CAUTELOSO, NEGLIGENTE OU DESINTERESSADO?

É dificil fidelizar leitores quando o cenarista mostra-se ou negligente ou desinteressado ou deixa de cumprir um rito de apresentação sistemática de comentarios sobre assuntos oportunos e pertinentes, segundo a avaliação de seus poucos mais fieis leitores. É também deveras preocupante quando tantos fatos relevantes estao a ocorrer e, não se tem qualquer noticia ou apreciação por parte do cenarista.

Ocorre que o dito cenarista estava observando a cena, à distância, procurando não ser influenciado pela presença e pelo natural envolvimento emocional de quem fez e, de um certo modo ainda faz politica partidaria. O fato objetivo é que, nao caberia ao articulista indicar ou apontar, por exemplo, o possível ou os possíveis ganhadores das disputas do comando das duas casas do Congresso. O resultado ocorrido era o previsivel embora tantos torcessem para que o impossivel ou o improvavel acontecesse no Senado com Luiz Henrique, pelo menos, aplicando um susto em Renam Calheiros.

O que se busca observar é o que vai ocorrer com as medidas de austeridade fiscal e de busca de reequilibrio das finanças publicas além da reorganizacao dos fundamentos da economia. E, o mais grave é que, apesar de todas as medidas propostas por Levy estarem no caminho certo, alguns buscam discutir se a dosimetria é a mais adequada e se a distribuição de sacrificios é a ideal.

Numa avaliação isenta, para corrgir o rombo das contas publicas, o crescente deficit da previdencia e o paternalismo, a custo do Tesouro, de renuncias fiscais, incentivos tributários e generosos emprestimos do BNDES, além de buscar-se o controle da inflação explodindo a administração e a gestão da petrobras e das empresas de energia eletrica, só com as medidas amargas que levam a encerrar um ciclo de desmando na forma de gestão da coisa publica no Pais.

Apesar de aqueles que usam de honestidade intelectual, de compromissos com o País e de responsabilidade politico-social como cidadãos, concordarem que, embora amargas as providências que, inclusive, envolvem um aumento significativo de tributos, serem urgentes, alguns políticos, líderes sindicais e, na verdade, oportunistas que não querem perder espaços de poder, fustigarem e ameaçarem de inviabilização o programa de Levy, a tendencia é que ele será implementado, as medidas provisórias aprovadas e uma espécie de pacto pelo País será construído, inclusive com o apoio das oposições.

Claro está que alguns argumentam que, depois dos próximos dois anos de sacrifícios, onde, todas as amargas medidas tomadas serão colocadas, pela própria Presidente, a débito e a conta e de responsabilidade do “direitista Levy que, até rir do sofrimento alheio, rir!”, ela então buscará descartá-lo e prometer, depois dos tempos negros e de sofrimento, um novo tempo de bondades para os brasileiros, principalmente os órfãos de Lula e do Bolsa-família.

Será este o cenário pós-período de austeridade ou, quem sabe, num gesto de grandeza e de humildade, Dilma confirmará aos brasileiros que o trabalho foi feito da forma que foi pois este era o único caminho e que Levy prestou um inestimável serviço ao País, embora ele mesmo, após esses dois exaustivos anos, pedia para voltar a sua consultoria e a atividade privada que, segundo alguns amigos e companheiros, não deveria ter cedido aos chamamentos da vaidade ou, quem sabe, do republicanismo de seu espírito público.

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