CLASSE MÉDIA: SÓ O JUS SPERNIANDI COMO MANIFESTAÇÃO!
Êste scenarium tem batido numa tecla, nunca bem entendida por muitos, qual seja, de que, segmentos às vezes muito expressivos, quer quantitativa quer qualitativamente, da sociedade, de um modo geral, não conseguem exercer pressão legítima com vistas a defesa de seus interesses e pleitos.
E isto ocorre por serem eles ou representarem os mesmos, segmentos inorgânicos, não organizados e sem objetivos claramente definidos que, até mesmo, no Congresso Nacional, onde todo mundo tem voz e vez, não conseguem, sequer, estruturar frentes parlamentares capazes de fazer algum barulho com alguma consequência.
Isto ocorre, por exemplo, com os micro e pequenos empresários, com os representantes comerciais, com os católicos, entre outros que, embora altamente representativos em termos da população ou da economia, não são capazes de estruturar ações objetivando a defesa de suas teses. Nada a ver com a silenciosa mas eficiente e eficaz bancada dos bancos; nem barulhenta mas também eficaz como a bancada do agronegócio; assanhada mas ainda não muito eficiente como o é a bancada da saúde, os chamados hospitalocêntricos e, last but not least, muito eficiente mas com muitas restrições, da chamada bancada evangélica.
Por outro lado, a chamada classe média brasileira, essa, embora em significativa expansão e crescimento, não consegue impor qualquer uma das suas demandas e, nem sequer encontra parlamentares que se denominem seus representantes legítimos.
Agora mesmo, os jornais noticiam que as tarifas bancárias cresceram 227% nos últimos anos; os encargos de juros do cartão de crédito estão a atingir entre 8 e 10%; os juros do cheque especial, atingem entre 4 e 9%, tudo isso, recaindo, preponderantemente sobre a classe média, principal usuária de serviços bancários; inexiste qualquer chance, de um membro da classe média, sonegar algum imposto pois a cobrança é feita na fonte; a classe média não usa a escola pública, face a sua baixa qualidade e se obriga a usar a escola particular; o SUS tem enormes precariedades e a classe média o substitui por planos de saúde; inexistindo transporte de massa de alguma qualidade, a opção da classe média é o automóvel e, quando não morando em casa própria, tal segmente enfrenta aluguéis com valores aviltantes.
Esse é o retrato de uma classe que, a maioria das pessoas se diz pertencer e ninguém, quer assumir qualquer papel na defesa dos seus interesses.
E, diante de tais questões que reduzem a disponibilidade de renda e a própria qualidade de vida dos cidadãos de tal segmento, agora mesmo, se não ocorrerem medidas compensatórias aos impactos negativos sobre a classe média, da nova legislação sobre o trabalho doméstico, aí então a coisa iria ficar ainda difícil. Só se aguardo que ocorra algo em seu favor porquanto parlamentares que sentem na própria carne o problema, estão tomando a iniciativa de buscar tais mecanismos de minimização de tais impactos!
E o pior! Ninguém assistiu a nenhuma voz de alguma entidade se dizendo defensora da classe média fazer qualquer manifestação, propor qualquer modificação e buscar qualquer tipo de apoio do Parlamento Nacional. Isto mostra que, amorfa, inorgância, indefinida ideologicamente, a classe média não sabe se organizar e pressionar pelos seus legítimos interesses.É uma pena!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!