Ciro: explosão de indignação? Estratégia político-eleitoral ou desespero quanto ao estreitamento dos espaços de movimentação?
As reações do presidenciável Ciro Gomes, com críticas pesadas ao PMDB, a Michel Temer e a aliança entre PT e PMDB, não se sabe a quais propósitos buscam atender. Sabe-se que tudo o que Ciro disse sobre a parcela de parlamentares que hoje domina o PMDB; sobre o Deputado Eduardo Cunha e sobre a forma leniente como Michel Temer a tudo assiste, em termos do total domínio do G-8 sobre os atos da Casa, são fatos objetivos e do conhecimento da maioria dos parlamentares da Câmara. Sabe-se como se processou a expulsão, de fato, do ex-Governador Joaquim Roriz e quais foram os atores de ato tão diabólico, na forma como foi executado! Sabe-se que o PMDB, de há muito, mandou às favas os compromissos com a ética e renegou a história de dignidade e decência escrita por Ulisses e por tantos dos seus companheiros, a ponto de escantear homens como Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Luiz Henrique da Silveira, José Fogaça, entre outros, homens esses cuja história seria uma espécie de salvo conduto para afirmar-se que nem tudo estava perdido no partido.
Tudo isto é público e notório. Da mesma forma como o PT não pode considerar espúria a sua aliança com o PMDB na proporção em que, de há muito, jogou no lixo a bandeira da moral e da ética e adotou uma espécie de pragmatismo cínico do “se os outros fazem por que não posso fazer”? Claro está que tudo isto pode ser brandido por articulistas, cientistas políticos e alguns políticos que não tem projetos mais ousados de poder e que fazem um vôo solo como ocorre com o PSOL. Mas Ciro não poderia fazer tal catilinária contra tudo e contra todos porquanto para ser candidato a Presidente ele precisa de apoio partidário – do seu partido, em primeiro lugar -, de alianças estratégicas, de tempo de televisão e, da forma como age, mesmo que possa içar a bandeira da recuperação moral do Congresso, ele não conseguirá sequer o apoio da dita mídia que se diz guardiã dos bons valores morais e éticos.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!