COISAS QUE NUNCA ANDAM E NUNCA SE RESOLVEM!

Embora as perspectivas econômicas para o País já apresentam alguns indícios de melhora e o otimismo da população começa, aos poucos, a ser recuperado, existem problemas, questões e desafios que são crônicos e quase se eternizam. Os brasileiros medianos não entendem porque certas dificuldades por eles enfrentados não encontram, por parte dos entes públicos, atitudes conducentes a estabelecer medidas saneadoras ou, pelo menos, atenuadoras, de seus efeitos perversos.

Assim, ninguém entende porque tais problemas não são enfrentados e continuam a agtedir o bom senso, o respeito à dignidade humana e o papel que cabe ao poder público.

Sâo, pelo menos, uma dezena de desafios e problemas crônicos que, de há muito, são cobradas medidas capazes de, pelo menos, atenuar os seus efeitos perversos. Há quanto tempo, por esemplo, se fala que sem uma educação universalizada e com índices pelo menos comparáveis com alguns países como os tigres asiáticos ou chineses ou indianos, o Brasil não vai a lugar algum? Educação, faz anos, é uma prioridade nacional que não se cumpre e não se respeita. Não se pode negar que alguns avanços já ocorreram mas muito aquém daquilo que o País necessitaria para dar um grande salto de crescimento e de expansão econômico-social!

Também, há um outro quase refrão de tão repetido e tão desrespeitado, qual seja “saúde, direito de todos e obrigação do estado”, que inclusive, está no texto constitucional mas, está muito longe de se tornar um direito e uma realidade objetiva do País. A criação do SUS foi um avanço significativo mas as suas limittações, restrições e desvios de orientação e de gestão, além dos vícios, erros e corrupção, mostram como se nega aos brasileiros o respeito a uma necessidade e a um direito fundamental.

Se tais responsabilidade do estado não são cumpridas e tem limitado a quantidade e a qualidade de vida dos brasileiros, imagine-se o não cumprimento de uma das mais relevantes funções do estado, aquela que ceifa mais vidas que a própria guera civil da Síria e do Iraque, juntas, como é o caso da violência que se alastra pelo País afora. E o pior é que todos os cidadãos são unânimes em apontal tal problema como o que mais assusta e tira a tranquuilidade das pessoas e que elas cobram com maior prioridade e urgência quando são feitas consultas populares.  A todo momento são anunciados o aumento vertiginoso da criminalidade, do aumento do consumo de drogas, da superpopulação nos presídios, da limitação e carência de políticas destinadas a menores infratores, entre outros, sem que haja qualquer mobilização do poder público com vistas ao enfrentamento da questão.

Se tais problemas já limitam, em muito, as possibildades de crescimento, transformações estruturais e conquistas sociais para o País, alguns outros são quase que “mantras” de um sofrimento secular da populações transformadas em párias da sociedade brasileira. É o caso, por exemplo, da seca do nordeste que continua a ser um desafio quase que insuperável mesmo diante de todas as alternativas tecnológicas e todas as soluções já postas em prática em muitos países. Será que os governantes ainda não entenderam que o adequado encaminhamento da questão transforma a região de problema em um grande potencial para o desenvolvimento do Brasil?

Transposições, integração de bacias, adutoras, barragens submersas, recuperação de poços, ampliação de cisternas e outras formas de acumulação de água das chuvas, são algumas das alternativas existentes que, ao lado de racionalização do uso da água via políticas bem estruturadas e bem gerenciadas de recursos hídricos, permitiriam a superação desse secular e desafiador problema.

Ainda ao desfiar esse rosário de problemas que vem se eternizando no País, a questão dramática do saneamento ambiental — água potável, esgoto tratado, destino final de lixo — onde a falta de esgotamento sanitário responde por 55% da mortalidade infantil nas grandes cidades e, para cada real gasto ou investido em saneamento básico, o setor público economizaria cerca de 5 reais em gastos com saúde pública, mesmo diante dessas duas grandes evidências, não existem planos objetivos para enfrentá-lo!

Essa questão do saneamento ambiental é de tal gravidade que, o alastramento do número de pessoas afetadas pela dengue, pela xicungunha e pela zica, por exemplo, além de outras doenças, seriam reduzidas, substancialmente, caso o saneamento ambiental atingisse a maioria da população.

Se esses já são problemas gravíssimos e que estão no índex das questões sem encaminhamento sério e objetivo, a eles juntam-se questões urgentíssimas como as de mobilidade urbana onde os metrôs começados faz mais de quarenta anos,  ainda não alcançam sequer a metade da meta mínima desejada e necessária à tais populações. Aliás, até mesmo as outras alternativas de complementariedade de garantir meios mais efetivos de mobilidade de tais populações como os trens urbanos, os elétricos, os bondes e os vlts, andam a passos de cágado em núcleos urbanos quase que estrangulados nos seus canais de tráfego pelo execessivo número de veículos particulares.

E, muitos problemas hoje vivenciados pelo país foram, num passado não muito distante, já controlados como os surtos de doenças tropicais que, agora, voltam como se não tivessem sido extirpados. Ao lado desse “triste regresso”, o que não dizer das tragédias que, anualmente, se repetem, como são as enchentes, os deslizamentos, as inundações em áreas urbanas críticas, revelando a incompetência e o descaso que tomam conta do país.

Finalmente, como problemas que não são percebidos pela maioria das pessoas mas são por elas sentidos, situam-se a tão falada e pouco respeitada federação e a autonomia municipal; a burocracia tão reclamada e não enfrentada além da ausência de políticas sérias e objetivas para o enfrentamento da questão do menor abandonado e do menor delinquente.

Imagine-se se o País resolvesse estabelecer tais questões como base de sua agenda mínima a ser enfrentada a médio e longo prazo pelos governos e pela sociedade civil, talvez, como dizia o poeta, a partir de agora “as esperanças fossem conosco a frente e fossem ficando para trás os desenganos”. Mas …

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