BRASÍLIA: EXCELÊNCIA DO BEM, EXCELÊNCIA DO MAL!
Brasilia, a capital dos sonhos e da esperança, hoje é uma cidade estigmatizada pelos maus costumes e práticas adotadas por agentes públicos, políticos, empresários espertos e figuras useiras e vezeiras em “aprontar” golpes e jogadas marcadas pela má fé, por interesses escusos e pela lei do “tirar vantagem em tudo”.
E, o pior é que todos esses ditos mal feitos são produzidos pelos que aqui não são originários, ou melhor, por aqueles que vieram de fora! Niemeyer e Lucio Costa não produziram e não plantaram esse deseespeito a princípios éticos e morais!
Nos dias que correm, Brasilia tem se marcado por se mostrar uma sociedade, na maioria, de emergentes e de alpinistas sociais. Isto leva a seus tradicionais e simples moradores a ter que assistir o espetáculo grotesco de um grupo em busca de afirmação, seja via um protagonismo pretensioso e desagradavel seja por um exibicionismo que beira a arrogância e, ao mesmi tempo, ao ridículo.
Brasilia, lamentavelmente tornou-se não só a capital dessas atitudes e comportamentos, inclusive de atitudes ridiculas de quem tenta ditar moda, como da frequente ocorrência de fatos promovidos por parte de sua elite, que só envergonham as pessoas de bem que, diga-se de passagem, são a sua grande maioria!
É duro para aqueles que, não participando dessas orgias com recursos públicos, com atos de corrupção e com esses exibicionismos próprios dos “nouveaux riches” , assistem, impotentes, o desmoralizar e o marcar a imagem da cidade com duros e inaceitáveis estigmas! E isto, notadamente para uma capital que foi construída para representar, para o País, o chamado ponto de inflexão entre o passado colonial e o futuro globalizante! Ademais, depois que os brasileiros abandonaram o complexo de “macaquitos” e voltaram a ter esperança de que de vir a ser uma nação que se acreditava que tinha tudo para ser grande e dar certo.
O cenarista, ainda tem muita fé e muita confiança nesse cidade e, como um otimista incorrigível, diante de qualquer gesto ou atitude que mostre uma outra face da cidade, se veste de otimismo, retoma e recria a esperança de que o amanhã confirmará o sonho e a esperança de essa será, de fato, a terra da promissão. E, para confirmar esse sentimento de fé, um fato aparentemente menor, levou-o a, sem usar qualquer tráfico de influência, a tentar a renovação de seu passaporte. Fez a demanda via internet mas, diante do acúmulo ou melhor, de uma enorme demanda pelo documento, o dia para resolver a sua pendência, ficou agendado para o dia 19 de abril!. Era mais de um mês depois da solicitação!
Como o cenarista tem uma viagem de celebração de algo que não se consegue ou se faz impunemente, qual seja, cinquenta anos de matrimônio, marcada para o dia 19 próximo, não poderia aguardar tanto. Foi sugerido ir ao local de emissão de passaporte e, segundo tudo no serviço público brasileiro, pagar uma taxa e intentar resolver a pendência.
O cenarista seguiu as orientações e o script. Mas, para sua surpresa e renovação da crença de que as coisas podem melhorar, ao chegar ao local foi supreendido, não apenas pela diligência e objetividade dos servidores da Polícia Federal, mas, com a urgência e a simplicidade inusitadas para o serviço público! Praticamente, em menos de vinte minutos, tudo foi resolvido! Chocou, tão positivamente o cenarista, que ele se propôs a fazer uma provocação crítica sobre os serviços prestados nessa cidade!
Quando se descobre que Brasília tem certas práticas que orgulham os seus habitantes como, por exemplo, o respeito a faixa de pedestre, o não buzinar, entre outros costumes saudáveis, essa cidade, que criou fama pelo trabalho do Hospital Sarah Kubistcheck, tem tudo para buscar se mostrar um local de excepcional qualidade de vida.
Brasilia, de invejáveis àreas verdes e de enormes parques urbanos que melhoram a vida de quem aqui labuta, leva a que as pessoas comecem a se perguntar: Por que, na terra das excelências, não se tranforma a cidade no símbolo da qualidade dos serviços públicos, da excelência de hábitos de respeito aos valores ético-morais e na excelência na saúde, na educação, na cultura, no respeito aos direitos humanos e na segurança pública?
Ou seja, Brasilia poderia vir a representar aquilo que todos sonhavam com o que seria uma cidade que, além de ser um símbolo de integração nacional, seria a externalização dos sonhos e aspirações de uma nova nação, marcada pelos valores imaginados por Niemeyer, Lúcio Costa, Bernardo Sayâo, além de outros como Tom Jobim, Ariano Suassuna, Ferreira Goulart entre tantos outros, que apostaram suas fichas no que seria essa a capital do futuro, de uma nova civilização marcada pela miscigenação racial, pelo sincretismo religioso e pela convergência de valores e idéias além da busca da integração e da melhor convivência entre os povos.
Era desse amálgama, dessa mistura, desse caldeamento de raças, de religiões, de credos, de culturas e de valores que se sonhava surgiria a nova civilização dos trópicos! Até agora tal sonho não foi possível pois as “trapaças da sorte” e as iniquidades promovidas por aqueles onde só o “levar vantagem em tudo” representa o valor maior que impede que o sonho de construir esse novo tempo venha a prosperar.
Será que essa breve e pobre provocação nesse Domingo não despertaria o interesse e o sentimento daqueles que a amam, a admitam e a querem bem lutarem, numa espécie de Lava Jato, em prol de tais valores?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!