Postado em 1 fev, 2010
O espetacular crescimento chinês hoje já assusta as próprias autoridades econômicas daquele país e, por certo, o resto do mundo pois, o mercado de “commodities” agropecuárias e minerais, bem como, a partir de seus 2,5 trilhões de reservas cambiais, o financiamento do déficit americano, tal processo de crescimento pode comprometer, não apenas a estabilidade econômico-financeira da própria China como por em xeque, o equilíbrio econômico mundial, inclusive pelas bolhas que tal crescimento pode provocar.
Não restam dúvidas de que o crescimento espetacular da China e, até bem pouco, dos chamados tigres asiáticos, deveu-se a uma série de atributos, circunstâncias e decisões que garantiram tais resultados. Assim é que, uma enorme taxa de poupança doméstica — hoje, na China, alcança 45% do PIB! -, os elevados e acelerados investimentos em educação e infraestrutura; a abertura total de suas economias ao comércio internacional, foram e são algumas das características que permitiram o alcance de tais elevadas taxas de expansão. Para tanto a sociedade, por bem ou por mal, teve que aceitar o sacrifício de adiamento do consumo interno, engajar-se no notável esforço educacional, impor resistência a medidas protecionistas, objetivando, com tais atitudes, crescer e manter baixa a inflação.
Descobre-se que, a explicar a expansão de economias como um todo, está a inovação, aliada a sua irmã gêmea, a produtividade, ambas dependentes da ciência aplicada à tecnologia. E tudo isto num regime de liberdade econômica, de estímulo ao empreendedorismo, a uma capacidade de gerenciamento, liderança e comunicação corporativa. Não resta dúvida de que a existência de um notável esforço de melhoria dos padrões educacionais e o controle direto das instituições, ajudaram a compor o perfil desse espetáculo de crescimento e transformação.
Talvez, se começar o Brasil a aprender a lição dos asiáticos ou, até mesmo, dos chilenos, é bem provável que chegar a quinta economia do mundo, até 2020, não será grande desafio.
Postado em 1 fev, 2010
A Direção Nacional do PMDB anda angustiada e, com justa razão, deveras preocupada, com a demora na definição de Michel Temer como o companheiro de chapa de Dilma. E, pelo andar da carruagem, tanto o sonho de Michel como o de Henrique Eduardo Alves, que quer por que quer substituí-lo na Presidência da Câmara, estão se desmanchando no ar.
Desde a ameaça colocada na mídia de que a PF teria “bala na agulha” contra Michel – talvez, segundo alguns peemedebistas, insinuação plantada pelo próprio PT – passando pelas constatações relativas à operação “Castelo de Areia”, vinculada a doações ilegais e distribuição de propinas para financiar campanhas eleitorais, por parte da Construtora Camargo Correia, além do caso “Arrudagate”, onde há sugestão de que ele, Michel, teria recebido dinheiro do esquema Durval Barbosa – aquele ex-secretário de Arruda que fez um acordo de delação premiada -. Tal garantia de apoio pecuniário seria por conta da garantia de que não haveria “quorum”, ou melhor, não seria dado quorum para julgar o recurso de Joaquim Roriz contra a decisão da Executiva Regional de Brasília de excluir, dos seus quadros ,o ex-governador Joaquim Roriz. Aliás, decisão ou não decisão que, esgotando-se os prazos de filiação partidária, levaram Roriz a ter que optar pelo PSC como a única legenda disponível para que ele pudesse se filiar e garantir a sua indicação para pleitear o cargo de Governador do GDF. Somam-se outras manifestações que, certamente, porão, em risco, a pretensão de Michel de ser vice de Dilma.
Por outro lado, a movimentação do Governador Roberto Requião propondo candidatura prõpria do PMDB à Presidência; a manifestação de, pelo menos, oito diretórios do PMDB, favoráveis à candidatura própria; além da proposta de Lula, de que a escolha de vice é do candidato ou da candidata à Presidência e, portanto, o PMDB deveria apresentar uma lista tríplice, além das divergências dos representantes do PMDB na Câmara diante dos companheiros do Senado, assustam Michel e o chamado G-8! Pelo que se pode observar, a estrada de Michel está esburacada e uma enxurrada, pode interrompê-la.
Postado em 1 fev, 2010
O Congresso retorna mas, como era esperado, a meia-bomba. A par da unção dos novos líderes – Dep. João Almeida pelo PSDB, Candido Vacarezza, pela liderança do Governo e Fernando Ferro, pelo PT – o Congresso e, em particular, a Câmara, tem uma pauta cheia, gorda e polêmica.
As principais iniciativas de lei são a conclusão da votação dos três projetos do Pré-sal, máxime a difícil questão da partilha dos royalties entre União, estados produtores e não produtores; os projetos de reajuste das aposentadorias e a proposta de revisão do fator previdenciário; a proposta de consolidação das leis sociais e a lei de responsabilidade social; a revisão da lei de licitações; o projeto de reformulação do CADE e, “last but not least”, o famigerado decreto do Programa Nacional de Direitos Humanos que já gerou conflitos e confrontos do Governo com os militares, com os cristãos, com a mídia, com o agronegócio e com outros segmentos da sociedade civil brasileira.
Acrescente-se ainda à pauta, as discussões sobre a economia, onde os problemas de desequilíbrios externos, a dificuldade em cumprir a meta de 3,5% para o superávit primário, sem maquiagens contábeis, como ocorreu em 2009, além do que ocorrerá com a taxa básica de juros, representam pontos a “engordar” o debate, neste ano.
Se isto já é uma agenda bem furnida, a parte política vai se complicando cada vez mais. Dilma, agora, tem que fazer uma caminhada talvez mais solo, diante das cautelas que deve ter Lula com a sua saúde; Serra tem que sair da toca e aquietar os tucanos e as oposições, definindo já, a sua postulação para que se permita a montagem dos palanques nos estados e, Lula, vai ter que “engolir” a determinação de Ciro de que não será candidato a governador de São Paulo e nem abrirá mão da sua candidatura presidencial. E no “arraial” do PMDB a coisa começa a pegar fogo!
Postado em 31 jan, 2010 1 Comentário
Pouca gente tem se dedicado a análise do impacto e dos resultados que poderão ser esperados da utilização das tecnologias de informação e comunicação para a montagem de campanhas eleitorais.
A campanha de Obama usou e abusou de sites, blogs, twitters, orkuts, netlogs facebooks e um sem número de outros instrumentos para criar uma rede de relacionamentos sociais, capaz de manter um contato permanente com os eleitores e enviar-lhes, de conformidade com o momento, as circunstâncias e o seu perfil econômico-social e seu status, as mensagens e provocações capazes de trazê-lo para a sua cumplicidade e apoio eleitoral.
O crescimento da banda larga no Brasil e o aumento significativo dos acessos a internet, permitem antecipar que, quem tiver conteúdo, entender a alma do eleitor, de forma individualizada, e tiver propostas consistentes capazes de sensibilizá-lo, poderá conseguir notáveis resultados.
É bom chamar a atenção para o fato de que tudo isto requer um excelente, ágil e competente planejamento e, acima de tudo, a presença do candidato a oferecer as idéias e avaliar, criticamente, o “feed back” que virá do eleitorado, a partir de cada contato.
Postado em 31 jan, 2010 1 Comentário
Muitos analistas procuram antecipar quais serão os “motes” das campanhas dos prováveis dois candidatos a se confrontarem no próximo pleito presidencial. Claro está que com a escolha do vice de Marina Silva e a posição inflexível de Ciro de não concorrer a outro cargo que não o de Presidente, poderá propiciar ao País o espetáculo democrático de ter quatro candidatos na disputa presidencial, fugindo assim, a pretensão de Lula, de ter uma eleição plebiscitária.
Se a eleição for plebiscitária, então se pode imaginar o mote das campanhas. No caso de Dilma a coisa vai por aqui:
“O que é bom a gente mostra e o que não é, a gente faz como o Ricúpero ou põe a culpa no passado. Para que mudar se for para pior já que o time de agora está ganhando? A continuidade dos programas sociais de Lula é fundamental senão a gente não chega a 2014 com uma desigualdade igual aos países desenvolvidos e com o grande mérito de só ter 6% da população, abaixo da linha de pobreza. Os de lá querem acabar com o Bolsa Família, a agricultura familiar, os benefícios do reajuste do salário mínimo sempre acima da inflação, os ganhos dos aposentados, etc. Os liberais preferem a estagnação com suas medidas, a base do Consenso de Washington, do que o desenvolvimento”. Esse é, provavelmente, o discurso de Dilma.
Já Serra, sem querer o confronto direto e buscando distanciar-se da imagem e do discurso de FHC, vai dizer que quer “continuidade sem continuísmo”. Desenvolvimento, mas com sustentabilidade e com estabilidade da economia. Os programas sociais serão todos mantidos, mas sem uso eleiçoeiro, buscando assegurar a cada beneficiário, a chance de ascender socialmente, com seus próprios méritos, sem depender das muletas oficiais. Devem ser instrumento de respeito e crescimento do cidadão. Direitos Humanos, sim. Destruição da paz e do equilíbrio da sociedade, não! Nada de brigar com os cristãos, os militares, os agricultores e a mídia com propostas que queiram transformar em vassalos do estado tais segmentos e sem destruir a sua liberdade.
É por aí, ou alguém tem dúvida?
Postado em 31 jan, 2010
Continua a discussão relacionada ao financiamento de campanha. O Congresso aprovou legislação que protege, no anonimato, os doadores. Exige que a doação seja feita ao partido e, depois, repassada aos candidatos. O TSE, quer por que quer, estabelecer uma regra, por cima da lei, exigindo que o doador se mostre, publicamente. Nesse embate, a coisa vai ser difícil de conciliar porquanto muitas empresas afirmam que ao tornar públicos os seus nomes, insinuações, ilações e divulgações inusitadas na mídia, levantando suspeições, só criam embaraços, desnecessários, aos doadores. Como não foi possível aprovar o financiamento público de campanha, além de o caixa dois vir a operar, as doações deverão ficar no anonimato mesmo. E “duela a quien duela”.
Postado em 30 jan, 2010 2 Comments
De repente, mais que de repente, as “trapaças da sorte” dizem para Lula que a fragilidade humana pode mais do que a vã filosofia pensa e quer. Um “jab”, para alguns, de direita, e o “estadista mundial” vai às cordas e cambaleia. Mas, resoluto, rejeita a imposição das restrições médicas e quer, de imediato, retomar todo o trabalho destinado a construção da candidatura de Dilma Roussef. Claro que nenhum médico, em sã consciência, permitiria essa liberalidade e, até mesmo, irresponsabilidade de Lula para com a sua saúde.
Portanto, Lula não pôde ir a Davos receber a homenagem que lhe seria prestada como Estadista Global, porque tomou um “baita” susto em Pernambuco, com a pressão saltando para 18 por 11 e mais um conjunto de sintomas derivado do estresse, das extravagâncias gastronômicas e de excesso de eventos e viagens em que é pródigo nas concessões, Sua Excelência.
“Essa mania de querer ser Deus e que tudo pode e tudo sabe”, como disse um poeta de cordel do Nordeste, acaba criando embaraços que podem comprometer, de vez, a cabeça e o coração de Lula. Também, a acrescentar aos problemas vivenciados e experimentados por Lula, as suas estripulias no campo político, os atropelos sobre o Congresso e o TCU, o desrespeito à legislação eleitoral e o “atravessar o samba “em relação a autonomia e independência dos partidos, ao lado de pequenos contenciosos a superar – caso Batistti, por exemplo – além das inquietações relativas às contas públicas e aos desequilíbrios nas contas externas, estão levando Lula a um labirinto onde as tensões, pressões e estresses se avolumam e impõe-lhe certas trapaças impostas pela sorte, como foi o susto de Pernambuco.
Dizem as más línguas, que tudo ocorreu por conta do jantar indigesto com o Governador Eduardo Campos que comunicou a Lula que Ciro Gomes não aceita, sob hipótese alguma, ser candidato a governador de São Paulo e que, se não for candidato a Presidente, não será sequer candidato à reeleição de deputado federal, pelo Ceará. Outros, mais irônicos, dizem que o cansaço e o estresse do Presidente se devem ao enorme fardo que é tentar arrastar um mastodonte, em termos eleitorais, que é Dilma Roussef, com a sua simpatia industrializada e o seu jeito caricatural de tentar imitar Lula.
Na verdade, uma coisa é certa. Até depois do Carnaval, Lula vai poupar o País da “venda de seu peixe”, em inaugurações e palanques montados, à revelia da Justiça Eleitoral. Ademais, talvez o Presidente reflita, diante desse recolhimento obrigatório e compulsório, que tudo isto que tem sido atribuído a ele ou que hoje muitos lhe propõem – Presidente da ONU, do FMI, do Governo Internacional para a Reconstrução do Haiti, Estadista Global e, já e já, Prêmio Nobel da Paz – não faz dele um ser tão especial que venha a concorrer com Deus. Se chegar a conseguir concorrer com “meu padim Padre Cícero”, como mito entre a romeirada, já terá chegado ao seu ápice.
Postado em 29 jan, 2010
Lula quer por que quer uma disputa plebiscitária. Ou seja, um confronto entre a sua obra e a obra de FHC. As oposições acham que não é isto que o povo quer e nem é isto que interessa ao País. E as incursões de Lula para conseguir tal objetivo passam, não apenas pelo discurso, mas por ações políticas bastante diretas. Como por exemplo, Lula quer “limpar a área para Dilma”, afastando Ciro da disputa presidencial. Para tanto, busca o apoio do presidente do PSB, Governador Eduardo Campos que, pelo andar da carruagem e, em função dos seus interesses eleitoreiros em Pernambuco, sente-se por demais atraído pela idéia de apoiar Dilma. O que, aliás, se comprova por pesquisa de opinião realizada sob os auspícios da Tv Bandeirantes, em Pernambuco, onde Dilma aparece com 45% contra 23% de Serra e, mais grave, mostra a pesquisa que Lula transfere 53% de votos! Ou seja, consultados os eleitores, 53% disseram que votariam no candidato indicado por Lula!
Se se considerar que, ontem, pesquisa feita no Rio de Janeiro mostrava Dilma como que empatada, tecnicamente, com Serra – 27 a 26% – e Ciro com magros 13%, parece que o cerco foi montado para, realmente, fazer Ciro Gomes desistir de sua postulação presidencial.
Por outro lado, José Serra é pressionado por tucanos e aliados para antecipar para dia 30 de Janeiro próximo a sua decisão de disputar ou não a Presidência. Ademais, os cinqüenta dias de chuvas inclementes em São Paulo, as águas de Janeiro, tem tido efeito devastador sobre o prestígio do Prefeito Gilberto Kassab e, por consequência, sobre o seu patrocinador, José Serra.
De Minas Gerais, de maneira muito sutil, vem a pressão para que o coordenador de campanha de Serra seja um fiel escudeiro de Aécio Neves, no caso o Deputado Danilo de Castro, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. E, no cerco adicional a Serra agora, de quebra, vem a sugestão ou a insinuação de que, o melhor para vice de Serra seria um outro tucano, no caso o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati. Aliás, correligionário pouco afeito e pouco simpático a Serra e vice-versa.
Dilma lança sábado, na reunião de eleição do Diretório e da Executiva Nacional do PT, as bases da sua candidatura já que, naquela oportunidade, ela deverá ser ungida candidata oficial do partido à sucessão de Lula.
Dentro das hostes do PT, a reação ao nome de Michel Temer para vice de Dilma, encontra resistências, não apenas de Lula, que já propôs ao PMDB que o partido apresente uma lista tríplice de nomes, argumentando que vice deve ser escolhido pelo próprio candidato e não ser imposto a ele. Temer também encontra resistências dentro do próprio PMDB, haja vista a reação de muitos peemedebistas contra a antecipação da reunião da Executiva Nacional que Michel e aliados pretendem a realização, quase imediata, da Convenção Nacional para a recondução de Michel e, assim, tornar irreversível seu nome como candidato a vice de Dilma.
Ainda nessa controversa discussão sobre o vice de Dilma, tanto o Ministro Edson Lobão como o Ministro Hélio Costa, ambos se acham mais adequados e com maior densidade de votos e prestígio para agregar algo a candidatura de Dilma. Aliás, no caso de Hélio Costa, o mesmo sendo indicado, resolverá, para Lula, em grande abacaxi que é a sucessão mineira onde Hélio é, no momento, o candidato com maior potencial para vencer o candidato de Aécio, o vice-governador Antônio Anastasia.
Ademais, cada vez mais cresce o “enrosco” das sucessões nos estados, pois que, no caso do PMDB já são, pelo menos, sete estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Acre, Pernambuco e, talvez, Pará que já deixaram claro que não apoiarão Dilma Roussef. E o drama da atual Executiva Nacional do PMDB é que, com o tempo, já considerando o seu distanciamento do PMDB do Senado, mais estados definam-se em função de circunstâncias locais, a não seguir a Direção Nacional. Aí Temer vai para o brejo e, “o sonho de uma noite de verão” de Henrique Eduardo Alves, de vir a ser presidente da Câmara, vai para o espaço!
Postado em 28 jan, 2010 2 Comments
Alguns analistas políticos, diante das escaramuças dos contendores principais, em termos de sucessão presidencial, acreditam e, até aceitam, a idéia de que não há campanha eleitoral sem baixarias, sem trombadas, sem agressões e sem ofensas. Aliás, alguns até a defendem nesse diapasão, na proporção em que esse “lavar de roupa suja”, em assim ocorrendo, expondo as vísceras de cada postulante, pode conduzir a uma maior transparência do processo e a um melhor conhecimento da alma e do caráter dos candidatos. Dentro dessa perspectiva, a tendência da campanha que se avizinha é que, diferentemente do que imagina o eleitor melhor formado e melhor informado, a discussão das chamadas propostas ficará, quando muito, na sua enunciação e, apenas, em formulações adjetivas.
A oposição tem encontrado enormes dificuldades para formular um conjunto de propostas ou, até mesmo, uma idéia-força capaz de sensibilizar os milhões de simpatizantes oriundos do bolsa-família, dos aposentados, dos beneficiários do antigo Funrural e da agricultura familiar bem como de outros segmentos populares. Essa mesma oposição, neste momento, começa a encontrar problemas e desafios, em sendo o seu candidato José Serra, não só pelo dilúvio que se abate sobre São Paulo e, até mesmo, pelas notórias divergências passadas entre Serra e os empresários paulistas, máxime os do setor bancário e financeiro. Diga-s de passagem, tais segmentos , como se sabe, vivem em plena lua de mel com Lula e sua equipe!
Na verdade, as dificuldades da oposição parecem tão sérias quanto as da situação, muito embora, nos últimos dias, o excesso de exposição à mídia, por parte de Dilma e, a agressividade de Lula na condução da campanha de sua candidata, poderão já ser verificados nas próximas pesquisas. Dilma já deverá aparecer melhor posicionada porquanto, máxime no Nordeste e em Minas, as incursões de Lula têm sido mais agressivas e visíveis.
Segundo dados recentes de pesquisa de opinião realizada no Rio de Janeiro, Dilma já apareceria empatada com Serra – 27% a 26%! – o que, diga-se de passagem, é bom para ambos e não define ainda qualquer tendência. Aliás, para os tucanos, 27% para Serra, no Rio de Janeiro, sem ter palanque e apenas a possibilidade de dividir o palanque de Gabeira com Marina Silva, se caracteriza como um notável resultado, máxime por Dilma ali contar com o apoio do Governador e do Prefeito Eduardo Paes. Aliás, avaliações de opinião do Rio de Janeiro devem ser examinadas com bastante cautela, pois o Rio é muito mais um estado de espírito do que uma unidade da federação. Mas, a ousadia de Lula tem levado a que, no Nordeste, a transferência de votos de Lula para Dilma está passível de ocorrer haja vista que, em recente pesquisa realizada pela Tv Bandeirantes, em Pernambuco, Dilma aparece com 53% enquanto que Serra só atingiria os 23%. Mais uma vez é bom ser cauteloso com os números vez que, ainda não tendo sido indicado o candidato a vice de Serra, a tendência é que, quando tal ocorrer e, se por acaso, for, por exemplo, Tasso Jereissati, a coisa pode mudar de figura.
Por outro lado, considerando ser o Rio o paraíso dos aposentados, dos militares reformados e apresentar um nível de renda elevado, os contenciosos criados com a Igreja, com os militares, com o agronegócio, com a mídia, entre outros segmentos da sociedade, poderão representar enorme prejuízo para Dilma na proporção em que, sendo ela a mãe de todas as iniciativas do governo Lula, sendo ela a gerentona do Planalto e a figura política a quem todos os ministros e subordinados do governo Lula prestam reverência, a tendência é de que haja uma leitura de que todas as iniciativas passaram pelo crivo dela e, quem as produziu, foi gente dos movimentos de esquerda levados por ela para o Palácio do Planalto. Ou seja, Dilma deverá dar explicações sobre o Programa de Direitos Humanos, sobre as propostas stalinistas da Conferência Nacional de Comunicação, sobre os novos critérios para o Bolsa Família, sobre a distribuição dos royalties do pré-sal, sobre a Consolidação das Leis Sociais, sobre a Lei de Responsabilidade Social, e ainda, de quebra, sobre o caso Batistti, sobre Zelaya, sobre a disputa de prestígio entre o Brasil e os Estados Unidos no Haiti, além de “otras cositas más”.
Como o jogo só está começando, por enquanto, é só especulação, sem argumentos factuais e sólidos.
Postado em 25 jan, 2010
Os últimos dados publicados pelo governo chinês, relativos ao crescimento da economia em 2009, chamaram a atenção dos economistas de todo o mundo, não apenas pela sua exuberância – 8,7% no ano, com o último trimestre crescendo a 10,3%! – como pelo temor de que o superaquecimento conduza a problemas de desequilíbrios nos preços internos, no câmbio e nas relações econômicas internacionais. A previsão para 2010 é algo em torno de 9%, caso as autoridades econômicas não consigam sucesso na adoção de medidas de contenção da expansão creditícia e diminuição de gastos de consumo em determinadas áreas e setores.
Por outro lado a Índia, mesmo enfrentando problemas de castas, de religiões fundamentalistas, de questões regionais com o Paquistão e com a região da Caxemira, além de problemas de muita exclusão social, também tem mostrado um vigor extraordinário, o que a coloca, se não no mesmo ritmo de expansão da China, mas a algo bem próximo de tal dinamismo.
Enquanto tais emergentes estão crescendo a quase dois dígitos e, mesmo diante da crise econômica internacional foram capazes de não sentir os seus rigores, o Brasil satisfaz-se com um crescimento zero este ano e, se Deus ajudar, com um crescimento entre 5 e 6% no próximo ano! Segundo Delfim Netto, garantidas as autonomias de alimentos, de energia e militar, um país com a constelação de fatores tão favoráveis e sem contenciosos com vizinhos como o Brasil, teria todas as condições de ter um crescimento bem mais significativo do que o que se tem observado até agora. E por que tal não ocorre? Alguém haverá de argumentar que os dois emergentes citados dispõem do elemento motor mais relevante para tal dinamismo que é o tamanho de seu mercado interno. Mas, um mercado interno se constrói com a incorporação de massas de trabalhadores no mercado de trabalho e, portanto, passando tais cidadãos a consumidores, com relevância ao processo de dinamização da economia.
Claro está que tais países incorporam, cada um deles, anualmente, ao mercado de consumo, cerca de cinquenta milhões de cidadãos. No Brasil, ao incorporar cerca de 1,5 milhão de trabalhadores, necessariamente, as possibilidades de expansão econômica do País são bem menores do que os dois grandes emergentes.
Adicionalmente, a formação de poupança no Brasil mal chega hoje a quinze por cento do PIB o que, necessariamente, fixa-lhe um teto para o crescimento. Para crescer aos níveis de tais emergentes a poupança brasileira deveria chegar aos 25% do PIB o que, hoje, é praticamente impossível sem uma reforma tributária séria, uma redução significativa dos gastos de custeio da máquina pública e sem a retomada dos altos superávits comerciais com o exterior.
Ademais, os problemas derivados de estrangulamentos logísticos, de atraso cultural e de pobreza dos seus recursos humanos, além de limitações institucionais sérias e do lerdo processo de modernização tecnológica, são entraves que criam embaraços à expansão da economia brasileira. Sendo um dos mais atrasados países no facilitar o empreendedorismo e a iniciativa privada – o Brasil é hoje o 110º no ranking dos países que garantem liberdade econômica, quando, o Chile, aqui próximo, é o décimo! – mostra os atrasos acumulados pelo País. A par disso, a burocracia, a corrupção e a pobreza política são elementos que potencializam o atraso e explicam porque anda o Brasil bem atrás da China e da Índia! Ou não seriam tais as limitações do Brasil?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!