BRASILIA: DA CAPITAL DA ESPERANÇA À CAPITAL DA VIOLÊNCIA!
Dentre as 50 cidades mais violentas do mundo, o Brasil abriga 16 delas! Entre as dez cidades mais violentas do mundo, por enquanto estariam Maceió (5a.), Fortaleza (7a.) e João Pessoa (9a.)! Entre as cincoenta, está a maioria das capitais dos estados brasileiros, excluindo-se Rio e São Paulo, e, encontra-se até mesmo Brasilia que, nos dias de hoje, ocupa a posição de quinquagésima cidade mais violenta do mundo!
As manchetes dos jornais de fim de semana, na Capital Federal, anunciaram: “12 mortes violentas nas últimas 48 horas”. Ou, uma outra manchete: “Embaixador Jório Dauster tem sua casa assaltada no Lago Sul”. Ou ainda, uma outra manchete: “Criança é atingida por bala perdida na Estrutural”. Isto sem falar nos bárbaros assassinatos de um Brigadeiro do Ar, na Asa Norte e, de um jovem e promissor empresário, no bairro moderno e de classe média alta, Águas Claras, no meio da semana!
E aqui não se fala da violência do trânsito, reduzida, em parte pela famosa “Lei Seca” e que poderia ser até mais avantajada nos seus indicadores, em função da inabilidade, da imperícia e da imprudência dos motoristas, bem como pela precariedade da vigilância ostensiva do policiamento.
E, todos essas tristes e fatídicas notícias ocorrem no Centro do Poder do País; na cidade planejada urbanisticamente, para, inclusive, impedir a fuga de meliantes; na capital de mais alta renda per capita do Brasil, do maior IDHMI, dos maiores índices de escolaridade e da prevalência dos maiores salários médios do território nacional; onde a polícia aufere um dos maiores soldos da Nação e, se se considerarem os salários indiretos e os chamados “fringe benefits”, quiças a remuneração dos samangos de Brasília seja a maior remuneração de todos os policiais remunerados dessa nossa querida pátria amada!
Diante de tudo isto, parece se experimentar e vivenciar uma grande contradição porquanto como é possível, dado o tão elevado nível de renda da comunidade, atingir-se, aqui, um dos maiores e mais elevados índices de criminalidade do País? Talvez esteja o Brasil diante de algo que merece estudos acadêmicos aprofundados para não ficar caracterizado e aceito como inevitável que “o crescimento econômico, ao contrário, de, como era esperado, reduzir os problemas de violência, os acirra e estimula uma maior criminalidade”, como declarou, receentemente, a governadora do Maranhão.
É difícil aceitar tal premissa ou estabelecer que o diagnóstico correto estaria situado no campo de tais hipóteses absurdas e não em razões e causas mais comesinhas. Nào há quem possa demonstrar que a impunidade que toma conta de todo o País, onde apenas, em média, menos de 5% dos crimes estão sujeitos a processo criminal investigativo o que leva a bandidagem a aproveitar que, a impunidade não atinge só os graúdos mas, por incompetência dos governos, chega aos menos privilegiados pela sorte, pela sociedade e pelo acaso.
Se a impunidade é um estímulo excepcional para que a violência se transforma em algo quase endêmico, dois outros componentes a favorecem.
O primeiro deles é não existir nenhuma política destinada a controlar ou, pelo menos monitorar, o tráfico, a comercialização e a disseminação de seu uso nas escolas, nas ruas e, nos espaços de entretenimento. Sabendo que a leniência das autoridades com a questão é patente, que o espaço para o traficante torna-se privilegiado, hoje alcançando todos as categorias sociais e todos os níveis de renda e que, a violência toma conta da sociedade como um todo.
Se a inexistência de qualquer politica e/ou ação destinada a conter o avanço rápido e continuado das drogas é patente e visível, a forma de como se conduz a questão do menor infrator, é algo que estimula a criminalidade entre tais jovens, que hoje são amplamente usados e manipulados pelo crime organizado. E, diante do fato de gozarem de iniputabildiade até os 18 anos e, ainda, diante das casas de correição, serem mais escolas de aperfeiçamento da criminalidade, aí se acrescenta ingrediente adicional ao aumento e disseminação da violência.
Diante de tal quadro, nos dias que correm, não adianta a população viver confinada em “prisões domiciliares”, cheias de grades, cercas elétricas e câmeras de monitoramento; terem os cidadão perdido os seus espaços públicos para o crime; gastarem, pessoas físicas e jurídicas com segurança armada, nada disso lhes dar a certeza de que não serão assaltadas em suas próprias casas, nos seus carros, na saída de um banco, enfim em qualquer lugar. Não são mais os ingênuos meliantes, descuidistas e punguistas a assustarem o cidadão comum, mas, o nível de violência que domina a abordagem de tais criminosos. Até nos arrastões nas praias, nos engarrafamentos, nos túneis e nos mais diversos lugares e circunstâncias a insegurança grassa e, no mais das vezes, em frente a autoridades policiais.
Se se eximir de responsabilidade os órgãos de repressão, é difícil encontrar explicações plausíveis para tamanha chaga e tamanha tragédia que macula a mais moderna cidade do País. Não há causas outras senão a impunidade, a incompetência dos órgãos repressores, a inexistência de “inteligentsia” nas polícias, a incapacidade quantitativa e qualitativa das casas de correição e dos presídios, a morosidade da justiça na apreciação das ações na área das execuções penais, além de razões episódicas como é essa inaceitável operação tartaruga da polícia militar do DF.
É lamentável que, no centro do Poder, na cidade que deveria ser exemplo de cidadania, não ocorram sequer manifestações populares, indignadas diante da inexistência de uma polícia preparada, menos corrupta, mais compromissada com a sua missão institucional e mais ostensiva para minimizar tantas frustrações e desencantos com os rumos do exercício, cada mais dificil, da cidadania.
E a quem recorrer? Ao Papa Chiquinho?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!