COLECIONANDO TÍTULOS E BATENDO RECORDES!

Três assuntos pautaram a semana que está a caminho de se encerrar. O primeiro deles foi a intensificação da freqüência com que as más notícias estão chegando aos brasileiros. Não bastava a contraface do tsunami alemão — sete de inflação e um de pib! — além da notícia de que o FMI, após examinar os dados do desempenho da economia, do balanço de pagamentos e das contas públicas nacionais, pôs o País entre as cinco economias emergentes mais vulneráveis ou o fez ingressar na lista dos chamados frágeis, alinhando-se a India, Turquia, Indonesia e África do Sul.

Por outro lado, a desfiguração da Casa de Rio Branco, praticando uma política externa terceiromundista numa proposta de há muito vencida no tempo — a tal Sul-Sul — e, na verdade, sem qualquer resultado prático para o País, tem gerado enormes prejuízos e inúmeros dissabores. Agora mesmo o Brasil foi classificado de anão diplomático pelos erros cometidos, somente mencionando os ocorridos recentemente, diante da invasão da Ucrânia pela Rússia; no caso do conflito Hamas versus Israel e agora, por buscar sustentar algo insustentável como o é a economia argentina e o falido Mercosul, além da dogmática, ideológica e ultrapassada opção por Venezuela, Cuba, Bolivia, Equador, Nicarágua, Angola e outros menos votados!

No que respeita à economia, a desorganização das contas públicas, das contas externas e a desaceleração da indústria manufatureira, levou o País, em decorrência de erros e equívocos da política economica, a ter que praticar os juros básicos mais altos do mundo, para tentar conter a inflação que já se aproxima dos 7%!

Alinhe-se a isso o fato de que os dados do desempenho fiscal até junho, mostram o Brasil apresentando o pior resultado nas contas públicas, dos últimos 14 anos! E, para preocupação adicional, encontra-se o País à beira de um sério desequilíbrio externo pois deverá fechar o ano com o pior desempenho de suas contas com o exterior, faz mais de 14 anos, pelo menos.

Na verdade, se se agregam aí os indicadores sociais de violência urbana, de saneamento ambiental, de saúde publica e de educação, o quadro então se torna desolador.

No entanto, como Deus é brasileiro e a macacada tem sorte, vez por outro surge uma nesga de esperança e alguma circunstância acena com uma mensagem de otimismo. Os resultados de uma pesquisa feita por dois professores da UFMG — José Francisco Soares e Maria Tereza Gonzaga Alves que, a partir dos dados do IDEB — Indice de Desenvolvimento da Educação Básica –, procuraram avaliar como anda a gestão e a eficiência da escola pública municipal do País, dão aquela sensação de que alguma coisa pode ter jeito ou dar certo neste País.

O estudo realizado é por demais interessante porquanto abstrai o impacto do nível de renda ou o patamar sócio-econômico dos alunos que frequentam as unidades públicas de ensino, avaliando-se, tão somente, o nível de eficiência da gestão e os resultados alcançados por municípios e por escolas, nas várias regiões do País.

E, pasmem, os que pouco tem e os que pouco podem, deram um baile de desempenho! O índice alcançado por Teresina, chega a quase igualar ao de São Paulo — 3,9 e 4,2, respectivamente — mostrando que os 3,9 atingidos pelos piauienses da capaital, diante das vicissitudes, da pobreza e do nível de renda e de escolaridade das famílias das crianças da cidade, que é muitas vezes inferior aquele registrado pelas famílias paulistanas, é simplesmente fantástico!

Na listagem dos melhores desempenhos entre as capitais brasileiras estão Palmas, Teresina, Campo Grande, Fortaleza e Rio de Janeiro. Isto faz o cenarista lembrar que 6 escolas top de linha de Fortaleza, anualmente, aprovam cerca de 43% dos alunos que tentam ingressar no ITA, IME e Escola Naval, percentual superior ao alcançado pelos estados de São Paulo e Rio, juntos!

Ainda para encher mais de orgulho a nordestinizada, quando se consideram apenas os pequenos municípios, o campeão dos campeões é um município que jã vem surpreendendo nas Olimpiadas Brasileira de Matemática: Cocal dos Alves, no Piauí! Este, mais uma vez, pontifica para mostrar que seriedade, compromisso e espirito publico podem fazem revoluções muito mais relevantes do que apenas o nível de renda e a dimensão econômico-social de uma população.

E, para fechar com chave de ouro tais resultados, as principais cidades de porte médio que apresentaram os melhores indicadores de gestão e eficiência de sua rede pública de ensino, foram os municípios de Sobral (Ce), Patos de Minas (Mg), Conselheiro Lafayette (Mg), Ubá(Mg), Muriaé(Mg), Sertãozinho (Sp), Rio das Ostras(Rj), Nova Friburgo(Rj), Foz do Iguaçu (Pr).

Se isto conduz a um certo alento no ânimo e no sonho dos brasileiros e, se se pretende fazer renascer a esperança, é de bom alvitre, a partir de agora, acompanhar os debates e as exposições dos candidatos a Presidente pois, só a partir dessa decisão do dia 5 de outubro, poderá o país respirar outros ares.

O debate promovido pela CNI, dia 30 passado, mostrou um Eduardo Campos dando o “start up” da campanha fazendo uma exposição que agradou, em cheio, ao público-alvo, pois se comprometeu, de pronto, nas primeiras semanas após assumir o mandato, encaminhar proposta de reforma fiscal, reduzindo a carga, simplificando o processo e buscando corrigir distorções e desigualdades. Além disso, assumiu a preocupação adicional de melhorar o ambiente para os negócios e restaurar a confiança dos agentes econômicos nas instituições do País.

Aécio Neves, embora com propostas de simplificação do governo — redução do número de ministérios e do tamanho da máquina — também foi na linha de proposição de uma reforma tributária dentro daquilo que esperam os empresários. Fez duras críticas ao governo, chamando a atenção para os erros e equívocos cometidos, pela perda de credibilidade e atribuiu a Dilma a responsabilidade pela desorganização atual da economia e levar para o brejo a credibilidade das instituições.

Finalmente Dilma, tendo tido a vantagem de ter ouvido as críticas e propostas de seus principais adversários, mostrou, segundo depoimento dos próprios petistas, uma falta de treino para o tipo de embate a que se submeteu. Insegurança e despreparo foram as expressões usadas pelos próprios correligionários.

Ademais, ninguém a vê mais como o produto vendido por Lula em 2010 — a gerentona, a durona, a faxineira e a mulher capaz de dar um freio de arrumação na desorganização que a “marolinha” da chamada crise de 2008, teria provocado na economia nacional. Todos esses atributos são questionados e, sobressaem apenas, o gesto autoritário, as grosserias distribuídas a torto e a direito e a sua capacidade de gerar antipatias mis.

Assim deverá terminar a semana com um misto de desencanto e frustração por um lado mas, ao mesmo tempo, uma leve esperança de que as coisas possam vir a mudar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *