aplicações em bolsa, favorecia o desequilíbrio da balança de serviços e as importações que, num primeiro momento, foram mais destinadas a bens de capital e a insumos industriais.
Aos poucos foi-se constatando uma obviedade para quem estudava a economia nacional e para quem tinha o “feeling” de que, mais dias ou menos dias, a fratura estaria exposta. Ou seja, os custos de insumos básicos no Brasil — energia elétrica, gás, petróleo, aço e derivados, água, telecomunicações, etc — bem mais superiores aos dos concorrentes internacionais, limitariam a capacidade competitiva das empresas brasileiras.
Ademais, a alta tributação indireta, incidente sobre os bens como um todo; o custo elevado do dinheiro — o 4o. custo mais alto do mundo! — além do alto preço da logística, onde, os encargos relativos a transportes, tanto por via terrestre, fluvial, marítima, ferroviária e aérea, situavam-se e situam-se bem acima, por exemplo, da vizinha Argentina, indicariam que a tendência seria a um “empeioramento” das condições de operação da economia nacional.
Aí os sinais exteriores começaram a aparecer como a Valle deixando de ser a segunda mineradora do mundo; a Petrobrás, iniciando um processo de não realizar os investimentos previstos e necessários para a garantia de sua saúde financeira, bem como a amargar desperdícios por conta de uma gestão política inconsequente e outros indícios muito preocupantes.
Aliado a redução do dinamismo do setor externo, a diminuição do ritmo de expansão da economia interna e, diante da insegurança jurídica, da imprevisibilidade judicial, da burocracia excessiva e da alta carga de impostos, a entrada de investimentos externos começou a cair! E, lamentavelmente, por não haver uma política econômica consequente, a taxa de formação bruta de capital interna se mantém, não compensando a redução do ingresso de recursos externos e nem a saída de reservas cambiais derivadas não apenas dos gastos de brasileiros no exterior, mas, principalmente, da remessa de lucros das empresas multinacionais e da reorientação de investimentos para outros países emergentes ou, de retorno aos próprios Estados Unidos, que ensaiam, de algum tempo, uma saída da crise.
Assim, os sinais exteriores de fragilização da economia, ficam caracterizados pela desaceleração da economia, pela intensificação da desindustrialização, pela exposição dos gargalos da logística de transporte e de toda infra-estrutura, pela falta de ambiente econômico que estimulariam investidores externos e pela falta de marcos regulatórios estáveis capazes de garantir a previsibilidade judicial.
Alie-se a tais elementos, o fato de que, diante de uma gestão pública marcada pela orientação mais político-partidária do que pelos ditames da economia política moderna, abandonaram-se os fundamentos da economia e, mergulhou-se num desrespeito à responsabilidade fiscal, ao superávit primário requerido, a um câmbio flutuante, sem intervenções desnecessárias e a fazer das metas de inflação não um objetivo mas algo aparentemente simbólico.
E o resultado aí está. Desencontros e mais desencontros e, ameaça de redução de “rating” para efeitos de investimentos por parte da Standard&Poors, um bolsa de valores em frangalhos, uma inflação resiliente, um pib que vai, a cada nova previsão, encolhendo e o que é pior, a corrosão dos orçamentos familiares.
E, desnudando-se o quadro de quase impossibilidade de garantir-se um mínimo de qualidade de vida nas cidades brasileiras, onde explodem limitações e restrições na oferta, tanto quantitativa como qualitativa, dos serviços públicos essenciais, a tendência é essa situação de manifestações de rua difusas, gerais e sem líder ou líderes. Só se conclui que o povo está insatisfeito de mais da conta e que as chamadas elites, máxime o Governo, não te, não tem respostas satisfatória para tais questões.
Aqui não é o Egito, mas, se as coisas não tomarem um rumo, pode vir a ser. Se continuar o caldo a entornar, dificílmente, surgirá um salvador da pátria com uma mensagem capaz de devolver a tranquilidade e a esperança aos brasileiros.
Postado em 4 jul, 2013
As decisões adotadas pelo Congresso Nacional ou melhor, os fatos relacionados ao Congresso Nacional nos últimos dias, refletem algo extremamente interessante! Na verdade, o “jatinhogate” , envolvendo os presidentes da Câmara e do Senado — um levando a família para ver o jogo do Brasil e outro indo assistir a um casamento, em jatinhos da FAB! — refletem aquilo que a população tem de imagem dos que fazem a instituição!
Por outro lado, quando se avalia o que a instituição é capaz de fazer como base da estrutura da república, aí a sociedade se surpreende como a entidade se engrandece e é capaz de mostrar-se digna do respeito e da admiração de muitos.
As últimas matérias votadas pelo Congresso, já aqui regtistradas e, as mais recentes, revelam que a instituição é capaz de dar a volta por cima e mostrar-se a altura dos desafios postos por um quadro de dificuldades como o que ora se defronta o País.
Até a atitude de afirmar que não discutirá o plebiscito e, de imediato, juntar pedaços de matérias relativas à reforma política, já discutidas nas duas Casas — fim do voto secreto, financiamento público de campanha, fim da suplência de senador, etc — estarão passíveis de uma votação sem maiores delongas. Os outros pontos de relevância da possível reforma — voto facultativo, voto distrital misto, eleição direta para vice-governador, fim do instituto das coligações, fim das siglas de aluguél, etc — são pontos adicionais a serem discutidos até setembro, face o prazo fatal para a reforma ter validade para o próximo pleito. E, com certeza, diante da esperada cobrança das ruas, o Parlamento saberá cumprir o seu papel, mesmo diante dos amesquinhamentos que alguns de seus integrantes são capazes de propiciar!
Não obstante essa visão otimista que se tem das atitudes a serem tomadas pelo Congresso, na verdade, embora dita que a reforma política seja a mãe de todas as reformas, é fundamental chamar a atenção para o fato de que, existem questões urgentes que exigem definições do Governo Federal, sob pena de tornar mais difícil a superação das cobranças que a mobilização das ruas tem externado.
A questão econômica, mesmo com os bons ventos que começam a soprar da Europa e da forma de encaminhamento da crise do euro, bem como da reversão de expectativas em relação as empresas de Eike Batista, não são notícias suficientes para reduzir os temores de que a crise econômica do Brasil, estaria dando um tempo para que se pudesse respirar e pensar em alternativas as mais oportunas e propícias para a sua superação.
As pessoas de bom senso acham que, sem uma mudança dos nomes e das figuras dos que conduzem a economia, o clima continuará pesado e sem perspectivas de uma reversão de expectativas.
Também acredita-se, e este cenarista ouviu de um dos mais respeitáveis membros da oposição no Senado, a afirmação de que, com interlocutores como Mercadante que, tendo sido seu colega, era, mesmo diante da crise, de uma arrogância e de uma prepotência inaceitáveis, notadamente a quem caberia ter a humildade de tratar com lhaneza e respeito os seus pares, máxime em uma situação como essa, nada se poderia construir de positivo na relação Executivo versus Congresso.
Por outro lado, até agora não se construiu uma agenda do que se quer para o País. Desde uma resposta para a questão do desenvolvimento regional, a redução do número de ministérios e dos cargos de assessoramento superior; o estabelecimento da proposta de déficit nominal zero para as contas
públicas; a descentralização de uma série de ações e recursos para os estados e municípios.
Também um conjunto de propostas para reduzir a violência urbana como a discriminalização das drogas, a revisão do sistema prisional, estabelecendo-o por categoria e gravidade de crimes, uma FEBEM revista e repaginada, o aumento do número de investigadores e a construção de inteligentzia nas polícias civis, a melhoria da iluminação pública, o retorno da população na ocupação dos espaços públicos, seriam pontos a serem considerados, mas que, até agora, nada se ouviu de manifestação por parte do Executivo Federal!
Ademais, a criação de um gabinete tipo “shadow”, destinado a acompanhar, “pari passu”, as obras e ações dos pac’s da vida para que se saiba por que diabos essas obras não andam, seria bem vindo, neste momento.
Também a instalação de um grupo de trabalho envolvendo o Ministério Público, o TCU, a CGU, o Ministério do Meio Ambiente, a ABI, entre outros, para estabelecer diretrizes para agilizar e facilitar a realização de obras essenciais à mobilidade urbana e à superação de gargalos da infra-estrutura, poderia ajudar ao Governo Federal sair da mesmice e do marasmo em que se encontra. Por outro lado, tal grupo poderia se estabelecer como missão, definir ações e condições para melhorar o ambiente econômico, objetivando, com isso, estimular os investimentos, tanto internos como externos, destinados a dinamização da economia nacional, começaria a atender o que o País quer e precisa.
É essencial que propostas coerentes e objetivas sejam definidas no que concerne ao reexame das políticas destinadas a enfrentar os grandes desafios da educação e da saúde que, necessàriamente, não dependem apenas, de mais recursos e, nem tampouco, da importação de profissionais de fora.
Por fim, questões como essa dramática situação das secas dos Nordeste e da falta de celeridade dos projetos estruturais para minimizar os seus efeitos, bem como uma nova definição de uma política indigenista, poderiam ajudar a melhor o clima e o “mood” da população em relação ao governo federal, aos governos estaduais e municipais e, até mesmo, as próprias instituições.
Mas o que se espera é que se aja, se faça e se fale menos, notadamente dando explicações do que não se fez e atribuindo culpa a outras instituições!
Finalmente, que tal reexaminar a hipótese de recriar o Programa Nacional de Desburocratização, sem subordinação ao Executivo mas aos três poderes da república? Talvez valesse à pena, reeditá-lo!
Postado em 3 jul, 2013 1 Comentário
Há alguns dias, este scenarium, avaliando as reações da Presidente Dilma às manifestações das ruas, afirmava que o Executivo, naturalmente, tenderia a buscar transferir a responsabilidade e, consequentemente, os ônus das queixas das ruas, para os demais poderes da República.
Só que, os estrategistas de plantão do Planalto, não foram capazes de aprofundar a análise e interpretação do clamor dos manifestantes e, numa simplificação rasteira, não apenas ficaram na infrutífera busca de um interloculor para negociar (não se sabe o que!), como tentaram avaliar tais atitudes de determinados segmentos da sociedade, de maneira pobre e de um primarismo impressionante. Foi uma redução sociológica e antropológica de uma precariedade e de uma pobreza marcantes!
E, no afã de retirar o peso das cobranças dos ombros de Dilma, mesmo quando as pesquisas demonstraram, à saciedade que, a responsabilidade cabia ao
Executivo, montou uma estratégia para transferir, à Geni dos poderes — no caso, o Congresso Nacional — a responsabilidade de buscar atender aos anseios da frustrada classe média nacional.
Só que esqueceram de avaliar uma questão que tem esse cenarista insistido em colocar no sentido de identificar, para o povo de um modo geral, que, para os brasileiros, o único poder que se pode cobrar alguma coisa, seria o Executivo. Isto por um tradição histórico-cultural, pela montagem de um estado quase unitário e, no hábito que cultivam os nacionais de, sempre diante de problemas e dificuldades, perguntarem o “que o governo vai fazer por nós”?
Isto é fruto da toda uma formação do país de caráter quase monárquico onde o aprendizado da cidadania ainda é precário, limitado e tem muitos espaços para crescer.
Agora mesmo, após a propostas dos cinco pactos, anunciadas, no fim de semana, pela Presidente, ontem, como prometido, o Palácio do Planalto apresentou os temas a serem abordados pelo plebiscito proposto pela Primeira Mandatária da Nação, mesmo que tal idéia parece que não irá prosperar e nem vingar no Legislativo.
A divulgação da visão idealizada do que seria a reforma política a ser apreciada pela populacão, demonstra que o Executivo está mandando uma mensagem ao povo de que, ele concebeu a melhor idéia de reforma política para que o Congresso, a quem cabe votar a matéria, tenha noção de que se ele não agir de acordo com que sonha a sociedade, deverá ocorrer uma violenta pressão de grupos organizados sobre os referidos parlamentares. Ou seja, o Executivo além de não mostrar uma atitude proativa, construtiva e geradora de esperança consequente na população, ainda prejudica ao próprio estado quando busca criar uma perigosa área de atrito com o Legislativo.
Os congressistas vão querer resguardar conquistas, privilégios e pseudo-direitos que levam à exclusão da participação do povo no processo eletivo, segundo o Palácio! E, isto, levará, ainda segundo os sábios palacianos, a uma espécie de revolução da cidadania com uma manifestação, sem igual, das ruas, contra os congressistas!
Mas, o Congresso, que de bobo só tem a cara e o jeitão, resolveu dar o troco, informando ao distinto público que vai aprovar a sua reforma, em função do que já tem em tramitação, para ganhar tempo e, levá-la a referendum popular, esvaziando, assim, toda a idéia de plebiscito de Dilma.
E tem mais. Os partidos, cada qual na defesa dos seus espaços junto ao eleitorado, já estão montando as suas agendas sobre o que reformular no Executivo, passando pela redução de ministérios, diminuição de cargos de assessoramento superior, aprovação do orçamento mandatório, estabelecimento da política de déficit nominal zero, discriminzalização das drogas, entre outras propostas, para colocar o Executivo na parede. Sem contar a atitude que deverá tomar em relação aos vetos presidenciais que, com certeza, não acolherá, nenhum sequer!
Por outro lado, numa tentativa dos líderes do Senado de serem agradáveis a Presidente, os mesmos promoveram uma alteração na proposta de utilização dos royalties do petróleo, recentemente aprovada na Câmara. A mudança não agrada em nada os parlamentares da Câmara o que, certamente, no confronto entre Senado e Câmara, com certeza, nesse caso, o Senado deverá levar a pior.
Na verdade o Congresso está reagindo mais rápido que o Executivo diante do clamor das ruas pois algumas matérias de questionamento popular, já foram aprovadas ou rejeitadas — PEC 37 e PEC 30; cura gay; royalties do petróleo, regras do FPE, corrupção caracterizada como crime hediondo, etc — demonstrando que o Parlamento, quando ouve a voz das ruas, não confronta as suas pretensões e age, segundo princípios que, embora respeitando o estado de direito democrático, buscam atender ao que o povo quer.
Postado em 2 jul, 2013 1 Comentário
Uma situação é considerada grave quando não se vislumbra perspectiva de solução e falta aos gestores, notadamente públicos, a humildade, a visão estratégica e auxiliares que lhes permitam intentar formular saídas viáveis para os problemas mais urgentes.
Parece ser esse o impasse por que passa a Presidente Dilma Rousseff. Segundo a jornalista e analista político, Eliane Cantanhede, diferentemente de FHC que tinha inteligência política; de Lula que tinha um faro político extraordinário, e, de ambos que tinham time, faltam a Dilma “bagagem, instrumental e equipe”. E segue a colunista “… Não é com Mercadante na política, Mantega na economia e Gleisi na prateleira que a Presidente vai pular a fogueira e superar a crise”.
E, como as ruas não têm muita paciência, os interesses políticos em conflito buscam tirar maior proveito possível da crise instalada, e aí a coisa fica deveras confusa e difícil!
A Presidente fez pronunciamentos, reuniu os auxiliares mais chegados e mais confiáveis, buscou uma reunião ministerial para pedir agilidade nas ações e prometeu que, hoje, enviaria as bases do plebiscito que gostaria ver levado ao distinto público.
Só que, mais uma vez, sem ter carta nenhuma na manga para responder as angústias das ruas ou até mesmo na única proposta que buscaria responder algum anseio da população, que é a reforma política, os parlamentares quase que de forma uníssona, são contra o uso de tal instrumento. Eles são mais favoráveis a um referendum após a aprovação de uma reforma pelo Congresso e não um plebiscito que não se considera como o mais eficaz instrumento de consulta dessa natureza. Aliás, muitos juristas renomados partilham dessa mesma opinião contra a teimosia da Presidente que, encasquetou que esse é o instrumento tão pouco prioritário e relevante quanto ao seu trem-bala!
Diante disso, como diz o ditado popular, “a situação está de vaca desconhecer bezerro”. As notícias na área econômica, tanto as fruto do desempenho interno como aquelas que, externamente, afetam a atividade no País, só fazem ampliar as preocupações, crescer o pessimismo com tudo e com todos e gerar expectativas mais que negativas sobre o amanhã.
O déficit comercial do primeiro semestre deste ano é o maior dos últimos dezoito anos, mostrando um desequilíbrio que deve fechar o ano com um déficit superior a 72 bilhões de dólares! E, dadas as medidas do Federal Reserve dos Estados Unidos, a tendência é que, os tradicionais e já costumeiros ingressos de capitais externos, esse ano não ocorrerão com a prodigalidade do passado recente e, tal contingência, exigirá um aumento do endividamento externo do país ou uma redução do seu volume de reservas cambiais.
Se nas contas externas o desequilíbrio é enorme, nas contas internas, por conta dos desequilíbrios e desajustes fiscais, a coisa tem mostrado um “empeioramento” assustador!
O déficit da previdência cresce, a inflação tende a se acelerar, o pib, nas previsões atualizadas, cada vez deverá crescer menos — a última previsão é de 2,40%! — e o desemprego reduz a sua dinâmica de redução e, o número de garotos na chamada faixa do “Nem, nem” – nem trabalha e nem estuda — só faz aumentar.
Se as coisas assim se colocam no campo econômico, na área política, a tendência é piorar cada vez mais. A base de sustentação político-parlamentar de Dilma quem sempre foi deveras gelatinosa, agora, diante dos movimentos das ruas, tende a ficar ainda mais difícil de administrar.
Por outro lado, os possíveis candidatos a presidência da república e aos governos estaduais, começam a se ouriçar já que, diante de uma possível reforma política que, com certeza, será limitada, e, difícil de ser aprovada, antes de outubro, bem como diante das possíveis alianças a serem construidas nesse meio tempo, já começam a se angustiar com os temores de que a queda de popularidade de Dilma afete os seus interesses.
Aliás, conforme o comentário anterior, onde aqui se afirmava que todos os males do País são debitados ao Executivo, em face de uma formação e de uma tradição histórico-cultural, o povo está atribuindo os problemas das grandes cidades a Dilma e aos governadores e prefeitos. Basta examinar como e quanto caiu a popularidade de Sérgio Cabral e Eduardo Paes bem como a de Alkimim e Fernando Haddad!
E a pergunta que não quer calar é, como a crise se resolve ou não vai se resolver! As manifestações continuarão ou arrefecerão? O governo conseguirá dar agilidade as obras prometidas? A política econômica sofrerá mudanças significativas, com uma possível troca de comando? Enfim, o Congresso vai se mancar e ensaiar a votação de uma reforma política ao gosto do que o povo quer, acabando com a figura do suplente de senador sem voto; do vice-governador que também não é votado; das siglas de aluguél; do voto obrigatório; do voto distrital misto; da redução da influência da grana nas eleições, entre outras matérias?
E o povão quer ver sangue e pede, como revelado em pesquisa recente, de que quer ver os mensaleiros na cadeia. Isto ficou demonstrado na vontade de 74% das pessoas consultadas!
Como será esse novo Brasil? Será que vai acontecer ou vai ficar nessa mesmice de sempre?
Postado em 1 jul, 2013 1 Comentário
No auge de uma quase crise institucional, alimentada por uma avalanche de manifestações populares contra muitas coisas mas, particularmente, contra o governo, vem um momento de catarse nacional, na forma de um grande alívio e de um extremado amor pela pátria amada!
O Brasil lavou o peito e, de alma enxaguada, gritou, cantou, chorou de alegria e de emoção diante de sua seleção que, ontem, parecia que não era a atual mas a de oitenta e dois! Só que, a daquela época mas dando tudo certo diante, não da Itália do carrasco Paolo Rossi, mas diante da gloriosa, invicta e quase imbatível Espanha de Iniesta, Xavi, Casillas e tantos outros mestres do famoso esporte bretão, como dizem os intelectuais comentaristas de futebol.
O que se viu e se assistiu, num novo Maracanã, belo, altivo e de tantas glórias foi um time que, não faz mais do que um pouco mais de um mês, era visto com uma total descrença dos brasileiros e a vigésima segunda seleção nacional no ranking da FIFA mostrar-se brilhante, com um esquema tático muito eficiente e com um desempenho excepcional. Foi uma equipe onde todos se agingantaram na defesa da história e da glória da amarelinha.
A amarelinha não amarelou. Ao contrário, vestiu-se de uma brasilidade que faria corar Nelson Rodrigues e faria chorar um Didi, mostrando que ningúem humilha a pátria de chuteiras quando ela resolve ter vergonha na cara!
E agora, José? A festa acabou! Músicos na estrada, recolhidos os instrumentos musicais, é hora de colocar a cabeça no lugar, usar o calor e o entusiasmo da grande conquista e, de forma sóbria, buscar os meios de como enfrentar os graves problemas do País.
A Presidente Dilma faz mais uma reunião ministerial. Lula diz da África que a sua pupila conduziu bem o País diante da crise e irá conduzir ainda melhor. Não se sabe que decisão ou decisões serão apresentadas no dia de hoje e nem sequer se surgirá uma nova agenda para o País.
Será que virá a propalada idéia de redução à metade, do número de ministérios e de cargos comissionados do Governo Federal? Isto não seria tão relevante para a solução dos problemas graves do País mas, por certo, seria de um simbolismo extremamente marcante. Será que serão divulgadas medidas para melhorar o ambiente econômico e facilitar a entrada de recursos e investidores externos no País, notadamente para enfrentar os problemas de mobilidade urbana, os gargalos infra-estruturais e as dificuldades nas áreas de saúde pública, educação e segurança? Será que Dilma anunciará a saída de Mantega e companhia e chamará um Meirelles, um Armínio, ou um Carlos Eduardo de Freitas para comandar a Economia? Será que a idéia de déficit nominal zero será estabelecida, como meta, mesmo que, pelo menos, para o ano começando agora em julho?
Para amanhã, já foi anunciado que o Governo Central enviará a sua proposta de reforma política ao Congresso ou será que mandará apenas sua sugestão das perguntas que deverão estar contidas no famigerado plebiscito?
A semana promete muitas emoções pois que, o próprio Congresso e o Supremo, procurarão mostrar que estão no ritmo de Felipão e no entusiasmo da torcida brasileira!
Postado em 30 jun, 2013
Dilma Roussef e os petistas mais próximos e mais ardorosos, viveram uma noite de pesadelo. A véspera do jogo do Brasil contra a Espanha, decidindo a Copa da Confederações, não foi bem de reacender esperanças, vibrar com a pátria de chuteiras mas, foi muito mais, infelizmente, para os dilmistas, lulistas e petistas, para engulir frustrações e desencantos!
Na verdade, os dados da pesquisa DataFolha da queda de popularidade da Presidente Dilma, foram muito mais penosos dos que os observados faz quinze dias, quando os índices de aprovação caíram oito pontos percentuais, em todas as regiões, em todos os níveis educacionais e em todos os níveis de renda! Agora, a queda foi dos atuais 57% de preferência para, pasmem, 30%, representando um despencar de 27 pontos percentuais em quinze dias! Agora, o segundo turno das eleições presidenciais estaria garantido, por larga margem, segundo o Datafolha!
O mais grave é que, apesár de alguns conquistas fruto dos protestos das ruas, não há sinais de que o povo sinta que o Executivo Federal está tomando providências para minimizar os problemas que angustiam a sociedade. O pessimismo aumentou não só em relação as possibilidades de crescimento da economia, mas também do que se espera em termos de desempenho do aumento dos preços e, consequentemente de inflação e, até o desemprego que, tem se mantido extremamente baixo, nos últimos anos, dá sinais que tenderá a piorar nos próximos meses. O quadro é de desânimo e desalentador e, no front da política econômica, não se sente qualquer movimentação em termos de mudar os já exauridos protagonistas da execução das medidas econômicas!
E, para piorar o desânimo nas hostes governamentais, pesquisa feita entre os manifestantes sobre as preferências em termos dos possíveis candidatos a Presidência, surge a principal surpresa, já antecipada faz dois meses por esse Scenarium, onde o nome do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Joaquim Barbosa, surge com 30% das vontades, colocando-se Marina com 20% e Dilma com apenas, 10%!
Na pesquisa do Datafolha, não mais só no meio dos manifestantes mas, na população como um todo, mesmo quando é colocado o nome de Lula entre os possíveis candidatos, o ex-presidente aparece com 29%, Joaquim Barabosa com 15%, Marina Silva com 18%, Aécio Neves com 15% e Eduardo Campos com 5%!
E qual é a leitura de tais números? O que eles indicam? O que o povo está querendo? É um novo Jânio com a bandeira da dignidade, da decência e do fim das concessões à impunidade e a leniência?
O que os analistas de plantão no Palácio do Planalto não levaram em conta é que, para o povão, não existem, na sua leitura, os chamados três poderes da Republica e, todo mundo coloca a responsabilidade pelos males na conta do governo, esse ente que, remontando ao período imperial concentrava todos os poderes e, pelo que se tem visto, a tendência, até agora, nos tempos modernos, pelo excesso de centralismo orçamentário, fiscal e administrativo, onde tudo depende da União, deixe-a com a culpa de todos os problemas. Ninguém atribui aos outros poderes qualquer papel na solução dos seus problemas mas, exclusivamente, à conta do Executivo.
Mas, vamos esperar que o jogo Brasil versus Espanha dê uma trégua a Presidente Dilma e os seus assessores aproveitem essa sobra de tempo para propor medidas e providências que mostrem que o governo não é inerte, incompetente e lerdo para a busca de soluções para os urgentes problemas cobrados pelo povo brasileiro.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!