Copa, sucessão, mensalão e inflação!
Aparentemente os quatro assuntos não apresentariam afinidades que os levassem a serem colocados em um só balaio de gatos. Mas, tudo tem a ver porquanto, de um jeito ou de outro, eles interferem uns sobre os outros ou, no mínimo, estariam na ordem do dia das questões mais discutidas no País.
A Copa, como é notório e sabido, não consegue andar. Os estádios, alaguns não concluídos e com problemas de acesso no seu entorno; as suas obras de mobilidade urbana, andam a passo de cágado; as ações destinadas a minimizar riscos de apagões, máxime nas telecomunicações e no acesso à banda larga de 4g nos estádios; e, tampouco, há um planejamento estratégico confiável para as áreas de segurança e saúde. Ademais, o próprio ministro Aldo Rebello já começa a tentar transferir as responsabilidades aos governos estaduais, aos órgãos de controle interno e fiscalização, as restrições dos órgãos ambientais, esquecendo que, caberia a ele, liderar o planejamento estratégico bem como o acompanhamento físico e avaliação de desempenho das entidades envolvidas no processo. Ademais, até agora não se sabe o que fazer com os elefantes brancos que vão ficar, pós-copa, ou seja, que destino será dado a tais monumentos de inutilidade. Mas, mais preocupante do que tais desagradáveis constatações, é o fato de, até agora, não existir uma seleçãozinha “mar ou meno”, como dizem os cearenses. Diante das máquinas alemãs, espanholas, italianas e inglesas, afora a vizinha argentina, a coisa por aqui, anda de mal a pior!
Se a copa vai nessa toada, o mensalão esquenta o ambiente político e, a partir das reações dos advogados de defesa e a apresentação de seus embargos, bem como da atitude do Congresso de, na base do argumento de defesa de sua autonomia e independência, quer se propor a “Casa Revisora do Supremo! O que na verdade se descobre por trás desse possível “arranca rabo ” entre o Congresso e o STF é que tentam os nobres parlamentares é suavizar as penas e agruras de alguns de seus membros e de outros personagens políticos que lhe são caros mas que estão entre os condenados do mensalão.. A próxima semana deve esquentar porquanto, esta semana, tendo sido uma semana de calças curtas, em razão do feriado doo primeiro de maio, as questões relativas aos embargos avançaram mais nas notícias plantadas na mídia do que na evolução de pensamentos consensuais no STF.
Se tal não bastasse como agenda densa e farta, a inflação continua desafiando os policy-makers governamentais que, teimam em afirmar que, a entrada da nova safra, o aumento de 0,25% na taxa básica de juros, o corte prometido de 35 bilhões no Orçamento, seriam medidas suficientes para reverter a sua tendência de alta! Ninguém, de boa fé, acredita que a inflação consiga ficar no entorno da meta. A tendência é que ela feche o ano próximo dos 6,5%, limite mais alto da meta!
Enquanto isso, se o primeiro de maio foi de protestos contra Dilma, em algumas poucas manifestações, os pré-candidatos foram aos pseudo-palanques armados e fizeram as duras críticas aos desencontros do governo, e, numa atitude de efetiva oposição não deixaram de mostrar e, de chamar a atenção para a perda de poder de compra dos trabalhadores em face da inflação que, commo e sabido, funciona como um Robin Hood ao contrário e, estimula a ampliação do fosso que ssepara pobres e ricos pelo aumento da desigualdade de renda.
A novidade da semana é que os dirigentes do Parlamento criaram juízo e, buscaram a conciliação e o entendimento com o Supremo e, afastaram, crê-se que, de vez, a crise que ameaçava a harmonia entre os poderes. Ademais, também surge como saldo positivo, o início da discussão de uma agenda para o País em função de candidaturas lançadas e de discurso buscado para diferenciar tais postulações.
Pelo andor da carruagem, parece que os elefantes brancos vão ter o mesmo destino que os da África do Sul – implosão. Foi o que concluiu o governo de Pretória qdo viu que sua manutenção ficaria mais caro que reconhecer o exagero e transformasse os monumentos a volúpia impiedosa dos empreiteiros e políticos de plantão, em escombros.