Postado em 21 jul, 2010
Uma semana de folga foi o que este cenário se propôs a ofertar aos leitores que, tão generosamente, lêem os comentários e fazem as suas críticas sobre as opiniões aqui externadas.
Uma das razões para esse retiro do cenarista é que estão sendo procedidas reformulações no “site” no sentido de lhe dar mais leveza, objetividade e ampliar o número de pessoas que terão acesso, a ele, nessa nova fase.
Mas, de volta ao batente, a semana não teve fatos tão marcantes na cena política. Os candidatos se repetindo nas suas idéias e observações, uma acusação mais pesada do vice de Serra, o deputado federal Índio da Costa e, Marina Silva, acusando Dilma e Serra de promoverem uma espécie de “plebiscito da baixaria”. No mais só…
Postado em 21 jul, 2010
Dilma tem enfrentado uma ação articulada dos aliados de Serra que, desde o episódio da retirada do apelidado de “Programa de Governo Bolivariano para o Brasil” e, a sua substituição por uma versão, feitas as pressas, por Palocci e, apresentada ao TSE, não lhe tem poupado críticas e imputações de toda ordem.
Desde o caso Eduardo Jorge, Vice-Presidente do PSDB Nacional, onde os seus dados fiscais foram violados, durante seis meses, por um funcionário da Receita Federal, para compor um dossiê a ser elaborado pelo comitê de Dilma Roussef, conforme o jornal Folha de São Paulo, passando pelo “reaquecimento” do caso da ex-secretária da Receita, com a suposta existência de imagens provando que Dilma esteve com ela, até a recente acusação do Deputado de Índio da Costa, candidato a vice na chapa de José Serra, de que o PT tem ligações com as FARC’ S e, portanto, com o narcotráfico, mostram uma artilharia pesada em cima da candidata de Lula.
Se se junta a isto as provocações de Serra de que “Lula estava acima do PT e sobre ele pairava soberano, sem contestação e sem discussão e, que Dilma, ao contrário, será manipulada pelo PT e usada pelo PMDB”, as preocupações da candidata só têm aumentado. Aliados de Serra exploram a exagerada e dramatizada matéria de Veja, sobre o radicalismos e os xiitas que cercam Dilma; os erros cometidos na fracassada passeata do Rio, na última sexta-feira e, o questionamento sobre as contradições frequentes do discurso de Rousseff, ainda tem sobrado espaço para explorar que ela troca o nome das pessoas, foge dos debates e ainda defende os petistas que, processados recentemente – Genoíno, João Paulo, José Mentor, entre outros -, são candidatos com seu efetivo apoio!
Apesar dessa artilharia pesada em cima da candidata, uma certa ausência de Lula, na sua intransigente defesa, deixa os seus assessores mais diretos, deveras preocupados.
Mas, a pergunta que fica no ar é se todas essas acusações e pressões sobre Dilma são capazes de tirar-lhe votos, vez que o eleitorado do País é, majoritariamente, bolsa-família e, portanto, não acompanha e não entende tais questionamentos? Dizem alguns analistas que só 10% dos eleitores seriam vulneráveis ou propensos a serem influenciados pela troca de acusações e farpas e acham que, como nada nunca pegou em Lula, com certeza, a maioria dos brasileiros não irá ser influenciado pelo tiroteio em cima de Dilma. Aliás, há quem diga que acusações do tipo daquelas feitas por Quércia de que “a única experiência de Dilma era a de pegar em armas quando assaltou bancos e foi terrorista”, poderá até vitimizá-la!
Portanto, como o jogo só está começando e como a luta maior é nos estados, a próxima rodada de pesquisa, talvez, continue a mostrar números assemelhados aos da última, corroborando com a tese de que toda a discussão, até agora, não influenciou o eleitorado em favor de um ou outro candidato. A coisa está “morna e ainda não pegou”, é o que dizem os mais experientes.
NOTAS COMPLEMENTARES
A) Qual a aposta maior para a reunião do COPOM? Na queda de braço entre Meirelles e Mantega, quem leva a melhor? Aumenta 0,50% ou 0,75%? Pelo jeitão, a taxa vai aumentar 0,75% e chegaremos aos 11% de taxa básica de juros!
B) Segundo Benjamim Steinbruck, em artigo na Folha de São Paulo, “o custo anual da infernal burocracia brasileira é de R$ 46,3 bilhões, o que equivale a 1,47% do PIB do País”. Será que tal estimativa se parece com as que tentam estimar a economia informal do País que variam entre 10 a 30% do PIB? Pelo “jeitão” e da forma como a burocracia transmite de desperdício e ineficiência de toda ordem, o valor deve ser bem maior que isto!
C) 2.700 bois morrem de frio no Mato Grosso do Sul! A temperatura caiu, bruscamente, de 25 para 3 graus Celsius e os animais não suportaram! É uma pena!
D) LULA abre as torneiras e responde a Ricardo Teixeira autorizando, ao BNDES e a Caixa Econômica Federal, emprestar 5,5 bilhões para reformar aeroportos, 740 milhões para portos e 7,795 bilhões para a chamada mobilidade urbana. Agora vai precisar de gestor e de fiscalizador, pois do contrário, a esperteza tomará conta do processo e, até mesmo, a qualidade da obra e o superfaturamento, irão além dos limites da contravenção aceita e praticada!
Postado em 13 jul, 2010
Este cenarista cumprimentava o Ministro Marco Aurélio de Mello, pelo seu aniversário, no dia 12 de julho. Ao mesmo tempo em que o cumprimentava, não apenas pela idade, pela competência, pela cultura e pelo excelente caráter que é, surpreendeu ao cenarista o prêmio concedido pelas Organizações O Globo, pelo fato de haver acertado, em cheio, no papel de “famoso palpiteiro”, com 137 pontos, os escores dos principais jogos da Copa do Mundo, inclusive a final!
E o Ministro, flamenguista inveterado, foi o grande vencedor mostrando que, além de cultura jurídica, tem uma bem nutrida formação humanística, além de entender de futebol, como poucos. Na verdade o Ministro, na sua análise sobre o êxito da Fúria, mostrou que, conjunto e talento de um grupo como um todo, são os ingredientes fundamentais para o êxito de uma missão, máxime, no futebol!
A lição dada pela Espanha mostrou ao mundo que, no esporte, a arte supera a força bruta e se “estabelece” pelo que representa de beleza, de cadência, de ritmo e de talento, no toque da bola. O futebol, com a necessária e envolvente firula, com o passe preciso, com os deslocamentos e lançamentos bem planejados, lembra que certos preceitos continuam prevalecendo: por exemplo, a máxima de Gentil Cardoso (ou seria de Neném Prancha?) de que “quem se desloca recebe e quem pede tem preferência” se aplica ao futebol-arte. É claro que futebol-arte sem conjunto, sem disciplina e sem raça, acaba virando futebol de várzea, debochado, mas sem resultado.
Quando aqui este cenarista lamentou que Dunga não tivesse aprendido com o passado que, sem banco, nenhuma seleção vai a lugar algum; sem talento e só acreditando na força e na sorte; e, que sempre deve haver espaço para experimentos com jovens talentos, não deixaria de ter levado Ronaldinho Gaúcho, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso, Neymar, Hernanes, entre outros, deixando para trás os gilbertos, os josués, entre outros. Mesmo considerando Kaká um craque diferenciado, sabendo, inclusive, que ele não estava bem fisicamente, como é que não se levou alguém do seu talento e criatividade caso ocorresse o que ocorreu com ele?
Se a lição recebida nessa Copa mostra que teimosia não rima com alegria, é crucial mirar nos exemplos das copas de 70, de 82 e de 58 para formar um time que, na visão do bom senso e do equilíbrio, sem interferências de cartolas e de técnicos, negociadores de passes de jogador ou imposição de patrocinadores, é o que se espera de critérios para a próxima seleção. E tudo vai começar com a escolha do técnico e da sua comissão técnica. Depois, as primeiras convocações dirão para que rumo estará caminhando a seleção brasileira.
Que bom que a CBF aprendesse com a CBV, onde o Vôlei, em qualquer modalidade, só tem nos dado alegria! E, até o judô, a natação e, daqui a pouco, o próprio basquete, mostrarão que um trabalho sério e de equipe, gera resultados que se transformam em alegria para o povo brasileiro.
Sem esperteza, sem improvisações, sem trapaças e sem incompetências, a canarinha voltará a ser aquilo que, por muitas vezes, embalou os sonhos dos brasileiros.
Imagine se nessas eleições os brasileiros resolvam cobrar dos seus candidatos os compromissos fundamentais para o enfrentamento de algumas chagas, tipo violência urbana e rural, baixa qualidade da educação e limitações enormes da infra-estrutura e da ação do estado! Aí seria uma possível revolução que, ao lado do que se espera faça o projeto ficha-limpa, no sentido de extirpar aqueles que denigrem a função pública, mudaria os contornos desse país que todos os brasileiros desejam, aspiram e tem direito!
Postado em 12 jul, 2010
Circula, basicamente, entre os formadores de opinião, a ocorrência de um possível desentendimento entre Lula e a sua candidata Dilma Roussef. Dizem que o que levou a uma profunda insatisfação e desânimo de Lula foi a constatação da reação negativa de Dilma, diante da busca de Lula de protegê-la, certo que estava ajudando a candidata.
O Presidente achou, no jeito bonachão que o caracteriza de, num determinado evento, dizer que Dilma era um “Lula de saias” e que o público presente tivesse a certeza que seria ele que estaria “mandando” no próximo Governo. Tão somente uma atitude de quem queria ajudar, da forma mais intensa possível, a uma candidata “inventada” por ele. Acrescentou ainda que as possíveis falhas e equívocos que porventura ocorressem no governo Dilma, ele estaria presente para saná-los. Assumiu, um pouco, os ares de todo poderoso, talvez mais como boa-fé do que por arrogância.
Segundo tais especuladores e forjadores de cenários possíveis ou de meras fantasias, Dilma, do alto dos seus 39 por cento de preferências além do fato de que, depois da ultima pesquisa, tanto do IBOPE como do DATAFOLHA, onde se verificou um empate técnico entre os dois candidatos, começou a achar que já conseguia encantar o eleitor e, aparentemente, poderia ensaiar vôo solo! Também Dilma, mais do que o seu principal adversário, ficou deveras impressionada com o fato constatado na mesma pesquisa, de que a taxa de transferência de votos de Lula para ela, reduziu-se de 14 para oito pontos percentuais! Ou seja, como que o seu nome, no caso de Dilma, estaria cristalizado e o que tinha que ser capitalizado, em termos da proteção de Lula, já devia estar contabilizado como parte desses atuais 38 ou 39 por cento, alcançados pela candidata de Lula.
Por outro lado, a dura reação de Dilma à tutoria e monitoramento de Lula, parecia que tinha como objetivo fugir da pecha que lhe querem colar de marionete ou de boneco de ventríloquo de Lula. O fato é que Lula tem demonstrado, pela leitura de algumas reações e atitudes, bem como de declarações recentes, de que anda cansado, chateado e enfastiado, segundo alguns amigos mais próximos, com o final do mandato e com a própria candidatura de Dilma. Talvez, desgostoso com o “andar da carruagem” da campanha e da forma com que Dilma e os seus fieis escudeiros, estão a tratá-lo, é que, possa explicar esse inexplicável e inoportuno périplo africano, inclusive, encerrado com um melancólico adeus a África do Sul, sem assistir a final definidora do Campeão Mundial.
A experiência de haver deixado Dilma sem a sua proteção, durante o período que a mesma esteve no exterior e, nessa semana, deixada “lançada aos leões”, parece que teve o propósito de mostrar, a candidata, a sua fragilidade no responder as criticas dos concorrentes; a antipatia já manifesta da mídia – nunca bem tratada pela candidata e “expulsa” de seu contacto, bem mais próximo, quando da sua viagem européia; – além das “estripulias” dos seus não tão fiéis escudeiros, pois que os mesmos tem se mostrado mais leais às suas convicções ideológicas do que ao projeto de garantir a eleição de sua candidata. Ou, talvez, a atitude da equipe de Dilma que, pelo excesso de “salto alto” e inexperiência no conduzir o projeto eleitoral, tenha produzido cansaço e esse ar de enfado de Lula.
Uma das ilações relativa a um certo descaso de Lula com relação a Dilma, deriva de algumas declarações e decisões tomadas por ele, ultimamente. Ao ser indagado sobre os problemas que estão sendo levantados em relação à Copa a ser realizada no Brasil, disse que o problema não é dele, mas, do próximo Presidente! Também Lula decidiu que não se licenciará para fazer campanha, pois não pode fugir de suas responsabilidades como Presidente da Nação. Dedicará, como permite a lei, os sábados e os domingos e não irá a estados onde a candidata esteja apoiada por duas coligações, ou seja, onde existam dois palanques!
Diante da possível fragilização de Dilma, notadamente no famigerado episódio do já chamado “programa de governo Porcina: aquele que foi sem nunca ter sido”, apresentado ao TSE, até mesmo a pacifista Marina Silva tomou ares de beligerância ao afirmar que “quando as alianças não são feitas com base em conteúdo, a gente, às vezes, passa por uma situação vexatória”, como a que passou Dilma. Como é sabido, na primeira versão apresentada pelo comando da campanha de Dilma, além de não considerar as idéias do PMDB e reproduzir, praticamente, o Programa Nacional de Direitos Humanos, cujas propostas geraram conflitos enormes, com quase todos os segmentos da sociedade brasileira, teve que ser substituído, às pressas, por uma versão “light” elaborada por Palocci.
E Serra aproveitou para alfinetar dizendo que “o povo aceita o lulismo, mas não aceita o petismo. Desde a eleição de 2006, viu-se um notável distanciamento entre o que representa Lula e as bandeiras do PT”. E o mais grave para Dilma é que está ficando patente, para muitos analistas, que fica parecendo que ela, ao chegar ao Poder, será controlada pelo petismo, dividido entre a parte dominada pelos ideológicos radicais – Franklin Martins, Luis Dulci, Marco Aurélio Garcia, Samuel Pinheiro Guimarães, Paulo Vanucci, Valter Pomar, Tarso Genro, entre outros – e os chamados pragmáticos, expertos e sabidos – José Dirceu, Antonio Palocci, João Paulo, José Genuíno, Virgílio Guimarães, Professor Luisinho, Cândido Vacarezza, Marta Suplicy -, além de aliados ambiciosos e gulosos que, sabendo da falta de jogo de cintura de Dilma e da falta que farão os quarenta anos de estrada e de experiência, em termos de negociação, de Lula, apresentarão faturas impagáveis e gerarão crises institucionais permanentes.
Vai ser difícil a Dilma recuperar a credibilidade e restaurar a confiança, diante de tantos erros, equívocos e atitudes, pouco corretas, que imputam a ela e aos seus assessores mais diretos. Vai ser difícil, sem o monitoramento de Lula e de uma tentativa de “industrializar” uma certa humildade, para poder entender que ela, por enquanto, é apenas uma invenção de Lula.
Postado em 9 jul, 2010
Mico número um: A Copa da frustração e a Copa da Incerteza!
Depois da frustração com a desclassificação nacional na primeira Copa disputada no Continente Africano, as vistas se voltam para as angústias relacionadas com o “diabo” do cronograma das obras, serviços, meios e decisões para a realização do evento, em 2014, no Brasil.
Por incrível que pareça, nada foi feito em relação às obras de infra-estrutura nas cidades que sediarão a referida “festa nacional”. Os estádios estão em um tremendo “enrosco” desde o Morumbi, já descartado pela falta de quem o financie – o atual governador de São Paulo diz que prefere investir em um grande Centro Olímpico para as crianças do que num estádio que, ou será doado a um clube ou será um grande elefante branco -, até estádios como o de Brasília, do Ceará e outros mais, que nem a licitação foi resolvida!
Por outro lado, o Presidente Ricardo Teixeira, numa espécie de “queda de braço” com o Presidente Lula, diz que os problemas da Copa de 2014 são três: aeroportos, aeroportos e aeroportos!
E, por último, o Presidente Lula, já quase “jogando a toalha”, não se sabe se já é um certo ar de cansaço, frustração e desinteresse, face o esgotamento do seu mandato, diz que “o que virá a ocorrer no futuro, relativos aos problemas da Copa de 2014, “se deve cobrar do próximo presidente”.
É, a coisa “tá preta”, inclusive quando todos assistem a um país paupérrimo como a África do Sul, que se endividou, muito, para montar a infra-estrutura para a disputa da Copa, com os micos dos estádios que ficarão às moscas e sem quase uso depois que findar o evento. E imaginem o Brasil, com doze estádios em doze capitais do país, além de toda uma infra-estrutura de saneamento, transporte, saúde, segurança, hotéis, etc., como administrará tal inventário e que uso dará para que, pelo menos, os estádios tenham a metade da capacidade usada na média de eventos futebolísticos durante o ano?
Mico número dois: Dilma, ” o Programa que não foi” e o “adular os adversários”!
Dilma está ansiosa pelo retorno de Lula ao Brasil. Não só para protegê-la do assédio da mídia, da pressão dos aliados, mas também e, principalmente, dos erros estratégicos cometidos pelos seus fiéis escudeiros, no caso Marco Aurélio Garcia e Franklin Martins.
Fizeram-na apresentar, com sua assinatura e rubrica, um programa que, além de afugentar os conservadores do País, assustaria a mídia, o agronegócio, os empresários, a igreja, pois reproduzia, basicamente, as propostas contidas no Programa Nacional de Direitos Humanos. E, o mais grave, tendo descoberto quase que tardiamente, o equívoco, Dilma foi obrigada a retirar, às pressas, o tal programa gerando o que disse a sua ex-companheira de PT, ex-deputada Lúcia Starling, de Minas Gerais: “Se agora ela é capaz de fazer dessas coisas, imagine quando ela estiver com o poder nas mãos”! O próprio aliado, dificílimo no trato, pois sempre apresenta faturas impagáveis, ficou desconcertado com o episódio e frustrado porque nada da sua proposta de programa foi aproveitado pelo comando da campanha de Dilma. Ou Lula chega logo e com ânimo para assumir o processo, ou os escudeiros de Dilma criarão mais embaraços para ela.
Mico número três: o buraco das contas públicas e a “herança maldita” para o próximo presidente!
Prepara-se uma verdadeira bomba, de efeito retardado, para o próximo governante do País. Os “sacos de bondade” do Executivo e a já conhecida irresponsabilidade do Congresso Nacional, além dos gastos irredutíveis que já realizaram nas contas correntes públicas, aproveitaram o ano eleitoral para aumentar os gastos públicos – 2,7 bilhões nos 39.624 cargos públicos criados do início do ano até agora; aumento de 1,6 bilhões na fatura de uma Previdência cujo déficit, já esperado, de 43,4 bilhões de reais; além do prometido ao poder Judiciário que deve alcançar 7 bilhões; sem contar os presumidos 25 bilhões se for garantido o piso de bombeiros e policiais militares! – além do aumento da dívida pública, do impacto das taxas de juros elevadas e da dependência, cada vez maior, de investimentos em moeda estrangeira.
Ademais, caso o Congresso resolva atender as demandas dos aposentados para garantir que não contribuam mais após os 70 anos, então mais dois bilhões irão à conta da Viúva. Segundo avaliações de alguns “experts”, até agora do total de “bondades” no Congresso, já foram aprovadas algo em torno de 9 bilhões de reais, o que é apenas 2% do total apresentado, para discussão, pelos parlamentares, que soma 290 bilhões de reais! O “premiado ou a premiada” para administrar tal “buraco” nas contas públicas, além de ter que queimar muita “massa” cinzenta para equacionar tal problema, terá que realizar uma programação de investimentos que, só em rodovias, vai requerer, no mínimo, 23 bilhões para sua recuperação, a ser gasto a cada ano, além dos investimentos necessários para sediar a Copa e preparar os Jogos Olímpicos de 2016!
Do jeito que a coisa anda, notadamente quando economistas internacionais admitem que a recuperação mundial está mais para um revertério e uma nova crise do que para um horizonte mais positivo, aí é que se requer muito talento, criatividade e competência política para vender a necessidade de sacrifícios a uma população acostumada com “bondades sucessivas e frequentes”.
Postado em 8 jul, 2010
Colocada sempre como a primeira das prioridades do País, a educação de base, sempre preterida, continua avançando, mas, muito aquém do necessário e do desejado. Os dados do IDEB demonstram, à larga, que o esforço realizado até agora, não foi o suficiente e, se o foi, não teve o foco necessário e desejado. O que se avançou foi muito pouco, a não ser, em casos e situações muito esporádicas como os emblemáticos casos das escolas particulares, as escolas militares e, alguns casos extraordinários de escolas públicas como o notável exemplo de Cajuru, a 360 kilómetros da cidade de São Paulo.
O esforço para o desenvolvimento de fontes de energia alternativa, sonho sonhado pelo ex-ministro César Cals, tão criticado à sua época, começa a assumir ares de algo que foi incorporado pela sociedade brasileira como fundamental para situá-la nos novos tempos e nos novos paradigmas de desenvolvimento ambientalmente sustentável. Dessa forma, um grande avanço vem ocorrendo na construção de alternativas para a exploração das fontes renováveis de energia e para os novos caminhos das fontes alternativas. Os biocombustíveis avançam bem. As energias solar e eólica, começam a ter melhor espaço no mercado de energias alternativas embora ainda tenham custos menos competitivos que os derivados de petróleo. Mas, aos poucos, com os problemas ambientais derivados do uso de diesel, óleo combustível e gasolina, bem como os potenciais desastres ecológicos como o que ocorreu e ainda continua ocorrendo nos EUA, a tendência é que mais se amplie os espaços para referidas fontes mais limpas. Até mesmo para a energia nuclear, pelo que se desenvolvou em termos de segurança, já se abrem novos horizontes e o Brasil planeja a implantação de, pelo menos, novas usinas nucleares.
Se se avança em tais campos, inclusive na área de desenvolvimento científico e tecnológico, o que ocorre em termos de educação e de saúde pública, ainda deixa muito a desejar. O que se espera é que os novos pretendentes ao mando maior do País, apresentem idéias e propostas consistentes e viáveis para romper um dos maiores estrangulamentos da economia e do desenvolvimento da cidadania no País.
Mas, se no passado, o respeito a certos direitos difusos não andavam, depois que este cenarista começou a organizar toda a estrutura de defesa do consumidor do País — consolidação das leis num Código de Defesa; implantação de órgãos públicos nos estados e municípios; mobilização da sociedade civil para a criação de entidades de defesa do consumidor; criação de delegacias de defesa bem como a implantação dos juizados especiais de pequenas causas — fechou-se o circuíto de atuação integrada das ações de defesa da consumidor.
Da mesma forma, ao reestruturar, garantir de recursos definitivos a sua operação, este cenarista teve o privilégio de promover uma verdadeira revolução no empreendedorismo nacional, não só com a consolidação do Sebrae, a implantação do estatuto da micro-empresa, o estíulo a novos negócios com os programas de Pequenas Empresas, além de haver promovido o apoio a criação de mecanismos de fortalecimento dos pequenos com o franchising e o factoring e a pressão política para determinar todo um esquema de compras governamentais. Se se quiser conhecer o que foi tal esforço, basta examinar o trabalho deste cenarista na Câmara dos Deputados, como Ministro das Desburocratização e nos quase quatro anos — de 1987 a 1990 — à frente do Sebrae, para conhecer a dimensão do que se realizou e se concretizou em favor dos pequenos negócios do País.
Claro que outros avanços como a consciência ambiental e todo um esforço em torno de proteção e defesa dos direitos das minorias, já mostram que a sociedade brasileira tem amadurecido bastante. Mas, a corrupcão, a violência, a impunidade e a leviandade ainda são fatores que fragilizam as instituições e impedem um maior respeito à cidadania e dificultam uma marcha mais célere para o crescimento sustentável do País.
Postado em 7 jul, 2010
Nesta disputa presidencial, o que irá sensibilizar mais o eleitor? A disputa de currículos e de histórias de vida pessoal e profissional? Um passado de obras e realizações? A consistência das propostas, das idéias e dos argumentos? A simpatia pessoal?
Até agora os marqueteiros, senhores detentores do saber e “escarafunchadores” da alma e dos sentimentos dos eleitores, ainda não disseram o que tocará mais os corações e consciências daqueles a quem será pedido o voto. A simpatia pessoal, “uma boa embalagem”, nem que apresente um ar de falsidade porquanto, até bem pouco não correspondia ao conteúdo, será fator muito relevante para o eleitorado? E a simpatia pessoal? Todos esses elementos estarão presentes ou já se fazem presentes nas posturas dos candidatos. É comum se dizer que o povo, mais simples, não vota em candidato feio e nem em candidato pobre. Será?
A questão que se coloca é que os chamados votos já cristalizados – 30% para cada contendor e mais os 10% para Marina – não devem ser objeto dos atuais candidatos. Mas, os tais quarenta por cento que não se definiram, estão desinteressados ou não sabem ao certo se a sua manifestação atual, a favor de um ou outro candidato, está consistente com que espera e deseja dos presidenciáveis?
Acredita-se que os erros, equívocos e deslizes como os cometidos por Lula versus Collor; Covas versus Afif; Ciro versus Ciro; e, Roseana versus Lunus ou Serra, não irão mais promover viradas ou inviabilidades de candidaturas. Por outro lado, tão somente repisar no favor concedido ajuda, mas não define. O povo quer saber o que vai vir de acréscimo ao que ele já conquistou.
As críticas de Serra a Dilma e de Dilma a Serra começaram a ser ensaiadas. Provavelmente o questionamento relacionado, por exemplo, no caso de Dilma, a sua proposta inicial de programa de governo, que continha recomendações do tipo “realização de audiência prévia para a reintegração de terras invadidas”; “controle social dos meios de comunicação ou combate ao monopólio da mídia”; “implantação do imposto sobre grandes fortunas”; “a reestatização do País”, entre outras idéias saídas da cabeça do principal assessor e coordenador do programa de governo de Dilma, Marco Aurélio Garcia, devam sofrer, pelo menos, por enquanto, recuos estratégicos.
As demais idéias colocadas por Dilma, como, por exemplo, a realização de uma ampla reforma tributária, desonerando investimentos e folha de pagamentos, além de unificação da legislação do ICMS deverão sofrer questionamentos sérios sobre impasses difíceis de serem solucionados. Impasses do tipo se cobrar os tributos na origem ou no destino? Como acabar com a guerra fiscal, mas, ao mesmo tempo, promover a correção de desequilíbrios regionais? Como propiciar a construção de um novo pacto federativo? Tudo isto será muito discutido nos debates entre os candidatos.
Quando da elevação da temperatura da campanha, questionamentos relativos a terem os contendores mentido sobre currículos, dossiês e proteção de aloprados, além de, para mobilizar militares, indagações sobre a criação da Comissão da Verdade, entre outros temas, também estarão na pauta das discussões.
Questões sobre se Serra vai acabar com os programas sociais, desmantelar o bolsa-família, promover uma reforma da saúde que ele não fez como ministro, além de vir a ser questionado sobre as suas declarações de que os grandes projetos nacionais, para o Nordeste, para a Saúde e para a Educação, entre outros, criados à época do governo FHC, terem sido todos de sua lavra, também levantarão suspeitas sobre a sua honestidade intelectual.
Ou seja, os defeitos, os equívocos, a distorção da verdade, a mudança de discurso para se tornarem mais palatáveis e até a plastificação física, emocional e de idéias e conceitos, serão explorados, se não diretamente pelos candidatos, mas, com certeza, pelos seus prepostos.
Mas, o mais relevante disso tudo é que os candidatos deverão buscar mais criatividade nas idéias e na sua apresentação, pois que a maioria dos questionamentos aqui mencionados já foi objeto de exploração na mídia e, se não bem postos, revistos e atualizados, terão a cara de coisa requentada.
Postado em 7 jul, 2010
Diante de resultados relativamente frustrantes da avaliação do desempenho da educação de base no Brasil, vale chamar a atenção para o que ocorreu no pequeno município de Cajuru, a cerca de 360 quilômetros da capital paulista. A comunidade, de pouco mais de 25 mil habitantes, conseguiu garantir as cinco primeiras colocações, em termos de índice de qualidade da educação, entre todas as escolas do País! E num índice que mede a qualidade do ensino, num “range” de um a dez, o município alcançou nove! Por que não se faz isto no País, como um todo? Qual foi o milagre dali?
A aplicação honesta de 30% do orçamento da comunidade, uma mobilização de pais e alunos e uma excelente gestão das escolas. E, por ironia do destino, tudo isto foi conseguido pela liderança da Secretária de Educação que, por sinal, é a esposa do prefeito! Ou seja, nem o tão difamado nepotismo foi capaz de impedir tanto êxito e tanto sucesso!
No Ceará, 30 mil alunos têm os maiores níveis de desempenho no Brasil como um todo. São campeões das Olimpíadas de Química, Matemática, Biologia, Física, etc., além de conquistarem 43% das vagas do IME, do ITA e da Escola Naval do País. Imagine se algum candidato a governo se propusesse, com incentivos especiais às escolas detentoras de tão importantes índices, que se alcançasse, ao fim de um mandato de governo, 300 mil alunos em tais níveis e se criassem multiplicadores de gestão e de qualidade didático- pedagógica, para serem introduzidos nas escolas públicas? Aí seria uma revolução que mudaria todos os paradigmas e propiciaria um novo momento de sonho realizável para milhares de crianças e jovens desse país!
Postado em 6 jul, 2010
Dilma Rousseff is cruising towards victory on the coat-tails of a popular president. But there is more at stake in October’s election than meets the eye
Jul 1st 2010 | SÃo Paulo
Uma avaliação lúcida, oportuna e inteligente do quadro político e institucional do país.
Postado em 5 jul, 2010
No mês de junho, quebrou-se um pouco do que se costuma chamar de “monotonia da normalidade”.
No front internacional, a agilidade na adoção de uma série de medidas de austeridade fiscal e de revisão de controles sobre os fluxos financeiros e e sobre a movimentação do sistema bancário e financeiro, foi de chamar a atenção pela diligência e rapidez.
Ao mesmo tempo, o Governo Obama, aprovava, no Congresso Americano, talvez a mais ousada e profunda reforma do sistema financeiro e bancário americano de que se tem notícia! Mexeu no sistema, fez alterações no marco regulatório, estabeleceu punições às agências de rating, entre outras providências.
Ainda na cena externa, as estripulias de Armadinejadh, as sanções econômicas impostas ao Irã e, já nesse mesmo momento, o recuo estratégico do próprio Líder iraniano, aceitando, agora, receber o urânio enriquecido via decisão e monitoramento da AIEA, completam o cenário internacional. Claro que, nesse quadro de referências, a realização da primeira copa de futebol no continente africano, tão saudada por todos, mostrou, infelizmente, ao mundo, que a globalização fez mal a arte, pois essa é, de fato, a copa da mediocridade!
No Brasil, a melancolia causada pela frustração da pátria de chuteiras diante de um dunguismo teimoso e autoritário, já ameaça ser superada voltando-se o país já a pensar na copa de 2014 que será realizada por aqui. Claro que ainda está a depender da aceleração das atrasadas obras de infra-estrutura, inclusive da remodelação e construção de novos estádios de futebol.
A nova etapa de mobilização nacional está agora a cargo da política. Encerrados os prazos legais das convenções e registro das candidaturas, armados os palanques estaduais, o jogo das “indas e vindas” das pesquisas que, aparentemente, até agora, nada de mais disseram e, ao mesmo tempo, melhor analisadas, disseram muito, a campanha eleitoral dá o seu “start” a partir de hoje. Não disseram muito tais investigações porquanto, estão empatados, tecnicamente, os dois principais contendores e não se espera maiores solavancos nem mudanças no quadro de preferências do eleitorado, antes dos programas de rádio e televisão.
Por outro lado, mostram tais pesquisas, dados qualitativos interessantes sobre taxas de rejeição, preferências eleitorais espontâneas e a taxa de transferência de votos de Lula para a sua candidata. Surpreendeu a todos a queda de 14 para 8% na taxa de transferência de votos para Dilma, da mesma forma que não surpreende concluir que os dois candidatos principais têm cristalizados, cada um, 30% dos votos dos brasileiros.
Ainda sobre o mês de junho, que acabou de fechar, só a economia que continua “bombando”, a inflação recuando, aos poucos, para se aproximar mais da meta prevista e o Banco Central endurecendo em termos de uso de instrumentos de política monetária. Claro que, embora as perspectivas sejam bastante favoráveis para a economia, o problema do financiamento do balanço de pagamentos, as “irresponsabilidades” cometidas na área fiscal e os gargalos logísticos de infra-estrutura, ainda atormentam os “policy-makers” do país.
Na área da política, ainda ficam pendentes a “lambança” da interpretação do TSE sobre as coligações e o “imbróglio” interpretativo sobre os ficha-sujas que, após a concessão de três liminares recentes, deixam sérias dúvidas sobre a aplicação do instrumento para “limpar a área” daqueles que, ao invés de currículo, têm folha corrida na polícia.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!