Postado em 28 dez, 2009
Se o mundo sofreu, deveras, com a crise econômica internacional e, até o Brasil, para quem a crise seria apenas uma “marolinha”, vai ter crescimento zero, este ano, a China crescerá acima de 8% e, pasmem, no próximo ano, deverá superar a economia japonesa e tornar-se a segunda maior economia do mundo!
A política ousada de investimentos em infra-estrutura fez com que a China inaugurasse, agora, o trem bala mais veloz do mundo, de velocidade máxima de 394 km/hora e velocidade média de 343 km/hora, o que supera os velozes trens japoneses e franceses. Ademais, o Império do Centro, concluiu, sobre o oceano, uma ponte de 30 quilômetros e, para integrar “Mainland”, Hong Kong e Macau — o maior centro de cassinos do mundo – vai concluir uma ponte de cerca de 50 quilômetros!
Se a questão dos direitos civis e políticos é problema sério para a China; se a sua participação na Conferência do Clima foi frustrante e não deu chances a um acordo, “de vergonha”, a nível mundial, com a conivência e participação direta americana, os chineses tem um programa de enfrentamento de um dos seus mais graves problemas que é a poluição, em todos os níveis, chamado “China Verde”, que altera os paradigmas do desenvolvimento industrial, científico e tecnológico e prepara o País para o enfrentamento desse que, afora o problema político, é o mais grave desafio.
Postado em 28 dez, 2009
Bom, no Brasil, por aqui, o problema do “Arrudagate” foi transferido para quando a Câmara Legislativa voltar aos trabalhos ou, para as águas de março; aprovou-se um orçamento tipicamente brasileiro, ou seja, puramente indicativo e autorizativo, apenas marcado pela agregação de mais de 11 bilhões de reais para investimentos a serem alocados pela Mãe do PAC; o “affair Sean” foi, aparentemente, resolvido e, no mais, só as redefinições futebolísticas e movimentação de jogadores de clube para clube.
Ou, melhor, houve algo interessante por parte do Presidente Lula: nenhuma declaração escatológica e, apenas, a de dizer que o problema do pré-sal fica para o retorno do Congresso às suas atividades legislativas no ano de 2010, e que é problema do Congresso! No mais, é curtir o espírito natalino e, aplaudir as classes baixas que garantiram um notável natal para o comercio varejista que experimentou uma expansão acima dos sete por cento! E “vamos que vamos”, Brasilzão de guerra!
Postado em 24 dez, 2009 2 Comments
Há três dias não têm sido renovados os comentários deste site. Sem dúvida, uma explicação há de ser dada porquanto, mesmo sendo poucos os nossos leitores, não se pode sair de cena, impunemente, e depois voltar esperando que a fidelização se mantenha sem sofrer arranhões!
O fato é que notícias relevantes, pelo menos na perspectiva desse cenarista, que merecessem uma apreciação e análise que tivesse o condão de se mostrar interessante e competir com todas as providências para o “recesso” natalino e do ano novo, não surgiram. Nem mesmo as últimas pesquisas de intenção de votos para a candidatura presidencial e para as principais disputas regionais registraram algo digno de nota.
Na verdade, nenhum fato significativamente interessante nem na política, nem na economia – onde a euforia da “marolinha” deu lugar a um crescimento quase nulo! – e nem mesmo na área dos escândalos onde os atuais não estão a repercutir mais do que as normais acomodações promovidas pelo “jeitinho brasileiro”, permite minimizá-los ou dar uma trégua. O que sobrou foi a decisão sobre o garoto americano Sean, no seu estilo novela da Globo, que não comove mais os brasileiros!
E, como que numa generosa advertência, o que se propõe é que se “esqueçam as mágoas e pensem somente nos momentos bons da vida” e “a hora é de paz, de conciliação e de entendimento como o que sugere e propõe o espírito natalino” e se deixe para quando 2010 chegar, com a devida trégua até o Carnaval, volte o País a discutir as coisas sérias, então numa nova perspectiva, de que “o importante é construir, superar os desencontros e desentendimentos e pensar grande no País, a partir das propostas das pessoas que pretendem conduzir os seus destinos, a partir da grande festa cívica que serão as eleições nacionais”.
E mais, é importante lembrar que além das eleições, a maior e mais longa festa popular do país, no entremeio, as emoções serão tocadas pela presença brasileira na Copa do Mundo o que, para qualquer povo sensível, constituirá mobilização de sentimentos sem igual!
Então, “estamos conversados, quem ganhou, ganhou, quem perdeu, perdeu e o negócio é olhar prá frente, pois com o pré-sal, o crescimento “bombando” e com tanta coisa boa que vai acontecer ao País, mesmo que ele não tenha se preparado para tanto”, a hora é de celebração e alvíssaras! E que “tudo o mais vá pro inferno” como vai sugerir, aos brasileiros, o show de fim de ano do rei Roberto Carlos!
Postado em 21 dez, 2009
Aécio Neves abandonou a disputa presidencial, gerou perplexidade em alguns e deixou uma parte fundamental do eleitorado na orfandade. Para alguns, favoreceu o caráter plebiscitário que Lula queria para a eleição e, com a sua saída, acabou garantindo três pontos a mais à Dilma, nas preferências do eleitorado.
As pessoas continuam a indagar se a decisão é definitiva e se Serra, nas águas de março, concluirá que será empreitada arriscada abandonar o Governo de São Paulo e perder o controle sobre os dois mais relevantes orçamento da União, e, por aí, desistir da sua candidatura, pois, ao enfrentar situação adversa em 2002, não vai querer repetir a dose. E, aí, para quem não é lulista e, particularmente, dilmista, como irão ficar tais órfãos?
Muitos acreditam que Aécio, mesmo diante do fato de que seria difícil enfrentar um desafio assim “em cima do laço”, de, numa possível desistência de Serra, aceitar o desafio e, por fim, seria o candidato das oposições. Será? Diante da urgência do pleito, das alianças já montadas e dos tempos de televisão já quase estabelecidos, Aécio assumirá tal disputa?
Será que Aécio, mesmo arrostando todas essas dificuldades, raciocinará que, saindo Senador e Dilma ganhando, valerá à pena a ele, aguardar até 2014 e, numa disputa dificílima, enfrentar o velho “Lula de guerra”, com todo o queremismo que deverá ser alimentado nos quatro anos de Dilma e, corajosamente, enfrentar o mito e seu discurso, mais que convincente, aos bolsa-família da vida?
O que vai acontecer a Ciro Gomes, agora enfrentando dez pontos de desvantagens em relação à Dilma, e, considerando que o presidente de seu partido, o Governador Eduardo Campos, de Pernambuco, já faz uma espécie de desembarque da candidatura Ciro, quando disse que, em março, de comum acordo com Lula, irá, juntamente com Ciro, definir o caminho de seu partido, o PSB!
Pelo andar da carruagem, as coisas não vão bem para quem não quer a continuidade, para quem não quer ver o PT, sem lula, no poder e, para quem acha que a alternância do poder é uma das boas coisas do processo democrático.
Não se sabe qual o desdobramento de tudo isto e, se, com a desistência possível de Ciro, agora ou em março, a frágil Marina Silva, “sem eira e nem beira”, se transforme no grande ícone da ética, da decência e da esperança para os brasileiros. Ou estará o Brasil e estarão os brasileiros marcados para viver mais 8 ou doze anos do petismo ou do lulismo descaracterizado, pois Dilma, não tem a leveza e nem a esperteza de Lula?
E COPENHAGUE, FOI MESMO PARA O BREJO?
Após tantas expectativas, a conferência sobre o clima foi uma grande frustração e um grande desencanto. Não saiu um acordo, nem um compromisso e nem metas específicas sobre o que fazer para que não haja tanta destruição do meio ambiente e nem que o clima venha atingir mais dois graus acima dos níveis atuais, levando ao desespero, pela elevação do nível das águas dos mares, várias populações que moram em tantas ilhas ou a beira mar, em vários países.
Lamentavelmente, como já havia sido anunciado previamente, Estados Unidos e China, foram responsáveis por esse “Universo em Desencanto” onde 194 países não aceitaram a decisão dos dois países que mais poluem – EUA e China – mas que, infelizmente, será a decisão que irá prevalecer. O que fazer? Que cada um faça o que lhe cabe e que cada um boicote os produtos que vem dos Estados Unidos e da china, porquanto são os dois que estão sacando contra o presente das atuais gerações e contra o futuro das novas gerações.
Postado em 18 dez, 2009 2 Comments
Aécio havia se estabelecido um deadline para que houvesse uma definição partidária sobre as prévias ou outro processo de escolha do candidato das oposições. Também, diante de prazos fatais que se tornavam exíguos para a construção de sua candidatura, havia definido que, se até dezembro o partido nada estabelecesse e nada definisse, ele tomaria o seu rumo.
E foi o que ocorreu. Aécio anunciou que não seria mais pré-candidato do PSDB à sucessão de Lula e, com isto, deixava o caminho aberto para Serra. Será que tudo se resumirá a tal insólito gesto? Será que Aécio, ao advertir na carta-renúncia de que tinha lutado para que a eleição não fosse plebiscitária e para que houvesse um amplo envolvimento do partido na escolha do nome, não mostra aí um certo ressentimento e um recado claro que, Minas estará à disposição de Serra e que ele vá lá e cate os seus votos, sem esperar um envolvimento maior seu? Será que ressentidos não ficarão os mineiros que tinham a chance de recuperar o sonho, de vinte e cinco anos atrás, quando o avô de Aécio, feito presidente, morreu sem assumir o poder e agora teriam este jovem, excelente gestor, afável no trato, político de habilidade incomum, benquisto no Rio e no Nordeste e opção para Presidente, de partidos outros que não o seu?
Os mais apressados em examinar o gesto de Aécio procuram avaliar para onde migrarão as possíveis preferências eleitorais que eram destinadas a ele. O Senador Renato Casagrande (PSB/ES) acredita que o grande beneficiário será Ciro Gomes não só diante das afinidades com o governador mineiro e pelo fato do prefeito de Belo Horizonte ter sido seu antigo secretário-executivo no Ministério da Integração e, por também ser um desafeto de Serra. Pode ser, mas o papel maior que Aécio exercerá será a pressão para que o PSB garanta a postulação de Ciro Gomes como candidato do partido à Presidência. Isto, por certo, tem muita viabilidade de ocorrer! Talvez a dúvida cruel que fica no ar é se, realmente, Aécio deixou mesmo a disputa presidencial e mergulhará, de cabeça, na sucessão mineira em busca de eleger o seu sucessor e se fazer o mais votado senador da história deste País. A única coisa que se sabe é que a disputa será plebiscitária, que a baixaria vai tomar conta da campanha e que o parceiro preferencial do PT, o PMDB, manterá a sua tradição de não apoiar um só candidato, dividindo-se entre Dilma e Serra, talvez com vantagem para Serra.
O jogo da sucessão tira uma folga para os festejos natalinos e, provavelmente, o recesso da campanha vá até o Carnaval, pois é esta a toada de Serra. Depois da próxima pesquisa o quadro poderá mostrar melhor para onde migraram os votos de Aécio. É possível que o maior beneficiário seja mesmo Ciro Gomes, mas é provável que a candidatura de Marina Silva tome novo alento e, muito pouco, de tais preferências, vá para Serra e para Dilma. Essa história de dizer que Dilma, sendo de Minas Gerais, os mineiros mostrarão sua preferência por ela, é pura balela, porquanto nunca houve um gesto de Dilma que manifestasse os seus sentimentos, compromissos e ações em favor de Minas. E os mineiros têm boa memória.
Postado em 18 dez, 2009
As reações do presidenciável Ciro Gomes, com críticas pesadas ao PMDB, a Michel Temer e a aliança entre PT e PMDB, não se sabe a quais propósitos buscam atender. Sabe-se que tudo o que Ciro disse sobre a parcela de parlamentares que hoje domina o PMDB; sobre o Deputado Eduardo Cunha e sobre a forma leniente como Michel Temer a tudo assiste, em termos do total domínio do G-8 sobre os atos da Casa, são fatos objetivos e do conhecimento da maioria dos parlamentares da Câmara. Sabe-se como se processou a expulsão, de fato, do ex-Governador Joaquim Roriz e quais foram os atores de ato tão diabólico, na forma como foi executado! Sabe-se que o PMDB, de há muito, mandou às favas os compromissos com a ética e renegou a história de dignidade e decência escrita por Ulisses e por tantos dos seus companheiros, a ponto de escantear homens como Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Luiz Henrique da Silveira, José Fogaça, entre outros, homens esses cuja história seria uma espécie de salvo conduto para afirmar-se que nem tudo estava perdido no partido.
Tudo isto é público e notório. Da mesma forma como o PT não pode considerar espúria a sua aliança com o PMDB na proporção em que, de há muito, jogou no lixo a bandeira da moral e da ética e adotou uma espécie de pragmatismo cínico do “se os outros fazem por que não posso fazer”? Claro está que tudo isto pode ser brandido por articulistas, cientistas políticos e alguns políticos que não tem projetos mais ousados de poder e que fazem um vôo solo como ocorre com o PSOL. Mas Ciro não poderia fazer tal catilinária contra tudo e contra todos porquanto para ser candidato a Presidente ele precisa de apoio partidário – do seu partido, em primeiro lugar -, de alianças estratégicas, de tempo de televisão e, da forma como age, mesmo que possa içar a bandeira da recuperação moral do Congresso, ele não conseguirá sequer o apoio da dita mídia que se diz guardiã dos bons valores morais e éticos.
Postado em 18 dez, 2009
Aqui já se disse que, nesta terra abençoada por Deus, as crises tiram férias, viajam ou entram em recesso. E aí entra-se em um período de esquecimento das violências cometidas contra princípios e valores caros a maioria dos brasileiros. A crise dos vídeos, diante do Natal e da confraternização do povo cristão, começa a já sair da pauta e da agenda dos principais meios de comunicação. Já não se fala mais nos vídeos que incriminavam figuras proeminentes do PMDB, envolvidas em tenebrosas transações. O “Arrudagate” dará um sumiço da mídia e das preocupações dos homens públicos de Brasília. A Câmara Distrital entrou em recesso e não apreciou nenhum dos pedidos de impeachment do Governador e, pelo que se viu, o Governador Arruda, detendo a maioria da Casa, já “negociou” com os parceiros para permitir que ele conclua o seu mandato em troca de apoio aos distritais no seu retorno à Casa, após uma reeleição onde a população não perguntará qual foi a sua participação no referido affair. Talvez os três distritais que foram vistos recebendo o chamado lubrificante cívico venham a enfrentar reveses. Os demais, se ninguém viu ninguém pode acusar!
Postado em 17 dez, 2009
De repente, diante de uma proposta simples, direta e oportuna, surgida da experiência e da vivência do ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e do Deputado Humberto Souto, de Minas Gerais e ex-ministro do TCU, criou-se um grande tumulto na Câmara dos Deputados e abriu-se uma enorme perspectiva de iniciar-se um amplo processo de descentralização de receitas públicas, notadamente para estados e municípios.
A idéia que sensibilizou a maioria da Câmara foi a de que a partilha dos royalties do pré-sal, inclusive da parcela já licitada, deveria ser dividida entre os entes federativos, de conformidade com o preceito constitucional distributivista que estabelece a forma como os estados e municípios apropriam as transferências constitucionais da União, através do FPE – Fundo de Participação dos Estados – e do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.
A proposta tem um impacto tão importante e fortalece as finanças de estados e, principalmente, de municípios paupérrimos que, para dar um exemplo, no caso dos 184 municípios cearenses que hoje, em média, recebem em torno de 300 mil reais/ano, com o novo critério de partilha, receberiam, pela emenda, em média, cerca de 4 milhões/ano! O estado do Ceará, por exemplo, que segundo os atuais critérios definidos pelo relator do projeto de lei do Governo sobre os royalties do pré-sal, Deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), receberia cerca de 300 milhões/ano, pelo critério da emenda de Ibsen/Souto, receberá cerca de um bilhão e oitocentos milhões de reais!
E os argumentos da emenda são de uma verdade cristalina e irretocável. Riquezas a 300 quilômetros da costa, explorada com recursos tirados da sociedade como um todo, através de fundos garantidos pela União às pesquisas da Petrobrás, não pertencem a ninguém a não ser ao povo do País. E a melhor forma de respeitar tal princípio é se valer daquilo que já é critério distributivista do texto constitucional.
É de se crer que venha a ocorrer uma enorme pressão dos municípios junto aos seus deputados, notadamente em um ano eleitoral.
Postado em 16 dez, 2009
Este cenarista continua insistindo na tese de que o candidato das oposições não será Serra, apesar das pesquisas continuarem a mostrar que, de longe, ele bateria a candidata Dilma Roussef, provavelmente já no primeiro turno. Isto tudo reflete uma situação que se poderia considerar, anômala, porquanto Aécio, se ainda não decolou, a seu favor, pesa o fato de que só existirem dois candidatos lançados, de fato, na praças: José Serra e Dilma Roussef. Os demais pré-candidatos se colocam apenas como coadjuvantes no processo onde ou falta apoio dos próprios partidos; ou falta estrutura ao partido e ao candidato bem como o chamado “lubrificante cívico” para financiar o início da campanha; ou, como é o caso de Ciro Gomes, uma dúvida hamletiana a assaltar as suas noites de sono ou de insônia, sobre ser ou não ser candidato, sem as bênçãos de Lula. Aliás coisa que parece improvável de ocorrer!
Por outro lado, cada vez mais, Serra se coloca mais do que qualquer outra como a face da chamada “elite branca, preconceituosa contra trabalhadores, sindicalistas, nordestinos e pobres” que domina a cena política de São Paulo e o PSDB, segundo o discurso de Lula. E, aos poucos, lideranças expressivas de outros partidos, começam a definir as suas possíveis opções, inclusive até, em termos do nome que melhor agregaria apoios, melhor somaria adeptos e melhor encararia os novos tempos para o Brasil, superando os graves problemas que ora enfrenta a sociedade nacional, mas numa proposta que soma e que, ao contestar, não desmerece o que se realizou de relevante. E, ao que parece, Aécio se coloca como a mais interessante e oportuna hipótese.
Dessa forma, o DEM, através de seu Presidente, o jovem deputado Rodrigo Maia, já declinou a sua preferência por Aécio Neves; o PTB também já se manifestou mais favorável ao seu nome; o Presidente Nacional do PSDB também já demonstrou que Aécio facilitaria muito o trabalho de costura de alianças e, o velho PMDB de guerra, preocupado mais com a sua sobrevivência e com a garantia de nacos de poder, estaria mais bem servido com Aécio que daria quase ou nenhum trabalho para ser “vendido” aos seus eleitores.
Ademais, se for o candidato José Serra, a eleição será plebiscitária, “do sim contra o não, do Lula contra o pessoal da privataria, do entreguismo, do desprezo ao patrimônio nacional, da discriminação contra pobres e nordestinos”, segundo petistas mais emperdenidos, o que afogará o país, provavelmente, numa disputa das mais sujas que a sociedade brasileira já assistiu. Se porventura Dilma não emplacar e, ao que parece, com tão alta rejeição, não emplacará, aí morará o perigo pois que, sem candidatura alternativa na manga, o que farão ou tentarão fazer os amigos de Lula?
Com 80% de apoio popular e diante das dificuldades para superar problemas não só dentro do PT mas nas alianças nos vários estados – Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, entre outros – qual seria a solução mais “adequada”? Seguir o caminho percorrido pelos demais países da América do Sul, notadamente aqueles adeptos dos valores da chamada “Revolução Bolivariana”: propor um terceiro mandato para Lula, acabando com o sistema atual que permite mais de duas reeleições, com intervalo de tempo entre a segunda e a terceiraão uma vez e nunca mais como ocorre nos Estados Unidos. É delírio, é fantasia ou é algo passível de ocorrer?
Postado em 15 dez, 2009 2 Comments
Cheias de pruridos, as mais expressivas lideranças do outrora partido do Doutor Ulisses, o PMDB, mostraram-se indignadas com a “ousadia” e com o desrespeito de Lula à legenda e ao seu mais importante interlocutor, o Presidente Michel Temer, quando sugeriu que o partido lhe apresentasse uma lista tríplice para a escolha do nome que comporá ou comporia, a chapa governista à disputa presidencial, junto com Dilma Roussef.
As razões de Michel Temer até que poderiam parecer razoáveis porquanto, conforme registra o colunista dominical do jornal Diário do Nordeste, do Ceará, Walter Gomes, para ele, a declaração do Presidente Lula teria sido inoportuna exatamente porque teria ocorrido no momento em que vídeos ligados ao “affair Arrudagate”, mencionam o nome do Presidente licenciado do PMDB Nacional em tais “tenebrosas transações”. E ainda, a operação da Polícia Federal em São Paulo, insinua que o Presidente da Câmara teria se beneficiado de doações consideradas ilegais, feitas pelo consórcio Camargo Correia/Queiroz Galvão, responsável pelas obras do Metrofor, em Fortaleza.
Irritado com a vinculação de tais fatos e diante de uma possível manifesta restrição do Presidente ao seu nome, Michel Temer já declarou que não pleiteou e nem pleiteará a vaga de vice na chapa de Dilma bem como deixará de ter papel proativo em angariar apoios para a ministra, dentro do PMDB. Isto apesar de, na eleição do Diretório Regional do PMDB de São Paulo, haver dito que o partido tinha, no momento, três correntes que se confrontavam em termos de sucessão presidencial: aqueles que querem candidatura própria; os que defendem uma aliança com o PT onde ele, Michel, se situava e uma terceira que defende o apoio à candidatura de José Serra.
Por outro lado, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Deputado Henrique Eduardo Alves, que em 2002 teve que renunciar à sua indicação à candidatura de vice-presidente na chapa de José Serra, em face de denúncia de sua ex-mulher, de que teria mais de 15 milhões de dólares em paraísos fiscais, no exterior, provoca o Presidente Lula propondo que ele apresente os outros dois nomes da lista tríplice para Presidente, ao lado do nome de Dilma! “Para quem não sabe voar, o deputado é muito abusado”, reagem alguns petistas, lembrando uma velha piada! Aliás, a queixa do PMDB vem se acumulando desde a declaração de Lula, ao explicar porque teve que aceitar certas alianças político-eleitorais consideradas espúrias, por alguns puristas do PT: “Se Jesus Cristo viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer uma coalizão”. O PMDB assumiu e vestiu a carapuça e se fez Judas para a avaliação dos seus e dos outros.
Dentro dessa perspectiva, o que ocorrerá com o PMDB que, como todos sabem, nunca foi um partido nacional e nunca deixou de ser uma grande frente que, no passado, tinha propósito, ideais e objetivos e não apenas uma grande tenda para abrigar qualquer um que tivesse o que oferecer, em termos de votos, ao partido? É uma icógnita! O pleito nacional só não provocará maior esfacelamento da agremiação na proporção em que, sem nunca ter tido unidade, a não ser quando Ulisses era a amálgama que mantinha um resquício de compromisso com a Nação, prevalecerá, na disputa, a questão local e a lei do “salve-se quem puder”. Ou seja, sendo uma federação de partidos regionais ou um aglutinado de interesses tão específicos das conveniências locais, o PMDB manterá o seu princípio de que o bom não é ser o rei e sim ser o amigo do rei. Dessa forma, o PMDB nunca terá candidatura própria porquanto os seus líderes acreditam, piamente, que uma candidatura própria puder trazer, por acaso, algum bônus, trará ônus de magnitude muito maior .O PMDB sempre se colocará como coadjuvante da cena e não como ator principal, mesmo sendo o maior partido político do país em número de filiados, governadores, senadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.
Dessa forma, durante a semana, a movimentação do partido será na direção da candidatura de Roberto Requião que, se não for para valer, servirá para aumentar o “botim” a ser cobrado de Lula, não mais na forma de cargos e posições, mas para ajudar a alavancar algumas candidaturas estaduais que estavam sem “eira e nem beira”.
O G-8 do PMDB – Michel Temer, Gedel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Wellington Moreira Franco, Eliseu Padilha, Eunício Oliveira, Fernando Diniz (falecido recentemente!), Eduardo Cunha, além do substituto de Fernando Diniz, no caso o Deputado de Brasília Tadeu Fillipelli – que hoje domina o partido e escanteou, de vez, a turma do Senado (Sarney Renan e companhia) mostra-se, tal grupo, inquieto e angustiado com o andamento das coisas, pois o partido quer garantir a posição privilegiada de ser o principal avalista da chamada “governabilidade” que, na verdade, hoje, de maneira mais honesta, numa linguagem mais crua, tal governabilidade seria chamada , tão-sòmente, de chantagem político-parlamentar.
Na verdade, o PMDB tem se mostrado um “case” que nenhum cientista político ou aprendiz de feiticeiro conseguiu decifrar. É um assombro, pois não é um partido nacional; não tem doutrina nem programa; não dispõe de unidade no País; é dominado por um pequeno grupo; não é solidário com ninguém e, mesmo assim, sem honrar a história e a tradição dos seus protohomens como Ulisses, Tancredo, Teotônio, Montoro, Freitas Nobre, Alencar Furtado e tantos outros, ainda consegue se manter como o maior partido do País! É um fenômeno que requer que cientistas políticos se debrucem sobre tal, em busca de alguma explicação convincente. O certo é que o PMDB, apoiado no G-8 e, agora, partindo para se ampliar para uma espécie de G-20, com certeza, uma vez, se dará bem e continuará sendo meio dono do poder. E a pergunta que fica no ar é, até que ponto uma reforma político-eleitoral poderia melhorar um quadro tão deplorável para a melhoria do processo de transparência e legitimidade da ação política de tal maneira que o espírito de Ulisses Guimarães voltasse a pairar e a inspirar, pelo menos, os novos quadros do partido? Em quarto lugar, o que se sonha é que chegará o dia em que o partido não agirá mais com a convicção e a certeza de que, o bom não é ser presidente mas amigo ou aliado do presidente, pois garante todos os bônus do poder sem ter os seus ônus.
O PMDB é um fenômeno só não maior do que Lula. Sem o que ter o que dizer, nem ter do que falar e sem currículo a apresentar, o partido continua o maior do País e tenderá a crescer nas próximas eleições. Desvende-se tal mistério porquanto, até agora, este cenarista não conhece nenhum cientista político que tenha ousado buscado explicação plausível para tal mistério.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!